Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 35
Capítulo 10 - Fim do 5º Ano


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaar. Ultimo capítulo de A Ordem da Fênix. Espero do fundo do meu coração que vocês gostem e me digam como ficou, o que esperam daqui pra frente. Beijos, até lá embaixo!



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CAPÍTULO 10

Amy acordou quando o sol estava se pondo no dia seguinte, dormiu quase dezesseis horas seguidas. Estava sozinha na enfermaria. Lentamente pousou a mão em cima do machucado na perna mas não sentiu dor nenhuma. Tirou os lençóis de cima dela e avaliou a marca vermelha e azulada do corte. Pelo visto, o punhal devia estar cheio de magia negra. Ela se sentou devagar, não estava mais suja de sangue ou molhada, mas sentia que precisava urgente de um banho. Como se sentia razoavelmente bem, não ligou de deixar a enfermaria sem a permissão da Madame Pomfrey, que sequer parecia estar em sua salinha, pois as luzes estavam apagadas. Foi direto para o salão comunal da Grifinória. O castelo estava vazio, ela não encontrou ninguém nem na torre da sua casa, mas não queria saber onde estavam todos naquele momento. Ela queria um banho.

E foi o banho mais demorado da sua vida, ficou quase quarenta minutos debaixo da água, deixando o líquido frio escorrer por sua pele. Aquilo lhe deu um certo alívio, até Amy começar a pensar nos acontecimentos do dia anterior. Ela não conseguiu parar de chorar quando se lembrou de Sirius, sequer sentir um frio na espinha quando se lembrou de Voldemort. Foi o momento que sentiu mais medo na vida, que ficou mais perto da morte. 

Desligou o chuveiro, um pouco melhor do que estava antes. Vestiu suas roupas e queimou as que estava usando no dia anterior. Desceu para o salão comunal, os cabelos ainda pingando água, quando ouviu alguém descer do dormitório masculino.

Amy e Harry levantaram a cabeça ao mesmo tempo, e ambos pararam de andar. Ele claramente não estava bem; estava mais pálido que o normal, bem mais infeliz que o normal. Tinha alguns cortes superficiais no rosto e nos braços, e os olhos verdes estavam tristes.

—Harry… -Amy começou a falar, mas parou quando ele andou decidido em sua direção, os olhos fixos e ansiosos nela. Ele segurou seu pescoço e a beijou.

Não foi nada parecido com o que aconteceu na casa de Sirius. Não foi nada agressivo ou rígido; os lábios de Harry colaram nos dela e Amy apertou a nuca dele sem pensar. Seus lábios corresponderam aos dele, mas ela separou as bocas, a respiração ofegante como se tivesse acabado de subir uma escadaria correndo.

—Harry… - ela suspirou.

Alguma coisa em sua cabeça lhe disse que aquilo era errado, mas ela não conseguiu ouvir, não com Harry apertando sua cintura e a puxando para ele, não sentindo sua respiração e seus lábios roçarem nos dela, não com o desejo que ardia dentro dela.

Ela esqueceu toda a razão e voltou a beijá-lo, dessa vez, mais forte. Harry apertou a cintura dela e ela enroscou seus dedos nos cabelos macios dele. Os dois se envolveram no beijo cada vez mais, esquecendo o mundo ao redor. Amy cambaleou e teve que encostar na parede para se equilibrar. Beijar ele era tão bom como ela imaginou em seus mais profundos pensamentos. Seu gosto, seu cheiro, seu calor ao redor dela, tudo a fazia se sentir bem, se sentir calorosa. Eles teriam ficado ali a noite toda se não fosse o súbito barulho do retrato se deslocando e a voz de duas pessoas conversando na entrada.

Eles se separam imediatamente, a respiração ofegante, os rostos vermelho por conta do sangue quente, os cabelos meio bagunçados.

Ela não soube se sentia alívio ou constrangimento quando viu Rony e Hermione entrarem pelo buraco do retrato. Hermione tinha mais pequenos cortes no rosto e braços do que Rony, mas ambos pareciam extremamente bens de saúde.

—Amy! - Hermione ergueu os olhos do chão e se adiantou em abraçar a amiga.

Amy envolveu ela com os braços, escondendo seu rosto no volumoso cabelo da amiga. Era realmente um alívio ver ela bem, depois do que aconteceu no Ministério.

—Como você está? Não sabíamos que você já tinha saído da enfermaria, Snape falou que você dormiria por pelo menos umas vinte horas. - disse Hermione.

—Eu estou bem, estou bem. - ela disse e  abraçou Rony com força também - Acordei e não tinha ninguém na enfermaria. Na verdade, não vi ninguém no caminho pra cá. - Amy disse.

—Dumbledore chamou todo mundo no salão principal. - Rony disse com as mãos no bolso do jeans.

—E vocês, como estão? Se machucaram? Como voltaram para Hogwarts, o que aconteceu depois que saímos?

Amy mantinha os olhos longe de Harry. Não sabia como processar o que tinha acabado de acontecer, então tentava se concentrar em qualquer coisa que não fosse Harry Potter. O que não estava nada fácil. Ela tinha uma vontade súbita dentro dela de olhar para ele e beijá-lo novamente.

—Estamos bem. Ninguém se machucou gravemente. Gina torceu o tornozelo e Neville ficou com o nariz três vezes maior que o tamanho normal, mas estão bem agora. - Rony disse.

—Ficamos horrorizados quando Snape chegou na enfermaria com você nos braços. Estava toda molhada e coberta de sangue… não parava de chorar e gritar. Snape falou que a lâmina devia ter magia negra. - Hermione disse séria.

—É, eu senti uma dor insuportável quando saí da sala do Dumbledore.

—Eu devia ter ido com você. -Harry disse de repente atrás dela.

Amy o olhou. Ele tinha o olhar fixo nela, e ela teve certeza que ainda pensava no que acabara de acontecer, assim como ela. Ela desviou o olhar, e percebeu que Hermione intercalava os olhos curiosos entre ela e Harry.

—Snape ficou umas três horas na enfermaria, aplicando a cura. - Rony disse.

—Ele fez isso?! - Amy perguntou descrente.

—Sim. - Hermione disse. - Tonks e Lupin trouxeram a gente assim que contiveram os comensais da morte. Malfoy foi preso.

—Sério?

—Sim. Draco nem apareceu no salão principal hoje. Deu no Profeta Diário.

Amy ia falar alguma coisa, mas o som da sua barriga roncando ecoou alto pela sala, e ela percebeu que não comia nada a mais de 30 horas.

—Podemos descer à cozinha se você quiser. -Rony disse, escondendo um sorriso.

—É uma boa ideia. -Amy disse.

Ele é Hermione sorriram e foram em direção à saída, mas Amy notou que Harry não seguia eles.

—Você não vem? - Amy perguntou meio incerta.

Ele estava com aquele ar infeliz novamente, apesar de olhar Amy com um certo brilho nos olhos.

—Não, eu… vou ver o Hagrid. Encontro vocês depois.

—Ok… OK.

Amy se virou e saiu, não sabendo o que pensar.

—Ele não vem. -ela disse em voz baixa para Rony e Hermione quando encontrou eles nas escadas.

—A gente sabe. Ele voltou a ficar mais sozinho depois que voltamos do ministério. Não falou nada do que aconteceu na sala do Dumbledore, sequer mencionou Sirius. Ele tá bem confuso e quieto. - disse Hermione.

E de fato, Harry não esteve muito presente com os três no dia seguinte. Amy quase não o viu, e pensou que ele devia estar muito fragilizado com o que aconteceu.

Então um pensamento invadiu a cabeça dela, algo que ela não queria ter pensado: com certeza Dumbledore deve ter tido uma conversa e tanto com Harry, que deve ter deixado ele bastante confuso. Fora todo o sentimento de perda em relação à Sirius. E se Harry apenas a tivesse beijado porque estava confuso, porque não estava pensando direito, porque a perda de Sirius e o encontro com Voldemort, principalmente a quase morte de Amy, o tivessem feito sentir algo em relação a ela que não era verdadeiro; era só algo causado pela dor da perda e a confusão de tudo o que aconteceu?

Amy realmente não queria ter pensado aquilo, mas o afastamento de Harry nos dois dias que seguiram o beijo só deixou espaço para que esse raciocínio penetrasse sua mente.

No castelo, todos a olhavam por onde ela passava, comentando o que aconteceu no Ministério, o que a incomodava um pouco. Lógico que toda a história tinha saído no Profeta Diário, e as fofocas correram pela escola.  Por isso, ela resolveu dar a volta num corredor mais vazio, mas parou assim que virou a esquina.

Malfoy estava sentado numa janela, olhando para fora, mas desviou o olhar quando percebeu Amy ali. A raiva acendeu em seu rosto no mesmo momento, e ele saltou para o chão e andou até ela. Amy não se moveu, apenas sustentou o olhar do garoto.

—Já avisei seu amiguinho Potter, Green. Vocês dois estão mortos.

—Jura? E quem vai sujar as mãos, você?

—Terei o enorme prazer de fazer você pagar pelo o que fez ao meu pai.

—Eu não fiz nada ao seu pai, Malfoy. Ele se enfiou lá quando decidiu se marcar com a Marca Negra. Merece o que aconteceu com ele, merece talvez coisa pior porque ele provocou a morte de uma pessoa que eu amava… Ele foi burro, mesquinho, e covarde…! -Amy deu dois passos à frente, ficando bem próxima dele, seus narizes separados por menos de quatro dedos de distância. - Assim como você! Se chegar perto de algum amigo meu, se chegar perto de Harry, você não terá a sorte de ir para Azkaban.

Os olhos castanhos dela brilhavam em fúria, assim como os dele.

—Os lados já estão escolhidos, Amy. Que comece a guerra. - Malfoy disse e saiu pelo corredor.

 

Felizmente, os últimos dias de aula passaram mais rápido do que normalmente. Amy tinha uma enorme vontade de ir pra casa e ver o pai e o irmão. E também os tios, que fazia tempo que não os via. Era o que a quase morte fazia com a pessoa. Apesar de Harry se aproximar mais dos três nesse dias, ele estava realmente quieto, o que era muito compreensivo. Ele e Amy sempre desviavam o olhar quando seus olhos se cruzavam, e em todos os momentos que ele aparentou querer falar a sós com Amy, alguém aparecia e eles acabaram não conversando sobre o beijo.

Amy não teve tempo de falar com Dumbledore, pois o diretor era requisitado todos os dias no Ministério da Magia. Não sabia ao certo o que queria falar, talvez só agradecer, afinal, ele chegou no momento certo para Amy ainda estar viva. Isso a fez questionar se não deveria agradecer à Snape também, mas a ideia era muito estranha e felizmente, ela não teve a oportunidade também.

Apesar de não gostar do afastamento de Harry, Amy não conseguiu evitar se isolar um pouco também. Toda a noite ela sonhava que estava de volta à fonte, se afogando, e todo o dia pensava o que Dumbledore e Harry tinham conversado.

Por fim, seu quinto ano letivo finalmente chegou ao fim. Ela, Harry, Rony, Neville, Hermione, Gina e Luna voltaram no mesmo vagão, comendo doces e conversando sobre as ridículas especulações que os alunos faziam sobre o que realmente tinha ocorrido no Ministério.

Quando chegaram em Londres, Amy largou seu malão e a gaiola da coruja e correu para abraçar Damon, que a esperava na estação.

—Droga, Amy. Você me deu um susto e tanto. -ele disse. Damon não parecia estar disposto a soltar a irmã do abraço.

—Eu sei, sinto muito, mesmo.

Para a surpresa dela, vários membros da Ordem estavam na estação para falar com os tios do Harry. Enquanto o Olho Tonto intimidava o pobre trouxa, Harry se aproximou de Amy e aproveitou que todos prestavam atenção nos tios dele.

—Eu queria ter falado com você em Hogwarts, mas nunca pudemos… conversar.

—Ah… sim… hum… Harry, sobre aquilo que aconteceu…

—Eu não devia ter feito isso daquele jeito…

Amy desviou os olhos para o chão. Não daquele jeito?!?! Que jeito ele queria ter feito? Não era exatamente o que Amy esperava ouvir.

—Eu sinto muitíssimo, Harry… pelo beijo.

—O que? - Harry exclamou, um pouco mais alto. Pelo visto, aquilo não era o que ele esperava ouvir também.

—O que, o que? -Amy perguntou meio sem jeito.

—Sente muito a gente ter se beijado? -ele perguntou confuso.

—Você pensou em me beijar de outro jeito?- ela perguntou confusa.

Os dois abriram e fecharam a boca, as sobrancelhas juntas e uma enorme cara de que preferiam não estar tendo essa conversa.

—Harry… a gente estava muito sensível… eu quase fui morta, perdemos Sirius… a gente estava confuso e uma pilha de emoções…

—É o que você acha? Que eu te beijei porque estava confuso e triste demais? - ele perguntou chateado.

Amy sentou seu coração se partir dentro dela. Por que ela estava falando aquilo? Acreditava mesmo em cada palavra que saiu da sua boca?

—Porque nos beijamos? - ela perguntou num sussurro. Não era justo perguntar “porque você me beijou” sendo que ela teve tanta ação no ato quanto ele.

—Porque… eu… estava confuso… você tem razão… como eu disse, não deveria ter feito aquilo… de nenhum jeito. - ele disse em voz baixa, encarando tudo menos Amy.

Não era o que ela queria ouvir. Por um momento, Amy queria que Harry falasse que ela estava errada, que não foi um erro o que eles fizeram… mas essas palavras não vieram… Ela sentiu uma sensação horrorosa dentro dela, enquanto Harry ainda encarava o chão.

—Garoto! Vamos embora! - o tio dele gritou.

Eles se olharam por alguns segundos, antes de se envolverem num forte abraço. Amy se odiou por ser tão bom abraçá-lo, sentir seu corpo contra o dela, seu cheiro rodear seu rosto.

—Eu te amo, Harry.

—Eu te amo, Amy.

Eles se soltaram, e foram até o grupo, para que Harry pudesse se despedir de todos. Amy deu um forte abraço em Hermione, Gina e Rony também, antes de deixar a estação, parte de seu coração parecendo ir embora para o outro lado, num carro com um bruxo com lindos olhos verdes.


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Notas finais do capítulo

Ai meu Deus, ela tenta, mas não consegue negar mais o amor que sente por ele!!!!!!!!
Eaii amores, o que acharam? Me contem, me contem!!

SEguinte: sexto livro vai demorar um pouquinho. A partir daqui entra muita história minha, que não acontece nos livros, então tudo tem que ser bem pensado para não ficar confuso ou dar ruim no futuro. Acho que vocês vão ficar BASTANTE surpresos com o rumo que a história vai tomar, o que a Amy vai fazer, com quem ela vai se relacionar, etc.

Enquanto isso, me contem o que está passando no coração de vocês em relação à essa história. To realmente curiosa. :) :)

Beijos, até o próximo capítulo.



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