Give It All Away escrita por annademonangel
Capítulo Um
Setembro, 2009.
— Um capuccino com vanilla grande e extra-quente? — Eu gritei por trás da máquina de café expresso e coloquei o copo branco sobre o balcão. Uma das freqüentadoras do Starbucks de Portland caminhou até o balcão e a pegou, tomando um gole antes de sorrir para mim.
— Obrigada, Bella, você é a melhor! — Grace agradeceu antes de saltar para fora da lanchonete. Eu sorri para mim mesma. O Starbucks era ótimo para se trabalhar. Eu adorava a interação com os clientes regulares e sentia saudades dos turistas. Eu entrei no quarto dos fundos e soquei a tela do computador.
Tirando meu avental verde e alisando minha camiseta pólo preta, caminhei até o meu armário e peguei meu celular. Duas chamadas perdidas. Eu aperto um par de teclas e verifico o registro de chamadas. Charlie. Disquei seu número e ele atendeu no terceiro toque.
— Oi, pai, o que foi? E como você está?
— Bem, Bells, bem. Eu estou em Port Angeles, queria saber se você podia almoçar comigo.
Eu grunhi.
— Ah, pai, eu não posso. Tenho aula em dez minutos. Você não quer jantar na minha casa? Tem as chaves, sabe, podia ir lá mais tarde.
— Parece bom, Bella. Vejo você à noite.
Eu desliguei e fui para o carro, me dirigindo à Península College. Estava muito, então eu liguei o aquecedor. Eu tinha dois minutos para chegar à faculdade, estacionar e ir à aula de Fisiologia/Anatomia, onde tinham convidado um orador; um médico local ou qualquer coisa assim. Eu não podia perder essa aula — os alunos estariam sendo avaliados.
Cheguei à escola num tempo apenas suficiente e corri para a sala de aula. Queria me sentar atrás, mas o professor, Sr. O’Connor, disse para eu me sentar na frente. Suspirei e obedeci com passos pesados.
— Você está atrasada — disse ele.
— Eu sei, me desculpe.
Que droga, o que mais eu poderia dizer? “Não, não estou”? Eu quase ri imaginando sua reação.
— Eu passei um exame na semana passada... — ele deixou a frase pendurada. Ah, droga, eu fui tão mal assim?
Engoli em seco.
— Sim, você passou.
— Você foi a única aluna que conseguiu um 100, Swan. Seus colegas vão querer matá-la, em visto que você anda sempre tão fora da linha — respondeu, com os lábios ligeiramente inclinados para cima, num sorriso torto. Eu me perguntei se na faculdade ele também era assim.
— Ah, uh, obrigada — disse, indo me sentar.
Deixei minha mente vagar enquanto o professor O’Connor ia encontrar o orador surpresa. Eu podia ir à La Push amanhã, ver Jacob. Ele tinha dito que não tinha muita coisa para fazer — agora ele era um mecânico. E eu não tinha nenhum dever ou trabalho para fazer. Nós podíamos jantar com Charlie... É, me parecia um bom plano. O professor O’Connor voltou, mas eu só consegui captar as últimas palavras do seu mini-discurso:
—... então dêem suas boas vindas ao nosso orador, Dr. Carlisle Cullen!
Toda a classe explodiu; ele era um ótimo médico, é claro. Mas eu não consegui respirar direito e engasguei com minha própria saliva. Se mantenha inteira, Bella. Você não os vê há quase quatro anos. Se. Mantenha. Inteira.
No fim eu consegui, porém, Carlisle, da frente de toda a turma, me lançou um olhar muito peculiar. Ele fez seu discurso e, quando a aula terminou, eu corri para o estacionamento. Me atrapalhei com a chave, tentando desesperadamente destrancar a picape e sair dali antes que ele pudesse falar comigo. Não devia ter vindo a essa aula. Porém, uma voz soou atrás de mim como veludo, e eu me virei.
— Ei, Bella! — ele sorriu brilhante.
— Ei, Carlisle! Quanto tempo — eu me aproximei, lhe dando um abraço quente, genuíno. Quando eu o soltei, porém, ele tinha uma expressão engraçada. — O que foi?
— Nada, nada — ele respondeu-me, sorrindo novamente. A distração, eu pude ver. Edward tinha me falado, anos atrás, que o sorriso de um vampiro distraía suas presas.
— Carlisle — repreendi-o, um pouco severa. — Eu não sou estúpida. Conheço você o suficiente para saber quando você está mentindo para mim. O que está havendo?
— Bella, é verdade, não nada. Apenas... Bem — ele fez uma pausa, como se tivesse que pensar em como formar a frase. —, você mudou um pouco, isso é tudo. — Ele fez uma pausa. — Tome cuidado — disse, olhando para o nada, antes de ir para seu carro.
— O que aconteceu? — zombou depois uma voz grave, rouca, atrás de mim. Eu me virei sorridente.
— Jake! — eu exclamei pulando em seus braços. Ele beijou meu cabelo. Adorava quando ele me surpreendia na faculdade.
— Oi, Bells — riu ele. — Ah, um, o que Carlisle estava fazendo aqui?
— Nada de mais, Jake. Ele foi apenas o orador surpresa da minha turma hoje, e nós conversamos aqui, no estacionamento.
— O que ele quis dizer com “você mudou um pouco”? O que aconteceu, Bella? — Jake exigiu.
— Ei, ei, se acalme. Provavelmente não foi nada... De qualquer maneira, Charlie vai jantar comigo e eu tenho que ir para casa. Quer it também? — eu tentei mudar de assunto. Ele suspirou, depois sorriu.
— Sim, com certeza. Vou te seguir com o rabbit.
Mas, depois disso, as palavras de Carlisle se tornaram meu pensamento constante. O que ele podia querer dizer?
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