Querem Acabar Comigo! FINALIZADA escrita por Ana Beatriz


Capítulo 4
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey povinho!!

Espero que gostem obrigada por



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700141/chapter/4

Dia perfeito! Com toda a certeza, café da manha aqui vou eu!

—Leon? -Paro de andar.

Droga.

—Hum...?

—Será que você pode me olhar, enquanto eu falo com você?

—Fala bruxa má-encaro Dona Clotilde.

— Quer uma maçã?

 Uma maçã vermelhinha, Um sorriso sinistro, Dona Clotilde sendo gentil.

Isso me lembra...

 —Tá louca mulher?! Eu assisti Branca de Neve.

 A bruxa má do oeste revira os olhos

—Idiota.

 —Depois eu que sou mal educado. -Aproximo­-me de Bah e lhe dou um beijo na bochecha.

—Vou dar uma olhada nas crianças.

Um mês.

Já estou trabalhando na casa dos Castillo ou seria Heredia? Há um mês.

Em todo esse tempo só vi Violetta Castillo três vezes, a mulher é sutil e sorrateira como um felino.

Trabalhar com os E's é extremamente cansativo, mas ao final do dia.

Tudo vale a pena.

Sinto que criamos uma grande conexão, e me dói saber que ficarei só por mais 11 meses.

 Afasto esse aperto no peito e faço minha primeira parada da tarde.

Estevão dorme tranquilamente. Sua respiração cadenciada, um pequeno sorriso está em seus lábios, ele deve estar tendo um sonho lindo.

 Aliás, bebês tem pesadelos? Acho que não cubro Tevinho e lhe dou o porquinho de pelúcia, seu fiel escudeiro.

 Minha segunda parada é no quarto de Ema que, como sempre, está ligada nos 220.

 —Oiiii gatão- Ela para de correr pelo quarto

—Hey, gatinha. Você deveria estar tirando a soneca da tarde.

Ema me olha como se dissesse: "Você só pode estar louco, Leon."

 —Não quelo.

 —Mas vai. ­pego-a no colo. ­ vamos buscar sua mamadeira?

—Tetê. ­ela rebate.

—O que conversamos sobre substituir palavras?

 —Que não pode?!-arqueia a sobrancelha, mesmo que inconsciente desse gesto.

 E por um segundo, lembro-me de Violetta.

—Exatamente. Então Tetê se chama.

—Mamadeila.

 —Mamadeira.

 —Dá no mesminho, Leon.

Coloco-a sentada sobre o imenso balcão de mármore da cozinha.

—Claro que não.

—O Leon?

 —Fala.

Abro a geladeira procurando a mamadeira de Ema que, por sorte, Dona Clotilde sempre deixa preparada. ­

—Você acha que minha mãezinha não gosta de mim?- Volto meu olhar a pequena

 —Por que isso agora?

 —Mamãe nunquinha tá aqui.

—Porque ela trabalha muito, Ema. ­coloco a mamadeira no micro-ondas.­ isso não quer dizer que ela não te ame.

—Você me ama?-seu rostinho entrega toda a sua insegurança. ­

 —Amo. -beijo a ponta do nariz da maluquinha-­ Amo muito­assim que o eletrodoméstico apita retiro a mamadeira de dentro verificando a temperatura.—Toma ai e depois vamos dormir.

Vinte minutos depois e finalmente Ema pega no sono.

 E vamos a terceira parada do dia.

 —Que bagunça é essa?-fecho a porta atrás de mim e encaro os diversos envelopes coloridos, canetinhas, papéis e um pequeno monte de dinheiro. ­ de onde veio todo esse dinheiro?

 —Da minha mesada-Eliza continua concentrada em colocar algumas notas em cada envelope e depois Marcá-lo com algumas inicias.

 Sento-me no chão, de frente para Liza.

—H.D. C? H.I. C? L.D. V? O.M. T? O que são essas iniciais, Liza? Por que está colocando dinheiro nesses envelopes?

—Hospital das Clínicas, Hospital Infantil de Câncer, Lar dos Velhinhos, Orfanato Maria Thereza.- Arregalo meus olhos

 —Eliza...

—Eu pensei que, agora que tenho você, a gente podia enviar­suas bochechas adquirem um tom levemente rosado. Ela está com vergonha.

 —Isso é incrível, Eliza. -não consigo evitar a euforia em minha voz. -Quer dizer, ajudar cada um desses locais...eu...sua mãe irá adorar quando souber

Eliza me olha em pânico.

—Não conta pra ela, Leon. Não conta.

—Por quê?

—Só... Não fala nada. Promete?

—Prometo, mas não entendo o porquê disso.

 —Mamãe é muito ocupada e...

 —E?

—E ela não gosta muito de mim. ­Liza encara o chão. - depois que o meu papai morreu eu...

 Morreu?

—Como assim, Liza? Seu pai, Tomás, não está vivo?

 Fico totalmente confuso, pois até onde escutei uma das conversas da Dona Clotilde, Tomas Heredia, que descobri ser o ex-marido da minha ex-futura mulher, está mais vivo do que nunca.

—Tomas não é meu papai.

 A voz de Eliza me trás de volta a realidade

 —Não?- Ela nega.

 —Meu papai morreu quando eu nasci.

 Agora o sobrenome "Gonzáles" faz todo sentido. Ou não.

—Sinto muito, Liza.

 —Tudo bem-a ouço fungar, sem pensar duas vezes puxo Liza para meus braços, confortando­-a enquanto mais lágrimas caem de seus olhos.

—Está tudo bem, Liza.

 —Desculpa...

 —Não desculpo não. -Liza me encara. - sabe por que não desculpo? Porque não há nada de errado em chorar.

 —Mamãe diz que isso é fraqueza.

—Sua mãe é uma idiota. -Liza ri.­ Quer dizer...

 —Tudo bem, às vezes, ela é sim.

 —Você é uma menina incrível, Liza. -limpo as lágrimas de seu rosto- meiga independente e completamente apaixonante. Nunca, jamais, em hipótese alguma deixe alguém te convencer do contrário Okay? -­ela afirma ­ e, também, você tem um dom espetacular-aponto para os desenhos no chão.

—Você acha?

 —É claro, quer ajuda pra terminar isso aqui?

—Não precisa.

 —Certeza?

 —Tenho.

 —Então façamos assim, você termina isso e depois vai me procurar.

 —Pra quê-ela franze o cenho.

—Pra juntos colocarmos no correio.

 —Jura- A imensidão verde está com um brilho especial.

 —Juro.

—Obrigada, Leon.

 —De nada, Lizinha­lhe dou um beijo na testa.­ de nada.

Próxima parada, e a mais difícil, quarto do Enzo.

—Ninguém te ensinou a bater na porta?

 —Ah nós não precisamos dessa formalidade. -Enzo revira os olhos.

 Caminho pelo quarto do garoto e posso sentir que, mesmo ele estando concentrado no videogame, de vez em quando seu olhar pousa sobre mim.

 —Parece que temos um grande fã do Homem de Ferro.

—O quê?- Aponto as diversas miniaturas do super herói que enfeitam a estante no canto do quarto.

 —Sabe, eu tenho um amigo que é bem parecido com ele.

—Não me diga. ­desdenha. ­ vai me dizer que seu amigo tem uma armadura e voa por ai?

 —Óbvio que não, mas ele se parece com o herói dos quadrinhos. É sarcástico, irônico.

—Bom pra você. - volta a se concentrar em seu jogo.

—Enzo?

—Que?

 —O que você está jogando?

 —Um jog- Bufo

—Sei que é um jogo, quero saber qual é-sento­me ao seu lado.

—GTA.

 —GTA? -­franzo o cenho. - esse jogo não é para maiores de dezoito anos?

 —Pode ser que sim, pode ser que não...

 —Sua mãe sabe da existência disso?

—Minha mãe não sabe de nada... Aliás, ela sabe que eu sou um problema.

Encaro Enzo. A mágoa pelo que Violetta disse ainda está presente em seu coração.

—Sobre isso, você sabe que...

—Não preciso da sua pena.

Prefiro não comentar sobre essa frase, resolvo mudar de assunto.

 —Posso jogar?

—O quê?-Enzo pausa o jogo e me olha.

Seu rosto é uma mistura de surpresa com incredulidade.

 —Jogar. Será que eu...

—Eu ouvi.

 —Então?

 —Você quer jogar comigo?-seu tom deixa claro a alegria, apesar de ele tentar se manter sério.

—Quero.

—Que seja-ele dá de ombros, me entregando um controle e reiniciando o jogo.

 Passamos cerca de uma hora jogando, entre risadas e provocações quando finalmente fomos interrompidos.

—Parece que o Tevinho acordou. -levanto­-me.

 —Vai lá pega ele e volta aqui- Olho para Enzo.

—Sério?-minha vez de ficar incrédulo.

—Se você quiser.

 —Okay.

—Leon? ­-para no batente da porta-­ você gosta da minha mãe?

—Hã? ­claro que não-super convincente Vargas.

 —Eu vi como você olha pra ela.

—Enzo, eu mal vejo sua mãe-­desconverso.

 —Eu vi como você olhou pra ela aquele dia na sala.

—Enzo eu...

—Só quero que saiba que eu não vou deixar você machucar a mamãe, como o Tomas fez.

 Fico confuso.

 —Machucar? Machucar como?

 —Eu estou aqui agora­noto a seriedade em seus olhos e em suas palavras. —E mesmo que a mamãe me ache um problema, eu não vou deixar ninguém tocar nela. Nem mesmo você.

 Concordo, enquanto saio do quarto de Enzo.

 Minha mente ferve, as suspeitas são muitas... Se o que eu penso está correto, sei o porquê de Violetta ser tão fria com os filhos e sempre manter a máscara de indiferença. Deus, que eu esteja completamente errado.

***_***_***_***

—Leonnnnnn...

—Nem adianta

—Pol favolzinho-faz um biquinho.

Reviro meus olhos e continuo a dar comida para Estevão.

—Não adianta Ema. Você vai ter que comer os legumes.

—Eu num goto de cenourinha...

 —Tô pouco me lixando pra isso.

—Atupido. - Um coro de gargalhadas toma todo o ambiente.

—É estúpido, não atupído. ­-Liza corrige a irmã.

—Tanto faz...

 —Enzo, seu bobão-Liza brada brava.

Olho para Enzo

—Qual é ela nem queria a cenoura e. LIZA!

 —Você jogou em mim primeiro.

 —Gente?-­todos os olhares estão em mim. ­-GUERRA DE COMIDA!!

A sala de jantar vira uma loucura, comida sendo jogada para todos os lados, gargalhadas, alegria e...

 —O que está acontecendo aqui?-Silêncio.

 Agora todos os olhares estão em Violetta.

 —Mamãe?­a voz de Ema soa assustada.

 —Alguém pode me dizer o que... - A frase da chefinha é interrompida quando eu atinjo, em cheio, seu rosto com macarrão.

—Ops.

—Oras seu...

 Ver Violetta toda suja de molho me faz gargalhar, isso até sentir um líquido, com gosto e cheiro de uva, atingir meu rosto.

—Sua... -não consigo xingá-­la.

 Não quando ela está rindo tão lindamente.

As crianças parecem tão chocadas quanto eu.

—GUERRA DE COMIDA. -Enzo torna a falar.

Dessa vez, Violetta participa da loucura e até mesmo Dona Clotilde entra na farra. Ao final, estamos todos imundos, a sala de jantar está irreconhecível, mas ver as crianças com aquele brilho no olhar faz tudo valer a pena.

—Mamãe!-Ema pula no colo de Violetta, seu sorriso é tão grande que tenho medo de seu rosto se partir.

—Olhe só pra você, está imunda. ­a Senhorita só me chame de Castillo diz

—Você também tá oh-ela passa sua mãozinha no rosto da mãe retirando um pouco de molho de tomate. ­

—Mamãe, o molho sujo seu cabelo. -­Liza ri enquanto se aproxima da mãe.

Violetta senta-se, apoiando Liza em uma perna e Ema na outra.

—Você também está imunda, filha. -Eliza me encara, dou uma piscadinha e ela sorri se recostando melhor na mãe.

—Venha aqui filho, deixe-­me verificar se você também está tão imundo quanto suas irmãs.

Enzo parece receoso. Já que ele está ao meu lado eu o empurro, incentivando o a ir.

—Só estou um pouquinho-­sussurra.

 —Um pouquinho?-­Violetta acaricia o rosto de Enzo-Aposto que adorou essa bagunça. ­Enzo sorri levemente sei que ele não quer demonstrar, mas está amando todo esse carinho da mãe.

—Será que cabe mais um ai?-­indago. ­ Violetta sorri

 —Sempre. -Entrego-­lhe Estevão que parece tão animado quanto os irmãos.

Vendo essa cena, sinto um tremendo orgulho.

Prometo, mentalmente, fazer Violetta reconstruir pelo menos uma parte da conexão com os filhos, pelo menos antes que eu vá embora.

Os E's merecem a mãe de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tchau