Querem Acabar Comigo! FINALIZADA escrita por Ana Beatriz


Capítulo 6
Capitulo 5




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Desespero...

Minha menina ...

Oh Meu Deus...

Minha bebê...

Minha menininha.

Saiam todos da frente, minha criança está machucada.

Recebi uma ligação essa tarde falando que a Ema havia se machucado, sai desesperado.

—Leon?

—Violetta?-­encaro a mulher sentada tranquilamente em uma das muitas poltronas da recepção.­-Oh Meu Deus! Onde ela está? O que aconteceu? Que horas foi o acidente?

—Que tal você se acalmar e...por que está usando o canguru?- ­ela arqueia a sobrancelha.­

—Porque eu estava com o Tevinho quando soube.

—E onde está meu filho?

—O deixei com a Bruxa má do oeste.

­Violetta revira seus olhos penetrantes.­

— O que aconteceu?

—Ela caiu de um brinquedo na escola.

Meu coração acelera, como se estivesse na Sapucaí em pleno Carnaval do Rio de Janeiro.

—E onde estava a vaca da professora que não soube cuidar da minha garotinha?- Aliás ­olho ao meu redor.­ -onde ela está que nem aqui veio?

—Ela estava aqui, a mandei embora pois sabia que você reagiria dessa forma.-­me olha de cima a baixo.

—Que forma?- ­franzo o cenho.

Porém, Violetta é impedida de me responder, já que ouvimos alguém falar o nome de Ema.

Quem é você? ­-tomo a frente antes mesmo de Violetta.­

—Dr. Mark

—E onde está Ema?- ­novamente, passo a frente de Violetta que, dessa vez, bufa irritada.­

—Ela está bem, foi apenas um susto.

—Um susto? ­-bom, essa frase quem diz é a futura ex senhora Vargas.­

—Ela quebrou o braço, mas...

—Então ela não está bem- ­me aproximo mais de Violetta e enlaço sua cintura com um de meus braços.

Não estou gostando do olhar desse Dr. Pegador pra cima da minha futura atual ex mulher.

Violetta me encara incrédula, no entanto, faço questão de ignorar seu olhar.­

—Vocês são os pais dela?

—Eu sou a mãe e esse aqui é o babá. -Ela tenta se livrar do meu aperto.

Não deixo.

E não estou nem ai.

—Bom, hum...vocês querem vê­-la?

—Magina...queremos deixa-­la aqui com você.-­respondo tentando não soar estúpido.

Acho que falhei.­

—Compreendo. Por favor, me acompanhem.

Assim que o tal Mark vira as costas, Violetta me belisca e logo depois me empurra.

—Tire os seus braços de mim.- ­rosna.­-e cancela essa intimidade que você acha que eu te dei.Palhaço.

E então caminha para onde o médico foi.

Eu até iria atrás dela, mas estou chocado em um nível descomunal. Violetta Castillo me beliscou.

Na bunda.

O problema é que o beliscão dela teve um efeito na parte da frente do meu corpo.

Agora não grande Vargas. Nós temos um problema maior.

Respiro fundo algumas vezes e finalmente corro atrás de Violetta.

Essa mulher ainda vai me matar. Adentro a sala do médico, quase passando por cima do mesmo e de Castillo.

Consigo ouvi­la sussurrar um louco...não me importo. Vasculho cada canto do local até que meu olhar, finalmente, pousa sobre uma pequenina.

Diferente do que imaginei, Ema não está chorando, gritando ou fazendo escândalos...ela está rindo.

—Leonnnnnn. -seu sorriso trás um conforto imediato ao meu coração.­

Empurro a mulher de branco que atende minha menininha, para longe.

—Oh Ema...sua lunática. Por que você foi subir naquele treco-­treco? Ou seja lá como se chama aquela porcaria de ferros coloridos e interligados.

—Eu tava blincando.

—Nunca mais faça isso, entendeu? Eu quase morri quando soube.-­quando ouço a risada de todos, percebo o que eu acabei de falar.­ hum...então...

—Olha, Leonnnnn...meu blacinho tá losinha. Igual as menininhas supel podelosas.- ­ela faz alguns movimentos.­-Rá.

—Leonn! -o grito de Ema se dá pelo fato de seu braço, engessado, acertar em cheio meu rosto.­

—Caramba, acho que preciso engessar minha mandíbula.-­faço uma careta enquanto massageio o local.

—Desculpinha.

—Posso terminar de colocar o curativo na pequena?

—Você quem é? ­-indago.­

—Sou a enfermeira.

—Ah...e cadê suas credenciais? Quero ver...eu assisto filmes, sei que você pode ser alguém tentando machucar minha menina.

—Vargas! -­a voz da patroinha soa irritada.-­ Não ligue pra ele, pode terminar de fazer o curativo.

—Mamãe!

—Oi amor.

Um sorriso bonito emoldura a face de Violetta. Porra, que mulher espetacular!

—Meu blacinho tá losinha.

—Estou vendo, e você nem gostou não é?-Ema ri animada.

Meia hora depois, saímos do consultório.

—Toma. ­estendo a chave da van para Violetta.

—O quê? -me encara.

—Vai dirigindo e eu vou atrás com Ema- ­arrumo a pequena em meu colo.

—Ela é minha filha e eu vou atrás com ela.

Oh mulherzinha difícil.

—Cadê seu carrão?

—Acontece que eu vim de táxi, jumento. Me ligaram avisando que minha filha estava no hospital, você acha mesmo que eu tinha condições psicológicas de dirigir?

É.faz sentido.

—Ah...verdade. E onde está seu motorista particular?

—Na empresa. Quando saí, ele estava no horário de almoço. Mais alguma pergunta?

—Que seja... ­-dou de ombros.­ entra ai e dirige.

—Você trabalha pra mim, então você dirige.

—Por que eu? ­-faço um bico.­ eu quero ir com Ema. ­que a essa altura dorme tranquilamente em meu colo.

Efeito do analgésico.­

—Ela é minha filha e eu estou tão o mais preocupada que você. Agora me de ela.

­Violetta se aproxima de mim e eu? Bom, eu me esquivo.­

— Vargas!

—Castillo!- ­devolvo.­

—Ou você me da minha filha ou eu te demito.

Arregalo os olhos, incrédulo.

—Você não ousaria.

—Então paga pra ver.- ­ela me encara de maneira desafiadora.

Bufo irritado e entrego Ema para ela.­

— muito bem, campeão e a...vê se tira esse canguru do peito. Você está ridículo com isso- ­pisca, entrando no carro logo em seguida.­

Oh sim...ela tem o poder de me tirar do sério.

A única parte boa de ir dirigindo para casa foi, vez o outra, olhar pelo retrovisor e ver Violetta toda carinhosa com Ema. Beijando-­lhe a testa ou sussurrando que a ama.

Isso fez tudo valer a pena.

***_***_***_***

—Vargas!

—Caralho, mulher! Quer me matar? Tira meu sobrenome da boca.

Sou lindamente ignorado por Dona Clotilde.

—Essa criança não para de chorar- ­brada.­

—Ah vá. ­=nem notei o escândalo do pequeno Estevão.

Conseguiram pegar a ironia da frase?

—­ o que foi amorzinho? Eu sei que não é fácil ficar olhando pra cara feia da Bruxa má do oeste. É...eu sei. ­

Pego Tevinho de seu cadeirão e o jogo para o alto.

Seu choro imediatamente cessa e, no lugar, um coro de gargalhadas toma todo o ambiente.

—Cara feia teu...

—Linguagem.-­pronuncio alegre.­ Bah respira fundo.

—Como está Ema?

—Bem...quebrou o braço, mas ela é forte. Vai sobreviver.

—Que bom. Ela é uma criança especial.

—Ohhh estou detectando um sorriso nessa sua cara feia? -­indago divertido.­

—Vai se lascar-­dou uma gargalhada-­ que tal você ir lavar o quintal? Hum? Lembra que nós tínhamos um acordo?

—Você não me deixa esquecer disso não é?- ­bufo.

—Jamais!- ­ela sorri triunfante.

Me aproximo de Bah e faço menção de lhe entregar Tevinho, no entanto, o pequeno agarra minha blusa, lançando um olhar de mau humor para a bruxa do setenta e um.

—Está vendo...você está deixando esse menino mal acostumado.

—Não tenho culpa se ele tem bom gosto.

—Bom gosto é teu...

—Linguagem.

***_***_***_***

Encaixo a mangueira na torneira....essa frase me faz rir internamente.

Dou uma rápida olhada para onde Estevão está. Meu bebê, permanece deitado em seu carrinho.

No momento, sua própria mãozinha parece muito interessante e algo de outro mundo para ele.

Volto a olhar para o quintal.

O IMENSO quintal dessa mansão.

Vou morrer desidratado nesse sol quente...

—Melhor eu começar.

Dez minutos depois e eu me encontro parecendo um camarão tostado. Já lavei metade do quintal, quando começo a me preparar para lavar a outra parte, ouço um barulho de baque. Viro­-me, rapidamente, e encaro a figura de Elizaestabacada no chão.

Seguro o riso e me aproximo dela....mesmo sem graça, Liza se levanta, como um pequena lady, e me encara.

—Vim te ajudar, Leon.

—Ganhei uma ajudante?- ­ela sorri e afirma.­- então vamos ao trabalho ...

—Liza, é pra varrer a sujeira pra lá.- ­aponto o local.-­ você está mandando a sujeira para o lado que eu já lavei. ­bufo.

—Hey, calminha ai. ­-ela aponta a vassoura para mim.-­ eu tô com calor.

—Eu também. E sabe o que é bom para refrescar?

—O quê? ­-franze o cenho.

—ÁGUA!- ­aponto a mangueira para Liza.

O jato d'água vai direto em seu corpinho.Ema grita, primeiro pelo susto e depois por estar se divertindo.­

—Leon! Tá geladona –ela solta um gargalhada.

Sorrio.

Meu olhar pousa na figura ao lado do carrinho de

Enzo encara a cena da irmã toda molhada com um pequeno sorriso no rosto.

—Enzo? ­-ele me olha.­- quer vir brincar?

—Não sou criança.

—É o que então? Pré aborrecente?

—Vem Enzo!- ­Elizinha chama.­-tá gostoso aqui. Melhor que a piscina.

Mesmo a contra gosto, sintam a ironia dois, Enzo se aproxima da irmã.

Estranhamente, eles possuem uma conexão.

Tenho para mim, que algo muito sério aconteceu e isso os liga fortemente. Jogo esses pensamentos para o lado e levanto a mangueira, jogando o jato d'água para cima, fazendo o típico guarda­chuva.

—Dança na chuva!!!- ­grito.

Começamos a bater na boca com a mão, fazendo aquele barulho de índio. Corremos em círculos, brincando e gritando.

—O que somos? ­questiono.­

—Índios!- ­ambos respondem, inclusive Estevão que solta gritinhos e agita suas perninhas.­

—Indio quer...? ­grito.

—Dança da chuva!

—Índio quer? ­indago.­

—Dança da chuva!

—Índio quer...?

—Matar meus filhos com um resfriado!

A voz séria e cortante de Violetta faz a brincadeira parar.

***_***_***_***

—Você é um irresponsável, Vargas. Um grande paspalho irresponsável.

A voz da patroa continua soando na minha cabeça.

Consigo visualizar, na minha mente, a expressão dela ao secar os filhos enquanto acabava com nossa diversão de índio.

Porém, no fundo, no fundo eu sei que ela estava feliz de ver os filhos se divertindo.

Resmungo, me virando para o lado e cobrindo ainda mais meu corpo. Inexplicável tenho a estranha sensação de estar sendo observado.

Franzo o cenho e abro os olhos levando um susto quando um par de olhos verdes me encaram. —Oiii gatão...

Droga.

—Ema, vai dormir-­resmungo.­ tá cedo.

—Leonnnnn, eu tô tediosinha.

Tediosinha?

Que porra de palavra é essa?

—Vai procurar a bruxa má, então...

—Não quelo.-Sinto um corpinho pular em cima de mim.

—Ema...­-murmuro de dor, já que o joelho de Ema bate em um local inapropriado.­

—Põem joguinho de celular, põem?! -Tiro meu celular de debaixo do travesseiro, colocando o tal joguinho de merdinha.

Literalmente, uma merdinha.

—POU! —Ema, para de gritar. —Desculpinha.

Entrego o celular para a saci ao contrário e a deixo jogando.

Aos poucos a inconsciência vai me levando....ouço o toque do meu celular, ao longe....devo estar sonhando....logo depois ouço a voz de Ema. Alôu? ... É a Ema e ai? ... Leonn, fala que eu tenho assim ... É tlês ... Eu amo o Leonn ... Oi vovó .....

ESPERA AI...VOVÓ?

Abro os olhos e viro-­me.

—Ema?

—Leonn, sua mamãe tá falando aqui ó.- ­indica o celular.

Estou. Ferrado.

Meio trêmulo, pego o celular das mãos de Ema, colocando-­o no ouvido.

—Mãe?

—Leon Vargas

—Mãe...

—Como assim eu tenho uma neta e você não me fala.-Ela gritava

—Mãe, para de gritar.

—Mãe porra nenhum-

Okay, eu devo estar muito encrencado, já que Dona Christina está falando palavrão. No susto, acabo apertando o botão do viva­-voz

—Mãe, por favor.

—Seu pai e eu dissemos "procure um rumo para sua vida" e você faz o quê? Hã? Enfia seu amigão em uma mulher e engravida ela!-­arregalo os olhos e fitoEma que ri.-você escondeu essa criança por três anos. TRÊS!

—Mãe, a Ema não...

—Eu quero conhece-­la.

Dona Christina é categórica.­

—O quê?

—Quero conhecer minha neta e....Robert! Nós temos uma neta.

Ouço um barulho e logo em seguida a voz de meu pai.

—Leon?

—Pai?

—Como assim eu tenho uma neta?

—Pai, para de gritar, que saco!

—Percebe Robert, a petulância dele.

Reviro os olhos para a frase de minha mãe

—Oi gente.

—Oh Meu Deus! ­papai e mamãe gritam ao mesmo tempo, como se estivessem ouvindo o maior de seus ídolos.­

—é ela? -meu pai indaga.­

—Pai, a Ema não...

—Oi, Ema. Vovô já está louco para te conhecer- Ema ri, animada

—Vovô.

—Eu vou infartar, me segura-ouço um baque e alguns segundos de silêncio.­

—Mãe? Pai?- ­meu tom deixa claro o desespero que sinto.

—Leon, filho, você vem almoçar aqui amanhã não é?

—Mãe -­respiro aliviado.­ o que aconteceu? Cadê o pai?

—Esta caído aqui no chão.-­ela desdenha.­

—O quê?

—Isso é drama, emoção do momento...mas então, amanhã. Quero conhecer minha neta e a mãe dela e é melhor você chama­-la de esposa.

—Mãe... ­tento, inutilmente, falar algo.­

—Até amanhã meu pedacinho do céu.

—Até mãe...- ­resmungo.­

—Não falei com você, seu mula.-­reviro os olhos.­-mas sim com a minha netinha.

—Tchauzinho vovózinha.

—Oh é muita emoção.

Então o som de tu, tu, tu invade o cômodo.

Encaro Ema furioso...

—Leonn?

—Hã?

—Que amigão você pós na minha mamãe?

Oh droga

***_***_***_***

Desço as escadas, com Ema em meu colo.

Ainda estou pensando em como irei falar com minha mãe sobre Ema não ser minha filha...mamãe ficará arrasada.

Meu pai então...

—Vargas! Dou um pequeno pulo.

—Dominguês?- ­franzo o cenho.­

—o que faz aqui?

—Vim te ver, já que você me abandonou.

Ele faz um biquinho.

—Oiiii –Ema pula de meu colo e corre até Diego.

—Xô...xô...

—Diego, ela não é um animal...é uma criança.

—Crianças babam, liberam gases tóxicos e são inconvenientes.

—Então você é uma criança? -­arqueio a sobrancelha.- eu sempre soube.

—Leon, será que você pode me ajudar -Liza para de falar e encara Diego- Oh. Meu. Deus

A reação de Liza não é nada se comparada com a de Enzo.

O garoto simplesmente desmaia. Isso ai

No instante seguinte a casa vira uma loucura, consigo acordar Enzo, mas ele parece confuso e estupefato por Diego estar ali.

—Você. Igual. Homem de Ferro- ­ele gagueja.

Não preciso dizer que o ego do meu amigo vai parar nas alturas com seu mais novo fã.

Porém, percebo que o olhar de Diego vai parar além de mim.

Viro-­me e encaro uma loira, quase ruiva, que está com Estevão no colo.

Ao seu lado está a senhorita Castillo. Senhorita Castillo. Mãe da Ema. Mãe dos E's

Abro um imenso sorriso. Já sei como não decepcionar meus pais.

Só preciso de um sim da mulher mais marrenta desse mundo. Missão Impossível em ação.


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