Há dias Sansa não conseguia dormir, tirava apenas cochilos rápidos e logo em que pregava os olhos ela se lembrava dele...

Olhos cinzas, cabelo negro, corpo forte, gentil, amável... Ele era seu Florian, seu príncipe prometido, seu rei e seu marido. Tudo mentira, ele era apenas mais um sedento por sexo e sem honra apesar de ter sido criado pelo homem mais honrado da história era apenas um falso Florian. Sansa já tinha entendido a muito que príncipes bondosos e horados não existiam, mas ela conhecia Jon, ele era o bastardo mais correto que já viu e era perfeito.

Ela ouviu certa vez Jon conversando com Tormund sobre seu relacionamento, em um tempo onde Sansa estava começando a se apaixonar por ele...

[Flashback On]

Os olhos penetrantes de seu bebê a encarava cansados depois da amamentação, a ruiva fazia questão de alimenta-lo com seu próprio leite e o pequeno Ned parecia agradece-la por isso. Sansa coloca seu filho no berço de madeira que haviam feito a ele com a insignia das duas casas Stark-Targaryen.  Jon fez questão de tomar como seu o lobo junto do dragão, diferentemente de Aegon que tinha como insignia apenas o dragão de três cabeças. Era mais que obvio que Joehaerys era mais Stark do que jamais seria Targaryen.

Assim que coloca o pequenino no berço ele começa a bocejar e logo pega no sono. Sansa acaricia os pequenos fios negros que começavam a crescer na careca da criança, mas em um local especifico era como se houvesse uma grande falha, pois quase não dava para perceber o cabelo apesar de o ter, era uma mecha tão prateada quanto os cabelos de Daenerys Targaryen foi um dia.

Sansa amava seu filho de todo coração e agora estava finalmente se apaixonando pelo pai da criança...

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A ruiva caminhava pelos corredores até ouvir a voz de Jon vindo de um comodo. Sorrateiramente ela o espiona. Ele estava com um copo grande de cerveja nas mãos e ria de algo que Tormund o dissera. Aquele era um dos raros sorrisos do moreno que pouco sorria, porém seus poucos eram capazes de fazer seu coração acelerar-se. Nunca tivera reparado em como ele era bonito até que foram obrigados a se casar.

"Então Rei Snow, vejo que anda mais alegre ultimamente."  O ruivo lança a ele um olhar malicioso. Jon sorri de volta e toma um gole da bebida.

"Nunca achei que ser pai fosse tão bom." Jon ri. "Acho que vou encher esse castelo de crianças." Sansa cora ao ouvi-lo dizer aquilo e Tormund solta um gargalhada depois de engolir outro gole de sua cerveja.

"Aposto que o rei Snow pensa mais em como fazê-los." O ruivo ri mais uma vez.

"O processo para fazê-los também é importante amigo." Jon o diz. Sansa sente suas bochechas queimarem violentamente.

"Você a ama?" Tormund o pergunta seriamente. O moreno não sorri nem toma outro gole por alguns momentos.

"Sabe, depois que Ygritte morreu acreditei que nunca mais sentiria algo do tipo por mulher alguma." Ele toma outro gole da cerveja. "Lembra-se da Val? Da Melisandre? Elas eram mulheres lindas e me afeiçoava por elas, mas jamais diria que as amei, até aquele momento tinha sido apenas Ygritte. Então veio Sansa e bem... Sansa é diferente das outras, eu a amo." Revela ao amigo. A garota sente seu coração bater mais rápido e seus olhos começam a marejar-se... Garota estupida, saiu de sua casa atrás de seu Florian insistindo que este era Joffrey quando na verdade ele estava ali o tempo inteiro, bem na sua frente e ela nem ao menos o notava na época. Seu casamento tinha sido forçado, por meios politicos de assegurar O vale e Riverrun, mas aquela foi a melhor decisão que teve na vida.

"Aposto que não a impressionou muito na cama, deus de pau pequeno" O ruivo começa a rir. Ela se lembra que quando Jon voltou a vida os selvagens o consideravam um tipo de deus e Tormund fazia questão de rir disso e provoca-lo. Para ela Jon não era o deus de pau pequeno e sim um homem que sabia fazer uma mulher feliz apenas com a língua.

"Cala boca Tormund." Jon rebate rindo, ele nunca levou a serio as provocações do amigo selvagem. "Aposto que sou melhor que você" Ele ri fazendo a ruiva rir junto, mas bem mais baixo para que não a percebessem...

[Flashback off]

Sansa lembrava dessa conversa sempre, aquela foi a primeira vez que o ouviu dizer que a amava e isso era guardado muito bem em suas memorias.

De repente sente as lagrimas descerem. A imagem dele e Arya juntos não a deixava em paz, todas as vezes em que fechava os olhos via aquela cena se repetir milhares de vezes.

"Sansa querida, não chore." Mindinho aparece entre as sombras e enlaça-a em um abraço que Sansa não retribui. Ao perceber a indiferença da ruiva o homem se separa dela e a encara seriamente.

"Vim para dizer-te minha amada, que o filho de seu maldito marido esta morto." Sansa sente seu sangue ferver e o ódio subir-lhe. Ela fugiu com Mindinho para proteger Jon e Ned dos traidores que ele disse ter infiltrados entre os homens do castelo, que os mandaria embora se ela fosse embora com ele.

"Seu desgraçado!" Grita . Não demora muito para as lagrimas escorrerem quente por seu rosto, a dor que sentia era tamanha. Queria estar no lugar dele, fez de tudo para salvar seu bem mais precioso e mesmo assim falhara.

"Jon devia ter te matado quando teve a chance." Ela cospe entre soluços ao homem. "Você me prometeu que o deixaria em paz seu maldito!" Sansa estapeia o rosto do homem com toda a pouca força que tinha... Como queria ser como Arya e saber lutar.

"Minha queria não matei o bastardo. Dei minha palavra, mas nossa princesa quis assim." Ele tenta se explicar e Sansa fica com mais raiva ainda. "Não se preocupe, terá vários filhos legítimos comigo, Sansa Baelish"

"Meu filho não era um bastardo e eu prefiro a morte do que ter os seus bastardos... Você poderia estar no lugar dele seu maldito, e é Sansa Stark... Eu ainda vou te matar Lorde Baelish, não se esqueça disso."

Ela se lembrava de seu pequeno sorrindo, lhe pedindo para contar histórias do corajoso pai que tinha... Ela não tinha um marido fiel e honrado e agora perdeu também seu filho. Em prantos ela se deixa cair no chão frio e abraça a si mesma arranhando seus próprios braços em desespero.

Sansa sente toda sua sanidade e bom senso se esvaindo, tudo que mais desejava era vingança e não mediria esforços para isso...