Give It All Away escrita por annademonangel


Capítulo 2
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70022/chapter/2

Capítulo Dois

 

 

Depois que Charlie e Jacob foram embora, eu entrei no meu closet e peguei o scrapbook que Renée tinha me dado há alguns anos. Me enrolei numa coberta no sofá e peguei uma taça de vinho. Na primeira página, uma página verde, havia um recado de Renée.

Bella, minha filha linda, haverá muitas memórias felizes para você preencher esse scrapbook. Te amo, Renée

Virei as páginas lentamente, sorrindo para os adesivos, papéis coloridos e fotos. Parei numa página, no meio do livro. Era vermelha com adesivos temáticos. No centro, havia uma foto, minha e de Jake na garagem, três anos atrás. Tínhamos sorrisos radiantes e eu estava nos meus dezoito anos. Tirei a foto do lugar e sorri para ela. Depois, corri para a última página, onde havia uma foto, também minha e de Jacob, tirada uma semana atrás. Nós estávamos em frente ao meu apartamento e, novamente, sorríamos.

Comparei as duas fotos. Eu não tinha mudado, tinha? Não havia nem uma ruga a mais no meu rosto. Como eu podia ter mudado se ainda aparentava estar nos meus dezoito anos? Então um pensamento me ocorreu. Talvez fosse exatamente esse o problema.

 

 

— Bella, o que foi? Devem ser umas duas da manhã! — Jake resmungou, sonolento, quando liguei para ele. A voz era rouca e grossa pelo sono.

— Eu sei, eu sei, eu sinto muito — eu funguei. — Mas eu realmente preciso que você venha aqui. É importante.

Ouvi um suspiro, e em seguida, o que eu achei que era a cama, rangeu.

— Vou estar aí em uma hora.

— Uma hora? — reclamei. Eu não tinha uma hora! — Jacob, você não pode correr em vez de dirigir?

Ele suspirou novamente.

— Tudo bem, estarei aí em dez minutos. — E desligou o telefone.

Eu corri para o banheiro. Escovei os dentes e joguei um pouco de água fria no meu rosto, meus olhos estavam vermelhos e inchados. Peguei uma bolsa de água gelada e pressionei contra meus olhos, quando ouvi a campainha tocar. Eu tirei a bolsa de água gelada do rosto e meus olhos ainda estavam vermelhos, mas um pouco menos inchados.

Abri a porta e Jacob se assustou com a minha aparência medonha.

— Jesus, Bella, o que aconteceu? Você está bem? — Ele me puxou para um abraço apertado. Eu chorei no seu peito.

— E-e-eu... Ugh. Eu não sei e-exatamente, Jake. Eu não enten-entendo!

Ele acariciou meu cabelo, e sussurrou ao meu ouvido:

— Não entende o que, querida?

— Jacob, nós não envelhecemos! Nós não envelhecemos; em três anos inteiros, talvez quatro, nós não envelhecemos!

Ele me afastou no seu peito, olhando perplexo nos meus olhos.

— Do que você está falando, Bella?

— Olhe! — Eu gritava, algumas oitavas superiores ao necessário. Eu peguei as fotos na mesa de centro e dei-as a Jacob. — Olhe! — Eu gritei novamente.

 

 

Depois de me acalmar um pouco, com a ajuda de um chá quente de camomila e Jacob, nós conversamos sobre a minha descoberta.

— Bells, eu não envelheço por causa da transformação em lobo. É por isso que com dezesseis eu aparentava ser muito mais velho; todos nós temos um surto de crescimento antes de nos transformar. Agora eu não vou envelhecer até desistir de ser um lobo.

— Como se faz isso? — Eu perguntei.

— Fácil — me respondeu. — Pare de se transformar.

Eu assenti, entendendo, mas aquilo não explicava tudo.

— Tudo bem, mas então porque eu não envelheci?

Jacob sorriu, me segurando ao seu peito e me acalmando.

— Genes bons. Você é uma garota de sorte — brincou. Então ele beijou o topo da minha cabeça e se levantou, me levantando com ele. — Vamos, Bella, você tem que dormir. Pode se preocupar com isso amanhã.

— Você vai ficar comigo, não é?

— Claro, claro.

 

 

No dia seguinte, acordei cedo e fiz um café da manhã para Jacob. Não comentei nada sobre o envelhecimento — ou a falta deste — porque não queria pressioná-lo. Mas, logo que ele saiu, liguei para Carlisle. Eu ainda sabia o número de cor.

— Família Cullen — uma voz respondeu. Eu a conhecia muito bem. Bem demais, até. Minhas mãos tremeram.

— Ei, Edward, é Bella. Eu posso falar com o Carlisle?

Bella? — ele sibilou incrédulo. Em seguida, limpou a garganta. — Ah, claro, só um minuto.

Eu não precisei esperar muito tempo. Logo, o mais bondoso de todos eles veio falar comigo.

— Olá, Bella, como você tem passado? — Carlisle perguntou.

— Bem, Carlisle, bem. Eu estava me perguntando se poderia te ver para fazer algumas poucas perguntas.

— Claro. Onde você gostaria de me encontrar?

— Onde você puder me encontrar — sugeri.

— Muito bem, você ainda está morando com Charlie?

— Oh, não. Estou morando em Port Angeles. Moro na 202 East Lauridsen Boulevard, a rua do colégio. Apartamento 403.

— Tudo bem, Bella. Vejo você em cerca de uma hora.

— Ah, muito obrigada, Carlisle!

Ele riu.

— Não há problema algum, querida. O quê? — perguntou para alguém, que provavelmente estava ao seu lado. — Ah, certo. Ei, Bella, Edward quer falar com você. Você se importaria?

Engoli em seco novamente. Sim, eu me importaria, quis dizer, mas não o fiz.

— Ah, tudo bem, mas eu tenho que ir logo.

Carlisle não respondeu. Uma fração de segundo depois, Edward falou.

— Oi, Bella.

— Oi, Edward. Ah, será... será que eu posso te ligar mais tarde? Eu tenho que tomar um banho e limpar a casa; tenho compromissos em uma hora. — Não era uma real mentira, disse a mim mesma. Eu me encontraria com Carlisle.

— Oh, sim, claro — disse ele, não se preocupando em disfarçar o desapontamento.

— Eu sinto muito, desculpe. Até mais tarde, Edward — falei antes de desligar o telefone. Eu sabia que, se eu não retornasse a ligação, ele me ligaria de qualquer forma.

Tomei um banho e depois arrumei a cozinha e meu quarto, esperando por Carlisle. Eu andava nervosa, de um lado para o outro, na sala. Varria a sala, um pouco neurótica, e depois fui lavar minhas mãos. Quando eu as secava, a capainha tocou. Ajeitei algumas mechas de cabelo que tinham se soltado do meu rabo de cavalo e corri para atender a porta.

— Carlisle — eu sorri realmente aliviada. Ajeitei meu cabelo mais uma vez, as mechas de cabelo soltas tinham escapado de trás das minhas orelhas quando eu corri. Eu o levei para a sala, onde, na mesa de centro, lhe entreguei as fotos. Os seus olhos com certeza iriam perceber as diferenças sutis que os meus, humanos e imperfeitos, tinham deixado passar. — Carlisle, por favor, me diga... eu tenho envelhecido ou não?

Seus olhos examinaram, atentos, as fotos, e simpatia de repente atravessou seu rosto. Eu estremeci. Cinco minutos mais tarde, provavelmente cinco minutos mais tarde do que o necessário, ele finalmente falou.

— Não, Bella, você não envelheceu.

Eu senti meu coração saltar.

— O quê? Você tem que estar brincando comigo! Por quê? Porque, Carlisle, porque eu não envelheço? — exclamei, desesperada, já tendo a visão turva. Estranhamente, meus dutos lacrimais pareciam estar ligados à raiva.

— Shh, Bella, acalme-se — ele murmurou. Sua voz suave me ajudou no processo. — Eu tenho uma teoria — disse depois, suavemente. Virei meu rosto para ele no mesmo instante, franzindo as sobrancelhas.

— Que teoria?

— Quando você foi mordida por James, aos dezessete, e Edward sugou o veneno de suas veias, você ganhou uma cicatriz. Uma cicatriz fria e brilhante. — Eu instintivamente passei o polegar sobre a mordida. Carlisle continuou: — Isso pode ter alguma ligação com o envelhecimento. Ou a falta dele. Além disso, o aborto espontâneo que você sofreu três anos atrás pode estar ligado a essa anomalia também.

— Mas... como? — Com aquela lembrança, meus olhas arderam, lágrimas querendo escapar. Ainda era difícil, depois de todos esses anos, pensar na filha que eu poderia ter tido, mas que perdi.

Carlisle suspirou.

— Eu não tenho certeza, Bella. Não há como pesquisar nada sobre bebês lobisomens sobreviventes de mordidas de vampiros.

Eu apenas assenti, caindo sentada no sofá. Era difícil falar, um nó parecia estar preso na minha garganta. Carlisle se sentou ao meu lado, passando os braços muito frios em volta do meu ombro.

— Eu realmente sinto muito, Bella. Mas talvez basta esperar alguns anos... Talvez você apenas envelheça mais lentamente, e em mais alguns anos existirão diferenças mais perceptíveis. Agüenta aí, Bella, tudo vai ficar bem.

Mesmo com a sua garantia tão reconfortante, a teoria de Carlisle não saía da minha mente. Por causa do ataque e, talvez, também pela minha gravidez, eu não envelheceria nunca mais? De jeito nenhum. Isso não era possível... Ou será que era?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Give It All Away" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.