Querem Acabar Comigo! FINALIZADA escrita por Ana Beatriz


Capítulo 2
Capitulo 1




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Sabe quando você olha pro céu e fica pensando se você poderia dormir em cima de uma nuvem? Que é? Você nunca pensou nisso? Serio mesmo? Okay...

Mas de verdade eu estou deitado em uma nuvem será que essa mulher é tão rica que comprou uma nuvem? Não acho que isso seja possível, mas Deus, essa cama é tão confortável... Hum eu poderia passar a vida deitado aqui sonhando e...

—Meu pai!- ­dou um salto da cama quando sinto algo gelado quase me afogar. ­ Essa cama tá no Titanic?

—Você quer me matar, garota?

 —Desculpa Leon..

Meu Deus, onde fui amarrar meu jumento?

 Respiro fundo, tentando não brigar com a garotinha que me encara totalmente arrependida.

—O que você quer? Hum... Quem é você mesmo?

Okay, não me culpem quatro crianças com nomes começados com E. Além de Enzo, eu não me lembro de mais nada. ­

—Eu sou eu. - ­me responde de maneira óbvia.

—Eu sei que você é você, mas quero saber quem é, entende? ­

Alô, alô! Planeta Terra chamando! Planeta Terra chamando! Esta é mais uma edição do diário de bordo de Leon Vargas e Vargas, falando diretamente do Mundo dos E's, onde tudo pode acontecer!­

—Eu sou eu, Leon.

—Okay. Acho que me expressei mal, qual dos E’s você é? ­- balanço levemente minha cabeça, estou assistindo muito "Mundo da Lua”. ­

 —Ema-ela sorri tão encantadora que, não consigo mais me manter bravo por ela ter jogado um copo de água em mim.

—O que você está fazendo acordada, Ema?

 —Eu vim dize oizinho

Rolo os olhos enquanto pego Ema no colo. Ela parece não se importar com minha roupa molhada.

—Oi.

 —Oi gatão.

 Um sorriso sapeca brinca nos lábios da segunda mais nova entre os E's.

 Oh Deus, eu poderia facilmente sequestrar Ema. Minha mãe, certamente, a adoraria.

—Oi gatinha. - ­beijo a bochecha esquerda da garotinha.

—­ está com fome? ­-caminho em direção à porta do quarto.

—Eu tá.

—Eu também estou melhor nos irmos procurar a. puta merda, mulher! -dou alguns passos para trás quando abro a porta do quarto.

—Você não acha que é muito cedo pra me mostrar essa sua cara feia? Hã?- Ema ri alegre, no entanto, Dona Clotilde me fuzila com o olhar.

 —Por que as crianças não estão prontas?

 —Prontas pra quê?

 —Como pra quê? -­ela me encara. —­ Para o colégio. Para a aula.

 Aula?

 —Aula?

—Claro que sim, eu deixei a rotina delas por escrito.

 —Onde?

 A bruxa aponta para o criado­-mudo que fica ao lado de minha cama, vou até lá totalmente envergonhado, não tive tempo nem de arrumar minhas coisas, quem dirá vasculhar o quarto.

 Tomo o extenso papel em minhas mãos.

Crianças prontas para o colégio as 07h00minam

 Entrada no colégio 07h20minam

Atividades Extra Curriculares

Ema:

Balé às 13h30min até 15h30min

Banho ás 16h00min

Soneca da Tarde 16h30min às 17h30min

Eliza

Clube do livro 13h00min as 17h00min

Natação 17h10min as 18h00min

Enzo

Futebol Americano as 14h00min

Aulas de reforço (quarta e sexta)

Estevão

Rotina livre (a cada Dois meses corte de cabelo)

Sete e vinte. Sete E Vinte.

Olho rapidamente para o relógio que está sobre o criado­-mudo.

Ferrou!

 —Como você espera que eu arrume quatro crianças em quarenta minutos? -­pronuncio ainda encarando todas as atividades dos quatro E's, ou pelo menos, três deles.

 Como não obtenho resposta, levanto meu olhar e só ai percebo que a velha coroca não está mais na porta. ­

—Vamos lá, Ema, parece que nosso café da manhã terá que esperar.

 —Pol quê?

—Porque você precisa tomar banho e se aprontar para o colégio.

 Caminho em direção ao quarto de Ema.

 —Eu não qué i, Leon-ela cruza seus bracinhos-não goto da escolinha.

 Ah qual é... escola na idade da Ema nada mais é que fazer desenhos de sol e nuvens, brincar, comer e dormir. Quem não gosta disso?

—Vamos, colabore comigo está bem?- ­ela afirma.

—­ Você sabe tomar banho sozinha?

—Eu sabo.

—Beleza, então entra lá e...

 Não termino a frase, já que a pequena corre para o banheiro.

 Graças aos céus, as crianças tem banheiro no próprio quarto.

—Leonn, eu não sabo liga o negócio- ­grita.

Sou jovem demais para isso.

 Jovem demais.

 Ando até o banheiro, ligando o registro do chuveiro assim que o alcanço. 

—Vai fazendo os paranauês ai, que eu já volto.

 —Pala o quê?- Bufo.

 —Só se molha e já está bom.

—Tá bem.

Corro até o quarto de Enzo, me arrependendo de abrir a porta e não ter batido antes quando uma almofada vem em minha direção.

—Moleque você é muito mal­ educado. Parece até que tem TPM.

Jogo a almofada que Enzo lançou em minha direção, no chão. Pelo menos dessa vez foi uma almofada.

 —Sai daqui-ele resmunga com a voz totalmente sonolenta.

—Vamos Enzo, você precisa levantar pelo visto você tem aula.

Aproximo-me da cama. ­

—Quem disse?

 —A bru... a Bah.

—Você ia a chamar de bruxa, vou contar pra ela.

 Dou de ombros.

—Que seja agora levanta dai.

—Me obrigue.

 Senhor dai-­me paciência porque se me der à força eu jogo ele da janela.

 —Vamos fazer um trato, o que você acha?

Finalmente consigo a atenção do mais velho dos E's.

 —Que tipo de trato? –Ele ­arqueia a sobrancelha. ­ Ah...interesseiro.

—Te dou cinco pesos se você levantar agora, tomar banho e se arrumar para o colégio.

—Vinte.

—Sete. ­rebato. ­

 —Dez essa é minha oferta final.

—Pequeno sanguessuga. ­resmungo

 Desse jeito, vou trabalhar pra pagar o que na verdade é o meu trabalho. ­

Faço uma careta com a minha frase confusa. ­

—Tudo bem, você venceu. ­

Vou em direção à porta.

—Hey, e o meu dinheiro?

—Nada disso primeiro você faz o que eu mandei, depois recebe.

 Bato a porta quando saio.

Só mais uma.

 Corro até o quarto de Eliza... Eliza, mas dessa vez bato na porta antes de entrar.

 Assim que ouço um "entre", escancaro a porta.

 —Oh Deus- ­tenho vontade de jogar Eliza para o alto e enchê-la de beijos.

—Liza você é dez, garota. - Liza cora, completamente envergonhada.

Ela já está arrumada, seu quarto está impecável e, no momento, a pequena me olha sentada sobre sua cama, com um livro em mãos.

Sua mochila de rodinhas ao lado da cama indica que ela está com tudo sob controle.

—Você tá bem Leon?

 —Tô ai Liza, eu te amo.

 —Hã... tá bom? -­me encara confusa.

 Não a culpo. ­

 —Desde quando você usa óculos?- Eliza me fita por alguns segundos.

—Desde que nasci?- Resolvo não insistir nisso.

—Vou ver sua irmã, me espere aqui Okay? Daqui a pouco eu venho te buscar.

Liza concorda e então volta sua atenção para o livro.

 Saio do quarto impecável e encontro uma Ema correndo pelo corredor, a toalha molhada arrastando no chão, o par de sapatos esquerdo está em seu pé direito enquanto ela pula pelas pequenas poças d'água. A patroa irá me matar.

—Ema! -Ela estaca.

 —Leonnnnn, eu já tô plontinha.

 —Você tá é fod... Me fazendo perder a paciência.

 ­Fecho os olhos e conto, mentalmente, até dez.

—­ Vem, vamos dar um jeito nisso. ­-puxo a menina de volta para o quarto, notando o barulho de água caindo. ­

—você deixou o chuveiro ligado?- ­arregalo os olhos.

—Deixei.

—Ema, sua louca. - ­entretanto, Ema apenas ri se divertindo com toda a situação.­

—vai entrando no closet, eu já te alcanço.

Dez minutos depois, Ema Louca está quase pronta.

 —Leonn, amalla meu sapato?

—O certo é amarra. ­-me abaixo fazendo isso.

—você está linda gatinha. - ­pisco.

—Falta meu bebelo.

—Deixa assim mesmo.

—Leonnnnn...

 ­Sério, ela já me tem na palma de suas mãos somente com esse "Leonnnn.”.

 —O que você quer fazer nessa juba?

—Juba de leãozinho.... Rawww. ­-imita um rugido, me fazendo rir. ­

—Você é linda demais.

 —Eu sabo.

 —E nem um pouco modesta. Bom, vamos prender essa juba. ­dou uma rápida olhada ao redor, até que meu olhar pousa sobre vários sapatos.

Tiro o cadarço de um deles e faço um rabo de cavalo nos cabelos de Ema. ­

—E então? ­-a pego no colo, mostrando-lhe o penteado pelo espelho. ­  ­

 —Eu gotei. ­-beija minha bochecha. ­

 —Agora vamos nessa. - ­fecho a porta do quarto de Ema, assim que pego sua mochila.­

—E's! Vamos lá!- A porta do quarto de Enzo e de Eliza abrem simultaneamente.

 —Desnecessário toda essa gritaria.

—Enzinho resmungão.

Ema cantarola, coloco-­a no chão.

Encaro Enzo, Eliza e Ema. Enzo, Eliza, Ema Aqui tem três.. Mas eu cuido de quatro.

 Quatro.

 Arregalo os olhos. Praticamente voo até o quarto de Estevão.

Chego bem a tempo de vê­-lo pendurado nas hastes do berço.

 —Jesus, Maria e José... Estevão, seu pirado. Quer se estabacar no chão é? ­-brigo com o bebê quando o pego no colo.

—Podem ir descendo e tomando café... - ­falo do batente da porta.­ -eu já vou.

Okay, Estevão... Primeiro eu quero me desculpar por ter te esquecido. ­

Coloco-o no trocador.

—­ é meu primeiro dia e que que é isso menino? Você comeu o que garoto? Um Alien?-­torço meu nariz, tentando não absorver nada daquele cheiro terrível.

Não nasci pra isso, eu não nasci para isso.

Jogo a fralda, nojenta, de Estevão no lixo.

 Demoro alguns minutos para pegar o jeito, mas consigo trocá­-lo.

—Você terá que esperar até a volta para tomar banho.

—Êêêêêh. -ele deu um gritinho

—Não quero me gabar, mas você está lindo. Mesmo que esse macacão esteja um pouco torto. - ­faço uma careta.

Um sorriso babado é o que ganho em resposta.

 —Vamos nessa. Vamos tomar café da manhã.

(...)

 Tenho vontade de chorar quando entro na cozinha e encaro as crianças. Minha vontade em derramar lágrimas de tristeza se deve ao fato de Ema estar com o uniforme completamente sujo de cereal.

—Ema- ­falo entre dentes.

—Eu sujei um pouquinhozinho, Leonn. - ­Ela encara com aqueles olhos extremamente brilhantes.­

—Um pouquinho? Você está sendo caridosa não é?- Coloco Estevão em seu cadeirão.

 —O quê pensa que está fazendo?- Ah não, a bruxa má do oeste agora não.

 —Colocando o Estevão no cadeirão.

—Acontece inútil, que o Estevão só toma a mamadeira dele no colo.

Me entrega a mamadeira do pequeno que, por sorte, já está prontinha. ­

 —E como eu vou tomar café? ­

Sério, já estou ficando com todas as cores do arco-íris de tanta fome. ­

 —Se vira.

Calma, Leon... Inspira, expira.

Pego Estevão de volta e enquanto ele toma seu desjejum, eu faço malabarismo para tomar o meu.

 —Subam e escovem os dentes.

 —Meus dez dólares.

 —Assim que você subir e escovar os dentes eu te dou. - ­mesmo contrariado Enzo faz o que mando assim como uma Ema plenamente animada.

—Vocês estão atrasados.

—Eu sei Bruxa. -­desdenho. ­

— Vamos Liza, levanta esse traseiro dai.

Entretanto, Eliza termina de tomar seu copo de café com leite tranquilamente, limpa sua boca com o guardanapo e só então se levanta. Como uma pequena Lady.

 —Já estamos atrasados, não sei pra que toda essa pressa. ­arruma seu óculos, subindo as escadas e me deixando pasmo. ­

Quinze minutos depois.

 —Vocês estão prontas, crianças?- ­indago animado.

—Estamos capitão! ­Ema grita, Estevão se agita em sua cadeirinha, Lady Eliza sorri e Enzo apenas revira os olhos. ­

 —Eu não ouvi direito..

 —Estamos capitão!- ­dessa vez Eliza entra no embalo da irmã mais nova. ­

 —Então simbora pra a escola.

 Estou feliz. Apesar dos contratempos, consigo entregar as crianças no colégio as nove e dez.

É... Talvez um pouquinho atrasado.

(...)

Estou moído. Estou morto. Estou quebrado.

 Como crianças podem ter uma agenda tão cheia? Depois de deixar uma parte dos E's na escola, foi o momento de dar um pouco de atenção ao mais novo da turma.

 Dei um banho em Estevão, o alimentei com aquela gororoba que chamasse fruta amassada.

 Tevinho tirou uma soneca e eu pude finalmente tomar um café da manhã decente, dar uma geral em meu quarto e quando pensei em descansar, o dito cujo acordou aos berros.

 Lhe dei o almoço e no segundo seguinte, estávamos a caminho do colégio para buscar o resto da trupe.

Entre levar Enzo para o futebol, Eliza para seu grupo de leitura onde pasmem, ela é a presidente, e a Ema para o balé meu dia correu mais rápido que um tiro.

 E agora, dez e quarenta da noite, me encontro aqui. Esborrachado no chão tentando fazer Estevão dormir, porém, o pestinho parece ter outros planos.

 —Vamos lá, Tevinho... dorme. -­resmungo.

—Báááááh...

 —Nada de "bááááh", já passou da hora desse bebê ir dormir. ­puxo Estevão por sua perninha esquerda o fazendo gargalhar. ­

—Coisa mais gostosa desse mundo. Quem é? Hum?- ­Tevinho solta gritinhos alegres, me fazendo rir.

Agradeço mentalmente por todos os outros E's já estarem dormindo e por eu não ter aula hoje. Pena que amanhã, sexta-feira, minha noite será longe daqui. Longe das crianças. Misteriosamente, isso me deixa triste. Ficar estudando e longe dos louquinhos... Balanço a cabeça, afastando esses pensamentos. Tenho que dar graças a Deus, por ficar longe das crianças e da bruxa mal comida.

 —Buhh...

 —Nada de "buhh", você não vai dormir, não? Sua bateria ainda não acabou? Hein? Bebê lindo do tio Leon. - ­faço aquela voz bizarra de quando se fala com um bebê e aproveito para fazer caras e bocas.

Estevão solta uma gargalhada. ­

—Ele parece gostar de você.

 Viro-­me, perdendo o fôlego assim que fixo meu olhar na dona da voz que fez todos os pelos do meu corpo eriçarem.

 Está explicado de onde todas as crianças herdaram os olhos perfeitos, na verdade, de quem... Meu Deus, eu morri e fui parar no paraíso.

Encaro, maravilhado, a mulher mais linda que já vi na vida.

 Seus cabelos castanhos estão soltos, sua roupa revela que ela acaba de chegar do trabalho..

Que mulher sexy, linda.

Tento afastar todas essas observações, preciso parar de ter esses pensamentos com minha... Chefe?

 —Desculpe, eu nem ao menos me apresentei. - ­ela sorri e graças aos céus eu estou sentado, senão já estaria desmaiado no chão.

Que sorriso...

—Você deve ser Leon Vargas.

—Isso. - ­patético Leon, minha mente grita.­

—Sou Violetta. Violetta Castillo

 

 


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Notas finais do capítulo

Eai?
Capítulo editado e revisado Sexta-feira dia 17/11/2017



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