I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 30
Capítulo 30 - Papai.


Notas iniciais do capítulo

SIIIIIM, ESTAMOS NO CAP TRINTA *----*

Nem acredito. Ainda tem tanto pela frente. Esse é apenas o começo.
Quero agradecer a cada um de vocês que leem e comentam. Vocês fazem meus dias mais felizes, pode acreditar ♥

Esse cap, mais do que nunca, é dedicado a todos vocês ♥

Boa leitura



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— Castle, senta aqui. – ela diz impaciente. Eu a olho. Primeira vez, depois de muito tempo, que tiro minha atenção da porta de entrada. – Ficar andando de um lado para o outro não vai ajudar. 

Com passos lentos, mas decididos, ela anda até mim. Kate para em minha frente e sorrir carinhosamente.

— Eu sei que você está nervoso, mas você precisa se acalmar.

— Não dá. E se ela não vier? – Kate me olha e revira os olhos. Eu já perguntei a mesma coisa três vezes na ultima meia hora. – Elas estão dez minutos atrasadas, Kate. Eu posso ter razão.

— Ok, mas elas vão chegar a qualquer momento.

— Será que a Alexis não quer me conhecer? Será por isso que elas não chegaram ainda? – falo rápido demais.

Kate rir e prende meu rosto em suas mãos.

— Elas estão dez minutos atrasadas. Não é como se fosse dez horas. Respira fundo e tenta se acalmar. – eu faço o que ela diz e sorrio.

— Obrigada. – murmuro.

— De nada. Agora vamos sentar...

Eu assinto e deixo que ela me conduza até o sofá. Eu não me sinto tão nervoso assim desde o lançamento do meu primeiro livro. Mas hoje não se compara àquele dia. Hoje eu iria conhecer minha filha. Hoje eu iria, de fato, me tornar pai.

Kate senta ao meu lado e segura minha mão firme. Eu a olho e ela sorrir. Agradeço mentalmente por ela estar aqui. É por causa dela que eu ainda estou aqui, porque se dependesse de mim, eu já teria ido atrás das duas.

— Será que ela vai gostar de mim?

— É claro que vai... Você é ótimo com crianças. Lembra-se do que a Ana te falou outro dia?

— Ela disse que me amava... – digo e sorrio ao recordar. Naquele dia eu desejei ter um filho.

— Você ainda tem duvida de que sua filha não te amará também?

— Eu quero que tudo seja perfeito, Kate.

— E vai ser. – ela murmura. Olho em seus olhos e vejo o quanto eles são sinceros.

A campainha toca e me despertando do mundo verde a minha frente.

— Chegaram... – me sinto meio paralisado. Não consigo me mover.

— Castle está tudo bem?

— Sim... Eu só... – a olho. Kate em pé a minha frente. – eu não sei se eu posso mais...

— Você pode. – ela diz firme e estende sua mão para mim. – eu estou aqui.

Seguro em sua mão e levanto do sofá.

Respiro fundo antes de dar o primeiro passo até a porta. “Um passo de cada vez...” a escuto dizer baixinho do meu lado. Assinto. Um passo de cada vez. Eu olho para ela e a vejo sorrir. Mas uma vez eu encontro forças ali, em seu sorriso, para seguir em frente.

Vou até a porta e a vejo pelo vidro. Ela olha para mãe quando me ver, tenta segurar sua mão mas Meredith foge desse contato. Abro a porta e a menina abraça seu urso de pelúcia forte. Seus olhos azuis se prendem nos meus. Uma mistura de tristeza e medo. Sorrio, mas não parece acalmar a menina.

Seu cabelo ruivo e liso abaixo do ombro estava preso a uma tiara rosa. Os anéis e as pulseiras mostravam que, mesmo com oito anos, ela era uma menina vaidosa. E linda. Alexis é linda. Sinto vontade de abraça-la. De pedir desculpas por uma coisa que eu não tive realmente culpa. Mas eu queria me desculpar por não estar com ela quando ela precisou. Porque sim, ela precisou de um pai que a amasse.

— Desculpa pelo atraso, Rick. – Meredith quebra o silencio.

Tiro os olhos da pequena ruivinha e a olho, ainda com um sorriso bobo no rosto.

— O importante é que chegaram... – volto a olhar a menina. – Oi, tudo bem?

Minha voz sai falha. O nó na garganta começando a apertar.

— Tudo. – ela responde docemente e sorrir.

Ela tem o meu sorriso.

— Eu sou o Rick... – começo.

— E eu sou a Alexis. – ela abre mais o sorriso.

— Se lembra de mim?

Pergunto mesmo sabendo sua resposta. Naquele dia na praça ela nem notou minha presença. Lentamente ela faz que não com a cabeça.

— Eu sou amigo da sua mãe. Sou o dono daquele cachorrinho que você brincou na praça outro dia.

— Ah, eu me lembro dele. Ele está aqui? – ela fala tímida.

— Está. E está logo ali na sala, quer entrar para vê-lo?

Ela faz que sim com a cabeça e eu a deixo entrar.

Meredith passa por mim e sorrir, mas eu não sorrio de volta. Ainda estou chateado com ela, e a raiva da nossa discussão de ontem não passou.

Assim que entramos ela vai até Cosmo, dormindo no pé do sofá. Ela se abaixa e faz carinho nele, mas o cão nem se mexe. Me aproximo da Kate e paro ao seu lado. Alexis nos olha de baixo para cima.

— Você é a doutora. – ela afirma.

— Kate. – sorrir. – apenas Kate.

Alexis sorrir e assente.

— O seu cachorrinho está doente? – ela volta seu olhar para mim.

— Não... Kate está porque é minha amiga.

— Ah. – ela diz e volta a mexer os pelos no animal.

Ela ainda está tímida. Seu urso de pelúcia ainda preso em um braço, enquanto o outro brinca com os pelos dourados de Cosmo.

— Alexis meu bem, vem aqui. – Meredith a chama, sentando no sofá. Alexis se aproxima ela e senta ao seu lado. – você sabe por que estamos aqui?

A menina faz que não com a cabeça.

— Mas você sabe por que viemos até a cidade. – Meredith afirma, e a pequena assente.

— Eu vim para conhecer meu pai.

— Exatamente. E é por isso que estamos aqui.

A menina imediatamente me olha. Sinto um frio na barriga e meu coração se aperta com seu olhar. O nó se aperta em minha garganta. Sinto a mão de Kate tocar a minha, segurando-a firme. Tomo coragem e me aproximo da menina, sentando na ponta da mesa de centro.

— Eu sou o seu pai, Alexis. – murmuro.

Meus olhos ardem. Nesse momento não ligo que me vejam chorar. Não é fraqueza, é alegria. Não existe mais duvidas para mim. Alexis é minha filha e eu não preciso de exames que comprovem isso. Eu sinto só em olha-la. Meu coração já se tornou pai.

— Você é o meu pai? – eu assinto.

— Eu sou... e eu estou tão feliz em te conhecer. – minha voz embargada.

— Você é o meu papai. – ela afirma. – o papai que eu pedi ontem quando apaguei as velas.

— Ontem? – pergunto confuso.

— É. Ontem foi meu aniversário. A minha mãe comprou um bolo e nós cantamos parabéns. E quando eu fui apagar as velas eu pedi o meu papai. Eu sempre peço, e você veio. – ela termina de dizer com lágrimas em seus olhos e se joga em meus braços, me abraçando forte.

Fico alguns segundos tentando absorver aquela informação. Ontem foi o seu aniversário. Fecho meus braços em seu corpo minúsculo e sinto-a comigo. Permito que algumas lágrimas caiam em meu rosto. Era bom senti-la. Sinto seu cheiro. Seu abraço. Seu carinho.

— Eu acho que estou oito anos atrasado, Alexis... – digo quando ela me solta, mas não a deixo sair de perto de mim.

— Porque você não veio antes? – sua voz fina de choro.

— Me desculpa... eu não sabia sobre você, se eu soubesse nunca teria saído do seu lado.

— Minha mãe me contou. Você tinha que cuidar da sua carreira e ela não quis contar.

Olho para Meredith. Ela contou apenas sua versão da história para a menina.

— Isso não importa agora. – sorrio e acaricio seus cabelos. – o importante é que você está aqui e nós vamos ficar juntos.

— Vamos?

—Vamos. – confirmo. – você vai passar o dia comigo hoje.

A menina sorrir e olha para a mãe.

— Eu vou?

— Vai. – Meredith sorrir. – e aposto que você vai gostar.

— E você vai ficar também mamãe?

— Não.

— E você já vai embora agora? – eu senti a dor em suas palavras.

Meredith podia não se importar, podia até não perceber, mas Alexis está magoada por a mãe não escolhê-la.

— Não. Mas nós já conversamos sobre isso.

— Eu sei... – a menina fala triste.

Alexis se vira para mim e olha. A tristeza em seus olhos. A dor em suas lágrimas.

— Você vai embora de novo? Vai cuidar da sua carreira que nem a mamãe?

— Não. – falo rápido. – eu não vou a canto nenhum, e nem sua mãe.

— Sim, ela vai. Ela está indo fazer um filme bem longe.

— Mas ela vai voltar. Ela sempre volta.

— Sim, no meu aniversário e no natal. – essa afirmação doeu ainda mais meu coração.

Minha filha passou oito anos abandonada pela mãe que só a via duas vezes no ano.

— Alexis você sabe que agora que o vovô se foi, você vai ter que passar um tempo com seu pai.

— Mas eu vou sentir sua falta. – a menina fala e deixa o choro sair. Ela se vira e corre para os braços da mãe.

Meredith a acolhe com carinho e a pões em seu colo. Fico aliviado de que pelo menos ela sente alguma coisa pela filha. Nem que seja lá no fundo.

Olho para Kate, que nos observava atentamente. Me levanto do meu lugar e vou até ela, deixando que Meredith conversasse com a filha a sós.

— Você foi muito bem. – Kate diz baixinho.

— Diz isso para o meu coração. – ela toca meu braço. – Kate como eu vou cuidar de uma criança e ainda tentar suprir a falta que a mãe faz a ela?

— Bom, por mais falta que ela sinta, ela já está acostumada a viver sem a mãe.

— Mas ela acabou de perder o avô. A única pessoa que cuidava dela de verdade.

— Então é só você dar o que o avô dela lhe dava. – eu a olho confuso. – carinho. Amor. Atenção. Não é disso que ela precisa?

— Sim... – concordo. – Eu só preciso conversar com a Meredith.

Viro-me para as duas no sofá. Alexis encolhida nos braços da mãe enquanto ela lhe explicava alguma coisa baixinho. É difícil imaginar uma mãe que não queria ser mãe. Meredith não pediu por isso, eu sei, e certamente se arrepende de ter tamanha responsabilidade. Mas esse é o tipo de coisa que a gente só ver o quanto perdeu quando realmente perde. Eu perdi oito anos e daria tudo para voltar atrás. Meredith teve oito anos e não aproveitou nada. E vai continuar assim.

— Alexis... – me aproximo. Ela me olha. Seu rosto molhada de lágrimas. – porque você não vai brincar com o Cosmo e a Kate lá fora? Só enquanto eu converso com sua mãe.

— Você vai embora agora?

— Não sem antes falar com você. – Meredith sorrir e ganha um beijo da filha.

Alexis ama a mãe. E daria qualquer coisa para que ela fosse uma mãe normal. A menina se levanta e segura à mão que Kate lhe oferecia. Com apenas um assobiada de Kate, Cosmo desperta e a segue até o lado de fora.

Hoje eu dispensei os empregados nas primeiras horas da manhã. Queria ter essa conversa a sós. Me aproximo e sento ao lado da Meredith. Analiso-a por um minuto. Aquela mulher que estava aqui cuidando da filha a dois minutos atrás não é a mulher que veio aqui me dizer que deixaria a filha comigo.

Meredith gostava da filha, dava para perceber. Ela se preocupava com ela. Meredith apenas não queria exercer o papel de mãe, e nesse caso, eu vou exercer por ela. Eu serei o pai e a mãe que minha filha precisa.

— Você viu o quanto ela ficou mexida? – começo. – o quanto ficou triste por você ir embora?

— Ela vai ficar bem Rick. Você será ótimo para ela.

— Eu sei. Eu vou fazer o meu melhor. Mas isso não muda o fato de que ela não terá a sua mãe quando precisar.

— Ela nunca teve. – sua voz sai baixa.

— Meredith pense melhor. Ela é uma criança, e precisa da mãe.

— Não tem mais o que discutir Rick. Eu vou embora essa noite.

Eu a encaro. Não acredito no que ela acabou de falar.

— Você vai embora? – ela assente. – então você vai apenas largar a Alexis aqui e pronto. Não quer saber se ela gostou de ficar? Se ela vai se adaptar aqui? Se ela gostou de mim?

— Começo a filmar em uma semana. Não posso mais esperar.

— Meredith você não sente o mínimo de culpa por deixar sua filha para cuidar da carreira? Você está perdendo algo precioso. Algo que não volta mais. Ela vai crescer e não vai ter a mãe como exemplo.

— Rick não comece...

— Se você não queria porque deixou isso acontecer?

— Você é tão culpado quanto eu! – ela grita.

— Tem razão. Mas diferente de você, eu teria ficado e cuidado dela. Eu mudaria minha vida para ficar com ela. Eu não a deixaria.

— Se eu tivesse contado sobre ela naquela época, pode ter certeza que você não seria o escritor famoso que é hoje. Você não teria tempo de cuidar de uma carreira enquanto se tem uma filha. Então de nada, Rick! – ela me olha com mágoa nos olhos. De que eu não sei. Talvez por não entende-la. Mas eu nunca a entenderia.

— Você é maluca mesmo! – rio irônico. - Eu não me importaria com nada disso. Eu trocaria minha fama por minha filha sem pensar duas vezes.

Minha voz sai mais alto do que gostaria. Respiro fundo tentando me controlar. Não queria brigar.

— Meredith eu quero que saiba que eu vou entrar com um pedido de guarda legal. Alexis vai ter o meu nome e vai ficar comigo para sempre.

Ela levanta e pega sua bolsa.

— É o melhor para ela, Rick. Eu nunca vou poder dar a atenção que meu pai lhe deu. Você pode dar. Eu só te peço para que me deixe ver minha filha como sempre fiz.

— Eu nunca lhe impediria isso.

— Eu sei... – ela me olha com seus olhos aguados de lágrimas. – eu volto para me despedir dela mais tarde.

Meredith sai e eu fico no sofá. No fundo ela não é uma má pessoa, e nem uma mãe ruim. Mas ela sabe que não pode dar mais do que está oferecendo agora para a filha. E é justamente porque a ama que ela está disposta a deixar a menina comigo. Eu quero acreditar nisso. Eu preciso acreditar que a Meredith não é uma pessoa ruim.

***

De longe vejo Kate e Alexis brincando com Jolie e Ana. As meninas riem enquanto correm juntamente com Cosmo. Kate apenas as observa. As meninas riem e brincam como se fosse amigas há muito tempo. O sorriso lindo da minha filha não entrega que ela estava chorando há poucos minutos.

Me aproximo e paro ao lado de Kate. Ela me olha rapidamente e sorrir, voltando sua atenção para as meninas.

— E ai, como foi? – eu a olho e vejo que ela está um pouco suada. Sorrio ao pensar que ela estava correndo com as meninas. Hoje não tem sol, e não está fazendo calor.

— Foi difícil, mas já está tudo resolvido.

Ela acena sem me olhar.

— Essa é a hora de você me dar uma bronca?

— Porque eu faria? – ela me olha.

— Porque eu não fiz o que combinamos. Eu não esperei... eu simplesmente disse que era o pai dela.

Kate sorrir.

— Castle eu nunca te falei que era aquilo que você deveria fazer. Eu apenas disse que era o certo. – ela olha para frente novamente. – você tem seus motivos para ter feito o que fez.

— E tenho. – concordo. Seguro seu braço de leve e a faço olhar para mim. – Eu me sinto pai dela desde o momento que a vi naquela porta. E eu não posso fugir disso.

— E não está. Você está enfrentando isso.

— E você vai estar comigo?

— Sempre. – ela diz exibindo seu mais lindo sorriso.

— Então você não está brava comigo?

— Claro que não. – ela revira os olhos. – eu estou feliz por você. Só isso.

— Obrigada. – murmuro.

— De nada... – ela se aproxima de mim, quase colando nossos corpos. Mas uma vozinha a impede de seguir a diante.

— Tio Castle. – Ana e Jolie correm gritando meu nome. – você sabe que dia é hoje?

— Não. Que dia é hoje?

— É DIA DE BANHAR O CACHORRO. – elas gritam animadas. Alexis está ao lado delas e rir do jeito das meninas, que são apenas alguns anos mais novas que ela.

— Papai eu conheci a Ana e a Jo agora. – Alexis fala ao se aproximar de mim.

Fico um instante sem reação ao ouvi-la me chamar de “papai” tão naturalmente. Eu não esperava que fosse ser tão fácil e emocionante. E agora que ela começou não a imagino me chamando de outra forma.

— Estou vendo... – acaricio seus cabelos. – você gostou daqui? – ela olha em volta.

— Sim. É muito lindo.

— Tio Castle, vamos logo antes que comece a chover. – olho na direção de Ana, que protestava ao lado da irmã.

— Mas se chover ele não vai precisar tomar banho.

— É mais ai ele vai estar coberto de lama.

— E vai ficar gripado. – Jolie completa.

— É um bom argumento. – estou Kate rir.

— Porque não fazemos isso depois do almoço? Já está quase na hora. – Kate fala com sua lógica imbatível.

— Ou amanhã. – sugiro, já imaginando o trabalho que vai ser cuidar do Cosmo e mais três crianças.

— Não tio Castle, tem que ser hoje. A Alexis não vai estar aqui amanhã. – Ana argumenta.

Olho para Alexis, que observava o jeito divertido das meninas de apenas cinco anos argumentarem sobre tudo. Sorrio venho minha filha segurar seu pequeno macaquinho de pelúcia ainda nos braços. Ela correu com ele. Ela não o largou.

— Alexis vai estar sempre aqui. – disse olhando-a nos olhos.

— Eu vou morar aqui. – a menina diz sorridente ao olhar para as amigas.

Alexis é tão pequena, mas ao mesmo tempo tão madura. Ela entende coisas que crianças da idade dela não entenderiam. Ela já deve ter passado por outros momentos como esse, com a mãe abandonado ela para se dedicar à carreira. O problema é que agora ela está nas mãos de um estranho. O pai estranho que nunca teve nenhum contato com ela e que não sabe nada sobre ela.

Eu não sei sua comida favorita. Não sei seu filme preferido. Não sei se ela tem alergias, se toma algum remédio. Eu não sei se ela tem medo do escuro, se ela dorme sozinha ou precisa de alguém colocando ela na cama e dando boa noite. Eu não sei nada sobre minha filha! Mas eu aprenderei. Do modo mais difícil, mas aprenderei.

— Mesmo? – Jolie pergunta surpresa e animada.

— Mesmo. – confirmo.

— Mas eu acho que ainda deveríamos dar banho no Cosmo. Ele está defendo. – Ana protesta fazendo seu teatro ao colocar a mão no nariz.

Eu rio. Olho para Kate para buscar algum tipo de ajuda ou apoio para que esse banho não aconteça hoje, mas ela apenas rir e dá os ombros.

— Tudo bem. Vocês podem dar banho no Cosmo, mas com cuidado.

— EBAAAAA. – as três vibram animadas.

— A mãe delas vai me matar. – digo fazendo minha cara dramática para Kate quando as meninas começaram a correr em direção ao fundo do celeiro, onde geralmente banham os cavalos.

Kate sorrir e toca meu rosto.

— Você não pode com três garotas insistentes.

— Eu não posso nem com uma. – ela rir e nós vamos atrás das meninas.
Cosmo corria ao lado da Alexis, acompanhando seus passos. As três discutiam quem faria o que primeiro no banho.

— Coitado. Não sabe o que vai sofrer nas mãos dessas três.

— Quem? O Cosmo?

— Sim.

— Aposto que ele é o que mais vai se divertir.

Assim que chegamos eu prendo Cosmo em sua coleira. Ele choraminga me lançando seu olhar desesperado. Sim, ele já sabe o que tem por vir. Me afasto e elas começam o trabalho. Em questão de segundos ele está coberto de sabão. As meninas massageiam seu pelo e o cão parece gostar desse carinho.

Olho para Kate ao meu lado. Passo meu braço por cima de seu ombro e a puxo para mais perto de mim. Seu braço envolve minha cintura e ela me olha sorrindo. Não somos muito de demonstrar carinho em publico, mas em não estava dando a mínima para isso agora. Eu não gosto que escondam nada de mim e não vou esconder isso que temo de mais ninguém. Nós estamos juntos e nos gostamos. É natural eu querer demonstrar o que sinto em publico.

— Ai. – escuto o grito de Ana. Nós dois viramos para as meninas e Alexis começa a rir, com a mangueira em suas mãos e a menina toda molhada.

— Alexis, não faz isso. – eu tento.

Mas ela me olha e começa a rir mais ainda apontando a manguei jorrando água para mim e para Kate. Imediatamente tento me proteger trazendo o corpo de Kate para minha frente. Ela me lança um olhar mortal e eu a olho. Seu corpo inteiramente molhado. Não posso deixar e sorrir ao ver sua blusa marcar seu sutiã.

— Quanto cavalheirismo, Castle.

— Kate, desculpa. Foi impulso. – eu me controlo para não rir de seu estado.

— Não tem desculpas. – ela vira para trás. – meninas, agora é guerra. Vamos atacar o Castle.

As meninas gritam e correm em minha direção. Alexis com a mangueira na mão e as outras duas com as mãos sujas de sabão. Eu tento fugir, mas Kate as ajuda e me segura. Elas me molham e me sujam inteiro. Em questão de segundos estou no chão com elas em cima de mim. Escuto os latidos de protesto de Cosmo querendo se soltar.

Elas começam a fazer cocegas em mim e Kate as estimula, rindo e dizendo para continuarem. Eu imploro que elas parem, e depois de muita insistência elas para. Me sento no chão e vejo Kate rindo da minha derrota.

— Meninas, e a Kate? – mexo minhas sobrancelhas.

— Ela já está molhada. – Ana diz.

— Eu estou mais molhado que ela. – Jolie me olha e em seguida analisa Kate.

— Mas ela é menina. – Jolie argumenta. - Nós meninas temos que nos juntar contra os meninos.

— Então é isso? – todas se olham e balançam a cabeça positivamente.

— Nós temos que ser forte. – Ana diz.

— Ok, agora eu vou mostrar que mesmo sozinho eu sou mais forte.

Me levanto segurando Alexis e Ana nos meus braços. Eu as ponto por cima do ombro e as giro enquanto elas gritam e riem.

— Você está rindo delas? – Olho para Jolie e ela tapa a boca, mas ainda rir.

— Vem cá. – me abaixo em sua frente e dou um jeito de segura-la também. – e agora, quem é o mais forte?

— É você papai. – a risada da Alexis enche meu coração. Eu nunca me cansaria de ouvir ela me chamar assim.

Eu as coloco no chão com a ajuda de Kate.

— Não vale tio Castle. Você é maior e mais forte que a gente.

— Ah, então os meninos são mais fortes que as meninas.

— Não. Mas você nos pegou num momento de fraqueza. – Ana diz e eu escuto a risada de Kate.

— Agora chega. Vamos terminar de limpar o Cosmo para vocês irem tomar banho. – Kate diz. – vocês estão imundas.

As meninas concordam e voltam até Cosmo, que estava contrariado por não fazer parte da nossa brincadeira.

— Você está mesmo feliz, não é? – ela diz tirando um pouco de espuma em meu rosto.

— Muito. Eu quero ser o pai que nunca fui para ela.

— Ainda dá tempo. – ela sorrir. – você vai ser maravilhoso.

— Não, maravilhoso vai ser quando tivermos um menino para se juntar a mim nessa luta. Meninas vs meninos, sério? – eu estreito os olhos e ela rir.

— Castle, às vezes eu acho que você é tão criança quanto elas.

— Eu gosto de ser criança. – dou os ombros e a beijo rapidamente, melando seu rosto com espuma.

Kate faz uma careta contorcendo seus lábios em um bico desajeitadamente lindo. Eu tinha sorte. Tenho uma mulher que gosta de mim, que está comigo em um dos momentos mais importante da minha vida. Tenho uma filha linda e duas afilhadas de coração que eu aprendi a gostar. Essa pequena cidade do interior me trouxe mais felicidade do que imaginei.

Dou um ultimo beijo longo em Kate antes de seguirmos até as meninas e ajuda-las a terminar o trabalho.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo... ♥



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