Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 38
Capítulo 3 - No Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Oláa, voltei!!! Obrigada à todos que comentaram a fanfic, li todos com um enorme carinho e vou responder os que não respondia ainda.

Fiquem com mais um capítulo!!



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CAPÍTULO 3

No dia seguinte, Amy acordou com a cabeça deitada no peito de Harry.

Ela se permitiu ficar ali alguns minutos, ouvindo seu coração bater, acompanhando sua respiração leve e lenta, observando sua face tranquila. Era tão bom o seu cheiro, o seu calor... Tentou não fazer barulho ao sair do quarto para fazer suas higienes no banheiro e descer para o café.

A Sra. Weasley já preparava a mesa, e Amy foi a primeira a descer, mas logo Hermione, Gina e Rony se juntaram a ela. Rony subiu correndo para o quarto dos gêmeos quando descobriu que Harry já estava na casa. Os dois desceram uns cinco minutos depois, os olhos de Harry buscando os de Amy enquanto os outros conversavam sobre as cartas de Hogwarts.

—Os resultados dos NOMs chegaram hoje pela manhã. Aqui está o seu, Hermione, Amy. Rony e Harry. - a Sra. Weasley distribuiu as cartas.

Hermione atacou a carta como se sua vida dependesse disso. Amy abriu o envelope ansiosa também.

RESULTADOS DOS SEUS NÍVEIS ORDINÁRIOS DE MAGIA.

Defesa Contra as Artes das Trevas - Ótimo

Feitiços - Ótimo

Poções - Excede Expectativas

Transfigurações - Excede Expectativas

Herbologia - Aceitável

História da Magia - Aceitável

Adivinhação - Deplorável

Tratos da Criaturas Mágicas - Excede Expectativas

Astronomia - Deplorável

Ela olhou satisfeita para os resultados. Sete NOMs afinal, estava bem contente. Nunca ligou muito para Astronomia e Adivinhação mesmo, então não se importou de ser reprovada. Apesar de ter prestado os exames, Amy nunca tinha pensado em que carreira seguir após acabar Hogwarts. A idéia de ser auror lhe agradava, mas não sabia o quão disso era só um desejo infantil e o quanto poderia virar realidade.

—Ah, mamãe, podemos comer lá em cima?  - perguntou Rony, tirando Amy de seus pensamentos.

—Claro, Rony, mas só hoje.

Amy olhou para Rony e Harry, que tinham um olhar diferente do normal. Ela pegou seu café da manhã e acompanhou os amigos para cima.

—Então Harry, como foi com Dumbledore?! -Rony perguntou assim que ela fechou a porta.

—Não foi nada demais, na verdade. Ele só queria que eu ajudasse um ex-professor a sair da aposentadoria.

—Ah. - exclamaram Rony, Amy e Hermione sem emoção. Esperavam mais daquela história toda.

—Mas não era sobre isso que eu queria falar com vocês. E sim sobre o que aconteceu depois do Ministério, o que Dumbledore e eu conversamos. Acho que vocês devem saber. -Harry disse.

Amy notou Rony e Hermione inclinarem os corpos para frente, interessados, e Harry contou tudo o que contou para ela no dia anterior, e acrescentou que o diretor lhe daria aulas particulares esse ano. Os dois amigos pareceram bem chocados quando Harry terminou.

—Se Dumbledore contou tudo isso e ainda quer ter aulas particulares com você é porque acredita nas suas chances, Harry. Ele não estaria te preparando para nada. - Amy disse após alguns segundos.

—Amy está certa. E nós estaremos com você, certo?! Não precisa ter medo, Harry. -disse Rony.

Os olhos de Harry brilharam ao ouvir aquelas palavras. Os três poderiam estar assustados com a idéia de Harry ser a pessoa que teria que derrotar Voldemort, que poderia ser perigoso estar com ele, mas estavam se colocando ao seu lado para o que viesse, como sempre fizeram.

Os dias na Toca se passaram tranquilamente. Eles jogavam quadribol quase todas as tardes e faziam alguns deveres da casa. A única coisa que estragava seus dias eram as notícias de mortes e desaparecimentos no Profeta Diário. Todos ficaram bem empolgados quando a lista de material de Hogwarts chegou, pois teriam a oportunidade de irem ao Beco Diagonal ver a loja dos gêmeos, que Amy estava ansiosa para conhecer.

—O que é isso, Harry? - Hermione perguntou ao ver um papel a mais na carta dele.

—Fui nomeado capitão da Grifinória. - ele respondeu, sem tirar os olhos admirados do papel.

—Legal! - Rony correu para perto e olhou a carta. - Que demais, cara! Isso te iguala aos monitores! Poderá usar o nosso banheiro!

—É um belo banheiro. -Amy disse sem pensar, se lembrando da noite que ela e Harry abriram o ovo do Torneio Tribruxo na banheira.

—Realmente um banheiro impressionante. -Harry disse.

Os olhares deles se cruzaram, um sorriso escondido no canto da boca deles. Hermione olhou de Amy para Harry, com uma sobrancelha erguida.

—Como sabem? Já estiveram lá? - ela perguntou.

Amy e Harry coraram levemente, e ela torceu para Hermione não ter percebido isso.

—Ahhh… Cedrico me disse a senha e eu fui lá uma noite. -ela disse rápido demais.

Hermione encarou Amy por alguns segundos, até que pareceu aceitar a resposta, mas ainda olhava estranho.

—Não vejo a hora de ir ao Beco Diagonal. -Harry disse depressa, tentando mudar de assunto.

—Sim! Eu também. - ela disse, guardando sua carta e desviando os olhos de Hermione.

Toda a empolgação para visitar o Beco Diagonal deixou de existir assim que chegaram ao local. Não era mais um lugar movimentado, cheio de vida, agora estava quase vazio, as janelas tapadas com pedaços de madeiras e muitos vidros quebrados por toda a parte. A loja de varinhas e a sorveteria estavam mortas sem os seus clientes e donos, que tinham sumido misteriosamente alguns dias atrás.

Harry, Rony, Hermione e Amy se separaram do grupo para comparem novas vestes, e ao chegarem na loja, ouviram uma voz desagradável, porém familiar, atrás das araras de roupa.

—Cuidado onde coloca esse alfinete!

Amy olhou em direção à voz. Draco Malfoy andou até um espelho e examinou sua imagem, até reparar nos quatro refletidos acima do seu ombro.

—Ora, ora, se não são os ralés e a sangue ruim. -disse Malfoy.

Por reflexo, Amy, Rony e Harry levaram as mãos à varinha. Ela não aturaria Malfoy falando assim com sua amiga. Mas então uma mulher alta e magra apareceu de trás das araras. Sem dúvida era a mãe do Malfoy, Narcisa.

—Guardem isso. Se atacarem meu filho outra vez, garanto que será a última coisa que farão. -ela disse friamente.

—Não se preocupe, não ferimos garotinhos que se escondem atrás da saia da mamãe. -Amy disse, encarando Malfoy.

A boca dele se torceu de raiva e ele avançou alguns passos para o grupo, mas Narcisa o impediu com o braço.

—Você se acha muito ousada, não é garota? - disse Narcisa.

—Se você diz. - Amy disse, dando de ombros.

—Seria esperto tomar mais cuidado ao se dirigir a mim. - Narcisa disse.

—O que vai fazer? Chamar seus amigos Comensais para nos enfrentar? -Harry disse

Narcisa ergueu uma sobrancelha.

—Vejo que ser o favorito de Dumbledore lhe deu uma falsa segurança, Potter. Cuidado, ele não estará sempre aí para te proteger.

Harry ergueu os ombros, olhando ao redor na loja.

—Bem, ele não está aqui agora. Por que não tenta? Quem sabe não arranjam uma cela de casal em Azkaban?

O rosto de Malfoy se torceu de raiva e novamente a mãe o impediu de avançar ao grupo. Os olhos dele fuzilavam Harry, até que se desviaram para Amy, que apertou a varinha em sua mão.

—Deixe, Draco, não perca seu tempo. Vamos embora. -ela disse.

Draco tirou as vestes e jogou no chão, ainda olhando furioso para o grupo, e ele e a mãe saíram da loja.

Amy, Rony e Harry guardaram as varinhas.

—Sabe, eu realmente gostaria que vocês dois não ficassem confrontando comensais da morte por aí.  -Hermione disse, olhando com adversão para Harry e Amy.

—Se eu não ficasse confrontando comensais da morte por aí Bellatrix teria acabado com você e Lúcio Malfoy teria entregado aquela profecia para Voldemort. -Amy disse, ainda olhando na direção que os Malfoys tinham saído.

Hermione pareceu sem graça com as palavras dela, ainda mais quando Rony disse “Amy tem razão” alguns segundos depois.

—Só vamos comprar logo essas roupas e ir para a loja de Fred e Jorge. -Hermione disse com cara feia.

A loja dos gêmeos era o lugar mais fantástico que Amy já tinha estado. Os milhares de produtos se estendiam por grandes e coloridas prateleiras, onde as pessoas se espremiam para pegar algo. De fato, aquela parecia ser a única loja no Beco com tanto movimento.

—As pessoas estão procurando algo divertido em tempos tão sombrios. - Fred disse à ela.

Além disso, foi muito bom rever os gêmeos. Ela tinha tantas saudades da presença deles na Toca, que ficou um bom tempo conversando com os dois, até que seus olhos pareceram ser atraídos para a parte externa da loja.

Malfoy andava sozinho na rua, olhando por cima do ombro para ver se ninguém o seguia. De cara, Amy suspeitou daquilo. Porque ele não estava com a mãe?

Ela olhou para a esquerda, e viu que Rony, Harry e Hermione tinham reparado nisso também. Discretamente, Harry mostrou sua Capa de Invisibilidade do bolso das vestes. Amy, Rony e Hermione se aproximaram dele.

—Nós não devemos! - disse Hermione preocupada.

—Não começa! - Amy disse.

Os quatro foram para um canto mais vazio da loja e jogaram a capa de invisibilidade por cima. Hoje em dia, ela não cobria os pés deles direito.

—Ele foi por ali! -Amy disse, apontando por uma rua estreita onde viu Malfoy desaparecer.

Poucos passos depois, eles perceberam que estavam indo para a Travessa do Tranco, um lugar bastante suspeito que pessoas nada agradáveis costumavam visitar. Eles seguiram Malfoy até uma loja chamada Borgin e Burkes. Para o alívio de todos, Rony tirou uma Orelha Extensível do bolso e aproximou da porta.

—... sabe como consertá-lo? - perguntou Malfoy.

—Talvez. Preciso que traga até aqui para eu ver. -disse o vendedor.

—Não! Tem que ficar onde está.

—Não posso garantir nada, então. Talvez seja muito difícil, talvez impossível.

—Não? - Malfoy disse num tom de provocação. - Talvez isso te ajude a pensar melhor.

Amy estreitou os olhos para tentar ver o que o garoto mostrava ao homem, mas o que quer que fosse foi escondido atrás do armário que estava na frente, apenas viram a cara de assombro do vendedor.

—Se contar para alguém, será punido, entendeu? Minha família tem amigos que você não gostaria de conhecer.

Amy reparou no rosto duro de Malfoy enquanto intimidava o vendedor. Já vira o menino fazer isso diversas vezes em Hogwarts, só que dessa vez era diferente, ele estava muito mais sério, muito mais sombrio.

—E separe aquele ali também, precisarei dele. -disse Malfoy.

—Talvez queira levar agora?

—Não, seu idiota. Como foi carregar isso pela rua? Somente não venda.

Draco encarou o vendedor uns segundos antes de se virar e sair. Tarde demais, o quarteto percebeu que estava no caminho, um pouco na frente da porta, e quando Draco saiu da loja ele pareceu ouvir seus pés contra o chão. Eles pararam imediatamente, Amy quase encostando em Draco. Ele olhou na direção deles, movendo o corpo lentamente para frente, o rosto mostrando que havia algo de errado. Conforme ele avançava, Amy recuou levemente com o corpo, segurando a respiração. Draco parou o rosto a centímetros do dela, tão perto que ela podia sentir sua respiração em sua pele e ver os detalhes de seus olhos cinzas, e cheirou o ar, enrugando levemente a testa. Amy ficou paralisada até mesmo quando ele recuou e subiu a rua com os ombros encolhidos.

—Essa foi por pouco. - Rony disse baixinho quando Draco se afastou o suficiente.

—É. - Amy disse, soltando o ar.

—Você está bem? -Harry perguntou para Amy, estudando-a com os olhos.

—Estou. - ela disse, estranhando a pergunta. - Vamos voltar para a loja.

Na última semana de férias, Amy reparou que Harry passou muito tempo pensando nos cantos, e ela não tinha dúvidas que era sobre Malfoy e o que aconteceu na loja. Sua própria mente voltou a se encher de perguntas, como sempre. Primeiro, o que Draco queria naquela loja? E para o que? E segundo, ela não parava de pensar qual seria o próximo passo de Voldemort. Ela sabia que seu objetivo era acabar com Harry, mas agora que a profecia tinha sido destruída, o que ele faria em seguida? Como alcançaria Harry?

—Oi. -Hermione chamou.

Amy estava sentada na cama, escrevendo uma carta ao irmão, quando Hermione colocou a cabeça para dentro do quarto. Amy abriu espaço para ela sentar.

—O que está fazendo?

—Escrevendo à Damon. E você, o que está acontecendo lá embaixo?

—Bem, Gina, Rony e Harry foram jogar outra partida de quadribol, então vim pra cá. Queria conversar com você.

—Ah, lógico. Sobre o que, Mione?

—Sobre você.

Amy ergueu o olhar da carta e olhou para a amiga.

—Conversar o que?

—Amy… Harry me contou que você ficou brava com ele porque ele guardou segredos e ficou mal por isso no começo do ano. E agora, eu acho que você está fazendo a mesma coisa.

—Hermione, meus segredos não fortalecem Voldemort!

—Mas enfraquecem você! Olha, não estou pedindo para me contar o que você não quer, você pode ter seus segredos. Só quero que saiba que qualquer coisa que queira me contar, qualquer coisa…

—Eu e Harry nos beijamos - Amy soltou antes que a amiga terminasse.

Hermione esbugalhou os olhos e as duas se encaram por alguns segundos. Após raciocinar a informação, um enorme sorriso brotou em seu rosto.

—Eu sabia! Eu sabia! -ela disse, dando pulinhos na cama.

Amy não soube porque soltou aquilo tão de repente. Não pretendia contar a Hermione, não pretendia contar a ninguém na verdade, mas não conseguiu evitar.

—Hermione…!

—Quando foi?

—Assim que saí da enfermaria, depois do Ministério.

—Ah, meu Merlin, não diga que eu e Rony interrompemos!

—Na verdade, interromperam, mas…

—Ah, droga, eu sinto muito, Amy. Eu até desconfiei de alguma coisa na hora, mas depois deixei para trás…

—Hermione…

—Eu sempre desconfiei que tinha algo entre vocês dois…

—Hermione, cala a boca! -Amy elevou a voz.

Hermione olhou para ela, meio espantada com seu tom de voz.

—Isso não é bom, não devia ter acontecido… quero dizer… Harry é meu amigo e… foi logo depois que perdemos Sirius e depois de Voldemort quase ter me matado… nós dois estávamos abalados e confusos, e com medo…

—Amy…

—Hermione, eu não posso arriscar as coisas com o Harry! Não posso colocar nossa amizade em risco por algo confuso que eu senti uma ou outra vez! - Amy disse, com lágrimas nos olhos.

Amy olhou pela janela, para a paisagem lá fora, tentando evitar que as lágrimas caíssem.

—Amy… está tudo bem. Você não precisa se culpar pelo o que sente, por Harry. E não vem com essa sobre uma ou outra vez, esse sentimento não surgiu apenas nesse beijo, você sabe disso. Só que eu sei que deve ser difícil para vocês dois serem transparentes em relação à isso, principalmente agora, depois o que aconteceu no Ministério.

Amy secou uma lágrima que escorreu do seu rosto.

—O que quer dizer com isso?

Hermione olhou com um pouco de pena para Amy.

—Bem… agora Você Sabe Quem sabe de você, não é? Ele usou alguém que Harry amava muito para atingi-lo, Harry talvez tema que ele… use de novo.

Amy arrumou o corpo, raciocinando as palavras da amiga. Ela nunca tinha pensado nessa idéia, sobre ela se mostrar alguém especial para Harry que poderia ser usada como uma arma para Voldemort. Será que foi por isso que ele apenas aceitou, sem discutir, o que Amy falou sobre o beijo, que não devia ter acontecido? Por isso não tocaram mais no assunto?

—Eu to sonhando com ele todas as noites. Voldemort, não Harry. Digo, Harry também, mas com o cadáver dele. Sonho que Voldemort está me afogando novamente, e então ele mata Harry… e às vezes você e Rony. Eu tenho medo que ele entre na minha cabeça de novo. Que ele use minhas memórias ou qualquer coisa contra Harry… eu… não sei se ele realmente pensou isso, mas você tem razão. É perigoso a gente se aproximar, não só para nossa amizade, mas para as nossas vidas.

—Amy… eu não quis dizer isso. Você entendeu errado...

—Não, Hermione! Eu não tinha pensado nisso até agora! Quero dizer… não é como se nós quatro possamos ter uma vida normal onde podemos nos apaixonar, simplesmente não nos importar com as consequências das coisas. Não enquanto Voldemort viver. Não importa o que aconteça, sempre estaremos com Harry, e isso significa ficar na mira de Voldemort e de seus seguidores também. Não podemos dar mais armas à Voldemort!

Hermione não sabia o que falar, olhava espantada para Amy.

Amy sabia que todas as palavras que saíram da sua boca eram verdades. Se ia ficar ao lado de Harry, se iria ajudá-lo a sobreviver, não podia se permitir sentir algo romântico por ele, algo que fosse um ponto fraco para os dois.


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Notas finais do capítulo

Eai, oq acharam? Vale um favorito na fic?? hehehe

Beijos, até o próximo capítulo!!



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