I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 26
Capítulo 26 - Entender nós dois.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, demorei mas voltei.
Não queria ter demorado tanto, mas essa semana foi corrida.

Bom, aqui está mais um cap. Quando eu digo que a história só está começando, acreditem, ela REALMENTE só está começando. Vem muito coisa por ai, e tudo começa nesse cap.

APROVEITEM ♥



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— Sim? – digo atendendo o telefone da minha sala.

— Doutora, o Senhor Castle está aqui. – Maggie, minha secretaria, avisa do outro lado da linha.

Imediatamente eu sorrio.

— Pode mandar entrar. – sem esperar resposta eu desligo o telefone. Olho para toda a papelada em minha frente e suspiro. Fui salva da parte chata do meu trabalho.

Arrumo os papeis e me levanto, desamassando minha roupa. Sinto um frio na barriga. Desde ontem a noite, quando eu tive que resistir a todo aquela tentação de estar praticamente entregue a ele no celeiro, nós não nos falamos.

Foi difícil ir embora ontem. Assim que entrei no carro da Lanie me senti arrependida. Eu queria voltar, continuar de onde paramos. O beijo. O toque. O cheiro. Tudo ainda parecia vivo em mim. A pressão de seu corpo contra o meu. Seus beijos molhados contra minha pele. Suas mãos invadindo minha roupa. Sua excitação evidente. Estava tudo muito quente ali.

Num minuto de raciocínio lógico eu atendi meu celular e pude sair daquele celeiro. Mais um segundo e eu mandaria tudo para o ar e me deixaria levar pelos meus desejos. Ficar assim com Castle era tudo o que eu mais queria, mas eu ainda não entendo um monte de coisa. E não quero apressar nada. Foi por isso que eu praticamente fugi ontem.

Mas ao chegar em casa e relembrar todos os momentos. Seu beijo inesperado no meio da escuridão. Sua fuga até o celeiro apenas para ficarmos a sós. Seu jeito possessivo durante a noite inteira. Seu sorriso. O brilho de seus olhos. Todas aquelas atitudes repentinas me deixaram feliz e confusa ao mesmo tempo.

Ele chegou dessa viagem diferente. Não só nas atitudes, mas era nítido o brilho em seu olhar. Ele parecia mais leve, mais decidido. Não imaginei que ele chegaria assim. Na verdade eu já estava preparada para encontrar um Castle amargurado, mas parece que eu estava enganada.

Lembrar da nossa noite e de suas atitudes, imaginar que ele realmente estava mudado, que agora poderíamos ter uma chance, fez meus sentimentos se misture. Medo. Ansiedade. Paixão. Desejo. Excitação. Juntando tudo eu fico ainda mais confusa. E por isso eu quase não consegui dormir ontem, e quase não trabalhei hoje.

Sempre que eu fechava meus olhos eu podia sentir seus lábios devorando os meus. Seu cheiro não saiu de mim nem depois do banho, e eu ainda me sinto embriagada pelo seu cheiro. Ouço uma batida na porta e dou um pulo, já tinha me perdido em pensamentos. Novamente sinto o frio na barriga. Um nervosismo que nunca senti antes.

Castle é diferente, ele me fez ser diferente, me fez sentir coisas diferentes. Eu nunca tinha me apaixonado antes. Nenhum sentimento se compara com o que sinto agora. Esse sentimento louco e inexplicável. Eu tinha tudo para não me apaixonar, mas por trás daquele jeito durão e ranzinza dele tinha um cara sensível, e eu me perdi completamente.

Abro a porta com o meu melhor sorriso e sou atacada por um monte de pelos dourados. Eu rio. Cosmo pula alegremente pedindo atenção. Olho para Castle, que tinha um sorriso radiante. Ele estava mesmo diferente!

— Ei, o que nós combinamos sobre se comportar? – Castle diz rindo enquanto tenta tirar Cosmo de cima de mim.

— Deixa ele... Ele só está feliz em me ver não é Cosmo? – digo e ele late, como se concordasse comigo.

— Você está muito ocupada? Eu não quero te atrapalhar. – ele diz entrando na minha sala. Cosmo logo se apossa do sofá. – eu vim pegar essa ferinha e resolvi te visitar.

— E fez muito bem. – sorrio quando ele para em minha frente. – eu adorei...

O sorriso descontraído em seus lábios o deixava charmoso. A pele lisa de seu rosto o deixa diferente, ainda mais bonito que antes. Mordo meu lábio quando sinto seu cheiro. Na mesma hora eu sinto falta da sua proximidade, mesmo ele estando a poucos centímetros de mim.

Sua mão toca minha cintura. Fecho os olhos ao sentir a pressão de seu toque, quando os abro novamente Castle está ainda mais perto de mim. A diferença de altura não era tão grande agora que eu estava de salto alto, bem mais alto que o de ontem. Seus lábios perfeitamente desenhados me desperta o desejo de prova-los.

Roço meu nariz no seu, sentindo sua respiração conta minha pele. Sorrio. Meu coração dispara um pouco mais a cada segundo perto dele. Nossos corpos colados, separados apenas por esse amontoado de roupas que vestimos. Nossas respirações pesadas. Nossos olhos se procurando. Ele roça seu lábio em meu rosto. Eu queria beija-lo, mas também queria continuar observando cada pequeno detalhe dele. Ele era tão lindo e cada detalhe se tornava encantador aos meus olhos.

Subo minhas mãos por seus braços até seus cabelos lisos, eu sei o quanto ele gosta desse contato. Castle fecha os olhos e solta uma respiração pesada, mas sorrir. Quando ele volta a abrir seus olhos eu sou atingida por seu azul profundo. Ele parecia conseguir enxergar através de mim. Acaricio seu lábio inferior com meu polegar, sentindo o quão fino ele é. Castle segura firme minha nuca e prende meu rosto contra o dele, colando seus lábios nos meus.

Seu beijo molhado e doce. Seus lábios habilidosos me provocam apenas com um beijo. Sua língua invade minha boca tomando posse do que é dele. Castle beijava bem, eu tenho que admitir. Suas mãos firmes me pressionando contra ele era impossível resistir. Poderia ter durado mais se não fosse um latido insistente. Nos separamos e olhamos para o lado. Cosmo estava sentado no sofá nos olhando e latindo.

— O que foi? Está com ciúmes dela? – Castle pergunta sarcástico, mas Cosmo late como afirmação. Eu rio.

— Eu acho que ele quer a atenção total da médica dele... – tento me desvencilhar dos braços de Castle, mas ele me segura firme.

— Não, ele tem que aprender a dividir. – ela emburrado. – você tem que aprender a dividir, Cosmo. – ele diz encarando o cão, que deitado no sofá com seus olhos pretos arregalados e atentos na gente.

— Eu tive uma ideia. – desfaço nosso abraço e pego um brinquedo em cima da minha mesa. Jogo para Cosmo que, prontamente, pula e começa a brincar. – Pronto, eu acho que agora ele vai esquecer um pouco da gente. – sorrio animada.

Volto para os braços de Castle, que me acolhem rapidamente.

— Como ele pode ser tão ciumento?

— Ah, eu resgatei ele da rua... é normal ele sentir ciúmes, os cachorros são assim.

— Ok, você está supondo que ele estava com ciúmes de você. Mas e se ele estiver com ciúmes de mim? – o encaro. Ele estava mesmo falando aquilo?

— Você acha que ele estava com ciúmes de você?

— Ah, pode ser. Eu o adotei, vou leva-lo para um lugar incrível e ele quase me derrubou quando eu cheguei.

— Ele também quase me derrubou quando eu abri a porta.

— Nada comparado ao que foi comigo! – ele diz todo convencido.

— Castle, você quer mesmo falar sobre por quem Cosmo estava com ciúmes?

— Sim, ele estava ciúmes de mim. Por quê?

— Porque eu sei de uma coisa que a gente pode fazer... Bem melhor do que discutir sobre isso... – mordo meu lábio e ergo a sobrancelha sugestivamente.

— É mesmo? Então me mostra. – sorrio e me aproximo mais dele, colando nossas bocas. E dessa vez, Cosmo está tão concentrado em seu brinquedo que não tempo de sentir ciúmes de nenhum dos dois.

— É, isso é bem melhor... – ele diz entre o beijo. Sorrio e ele me puxo para um novo beijo.

Eu quis tanto estar assim com ele, despreocupada nos seus braços e sendo beijada, sentir seu toque, senti ele. Eu tenho medo de acordar e ver que tudo isso foi um sonho. Nada parece real. Eu não sei o que aconteceu nessa viagem, mas eu gostei. Esse Castle que estava comigo agora era o Castle que eu quero para sempre.

Nosso beijo é longo. O ar parece não ser essencial entre nós. Castle me aperta contra seu corpo sempre que acha que estamos longe demais, e eu sinto seus músculos se contraírem toda vem que ele faz isso. É bom estar em seus braços e sentir o quanto ele quer isso.

— Kate você poderia... opa, desculpa. – assim que escuto a voz da Lanie me afasto de Castle. Viro e vejo ela quase saindo.

—Lanie, está tudo bem. – sorrio para tranquiliza-la. Limpo o canto da minha boca e tento me recompor.

Castle não consegue esconder o sorriso sacana, e orgulhoso, ao meu lado, mas age como se nada tivesse acontecido. Me sinto corar. Lanie já me viu beijar outros homens, mas ainda sinto vergonha como se fosse a primeira vez.

— Não, pode continuar ai... – ela gesticula na nossa direção. – continua o que vocês estavam fazendo, eu cuido de tudo. – reviro os olhos.

— Fala logo, Lanie!

— Preciso de sua ajuda, mas acho que você está ocupada. – mais um vez ela tem um olhar malicioso.

— Não, pode falar. Eu posso ajudar.

— Ok. Mas não precisa ser agora. Você pode acabar o que estava fazendo. – ela ponta para nós de novo.

— Não seja boba. – eu rio. – eu já volto. – falo virando para Castle.

— Ok, tchau escritor. – Castle acena com uma mão quando ela sai.

— Desculpa por isso. – digo me referindo ao paciente e a Lanie. Ele apenas sorrir.

— Não tem porque se desculpar. Eu queria te convidar para almoçar, mas você está ocupada. – ele dá um sorriso fraco. – Podemos marcar algo depois?

— Um convite para almoçar cairia bem agora... estou faminta. – faço minha melhor cara de drama.

— Você tem certeza?

— Só me deixa ver esse caso com a Lanie, não vou demorar. Me espera aqui? – ele concorda e novamente eu sinto aquele frio na barriga.

Dou um beijo rápido nele e saio.

— Eu só vou ver esse caso com a Lanie, não vou demorar. Me espera aqui? – ele concorda e novamente sinto aquele frio na barriga. Eu tenho um encontro com ele!

Dou um beijo rápido nele e saio. Assim que fecho a porta atrás de mim eu suspiro. Aquilo estava mesmo acontecendo? Parece um sonho, e eu não quero acordar nunca.

Me recomponho e vou até a sala de exames.

— Bom dia. – sorrio ao entrar na sala. Termino de abotoar meu jaleco e coloco as luvas. – então o que temos aqui? – digo olhando para a menina que acariciava seu cão.

— É você quem vai cuidar dela? – a menina, de cabelos ruivos e brilhantes, me pergunta assustada.

— Alexis, essa é a Kate. A melhor veterinária daqui. Depois de mim é Claro. – Lanie brinca com a menina que dá um leve sorriso.

— Pode deixar que eu vou cuidar muito bem de sua cadelinha. – digo ao me aproximar da mesa de exames e acariciar os pelos negros do cão. – qual o nome dela?

— Ela não é minha. Nós batemos nela sem querer. Mas acho que ela está com dor. – olho mais uma vez para o cão com um olhar triste sobre a mesa.

— A Alexis insistiu em trazê-la para um veterinário... – a mulher no fundo da sala fala pela primeira vez, sem tira seus olhos do celular.

— Você fez muito bem, Alexis. – sorrio tranquilizando a menina.

Ela era alta e muito bem arrumada, nunca a vi por aqui. Ruiva, que nem a filha, mas não está nenhum pouco contente em estar aqui, então começo a examinar o cão para libera-las logo. Tinha os olhos claros e azuis. A menina era praticamente uma cópia sua.

— Eu acho que ela só machucou a patinha. – digo depois de um tempo. Alexis acompanhou todo o exame atentamente, com seus olhos azuis, quase transparente, curiosos.

— Ela não tem nenhuma doença? – a menina pergunta curiosa.

— Não, parece estar tudo normal.

— Tá vendo mãe. – a menina se volta para a mulher. – a gente podia ficar com ela. Eu até já pensei em um nome.

— Nem pensar. – a mulher larga o celular e se aproxima da mesa. – Já conversamos sobre isso.

A menina me olha com seus olhos aguados, se controlando para não chorar.

— Vocês não são daqui, certo? – pergunto enquanto começo a enfaixar a pata do cão.

— Não. Somos de Nova Iorque. – a menina responde rápido. – Eu vim ver o meu pai. – ela volta a sorrir. Um sorriso infantil e adorável.

— Que legal. – sorrio de volta para a menina. – aposto que você vai se divertir bastante aqui.

— Sim. – ela responde antes de ficar séria. – o que vai acontecer com ela? – ela me pergunta baixinho se referindo ao cão.

— Eu vou dar o endereço de um lugar aqui perto, do outro lado da rua. Eles cuidam de animais abandonados. Quem sabe alguém pode adota-la...

— Tá vendo? – a ruiva mais velha se manifesta de novo. – não precisamos nos preocupar, eles cuidarão dela.

Sorrio em confirmação quando a menina me olha novamente. Tiro minhas luvas e as jogo no lixo.

— Ela está bem. Eu enfaixei a pata, então ela vai melhorar logo.

— Ela pode correr?

— Bom... não sei se ela vai consegui... mas pode.

— Êhhh... eu posso brincar com ela antes de...

— Não. – a mãe dela corta sua fala. – não temos tempo.

— Aqui está o local... – entrego um papel com o endereço. – é logo no fim da rua, depois da praça.

— Obrigada. Quanto foi tudo? – a mulher começa a abrir a bolsa.

— Não foi nada... Só em ver a generosidade de sua filha em insistir para traze-la, já pagou meu trabalho. – sorrio para a menina, que retribui.

— Então... Obrigada de novo.

— Obrigada, Kate. – a menina se aproxima e me abraça.

— Se cuida...

Assim que saem da minha sala eu posso ver a menina correr atrás da cadela, que já parecia melhor. Arrumo tudo na sala e vou em direção a minha sala, mas não encontro ninguém lá.

 “Levei Cosmo para brincar na pracinha aqui ao lado. Me encontra lá? ” Leio o bilhete escrito a mão, e pela letra, foi escrito às pressas também. Sorrio só de pensar no trabalho que o Cosmo estava dando aqui. Tiro meu jaleco e pego minha bolsa, saindo o mais rápido que posso para encontra-los.


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Notas finais do capítulo

Como foram de Ano Novo?



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