I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 31
Capítulo 31 - Ele ainda a ama.


Notas iniciais do capítulo

Hello my dears, como estão? Demorei mas voltei.

Bom, eu disse para se prepararem para esse cap, mas eu quis dizer para se prepararem para os próximos...
Esse foi um cap longo, mas que eu amei escrever. Eu to amando escrever essa interação com Kate e Alexis (sim, eu sei que nem todos gostam dela), e eu espero que gostem também.

Bom, sem mais delongas... boa leitura.



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— Esperem aqui. Eu vou pegar algumas toalhas e já volto. – Castle diz e entra em casa, deixando eu e Alexis na varanda de trás da casa. Ele estava tão feliz que não conseguia tirar o sorriso do rosto.

Olho para Alexis distraída. Ela está bem ao meu lado com seus olhos presos da paisagem do rancho. O verde do campo, os animais andando pelo local, as montanhas atrás das arvores mostrando a imensidão verde que rodeava o lugar, o céu nublado anunciando a chuva que se aproximava. Alexis parecia encantada com cada detalhe. Seus olhos brilhavam e seus lábios se curvavam em um leve sorriso.

A vejo abraçar seu corpo com seus bracinhos curtos. Suas roupas e cabelos completamente molhados.

— Alexis, você está com frio? – ela faz que não com a cabeça sem me olhar. Mas apesar de negar, seu corpo começava a tremer de frio.

— Minha mãe foi embora e não se despediu. – ela fala meio pensativa, mas me olha em seguida. – ela prometeu.

— Ela provavelmente estava atrasada... ou não queria atrapalhar sua diversão. – a menina dá os ombros.

— Tudo bem. – sua voz triste parte meu coração. – eu já me acostumei.

Fico sem ação. Eu queria poder dizer algo que a fizesse se sentir melhor, mas não consigo. Apenas fico olhando para a menina a minha frente. Ela era apenas uma criança e parecia ser bem madura.

— Eu vou morar aqui para sempre agora? – ela pergunta olhando para frente, onde Espo começava a guardar os cavalos.

Me assusto com a pergunta. Ela sabia exatamente o que estava acontecendo com ela. Mais uma vez eu não sei o que responder. Essa era uma conversa que ela deveria ter com Castle, e não comigo. Olho para a porta rezando para que Castle apareça, mas ele não aparece. Alexis se vira para mim, me olhando com seus olhos azuis claros penetrantes.

Me sinto meio encurralada diante de seu olhar. Ela estava esperando a resposta e eu não sabia o que fazer. Respiro fundo e me abaixo em sua frente, ficando de sua altura. Ela segue meus movimentos com o olhar. Sorrio. Apesar de ser madura para sua idade ela é apenas uma criança com medo e dúvidas do que vem pela frente.

— Você gostaria de morar aqui para sempre? – ela desvia seu olhar do meu um instante e olha para a paisagem novamente. Ela sorrir e depois volta a me olhar, abrindo um sorriso ainda maior. Castle tinha razão, ela tem mesmo o sorriso dele.

— Eu acho que sim. Aqui é o lugar mais lindo que eu já conheci. E meu pai parece ser muito legal.

Sorrio da forma que ela se refere à Castle. Ela estava tão ansiosa para conhecer o pai que se acostumou rápido a chama-lo de pai.

— Seu pai é muuuuito legal. – digo colocando seu cabelo molhado para trás.

— Você é a namorada dele? – ela pergunta naturalmente, mas mais uma vez eu não sei responder.

— Não, por quê?

— Eu vi vocês juntos. Se beijando.

— Nós somos apenas amigos. – digo.

— Amigos que se beijam? – ela cerra seus olhos para mim e eu me sinto intimidada. Só uma pessoa me deixa assim quando faz isso. Lanie.

— É... Eu... – como responder? – É complicado? – minha resposta sai como uma pergunta.

— Ah. – ela solta um sorriso triste. – mas você vai vir sempre aqui, né?

Seus olhos pidões estavam novamente ali. Ela parecia ter gostado de mim, queria me ver aqui. Isso é bom.

— Você viu aqueles cavalos lá dentro? – digo apontando para o celeiro. Ela olha na mesma direção e faz que sim com a cabeça.

— De longe.

— Sou eu quem cuida deles. Então eu estarei aqui sempre. Todos os dias. Eu venho cuidar deles e vou te ver também.

— E a Jolie e a Ana também. – ela conclui me olhando com o sorriso estampado.

— E o Castle. – completo. Ela confirma balançando a cabeça.

— Eu vou poder brincar com eles também?

— Sim, mas com cuidado. Eles são grandes e se assustam fácil. Mas se você gostar deles eu posso te levar em um lugar que só tem cavalos, e tem alguns menores que você pode andar a vontade.

— Mas eu não sei andar...

— Eu te ensino. – seus olhos brilham com minhas palavras. Era bom poder fazê-la feliz depois de tudo.

— Eu vou amar. – ela diz animada jogando seus braços para cima. Rio.

— Eu também vou amar. – Castle diz entrando na varando com três toalhas nas mãos.

Alexis o olha desconfiada.

— Mas você nem sabe o que é. – ela coloca as mãos na cintura e cerra os olhos para ele também.

— Não... mas se você diz que vai amar, e envolve você e a Kate, eu também vou amar. – ele dá os ombros e cobre a menina com uma tolha.

— Estamos combinando uma visita a hípica para ela andar a cavalo se ela gostar dos daqui.

— Eu vou amar Kate. Eu sempre quis ter um bicho em casa.

— Bom, aqui você tem cinco. – Castle me entrega uma toalha e se cobre com a outra.

— CINCO? – a menina diz espantada e Castle começa a falar sobre os cavalos enquanto se secava.

Não era estranho vê-lo falando dos cavalos com carinho. Ele conta uma curiosidade sobre cada um deles, e diz que depois ela pode escolher um, que nem as gêmeas. Alexis se animou no mesmo instante. Não era apenas Castle que estava muito feliz, a menina também estava.

— Eu estou louca para aprender a andar a cavalo, Kate. – ela diz animada.

— Bom, eu posso ensinar. Mas seu pai tem que deixar.

— Você vai deixar não vai? – ela implora com as mãos juntas e seus olhos encantadores. Era impossível dizer não.

— Claro que sim. – a menina grita e pula no pescoço do pai. – mas só porque a Kate é uma ótima professora. – ele me olha e pisca.

— Nós vamos amanhã? – ela pergunta. Eu rio dessa sua animação toda.

— Bom, eu vou marcar uma aula para você lá. Quando estiver tudo pronto a gente vai.

Alexis concorda e vem na minha direção, envolvendo seus braços em minha cintura num abraço apertado. Não tenho muito que fazer a não ser retribuir da mesma forma.

— Agora vamos tomar um banho? – Castle diz olhando para a menina.

Alexis concorda e entra saltitante pela casa. Castle se volta para mim quando a menina já está dentro da casa. Ele sobe suas mãos em meus braços por baixo da toalha molhada em meus ombros. Ele sorrir me olhando de um jeito diferente.

— Eu separei algumas roupas minhas para você usar. Naquele passeia que fizemos você ficou tão sexy que eu acho que vale a pena repetir. – eu rio.

— Está com segundas intenções, Senhor Castle?

— Várias. – ele diz colando mais nossos corpos e roçado seus lábios em meu rosto.

— Apesar de seus esforços eu vou ter que dispensar.

— Hm, então você prefere ficar sem roupa? Temos uma criança em casa, Kate. – ele me olha como se eu tivesse falado algo absurdo, mas com uma malicia no olhar.

— Não, Castle. – reviro os olhos. – eu tenho algumas roupas no carro.

— Você anda com roupas em seu carro? – ele afasta seu rosto de mim e me encara se isso fosse uma coisa estranha.

— Claro. Sou uma mulher prevenida. – sou os ombros e ele rir, colando nossos rostos novamente.

— Então nada de te ver em minha camisa sexy do Darth Vader? – ele sussurra. Sua respiração quente contra meus lábios.

— Hoje não. – provoco-o e morde meu lábio. Castle desde seu olhar para minha boca e crava seus dedos em minha cintura.

— Você não tem ideia do que causa em mim, não é?

— Não Senhor Castle... porque não me mostra? – ele sorrir maliciosamente.

— Não poderia... mas posso te dar uma prova.

Sem me deixar responder ele me puxa para um beijo intenso. Estávamos só nós dois e não tínhamos que nos esconder de ninguém. Me entrego completamente a ele, deixando que ele aprofundasse e me guiasse por sensações enquanto nossos lábios se envolviam uns nos outros.

O beijo fica cada vez mais profundo, mais molhado. Castle sabia como me conduzir. Suas mãos habilidosas acariciam minhas costas enquanto seus lábios me levavam a perdição. Ele me segura em seus braços para que eu não fuja. Mas eu não posso. Não quero. Minhas mãos sobem pelos seus braços, aproveitando cada centímetro de seus músculos rígidos. Um gemido escapa de mim quando o sinto morder forte o meu lábio. Abro levemente os olhos, apenas o bastante para ver seus dentes cravados ali e um sorriso malicioso em seus lábios.

Sorrio também.  Ele solta meu lábio, mas o captura novamente, acariciando-o com sua língua. Não sei qual a melhor sensação, o seu beijo ou sua língua me tocando. Sinto meus músculos fraquejarem. Eu estava entregue a esse homem com todas as minhas forças. Ele tem um poder sobre mim que eu não consigo explicar. Seu cheiro, seu toque, seu beijo. Tudo nele me faz duvidar se eu ainda tenho poder sobre o meu corpo e minha mente.

— Quero te pedir uma coisa. – ele sussurra. Sua voz rouca.

Nossos corpos ainda colados. O que ele me pedisse agora eu aceitaria sem ao menos contestar. Passo minhas mãos pelos seus ombros largos, é a parte que eu mais gosto de seu corpo, respiro fundo e o encaro. O par de olhos azuis me olhando intensamente, como se pudesse ver minha alma.

— Você tem certeza que quer pedir isso agora? – murmuro baixinho. – não sei se tenho capacidade mental para responder.

Castle rir. Seus olhos pequenos mostrando a sinceridade de seu riso. Ele sorrir com os olhos e eu acabo de me apaixonar mais.

— Não, agora não. Mais tarde. – ele diz, segurando meu corpo em seus braços com menos intensidade que antes. – A Meredith vem se despedir da Alexis, e enquanto elas ficam juntas nós podemos conversar. Tudo bem?

— Tudo bem. – sorrio.

Sinto um frio na barriga só em pensar do que se trata esse assunto. Não quero que seja nada que possa nos atrapalhar.

— É sério? – pergunto quando o vejo desfazer o sorriso e, embora ainda estivéssemos próximos, ele parecia distante.

— Não. – ele sorrir para me tranquilizar. – Vai pegar suas coisas, eu vou mostrar o quarto para Alexis e tomar um banho também. Você já é de casa, sinta-se à vontade para escolher qualquer quarto da casa.

Sorrio e ele me dá um último beijo antes de entrar em casa. Assim que ele se afasta de mim sinto falta de seu corpo. O vento frio faz minha pele se arrepiar. Queria os braços dele me aquecendo novamente. Queria sentir o seu calor. Suspiro. Pelo visto eu já estou dependente desse homem.

Arrumo a toalha sobre os meus ombros e vou até meu carro. Pego minha bolsa com uma muda de roupas e produtos de higiene que sempre carrego comigo. Assim que entro na casa Jenny me encara com um sorriso no rosto. Não um sorriso qualquer, mas um cheio de malicia.

— O quê?

— Nada. – ela tenta ficar séria.

— Fala logo. – reviro os olhos já sabendo o que ela estava pensando.

Jenny anda até onde estou. Ela parece animada. Mais animada que eu.

— Que beijo foi aquele? – ela fala baixinho e empolgada. – vocês estão mesmo juntos?

— Jenny! – a repreendo, mas ela rir.

Sinto vergonha só pro ela nos ter visto em um momento íntimo. Não só pelo beijo, mas pela entrega que acontece ali. Nossos sentimentos estavam expostos e eu nunca me dei bem com isso.

— Katherine Beckett apaixonada. – ela fala meio pensativa. – pensei que não viveria para ver isso acontecer.

Reviro os olhos e começo a andar até a escada.

— Você não pode fugir disso na nossa próxima noite de garotas. – ela fala quando dou as costas para ela.

— Cala a boca. – digo e atiro a toalha nela. Escuto sua risada e rio baixinho. Espero que Castle não tenha escutado nada disso.

Sigo até o andar de cima e olho para o corredor que já é conhecido meu. O quarto dele fica logo no final, ao lado mais duas portas, uma era a do quarto que eu tinha ficado da última vez. Sigo até lá. As coisas da Alexis estão aqui. Suas roupas molhadas jogadas no chão e seu urso de pelúcia em cima da casa. A bolsa que Meredith trouxe com alguns itens da menina estava jogada na cama. Saio e fecho a porta.

Olho para o lado de vejo a porta do outro quarto entreaberta. Apenas uma pequena fresta, mas não tinha luz lá dentro. Castle disse que poderia escolher, então prefiro esse que é o mais perto. Toco na maçaneta e empurro a porta. O quarto está totalmente escuro. As janelas fechadas e o clima abafado.

Penso em sair e procurar outro, mas antes de me retirar eu acendo a luz. Quando finalmente o lugar está iluminado eu me arrependo do que eu fiz. Fico parada na porta sem ação. As caixas estão espalhadas pelo local. Fotos e álbuns jogados na cama. Uma mala aberta e cheia de roupas. Me coração dispara só em pensar no que isso significa.

Fecho a porta atrás de mim e ando devagar pelo local. Tudo parece além da minha compreensão. Olho detalhadamente as fotos jogadas na cama. Fotos de um casamento feliz, de um casal feliz. A loira elegante e bonita ao lado de Castle, vestido em seu melhor smoking e o sorriso mais bonito que eu já vi em seu rosto. Ele a amava.

Olho pelo local e vejo uma garrafa de uísque quase seca e um copo sujo ao lado. Quantas vezes ele veio aqui, bebeu e chorou por sua esposa? Sinto meus olhos arderem, mas me controlo. Eu não vou chorar. Ao lado do copo tinha um papel endereçado para ele. Olho para ele um tempo, me segurando para não pegar e ler o que tinha ali. Olho para baixo e vejo a mala jogada no chão com algumas roupas dentro. Roupas femininas. Roupas dela.

Sinto meu coração se apertar. Uma lágrima cai pelo meu rosto e eu sei que não posso mais ficar aqui. Ele fez desse lugar algo especial para a mulher. Ele guarda suas coisas e se apega nelas para tentar aceitar a morte dela. Pego uma foto em cima da cama e a observo por um instante. Uma foto dela sozinha, mas que provavelmente foi ele quem tirou. Ela era a mulher da vida dele, e eu nunca vou chegar nem perto disso.

Me dói pensar que ele nunca vai superar sua morte. Me dói pensar que ele nunca vai me amar como o eu o amo. Me dói pensar que o que temos precisa acabar.

Enxugo meu rosto e largo a foto em cima da cama. Saio do quarto e fecho a porta atrás de mim. Sem ao menos parar para pensar no que estou fazendo eu desço as escadas. Eu não posso parar agora, eu preciso sair daqui. Mas sinto minhas pernas fraquejarem quando escuto sua voz.

— Kate. – paro imediatamente. Limpo meus olhos cheios de água e respiro fundo. Não me movo, mas escuto seus passos se aproximarem de mim. – aonde você vai? Pensei que ficaria e almoçaria com a gente.

Tento não olha-lo, mas vejo o sorriso em seu rosto.

— Lamento, mas eu tenho que ir... – finjo estar digitando algo no celular.

— Você não vai nem tomar banho?

— Eu preciso ir. – bloquei o aparelho e o olho por um segundo, dando um sorriso forçado. – surgiu um problema na clínica.

Dou um passo para frente, mas ele segura meu braço.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Está tudo bem. – ele me olha de um jeito diferente que quase me faz desmoronar. – eu tenho que ir.

Sinto o nó em minha garganta quando essas palavras saem de mim.

— A gente se ver amanhã então. – ele diz.

Olho para sua descendo pelo meu braço. Tudo parecia em câmera lenta. Seus dedos tocavam minha pele até se entrelaçarem com os meus. Sorrio. Eu queria poder dizer que nos víamos amanhã, mas a verdade é que eu não sei. Não sei se sou capaz de vê-lo amanhã sem ter entendido o que aquilo tudo significava para mim.

— A gente se fala. – digo sem olha-lo e saio andando o mais rápido possível até meu carro.

Assim que entro no carro eu o vejo na porta pelo retrovisor. Ele estava parado me olhando. Eu podia ver a confusão em seu rosto. Sinto meu rosto ser molhado pelas lágrimas que caiam, mas eu precisava sair daqui. Ligo o carro e saio, deixando que o choro tomasse conta de mim a medida que eu ia me distanciando do local.

Os soluços saem de mim incontrolavelmente. A chuva fina começa a cair pelo vidro do meu carro e, pela primeira vez, eu não ligo, não sinto medo. Tudo o que eu via em minha frente era aquele quarto. Eu queria voltar no tempo. Eu queria ter ido embora quando ele mandou. Eu queria não ter me apaixonado por ele.

Eu queria que ele superasse a morte da mulher. Eu queria que ele me amasse.

***

Meu celular toca pela milésima vez. Ergo minha cabeça do travesseiro e ela parece pesar uma tonelada. Deito novamente e taqueio sobre a mesinha ao lado da cama pelo meu aparelho. Sinto-o vibrar novamente e o pego. Abro meus olhos lentamente sobre a luz forte do aparelho, mas tudo parece meio embaçado. Toda a casa estava escura, e já não tinha mais o barulho da chuva caindo.

Meu celular para de tocar novamente e eu me forço a abrir os olhos de novo. Cinco chamadas perdidas e três mensagens dele. Fico olhando para o nome dele na minha tela até ela se apagar. Já estava de noite, e eu dormi mais do que gostaria. Minha cabeça parecia que ia explodir. Jogo o celular de lado e fecho os olhos. Hoje eu não sou capaz de fazer mais nada, a não ser dormir.

Estou quase pegando no sono novamente quando sinto o celular tocar. Seguro-o nas mãos e vejo a foto dele na tela. Penso em deixar cair na caixa postal, mas já era a sexta ligação dele e eu começo a ficar preocupada.

— Alô. – falo séria.

— Kate, você viu minhas mensagens? – ele fala rápido. Tinha um certo desespero em sua voz.

— Não, acabei de pegar o celular. O que aconteceu? – de repente me sinto alerta. Minha cabeça ainda dói, mas eu não sinto mais a necessidade de voltar a dormir.

— Você pode me fazer um favor?

— Claro.

— Vai até minha casa e fica com a Alexis... Eu a deixei com a Jenny mas ela ficou chorando e perguntou por você. Ela gostou de você e... eu não vou demorar.

— Tudo bem, mas onde você está?

— Estou indo atrás da Meredith. Ela foi embora e não se despediu da menina, eu não posso deixar. – ele fala com uma raiva notável.

— Castle, onde você está? – me sento na cama nervosa pelo o que ele pode fazer. – eu vou com você. Vai ser melhor, você está nervoso e...

— Não precisa. – ele me corta. – fica com minha filha, por favor. Eu não vou fazer nada.

— Ok. – digo em um suspiro.

Me levanto e me arrumo o mais rápido que posso. Assim que chego no rancho vou direto para a casa da Jenny. A porta estava aberta. Eu podia ver Alexis sentada no sofá assistindo. Paro e a observo um segundo. Ela parece triste.

Jenny me ver e sorrir. Entro na casa e me aproximo da menina, que estava concentrada mexendo em seu macaquinha de pelúcia.

— Kate. – ela diz assim que nota minha presença.

Alexis levante do sofá e corre até mim, me abraçando forte.

— Oi, meu bem. – digo fazendo carinha em seu cabelo.

— Você veio me buscar? – sua voz embargada e seus olhos cheios de lágrimas.

— Sim, mas não precisa chorar. – limpo uma lágrima que caia em seu rosto e ela faz que sim com a cabeça. – vai pegar suas coisas.

A menina concorda e sai, deixando apenas eu e Jenny na sala.

— Que bom que veio.

— Castle me ligou.

— Ela não quis jantar nada. E nem quis dormir com as meninas.

— É muita coisa para ela. – Jenny assente e eu vejo Alexis voltar. – eu preparar algo para ela comer e depois vamos dormir, certo? – digo olhando para a menina, que já estava ao meu lado segurando minha mão. – obrigada, Jenny.

Nos despedimos rápido e saímos. Alexis segura forte minha mão o tempo todo. Ela parecia assustada com alguma coisa, e eu não sabia como fazer para que ela se sentisse bem.

Assim que entramos em casa eu coloco as chaves da Jenny onde combinamos e sigo até a cozinha com a menina. Alexis deixa sua bolsa no canto e se senta em um dos bancos altos do balcão da cozinha. Sua carinha triste e seus dedos brincando com os pelos de seu boneco.

— Está com fome? – pergunto enquanto me curvo perto dela sobre o balcão. Ela faz um aceno positivo com a cabeça e eu sorrio. – então eu vou preparar um lanche para nós duas, ok?

Me levanto sob o olhar da menina. Abro o armário e a geladeira para ver o que tem de mais rápido para se fazer.

— Bom, as opções são: leite ou suco com biscoitos ou bolo. Qual você prefere?

— Só o leite. – ela diz triste.

Sirvo o seu lanche o balcão onde ela está e me sento ao seu lado com um copo de suco. Ela começa a beber o leite devagar, desviando seu olhar do meu o tempo todo.

— Você sabe para onde seu pai foi? – pergunto devagar, para tentar entender o que ela sabe dessa história.

— Ele foi atrás da minha mãe, mas ela já foi embora.

— Claro que não, Alexis. Ela não iria embora sem se despedir de você.

— Ela nunca se despede. – a menina bebe mais um gole. – eu já me acostumei. – ela dá os ombros.

— Está sentindo falta dela? – ela nega com a cabeça. – e porque você está triste?

— Porque eu queria meu avô. – seus olhos enchem de lagrimas novamente. – ele sempre ficava comigo quando minha mãe ir embora.

Sinto um aperto no coração ao ver ela tentar esconder o choro. Seus cabelos ruivos caem para frente e a escuto soluçar. Coloco seu cabelo atrás da orelha e enxugo suas lágrimas. A menina me olha com seu olhar triste, mas força um sorriso.

— Agora você tem o seu pai. Ele vai ficar com você. Eu sei que não é a mesma coisa, mas você vai ficar bem com ele também.

— Mas... – ela cora quando começa a falar. – quando ele não puder ficar comigo, será que eu posso ficar com você? – eu sorrio.

— Claro que sim. Sempre que você quiser é só me ligar e eu virei correndo, como hoje.

A menina abre um sorriso e termina de beber seu leite. Eu limpo a cozinha e subo com ela para seu quarto. Ela abre sua mochila e tira um pijama da mulher maravilha de dentro e o veste.

— Meu avô me deu de presente. É para quando eu estou com medo. – ela me olha e sorrir. – ele disse que eu sou muito corajosa, mas essa é minha roupa especial. – ela sobre em cima da cama e se enfia debaixo das cobertas.

— Seu avô tinha razão. Você é a Alexis Maravilha. – ela olha e solta uma risada gostosa. – eu vou apagar a luz para você.

— Você pode deixar o abajur aceso? – ela pergunta baixinho.

— Claro. – ligo o abajur e desligo a luz, deixando o quarto parcialmente iluminado. – eu vou estar lá embaixo, ok?

— Não Kate. Fica aqui.

Eu a olho por um segundo e sorrio. Alexis é cheia de medos e inseguranças, boa parte por causa da mãe que nunca esteve presente.

— Tudo bem. – me junto a ela na cama.

Alexis começa a me contar coisas sobre ela, sobre sua escola. Entre um bocejo e outro ela conta de seus amigos e das peças que fazia na escola. Aos poucos sua voz foi se tornando preguiçosa e ela adormeceu. Faço um carinho em seu rosto cheio de sardas. Ela é linda como o pai.

O tempo passa e eu não consigo sair do seu lado. Fico apenas velando seu sono. Um sonos profundo e tranquilo. Provavelmente ela nem se lembra mais do que a deixou chateada mais cedo. Alexis passa seu bracinho por cima do meu corpo quando eu me mexo na tentativa de me levantar, e resmunga algo incompreensível. Eu desisto de sair. Me acomodo junto a ela e deixo o tempo passar.


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Notas finais do capítulo

KATE VIU O QUARTO!!!!!
Kate e Alexis ♥

Até o próximo ;**



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