Violetta - O Recomeço escrita por Clarinesinha


Capítulo 33
Capítulo 16 - Novos Aliados


Notas iniciais do capítulo

Refiz o Capítulo, quem leu terá que reler...



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Em Rosário, a preocupação no momento era saber como fazer Angie perceber que todos a queriam ajudar. Roberto sabia que seria difícil o primeiro impacto, por isso as únicas pessoas a estarem com ela no quarto seriam Paula e Martina. Com certeza Angie não se lembraria da prima uma vez que quando foi para Buenos Aires era bem pequena.

Ludmila, ficara com Roberto e Cristina no escritório, contando um pouco do que sabia de toda a história estranha do casal: a fuga de German com Violetta depois da morte de Maria, a morte de Miguel, a forma talvez pouco correcta que Angie arranjou de se aproximar de Vilu, o amor que foi crescendo entre os dois, os casamentos falhados de German...

— Quer dizer que o German só voltou para Buenos Aires, porque a Angélica os viu em Madrid?

— Sim. E quando Angie soube, não contou nada à Angélica. Ela queria aproximar-se da Vilu e de German sem que eles soubessem quem era. Porque de certa forma ela sabia que se o German soubesse ele fugiria de novo. Então aproveitou uma confusão dele, que a confundiu com uma preceptora.

— Mas, a Violetta...ela não andava na escola? Não...- perguntou Roberto...

— A Vilu vivia fechada em casa, só saía se fosse com o German ou com a Olga. Era tipo a Rapunzel fechada na sua torre, só que pelo próprio pai. Ela só começou a viver, no dia em que Angie entrou na sua vida, ela nem sabia nada sobre a própria mãe. O German guardava tudo num sótão...e foi também através de Angie que Vilu conseguiu finalmente saber que tinha família, que tinha uma Tia...

— O German escondeu a própria família à filha? Quer dizer que ela não sabe que tem tios, avós, primos?- Diz Cristina indignada...

Ludmila explica aos poucos como Vilu foi descobrindo tudo o que se relacionava com a mãe e com a família desta. Primeiro como descobriu o seu dom para a musica, assim como Maria. Como aos poucos se foi integrando no Studio, a mesma escola de música onde Maria andou, como todos no One Beat Sudio a amavam e respeitavam...bem todos menos ela, que não suportava que Vilu fosse melhor que ela...e que por obra do acaso foi a própria Vilu que a fez mudar de atitude...ajudando-a a ser melhor...

— A Vilu mudou a minha vida...ela mudou-me para melhor. Ela tem algo...algo mágico na sua forma de ser. Caí no dia em que percebi no que me estava a tornar, mas a Vilu estava lá para me segurar na mão e me ajudar a levantar, mesmo depois de tudo o que lhe fiz, ela estava ali...para me ajudar.

—  Mas agora, o que eu não percebo...a Paula disse que tu tinhas sido adoptada pelo German? 

— O German casou com a minha mãe, e bem ela não era...vamos dizer boazinha. Ela sempre aspirou ser uma grande cantora, mas infelizmente nunca conseguiu. Quando me teve, viu em mim a oportunidade de brilhar. O meu pai nunca concordou com o que ela queria fazer de mim, então saiu de casa. No início eu deixei-me iludir com todo o glamour e fama que uma carreira na música me poderiam dar...mas chegou a um ponto que percebi, que não valia a pena...porque por muito que eu sabotasse a Vilu, ela sempre saía por cima e sempre me perdoava.

— A Violetta perece-se muito com Maria, ela sempre tentava fazer com que não nos zangassemos com os primos. Tinha uma essência pura.

— Vilu é igual, ela nunca pensa mal de ninguém. Mas com a minha mãe foi diferente, porque ela já me conhecia, sabia do que eu era capaz, mesmo me perdoando, ela estava sempre de pé atrás comigo. Mas isso mudou no dia em que conheceu a minha mãe, acho que só aí ela percebeu o porquê de eu ser como era.

— Vilu viu em ti alguma coisa porque lutar. Se fosse mesmo tão má como dizes ter sido, ela nunca se tinha dado ao trabalho de te mudar. Não te menosprezes tanto Ludmila, se eles te amam, como já percebi pelo pouco que ouvi é porque sempre existiu algo bom em ti.

— Talvez. Bom, mas tudo mudou mesmo no dia em que a minha mãe tentou matar a Vilu e a Angie cortando os freios do carro. O que ela não contava é que eu estivesse com elas, e ali percebi que aquela pessoa não era a minha mãe, ela estava desequilibrada. Ela foi presa, e enviada para um hospício. O meu pai veio a Buenos Aires, para me levar com ele, mas eu não quis ir tinha a minha vida toda na Argentina, então o Gérmen conseguiu convence-lo a deixar-me com ele, Gérmen é o meu Tutor. Mas eu amo-o como um pai...

— E conhecendo o meu sobrinho, tenho a certeza que ele te ama como filha. E a tua mãe? Como é que ela está?

— Eu não...não quero falar disso, eu não gosto...de...

— Tudo bem, não precisas de falar se não quiseres. Então quando ficaram a saber que o meu irmão queria a custódia da Violetta e da Clara, vocês fugiram?

— Bem, na verdade não. Eu nessa altura estava em Itália com o meu noivo, por isso não sei bem o que aconteceu. Soube apenas que eles tinham ido para Espanha e eu e o Fred fomos ter com eles. Só lá soubemos de tudo: do José querer a guarda da Vilu e da Clara, do facto de haver uma irmã perdida, que é irmã da Angie e do German...

— Uma irmã? Como assim...? E como é que ela pode ser irmã dos dois...não estás a fazer sentido...que história é essa?

— Luzia, filha da mãe do Gérmen e do pai de Angie...

— Filha do meu irmão? E da Rosário? Como...? Não faz sentido, não é verdade. O meu irmão podia ser muita coisa, mas ele amava Angélica, ele nunca a iria trair.

— Eu não sei pormenores sobre a história, o que sei é que Luzia é filha de Rosário e de Miguel...e por sinal dizem que é muito parecida com Maria. A própria Vilu ficou chocada quando a viu...e levou a que ela tivesse uma discussão com ela e houve o acidente...

— Acidente? Que acidente?- pergunta Roberto agora com uma postura de médico.

— Vilu zangou-se com a Luzia, tiveram uma discussão, e a Vilu saiu para o jardim perto da piscina. Ela não é de responder com a cabeça quente, não gosta de confrontos então decidiu sair de perto de Luzia. Eu e o Frederico entrámos, mas o Leon foi atrás dela. Uns minutos depois ouvimos os gritos de Leon, o Luís marido da Luzia estava em casa e como é médico começou a fazer as manobras necessárias para a reanimar, o que conseguiu ao fim do que me pareceram séculos.

— E o Gérmen e a Angie? Onde estavam?

— Em lua de mel. Rosário e Vilu conseguiram convence-los a fazerem uma viagem só eles, enquanto elas, Clara e Leon iam para Sevilha. Pelo que soubemos ela teve um AVC.

— Um AVC numa jovem, não é muito comum, mas que podem acontecer...

— Ela teve algum tempo em coma, pensámos que nunca mais fosse acordar. Mas houve um anjo que nunca a deixou fugir de nós...

— Um anjo? Como assim?

— A Tati. Ela é filha do Luís e enteada de Luzia, se bem que quer para uma quer para outra não haja isso, porque se tratam como mãe e filha. Ela sempre acreditou que Vilu iria acordar, ia todos os dias ao hospital visitar a Vilu, falava com ela...ela foi o nosso anjo. Mas o importante é que depois de tanto tempo tivemos a notícia que ela tinha acordado.

— E como é que tu e a Angie vieram parar a Rosário? Se vocês estavam todos em Espanha porque é que vieram para cá?

— Foi talvez o nosso maior erro, mas a Angie e o German, acharam que a Angélica tinha o direito de ver a Vilu. Nessa altura ninguém sabia se ela iria acordar, e apesar de tudo ela era a avó. Eu vim com Angie, porque queria vir ver a minha mãe, apesar tudo é minha mãe.

— E conseguiram falar com a Angélica? Porque não voltaram para Sevilha?

— Porque foi aí que tudo se desmoronou, ficamos a saber que a Angélica estava com o José nessa coisa da guarda, e eles os dois ameaçaram a Angie. Também foi nessa altura que ela descobriu a gravidez, e ambas sabíamos que se voltássemos para Espanha nos podiam seguir, então a Angie decidiu vir para cá.

—Para casa que um dia foi dela...

— Na verdade ela pensou primeiro em ir falar consigo...- diz apontando Roberto...- Mas algo a fez mudar a sua decisão...

— Isso são pormenores, e já não me interessa. Ela agora está ao lado de quem a ama, e a vai proteger. E se tentássemos ligar para o German, quero falar com ele, e ver o ponto da situação. O que te dissemos Ludmila é a verdade, nós queremos ajudar-vos...queremos acabar com toda esta doidice do meu irmão.

— A Paula disse-me que eu podia confiar em vocês...e quero muito poder confiar, mas Angie pediu tanto a Paula para que vocês não soubessem que ela estava aqui, por alguma razão ela...

— Talvez com medo que a minha "Querida" cunhada desse com a língua nos dentes...- diz Cristina, a olhar para Roberto...

— Nem me venhas com esse olhar...eu sei o que pensas da minha irmã...mas...

— Mas...sabes tão bem como eu que aquela lá faz sempre o que o José quer...e sabes bem o que aconteceu, e que foi "Ela" que envenenou o teu irmão contra o meu...

— Cristina. Já tivemos essa discussão milhares de vezes, por favor...

— Sim, é verdade tivemos, e sempre que a temos tu ficas do lado dela. Achas sempre que a culpa foi do José, do Miguel e até da Angélica...quando a verdadeira culpada foi ela. Mas tudo bem, já não está cá quem falou, liga lá para o German...

Roberto, olha para Cristina amuada dá-lhe um beijo na testa como se a pedir-lhe desculpa pela discussão, e pega no telefone, marca o número que Ludmila lhe deu, porém, o telefone está desligado. Ele tenta de novo, e de novo...e nada. Lu decide dar-lhe o de Vilu, mas também está desligado, o de Leon a mesma coisa e de Frederico também.

— Agora até eu estou a ficar preocupada. O German e a Vilu estarem sem o telemóvel ligado eu até consigo perceber...mas o Leon e o Fred, nunca iriam desligar. Passa-se alguma coisa...e estou a ficar assustada também.

— Calma, não podemos perder a calma. Lá é de noite, então vamos tentar ligar mais logo. Agora vamos ver se a Angie já acordou...

E assim saiem do consultório, rumo ao quarto onde se encontra Angie. Cá fora está Milagros com Niko, que diz a esta que não irá sair dali sem ver a neta, Milagros insiste com ela que ele devia ir descansar para casa. Mas Niko faz finca pé se senta de novo...

— Sr. Nicolas. Há quanto tempo...- diz Roberto cumprimentando o Senhor, que o olha desconfiado.

— Avô Nico...- Cristina aproxima-se, e ao contrário de Roberto, este abraça-a.

— Um dia gostava de perceber porque é que é tão carinhoso com a minha esposa e comigo é...

— Caro Dr. Roberto, primeiro não gosto do seu apelido, por isso no dia em que o mudar, vai ser o dia em que o abraço.- e enquanto Milagros se zanga com o pai, Roberto e Cristina riem-se.- E segundo a sua esposa é linda, e faz-me lembrar a minha Angélica. Agora, quando é que eu posso ir ver a minha neta?

— Quando a Dra. Martina o deixar. A Angie não pode enervar-se ou stressar, a pressão dela não está equilibrada, e qualquer oscilação pode ser prejudicial para ela e para os bebés.

— Hummm...e desde quando eu vou stressar a minha neta.- ele olha para Cristina e Roberto, depois para Milagros...- Vocês estão a esconder-me alguma coisa...

— Claro que não papá. Que ideia, pelo menos enquanto não podes entrar vamos à cantina comer alguma coisa, pode ser?- E mesmo com alguma relutância, Nikos vai com Milagros.

— Ainda bem que não falaram nada sobre o Gérmen. O avô Niko não sabe que Angie se casou com o viúvo da irmã...Angie achou muita informação para ele, assim tão de repente.

— Agora percebi porque ele estava ainda tão calmo. Bom, tentámos falar com o Gérmen mas não conseguimos.

— Tentaram ligar para mais alguém...- pergunta Luís...- Talvez a Violetta...ou...

— Ligámos para todos: para a Vilu, para o Leon, para o Fred...ninguém atende. E...isso está a assustar-me, será que a Angie tinha mesmo razão? Será que lhes aconteceu mesmo alguma coisa?

— Se o José tivesse conseguido, tenho a certeza que o Gérmen já a tinha avisado, ou pedido a Rosário para o fazer.- diz Roberto.

— Ou não...segundo o que a Ludmila nos contou, o teu irmão quer a guarda das netas e colocar o próprio filho na prisão. Ele pode ter conseguido as duas coisas.

— Não vamos pensar já no pior...por favor...- e neste momento o telemóvel de Ludmila toca, todos olham para ela...

— É o Fred...

 

Em Sevilha, Luzia está no quarto de Taty e de Sofia, acariciando o seu ventre onde mais pedacinho dela e de Luís cresce. Olhando para aquelas duas meninas, que dormem tranquilamente, sem sonharem que tudo ao seu redor está tão confuso.

Levanta-se caminhando até à janela que dá para o jardim. Perdendo-se nos acontecimentos dos últimos meses: conhecer o irmão que sempre ouvira a mãe falar, na sua sobrinha Violeta que a mãe Rosário falava com tanto carinho e finalmente conhecer a irmã, que mesmo com ansiedade e algum medo à mistura conseguiram acertar-se.

Claro que não foi fácil , principalmente porque Angie apenas soubera da sua existência há umas semanas. E se para Luzia não fora fácil perceber toda aquela história entre o pai, a mãe, Angélica e José. Porem, Angie mostrara-lhe que era alguém muito justa, decidindo aceitar toda a sua historia e aceitá-la como irmã.

Lembrou tudo o que se passou com Violetta, em como foi injusta para com a sobrinha. Por fim a vinda de José a Sevilha que originou tudo o que estavam a viver naquele momento: Rosário no hospital em coma, por ter enfrentado aquele monstro, Gérmen e as sobrinhas escondidas sem poder sair, Angie na Argentina afastada do marido e das filhas.

E aquela gravidez, que naquele momento não podia ser celebrada. Para além da mesma poder acabar muito mal, contudo, tal como disse ao marido ela não irá desistir daquele bebé, tal como nunca desistiu de Tomás. Sai da grande janela e vai até ao roupeiro das meninas para retirar as suas roupas. Apesar de tudo o que se passa nas suas vidas, as meninas têm escola, a vida tem que continuar. Quando se apercebe, Taty está acordada, e com lágrimas nos olhos. Aproxima-se da pequena, sentando-se junto dela, e abraça-a.

— Que se passa princesa? Porque estás a chorar?

— Estou com medo...- diz Taty ainda com lágrimas a chorar...- tive um pesadelo...

— Taty, a avó vai ficar bem. Eu sei que sim...

— Não foi com a avó...foi contigo. Mamã não me vais deixar como a mamã que está no céu, pois não?

— Taty, a mamã não vai a lugar nenhum. Eu nunca vos vou deixar...eu prometo.

— Prometes, mesmo? De mendinho?- Taty estica o seu mendinho, e Lúcia faz o mesmo...- Prometeste de mendinho mamã, não podes quebrar.

— Não vou. E agora que tal se fores ter com o papá e com os manos? Eu vou acordar esta bonequinha que está mais preguiçosa do que nunca. Aliás, é até estranho ela estar a dormir, costuma ser a primeira a acordar...

— Ela acordou a meio da noite mamã...a chorar...mas eu fui para a cama dela e adormeci-a.

— Obrigada minha princesa. Agora vai lá ter com o papá e os manos, depois tens que te vestir pois hoje é dia de escola...

— Mas, mamã...eu queria...

— Tatiana, eu sei o que me vais pedir. Mas nem eu sei se a posso ver...eu prometo que assim que a avó tiver visitas eu levo-te...

— Mas mamã...- Lúcia a olha de forma dura, mas suave ao mesmo tempo. Fazendo-a perceber que não vale a pena continuar a discutir e sai a caminho da sala.

Luzia então aproxima-se de Sofia e dá-lhe um leve beijo...a pequena não acorda embora se mexa inquieta...Lúcia continua então com os mimos e com palavra doces ditas bem baixinhas no seu ouvido...

— Mamã...dia...jinhos...

— Bom dia minha bonequita...vamos comer...e depois escolinha sim?

— Mamã...vovó...unde tá?

— A vovó...ela está com dói dói, mas o Tio Rodrigo está a tratar dela sim...logo ela vai estar cá em casa...

— Dói-dói...no pital do ti Rô?

— Sim meu amor...agora vamos comer sim...- A pequena penas assente e pede colo a Luzia.

Assim que chega à sala com a pequena ao colo, Luís olha para ela franzindo o olhar. Esta ignora-o, senta a pequena na sua cadeira, dá um beijo a Miguel e a Tomás e senta-se. Luís continua a olhar para ela...

— Nem venhas com conversas Luís...

— Não devias andar com a Sofia ao colo...

— Eu não estou doente. E nem penses que vou deixar de pegar nos meus filhos...

— Luzia, só estou a pensar...- luzia sabia o que ele estava a pensar, mas até a proibirem ou até se sentir mal ela não ia rescindir de nada na sua vida ou na sua rotina.

— Posso saber o que se está a passar?- pergunta Mercedes que está perdida na conversa...- Por que é que Luzia não pode pegar na Sofia?

— E que a mamã tem um bebé na barriga Tita...- Luís e Luzia olham para a pequena...- Lembras-te do meu sonho?

— Pensei que tivesse sido um pesadelo...

— Começou por ser um sonho, a Mamã do céu apareceu, disse que eu iria ter mais uma mana, e que tu ias precisar de mim. Depois ela foi-se embora e começou o pesadelo...

— Luzia! Tu estás grávida?- pergunta Mercedes ao que Luzia responde acenando...- O meu Deus, parabéns minha querida... A tua mãe ia ficar tão contente...

— E se Deus quiser a Rosário vai ficar bem e mimar este bebé...agora Dona Luzia, não te quero a pegar a Sofia ou o Tomás ao colo...

— Podes parar por aí...estou grávida e não inválida...

— Luzia...pelo amor de Deus, sabes o que passaste com o Tomás...- Luzia virou-se para os filhos ignorando o marido.

— Tati, Miguel já terminaram?- os meninos olhando do pai para a mãe apenas acenaram que sim...- Então vão-se vestir que têm escola...- levantando-se pega em Sofia colocando-a no chão, pega em Tomás ao colo...- Vamos amores, vestir para ir à escolinha...

— Luzia...- mas a mesma apenas o ignora...

— Luís. Não vale a pena discutires com ela agora. Luzia para além de mãe é médica. Ela sabe dos riscos, todos nós sabemos...

— Eu não tenho tanta a certeza que ela se lembre do que passámos...bolas nós tínhamos decidido que depois do Tomás...depois do que passámos...

— Querido, sei que estás com medo, mas se Deus vos deu mais esta bênção por alguma razão. Não desesperes, e principalmente não sufoques a Luzia. Eu conheço a minha sobrinha, tinhosa como o pai.

— Vou tentar, agora vou subir tentar falar com ela.

Levanta-se, dando um carinho na velha senhora que tinha como uma mãe e sobe. Passa pelo quarto dos rapazes onde os vê já arranjados, de seguida segue para o quarto das meninas, onde Tati acaba de arranjar a sua mochila.

— Papá...não sejas mau para a mamã. Ela precisa do nosso carinho.

— Eu sei ursinha. Vou pedir desculpa...- abraça a filha...- ela está muito brava?

— Um bocadinho, mas é só tu dares um beijinho daqueles nojentos que vocês dão de vez em quando, e pensam que nós não vemos, e fica tudo bem.

— Beijinhos nojentos!?- ri-se com a resposta de Tati e começa a fazer cócegas na pequena.

Quando entra no quarto, vê a esposa a acabar de vestir a filha mais nova, estão as duas a falar sobre o bebé. Sofia está a olha para a barriga da mãe, e faz-lhe festas. As duas estão tão distraídas na sua conversa que nem se apercebem que estão a ser observadas.

— Mamã!? Como o bebé entou na tua baliga? E como ele vai xair?

— Ai Deus, tu não podias fazer essas perguntar ao teu pai!?- pergunta em pânico Luzia à filha, que continua a olhar para a mãe...

— Que eu saiba tu é que és a especialista neste caso...- diz Luís, sorrindo da aflição da esposa...- Mas desta vez eu vou te socorrer...- chegando perto da esposa dá-lhe um singelo beijo na bochecha, pega em Sofia rodando-a no ar, fazendo a pequena gargalhar...

— Papá...maix...maix...- grita a pequena...- Adolo o papá e a mamã meus...

— Nós também te amamos pequena. Agora vai lá ter com a Tati...o papá vai só acabar de se vestir e já vamos todos para a escola...- a pequena sai feliz, esquecendo-se da pergunta que tinha feito Luzia suar...

— Sabes que ela vai voltar à questão do "como o bebé veio para dentro da barriga"...

— Sei, mas enquanto ela não volta, temos algum tempo para arranjar uma boa explicação.- responde Luís.

— Hummmm! Então e a famosa história da semente, ou mesmo a da cegonha...

— Amor, achas que ela vai ficar satisfeita com essas explicações?...- pergunta Luís, enquanto Luzia caminha para o closset onde começa a escolher a roupa para vestir. Luís segue atrás da esposa, abraçando-a por trás e iniciando uma serie de beijo no seu pescoço e na nuca...- Perdoa-me, por favor. Eu...eu só estou com medo. A mãe da Tati morreu depois de a ter, tu quase morreste depois do parto do Tomás...eu...

— Luís.- Luzia vira-se olhando para os olhos do marido...- Eu sei como sofreste com a morte da Tamar, sei que te relembraste de tudo quando tivemos o Tomás...- Luís ia falar porém ela não o deixa falar e continua...- e sei que corro alguns riscos. Mas eu já o amo...- e coloca as suas mãos no seu ventre..

— Eu sei, e eu também já o amo.- Diz e coloca as suas mãos por cima das de Luzia...- Eu só estou com medo...

— Não te vou dizer que não estou, mas estou feliz...e agora vamos deixar os quatro pestinhas na escola, depois ver o Gérmen...e por fim vamos ao hospital...

— Vamos à tua consulta certo!?

— Sim, amor...vamos à minha consulta.

E assim depois de uma conversa entre os dois, onde tudo ficou resolvido, foram levar Tati, Miguel, Sofia e Tomás à escola e seguiram para a mansão do Professor Castro. A viagem foi feita em silêncio. Luís pensava na gravidez de Luzia, enquanto esta pensava em como falar com Gérmen sobre Rosário. Ela sabia que o choque ia ser grande, e que a revolta do irmão podia implicar José encontrar as sobrinhas.

— Bom Dia Senhor...- responde um segurança...- Ah Bom Dia Dona Luzia...o Doutor não avisou que viria?

— Eu não falei com ele. Está tudo bem por aqui?

— Sim tudo seguro.- Luzia sai do carro, segue até ao equipamento que abre os portões e estes abrem. Luís avança com o carro até a um segundo portão onde estão mais seguranças e aqueles cães enormes.

— Bom Dia Igor...- Luzia aproxima-se do segurança e cumprimenta-o. Depois chega-se perto dos cães e dá-lhes alguma atenção, o que para Luís parece quase um suicídio.- Bom Dia meus amores...vou só falar com o meu irmão depois tenho que ir ao hospital.

— O Doutor já me tinha informado. Espero que a sua mãe se recupere rapidamente, e se me permitir gostava de dar uma lição a esse ser...

— Tem calma Igor. Por muito que até me agradasse que desses um trato naquele homem, não podemos descer ao seu nível. Como está a Bia e a Pilar?

— A menina está feliz da vida, acho que lhe faz bem ter a pequenita cá. E a Pilar...- Luzia sorri, ela sabe bem o que este homem forte e seguro sente pela sua irmã...- ...quer dizer a Dona Pilar parece outra, acredita que até já sai do quarto...

— A Pilar saiu do quarto!? Mas e as crises...e...

— Desde que o seu irmão e as visitas chegaram nunca mais teve nenhuma. Já pensámos até em contar-lhe tudo sobre a Bia.

— Não sei se será bom, ela pode ficar pior...bom vou entrando...obrigado por tudo.- Luzia caminha até ao carro e antes de entrar, vira-se para o segurança...- Igor...- este olha para Luzia...- Um dia quem sabe ela poderá amar-te como tu a amas...- o forte e alto segurança dá um sorriso daqueles que todos os apaixonados dão...

— Tens muita intimidade com esse segurança.- um Luís com um bico enorme segue para a mansão propriamente dita...

— Pelo amor de Deus Luís...- Luzia ri-se, gargalha mesmo...- Conheço o Igor há anos, para além disso tu ouviste o que eu lhe disse? Ele ama a Pilar há anos.- assim que param em frente da porta, Luzia tira o cinto e faz o esposo virar-se para ela...- Eu amo-te, nunca houve outro, nem nunca haverá...mas gostei de te ver com ciúmes...

— Gostaste? Não sei se vais gostar muito quando chegarmos a casa...- tira o cinto, aproxima-se da esposa, e segreda-lhe bem baixo como se fosse um sussurro...- hoje á noite eu digo-te quem é que vai ficar com ciumes...

Depois de algumas trocas de beijos e carícias, saem os dois do carro. Luzia continua sem saber como contar, e rezava para que Gérmen não fizesse nada de muito radical ou agisse de impulso. em ultima instância ele teria que pensar nas filhas: Vilu e Clara. Teria que pensar no sacrifício que Angie estava a fazer em manter-se longe para proteger os três. Ele não podia agir sem pensar...

 

 

 


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