I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 45
Capítulo 45 - Eu e quatro crianças.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora. Tive alguns problemas pessoais.

Mas agora estou de volta. Aproveitem o cap ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700343/chapter/45

— Tia Kate!! – escuto as vozes soarem juntas. Não precisava de muito para saber quem era.

Me viro e vejo as duas loirinhas de menos de um metro de altura correrem em minha direção. Abaixo e abro os braços, esperando o meu abraço dublo. Eu rio assim que ela me abraçam e me apertam forte com os bracinhos pequenos.

— Tia Kate, você veio buscar a gente? – Ana pergunta animada.

— Sim. E o tio Rick também. – elas olham por cima do meu ombro e encaram Castle. O sorriso se abre ainda mais no rosto das duas.

— Onde está a Alexis? – Rick pergunta.

— Não sei. – Jolie dá os ombros. – mas nós vamos chama-la.

Seguro sua mochila e a vejo correr de volta para dentro da escola.

Já fazia um bom tempo que esperávamos as meninas no lado de fora da escola. Assim que chegamos Castle foi até a portaria e disse que tinha vindo pegar Alexis e as gêmeas. Mas como ele não tinha permissão de pega-las, foi preciso eu ir e dar meu nome na portaria. Só então liberaram a saída das duas. Sempre que podia eu pegava as gêmeas para passear, ou até mesmo para leva-las para casa se fosse um dia que eu estivesse indo até o rancho. Jenny fez questão de deixar meu nome na portaria.

Assim que saltamos do carro já tinha uma boa quantidade de pais ali, esperando por seus filhos. Rick segurou minha mão. Um gesto natural para nós dois, mas que chamou a atenção de algumas pessoas ali. Deixei um sorriso satisfeito escapar quando, de canto de olho, eu vi uma das mãe que, segundo Alexis, dava em cima de Castle, nos viu.

Castle era novo na cidade. E como se já não bastasse isso, ele ainda era muito lindo. Isso chama a atenção da mulherada. Mas enquanto ele estivesse ao meu lado, segurando minha mão, e parecendo não ligar se outras pessoas o achavam bonito ou não, eu ficaria bem. Quando paramos na porta do colégio, que ainda estava fechado, Castle envolveu minha cintura com seu braço, mantendo-me por perto.

Eu ri ao lembrar do comentário que ele fez no carro antes de descermos. Algo sobre essas mães solteiras e taradas o assustarem. Não sabia se aquele gesto era apenas puro desejo de me ter por perto, ou uma forma de se proteger das mães taradas ali. De qualquer forma, eu gostava de ficar assim, bem perto dele.

Ana me entrega sua mochila depois de reclamar o quanto ela estava pesada. Sua cara de sofrimento me fez rir e ao mesmo tempo ter pena da menina. Estava realmente um pouco pesada, mas se abrisse, podia apostar que ali dentro tinha vários brinquedos que ela fazia questão de trazer.

— Lá vem ela. – Ana apontou para a entrada da escola.

— Papai. – Alexis correu meio desastrada arrastando sua mochila de rodinhas até o pai.

Sorri ao ver a cena. Castle fez o mesmo movimento que eu anteriormente. Ele abraça a menina e a segura em seus braços até chegarmos no carro.

— Você não dormiu em casa. – a menina reclamou com sua voz manhosa depois de matar a saudade do pai. Me senti culpada. Ele ficou porque eu pedi. E mesmo que soubesse que tinha a Alexis, a ideia de deixa-lo ir com aquela tempestade me assustava ainda mais.

Eu passo o cinto de segurança por uma das gemas enquanto escuto a conversa de pai e filha.

— É... me desculpe, filha. – ele acaricia os cabelos ruivos e me olha rapidamente. – eu fui deixar a Kate em casa e começou a chover... não consegui voltar para casa.

— Senti sua falta. – ela lamenta, aceitando a desculpa do pai.

— Eu também senti, meu amor. – ele beija a menina e ela entra no banco de trás do carro.

Enquanto Castle guardava as mochilas no porta-malas, eu colocava o cinto de segurança em Ana. Depois de me certificar que as três estavam seguras, dou a volta e entro no banco da frente. Castle entra em seguida e, enquanto coloca o cinto, me olha e sorrir despreocupado. Ele varre seu olhar para trás, certificando-se de elas estavam bem, para então dar partida no carro.

— É hoje que vamos ao cinema? – Alexis pergunta distraída no meio do caminho.

Castle me olha de canto de olho e sorrir. — é sim, filha. – responde.

— Nós vamos também, tia Kate? – escuto a vozinha curiosa de Jolie atrás de mim e sorrio.

— Claro. Hoje é dia de vocês ficarem comigo, esqueceram? Vamos todos ao cinema e depois vamos fazer a noite do pijama.

As meninas se animaram na mesma hora.

— Elas vão dormir lá em casa? – Alexis pergunta animada, para ter certeza de que a noite seria mesmo divertida.

— Sim. – confirmo.

— E você, Kate?

— Também. – confirmo novamente e rio com o grito animado da menina. – mas vocês vão ter que prometer que não vão dar trabalho no cinema. – digo ao lembrar da última vez que cometi a loucura de levar as gêmeas sozinha ao cinema. Elas não queriam assistir ao mesmo filme, e depois de uma cena torturante, tivemos que assistir os dois filmes.

Depois veio mais uma cena para saber que filme assistir primeiro. Estava a ponto de desistir até que Ana disse para tirar na sorte. Aquilo não havia passado por minha cabeça. Estava tão preocupada em fazer elas pararem de brigar, que até uma ideia tão simples como essa fugiu da minha cabeça.

— Nós nunca damos trabalho, tia Kate. – Ana fala e eu rio.

— Sei... – Castle rir da minha expressão e segura minha mão. Como se me desse apoio naquele momento.

— Relaxa. Somos nós. – ele me olha por um segundo. – acho que damos conta.

Cerro meus olhos em sua direção e depois olho para trás.

— Elas são três e nós dois. – digo voltando meu olhar na sua direção novamente. – você acha mesmo que damos conta?

Ele dá os ombros e rir.

— Somos maiores que elas. –justifica. – juntando as três, não dá nós dois. – ele pisca.

— Ok. Espero que lembre disso mais tarde. – digo, deixando para ele desfrutar da bela surpresa mais tarde.

Castle pensa por um segundo e depois me encara.

— Será que vamos precisar levar a minha mãe? – ele me olha assusto e eu não aguento. Uma risada sai fácil de mim. Eu realmente o tinha deixado assustado.

Assim que chegamos em casa, as gêmeas pularam do carro e correram ao encontro do pai, que as esperava na varanda. Alexis entrou em casa e se jogou no sofá, fazendo sua melhor cara de drama enquanto dizia o quanto estava cansada. Não demorou muito para Cosmo correr em sua direção e a menina esquecer do cansaço começando a brincar com ele.

— Filha, porque você não vai tomar um banho antes de almoçar? – Rick deu a ideia e Alexis subiu.

Antes que eu pudesse acompanha-la, Martha me puxou para o sofá e começou uma conversa animada sobre ter conhecido algum vizinho de Castle. Sua voz era quase um sussurro. Então ela me explicou que não contaria nada para Castle por enquanto. Eu ri e ela começou a narrar seu momento com o senhor bem aparentado de quem ela falava.

Quando finalmente sentamos para almoçar, Alexis não parou de falar sobre a escola. Ela já tinha feito amigas agora. Entrou em uma conversa animada sobre a feira de profissões que teria na escola. Segunda ela, as crianças teriam que ir caracterizadas de acordo com a profissão que queriam ser quando crescer e falar sobre essa profissão.

Alexis se virou para mim e fez um pedido que quase fez meu coração explodir de tanto amor por aquela criatura adorável.

— Você pode me emprestar seu jaleco, Kate? – perguntou com a voz doce. – e suas luvas e sua seringa. Eu quero ir de veterinária.

Eu sorri abertamente. Senti o peso dos três pares de olhos azuis em mim. Podia ver o sorrio no rosto de Rick também, mas me concentrei apenas na ruivinha a minha frente.

— Eu empresto o jaleco e as luvas. – começo. – a seringa é perigoso você levar, mas eu posso emprestar meu estetoscópio.

— Obrigada. – ela abriu um sorriso enorme antes de voltar a comer. – eu podia mandar aperta o jaleco, só um pouquinho... – ela pede novamente.

Meu sorriso se abre imediatamente. Essa era uma cena que, nem nos meus melhores pensamentos, eu cheguei a pensar. Meu lado maternal se aflora naquele momento. Era como um filho meu dizendo que queria seguir meus passos, que admirava o que eu fazia.

— Claro que pode meu bem. – acaricio seu cabelo ruivo e ela sorrir abertamente.

Depois do almoço ela me carregou até seu quarto e pediu para experimentar meu jaleco. Eu já sabia que ele ficaria enorme nela, mas encomendaria um do seu tamanho com o nome dela bordado. Seria surpresa ainda.

Aquele era um daqueles momentos que eu nunca vou esquecer. Senti vontade de ser mãe ali. Alexis desperta o melhor em mim. Ela já se tornou parte essencial dos meus dias, que, definitivamente, não seriam os mesmo sem ela.

Martha veio chama-la para fazer o dever de casa e eu desci. Castle estava me esperando. Convidei ele para ir até o celeiro comigo ver os cavalos e ele aceitou, mas resolveu ficar no meio do caminho quando viu Ryan cuidar de algumas flores no jardim da casa. Castle já tinha me falado algo sobre aprender a cuidar do jardim também. Não discuti, deixei ele lá colocando a mão na massa e segui meu caminho.

Depois de um exame rápido no Xodó, que crescia sem parar, e checar se alguns remédios que eu tinha mandado entregar aqui estavam em ordem, eu voltei e encontrei Castle com suas mãos sujas de areia, plantando algumas coisas com Ryan. Sorri. Ele era capaz de ficar ainda mais ali assim.

Me aproximei devagar. Ele estava concentrado em plantar corretamente as rosas, para que nascessem bonitas. Ryan dava algumas instruções e Castle as seguia fielmente. Tinha delicadeza em seus movimentos. Ele parecia estar gostando daquilo. Ryan saí e o deixa cuidando do serviço sozinho ali enquanto ele ia cuidar do outro lado.

— Ai... – ele reclama e sacode a mão rapidamente. Ele encara seu dedo e uma careta se forma em seu lindo rosto. Mas isso não o deixa menos bonito.

Me aproximo e me curvo sobre ele, enlaçando seu pescoço com meus braços.

— O que foi? – sussurro em seu ouvido.

— Me furei no espinho. – ele choraminga um pouco e mostra seu dedo.

Sorriso. Não tinha mais do que uma pequena gota de sangue ali.

— Se sua mão estivesse limpa eu daria um beijo para sarar... – ele virou um pouco o rosto e sorriu.

— Mas eu acho que um beijo aqui... – ele apontou para seus lábios. – serve também...

— Será?

— Não sei... – ele joga os ombros. – porque não tenta?

Sorrio. Aproximo nossos rostos. Nossos lábios quase se tocando.

— Eu acho que vai funcionar... – ele sussurra. Seus olhos presos em meus lábios. – já passou um pouco a dor.

Eu rio e finalmente o beijo. Castle se vira rapidamente e me abraça pela cintura. A posição nada favorável que estamos faz com que eu me desequilibre. Acabo caindo sobre a grama e Castle cai sobre mim. Nós rimos e ele volta a me beijar novamente, sem ligar para o fato de estarmos em cima de um monte de adubo ou mesmo sendo vistos por todos.

Eu também não ligo para nada disso.

Quando finalmente nossas bocas se separam, eu o encaro. Seu rosto iluminado em um sorriso contagiante que deixam seus olhos pequenos. Eu amo esse sorriso. Por algum motivo meu coração se aperta. Uma sensação ruim. E se tudo isso acabar? E se tudo isso for apenas algo passageiro...?

Eu o amo tanto. Isso não pode ser algo passageiro. Não é!

Nós acabado de começar. Não pode acabar. Não pode!

Castle rouba um beijo rápido, me tirando de meus pensamentos. Ele senta ao meu lado e me ajuda a sentar também.

— Eu estou toda suja agora... – digo rindo.

Olho minha roupa que era branca. Castle sorrir ao me olhar.

— Você não precisa se preocupar com isso agora. – eu o encaro. – você tem roupas aqui agora...

— Então o fato de eu ter trazido algumas poucas roupas para cá lhe dá o direito de me sujar assim? – cerrei os olhos em sua direção.

— Sim. – ele diz com simplicidade.

Junto um pouco de adubo na minha mão e jogo em sua direção. Castle se defende com as mãos e rir.

— Então é assim? Você quer guerra?

— Não! – disse rápido antes de tentar me levantar.

As mãos dele seguram firme minha cintura e me deitam no chão de novo.

— Não, Castle... por favor. – choramingo.

— Você quem começou. – um sorriso travesso escapa de seus lábios.

— Por favor... – imploro mais uma vez quando sinto suas mãos começarem a se posicionar.

Castle abre ainda mais seu sorriso e começa a me atacar. Suas mãos parecem se multiplicar enquanto fazem cocegas em mim. Uma risada sai fácil quando eu tento me livrar se dele. sei que estou ficando cada vez mais suja. Mas eu não ligo.

— Não acredito que vocês estão brincando e não me chamaram.

A voz de Alexis soa e Castle para, me dando algum tempo para recuperar o folego. Olho para a ruiva com as mãos na cintura como se quisesse uma explicação.

— Você pode me ajudar a fazer cocegas na Kate... – Castle diz mexendo as sobrancelhas para a menina, que me olha.

— Alexis, não... – junto minhas duas mãos e faço minha melhor cara implorando que ela não entre na onde dele. se com um eu não aguento, imagina os dois juntos.

— Ou talvez a gente possa fazer no papai. – ela dá a ideia e abre um sorriso.

— Nem pensar. – Castle senta rápido e puxa a menina para seu colo. Alexis solta um grito surpresa. No lugar de cócegas, ele enche a menina de beijos. – você deveria estar do meu lado, sabia?

Ele encara a ruiva e eu aproveito para me livrar da posição indefesa que eu estava.

— Mas ela saber que nós mulheres temos que nos unir. – digo me sentando ao lado deles.

— Isso mesmo. – ela sorrir para mim. – desculpa pai.

Castle revira os olhos. Lindo.

— Definitivamente preciso mudar esse jogo. – ele diz enquanto Alexis levanta e vem na minha direção tocando minha mão. – isso não é justo.

Eu sabia exatamente do que ele estava falando.

Quem sabe, algum dia, teremos alguém no time dele?

— Você quer ajudar? – ele indica as mudas de flores que ainda falta serem plantadas.

— Quero. – ela diz animada enquanto vai para o lado do pai.

— Eu também quero.

Me aproximo deles e presto atenção enquanto Castle nos explica o que fazer, exatamente como Ryan lhe ensinou.

♦♦♦

Me olho no espelho novamente. Sempre gostei de me arrumar, mas ultimamente eu tenho achado nada que seja suficiente. Quero dizer, Castle é um homem bonito, atraente, chama atenção por onde passa. Quero estar à altura de estar ao lado dele. Quero ser suficiente para ele.

Suspiro decidida a trocar de roupa. De novo.

Me viro e vou em direção ao closet de novo. Quero o meu closet, nele eu tenho mais opções, mas aqui...

— UAU. – escuto a voz dele e o olho por cima do ombro. Castle está parado na porta do closet me olhando como se eu fosse uma das sete maravilhas do mundo. – você está linda.

Ele me olha do pé a cabeça e assobia. Sorrio. Aposto que estou ficando vermelha.

— Eu adoro quando seu cabelo está preso. – diz quando está próximo a mim. Ele segura levemente minha cintura e beija minha nuca. – porque eu adoro beijar seu pescoço... – sussurra.

Sinto um arrepio percorrer meu corpo. Seus elogios e seu olhar fizeram eu me sentir a altura dele. A sétima maravilha do mundo dele. Ele beija meu pescoço. Fecho meus olhos sentindo o calor que vinha de seus lábios se misturar com o meu.

— Castle... isso vai deixar marca. – digo após ele mordiscar minha pele com seus dentes finos.

Ele sussurra um pedido de desculpa e eu sorrio.

Vou para frente do espelho e termino de colocar meu brinco. Castle para atrás de mim e encara o meu reflexo.

— Eu já disse que sou viciado em você, né? Que você é minha droga e... não tem cura para isso. – ele diz em um suspiro. Sorrio.

— Então somos dois viciados, meu bem. – me viro para ele e enlaço seu pescoço com meus braços.

 — É, fazemos um belo casal. – ele fala como quem não quer nada e rir.

Seu sorriso podia ser facilmente confundido com o de uma criança.

O sorriso mais lindo.

O sorriso que eu tanto amo.

— Eu te amo... – sussurro. Seus olhos azuis encontram os meus. Ele podia não dizer com palavras, mas seus olhos diziam tudo. Seus sentimentos estavam expostos naquele azul intenso.

Ele toca meu rosto com sua mão e, ainda sorrindo, me beija.

O toque macio de seus lábios era doce. Sutil. Mas também transmitia todo o sentimento que ele não conseguia dizer, mas que demonstrava cada vez que me beijava, me tocava ou olhava.

Ele tenta se afastar mas eu aprofundo o beijo. Queria me perder naquele beijo. Não queria sair mais dali.

— Eca... – nós viramos nosso rosto apenas para ver Alexis na porta do closet fazendo uma carta. – eu sabia que vocês estavam namorando.

Castle e eu nos afastamos e vamos atrás da menina, que se joga na cama do pai.

— Sabe, Alexis... beijar é muito nojento. – Castle começa e eu reviro os olhos. – duas pessoas trocando salivas... eca. – ele faz uma careta e a menina rir. – você nem sabe se a outra pessoa escovou os dentes ou não... – ele sussurra, como se eu não pudesse ouvir. – então me prometa que não vai fazer coisas nojentas assim nunca.

A menina faz uma careta pensativa mas concorda.

— Eu nunca vou fazer coisas nojentas papai.

— Essa é minha garota.

Os dois tocam as mãos. Castle com um sorriso vitorioso no rosto.

— Castle, porque você faz isso? Você sabe que isso é impossível. – me aproximo guardando meu celular na bolsa.

— Claro que não. Alexis é uma boa menina. Cumpre o que promete.

— Ela não prometeu nada. – informo e pisco para ele.

Castle se vira para a filha, que assistia a nossa conversa sem dizer nada.

— Prometa Alexis.

— Não. Você não vai prometer nada. – a ruiva nos olha confusa. Sorrio e me aproximo dela. – seu pai é um bobo. E você... – toco a ponta do nariz dela com meu dedo. – você ainda vai querer muito beijar alguém, e nenhuma promessa vai impedir isso. – olho para Castle na última parte.

Ele se faz de emburrado. Uma criança. Tenho vontade de rir, mas me controlo.

— Sabe, você está atrapalhando essa comunicação pai e filha.

— Oh, desculpe por querer defender a sua filha.

— Você daria uma boa advogada. – ele resmunga baixo. Eu rio e me aproximo dele.

— É mesmo? – me inclino sobre ele e beijo seu rosto. – Mais tarde eu posso... – concluo a frase em um sussurro em seu ouvido. Castle concorda com uma sorriso animado e me puxa para um beijo.

— Ah, não. Vocês vão namorar muito antes da gente ir? – Alexis resmunga e eu me viro para ela.

— Não. – digo sorrindo. – você já está pronta?

— Sim. Só falta pegar minha bolsa.

A menina pula da cama e corre até o quarto.

— Agora ela usa bolsa?

Sorrio.

— Sim. Quando estava escolhendo uma roupa ela me perguntou o que eu guardava em uma bolsa quando ia sair. Mostrei minha bolsa a ela e agora ela disse que só vai andar de bolsa.

— Hm... – ele diz baixinho.

Hm, o que? – pergunto rindo. Ao mesmo tempo que sério, ele estava melancólico e pensativo.

— É que ela mal chegou e já está tão crescida. – ele me olha. – bolsa? Isso é para coisa de meninas de dez anos... ela só tem oito.

— Castle sua filha é vaidosa. Gosta de se arrumar. Não tem nada demais nisso.

Estou pronta...— a menina grita do corredor.

— Vamos? – estendo minha mão para ele. Ele segura firme e levanta da cama.

— Vamos. – sorrir. Não o sorriso lindo de antes. Um sorriso triste.

Sinto meu coração se apertar.

— Ela ainda é criança. Uma criança vaidosa, mas não deixa de ser criança. Se você pegar a bolsa dela vai ver que só tem espelho, um caderno de pintar e lápis.

— Eu só queria ter tido mais tempo com ela...

— E você tem. – afirmo. – você tem todo o tempo do mundo com ela. Então aproveite isso ao invés de ficar de cara feia... – sorrio tentando arrancar um sorriso dele. e consegui. Ele sorriu e concordou.

— Você está certa... – ela suspira pesadamente. Como se tivesse tirando um peso das costas. – Vamos?

— Vamos.

Nós encontramos Alexis no corredor. Castle soltou minha mão e foi em direção a filha, pegando-a nos braços e brincando com ela enquanto descíamos. Chegamos ao andar de baixo e logo as risadas de Alexis chamaram a atenção de Martha. Ela estava na sala, com uma boa taça de vinho em suas mãos.

— Olha só vocês, até parecem uma família de verdade. – ela sorrir e me cumprimenta.

— Tem certeza que não quer nos acompanhar Martha? Não vamos demorar.

— Oh, sim, tenho certeza. Na verdade já tenho planos para hoje. – Castle ergue as sobrancelhas e a encara.

— Você mal chegou e já tem um encontro?

— Ah, você sabe. Um belo senhor passou para conversar com você, mas você não estava então nós conversamos... ele me chamou para jantar e eu aceitei. – ela dá os ombros. Aquilo parecia natural para ela.

— Mãe, tenha cuidado. Ok?

— Eu terei. Agora vão lá, se divirtam. – ela beija o filho e a neta antes de sairmos.

Assim que chegamos na varanda Jenny anda em nossa direção. As gêmeas brincavam no jardim, o que fez Alexis descer dos braços do pai e ir até as meninas.

— Kate, muito obrigada... o senhor também, senhor Castle. As meninas estão empolgadas.

— Já disse que não precisa agradecer, Jenny. Faço isso com prazer.

— Eu também. – Castle diz ao meu lado. – é bom Alexis ter com quem brincar...

— Olha, a gente não vai demorar, então assim que chegarmos eu venho pega-las.

— Nem pensar, a noite é de vocês. E também nós vamos fazer um acampamento... elas não vão querer ir embora tão cedo.

— Verdade. – ela sorrir. – bom, se precisar, é só ligar. A qualquer hora.

— Claro. – concordo, mesmo sabendo que não vou ligar. Não ia estragar a noite deles.

Jenny se despede e sai. Logo nós colocamos as meninas no carro e vamos rumo ao cinema, discutindo qual filme devemos ver primeiro, já que elas decidiram que querem ver dois.

Assim que chegamos no cinema elas se animam. Os cartazes infantis eram chamativos e elas adoram os mínios. Enquanto Castle comprava as entradas eu tirei fotos delas junto com os bonecos. Como era fim de semana tinham os bonecos de verdade por lá. Eles brincaram com elas e as fizeram rir, o que mudou os planos de qual filme assistir primeiro.

Depois foi a vez e comprarmos comidas. Hoje era permitido tudo. Doces, sorvetes, chocolates. Castle fez a festa com elas, o que me fez ter a impressão de que eu estava sozinha com quatro crianças. Se dependesse dele nós compraríamos a loja inteira. Tive que controla-lo. Apenas dois doces para cada, já que ainda tinha a pipoca e o refrigerante. Mesmo relutante aceitaram, já que prometemos que teria pizza quando saíssemos daqui.

Assim que entramos na sala parcialmente escura, as meninas correram para o lugar mais alto. Não adiantou pedir para não correrem, parece que hoje era o dia do “não obedecer ninguém”. Castle sentou na ponta, logo ao lado da Alexis. Depois vinha a Jolie, Ana e eu. Elas conversavam animadamente entre si. Um misto de empolgação e ansiedade pelo filme que iria começar. Castle me olhava sorridente do outro lado.

— Aqui está bom, filho. – escuto um homem e logo percebo ele sentando ao meu lado. – Olá. – ele me cumprimenta sorridente.

— Oi... – sorrio de volta. Ele olha para as meninas e sorrir.

— Cinema com as filhas?

— É, um programa em família.

— Eu também. – ele aponta para o filho. – fim de semana com o pai. Will. – ele estende a mão para mim.

— Kate. – o cumprimento.

— Castle. – olho para cima e vejo Castle em pé ao meu lado. Ele estende a mão para o homem sentado a meu lado. – querida, a Ana quis sentar ao lado da Alexis, mas a Jolie que ficar do seu lado se incomoda em trocar? – ele sorrir simpático.

Eu estranho essa atitude dele, mas não discuto.

— Claro que não. – dou um sorriso para o Will antes de mudar de assento. Castle senta no meu antigo lugar e passa seu braço pelo meu ombro. Um sorriso vitorioso no rosto.

— Você tem certeza? E se elas saírem...

— Relaxa, depois da Ana só tem a parede. Não tem como ela sair sem a gente ver. – ele sussurra. As luzes se apagam e os trailers começam.

— Porque fez isso? – viro meu rosto para ele. Castle me olha e sorrir.

— Não é obvio? – ele diz e volta a prestar atenção na tela. Sorrio.

Sim era óbvio. Ele estava com ciúmes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

até o próximo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Can't Love You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.