Dangerous Woman - 2ª Temporada escrita por Letícia Matias


Capítulo 41
41


Notas iniciais do capítulo

Então meus amores, como disse mais cedo, vim aqui pra postar o capítulo 41!
Eu espero que vocês gostem.



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Começo a contar resumidamente o que acontecera na casa dos meus pais. Tento ignorar o fato de ele ter feito cara feia quando mencionei que Kyle tinha ido para Los Angeles. Já não sei muito bem o que estou falando. Meu segundo copo de cerveja está pela metade e a cada palavra que falo, me sinto mais cansada. Fito o balcão enquanto, com uma voz baixa e monótona, conto o quanto estou com raiva de Kyle por ter mexido em meu celular.
—Isso é uma puta falta de privacidade. - reclamo desanimada segurando o queixo com as duas mãos. - Puta falta de provacidade.
—É mesmo. - Matt diz. Sinto uma cautela em sua voz. - Você... está se sentindo bem? Parece um pouco... bêbada.
Olho para ele e suspiro. Talvez eu esteja mesmo bêbada. De repente o bar parece mais iluminado do que de fato é.
—É, não sei. - digo. - Talvez eu deva ir embora.
Vasculho na minha bolsa para pegar o dinheiro para pagar a cerveja e arregalo os olhos ao não ver a chave do meu apartamento.
—Ah não. - gemo.
—O que?
—Acho que perdi a chave do meu apartamento.
Olho no chão ao redor e não vejo nada metálico que possa ser minha chave.
—Mas que merda! - xingo desanimada e abaixo a cabeça no balcão.
—Você... quer ir para o meu apartamento?
Franzo o cenho e levanto a cabeça para olhá-lo. Matt me olha ansioso.
—Bela tentativa. - sorrio e depois fico séria novamente.
—Não, é sério, Alice. Eu... não vou tentar nada. Tem a minha palavra.
Suspiro. Matt continua sustentando meu olhar. Parece muito ansioso e morde o lábio inferior.
Dou de ombros. Não quero passar a noite ali no bar. Mas, algo em minha mente me alerta que aquela situação pode não ser uma boa ideia.
—Vamos. - Matt se levanta e joga trinta dólares em cima do balcão.
Ele pega meu dinheiro e coloca dentro da minha bolsa. Eu o observo com o cenho levemente franzido. Ele está muito perto de mim. Aquilo faz com que eu me sinta estranha.
—Vamos? Você precisa de ajuda para se levantar?
Pisco algumas vezes e balanço a cabeça negativamente.
—Não.
Levanto-me da banqueta me segurando no balcão. Sinto minha cabeça dar um leve giro mas permaneço equilibrada e de pé. Matt me olha atentamente e um pouco hesitante. Ele parece estar resistindo ao impulso de colocar uma mão no meu ombro e outra na minha cintura para me ajudar a chegar até a porta do barzinho. Ele vence essa hesitação e faz isso. Eu não retruco, por mais que esteja alerta. A realidade é que estou tonta demais para andar normalmente. Cerveja sempre me deixou bêbada muito rápido.
Quando saímos do bar, um vento envolve meu corpo com violência e eu tento abraçar-me para tentar me proteger.
Matt faz sinal para um táxi se aproximando.
—Você mora longe? - pergunto.
—Não, pode ficar tranquila.
O táxi amarelo para em frente a onde estamos e Matt abre a porta para mim. Ele pega minha mão para me ajudar entrar. Tento ignorar o modo como meu coração acelera com aquilo entro no carro sem dizer uma palavra.
Matt fecha a porta logo após entrar e diz seu endereço. Pelo menos parece ser apenas uns quarteirões mais para frente e não no Brooklyn.
Olho pela janela enquanto encosto minha testa no vidro. As gotas quase secas estão salpicando aqui e ali a janela e eu me sinto extremamente cansada e confusa, como se estivesse vivendo um sonho esquisito.
Do meu lado, Matt não desvia os olhos de mim e me sinto um pouco estranha sobre isso.
A chuva começa a aumentar e logo raios e relâmpagos cortam o céu enegrecido de Nova York.
***
O prédio onde Matt morava era quase igual o prédio onde Kyle Morava no Brooklyn. A diferença é que Matt morava em Manhattan e a cor do prédio era preta com portões brancos e várias janelinhas.
Enquanto subíamos as escadas, um do lado do outro e em silêncio, eu tentava não pensar no que estava fazendo. Afinal não fora planejado e não era proposital. Eu havia perdido a chave do meu apartamento e estava bêbada demais para passar a noite na rua. Meu celular havia quebrado - eu o quebrara num acesso de raiva - e não podia ligar para ninguém. Também não queria conversar com Kyle.
Matt morava no terceiro andar do prédio. O corredor era como uma salinha pequena com dois apartamentos de frente um para o outro. Matt tira a chave do bolso da calça jeans. Observo os pingos de água do seu cabelo úmido por causa da chuva caindo no chão. Meus cabelos também estão um pouco molhados e grudados em minhas bochechas.
Ele finalmente abre a porta do apartamento e faz menção para eu entrar olhando para mim. Ele parece ansioso. Eu também estou um pouco nervosa, mas não sei se ele pode ver isso.
—Pode entrar. - de fato, ele percebeu minha hesitação quanto aquela situação.
Entro passando por ele e pela porta marrom do apartamento. O apartamento até que é grande. Há um sofá preto  posto perto da janela de vidro e uma televisão de quarenta polegadas em cima de um pequeno raque preto. O ambiente está praticamente vazio e parece espaçoso. Me pego examinando todos os cantos possíveis. O chão é de taco de madeira e há um balcão branco separando a sala de uma pequena cozinha retangular como a minha.
Minha atenção volta para o sofá preto que está cheio de fios e roupas jogadas junto com algumas garrafas vazias de vidro.
—Desculpe. - ouço ele dizer.
Olho para ele enquanto ele se apressa para arrumar a bagunça no sofá.
—Não, não se incomode com isso. - digo. - Aqui é... espaçoso - digo olhando ao redor.
Tento ignorar o fato de ele estar enchendo os braços com as coisas que estavam no sofá.
—É, acho que ainda não tenho muitos móveis para encher a casa. Mudei da fraternidade uns dois meses mais ou menos.
—Ah. - digo olhando para ele que vai até a cozinha retangular e joga as garrafas num lixo debaixo da pia.
—Aqui é legal. - digo. - Parece sossegado. Não estou ouvindo nenhum barulho da cidade. - olho para a janela sem cortina onde posso ver as gotas de chuva escorrendo e o prédio da frente com algumas luzes apagadas e outras acesas.
—É, é tranquilo. Achei melhor um lugar assim para poder... pintar, sabe?
Olho para ele que, percebo eu, está há poucos centímetros ao meu lado me olhando com as mãos nos bolsos da frente da calça. Seus olhos fitam os meus e mesmo o apartamento estando escuro, apenas com a luz da cozinha ligada, sei que ele pode ver meu rosto corando.
—Bom eu... vou arrumar a cama para você.
—Eu posso dormir no sofá. - apresso-me a dizer.
—Claro. - ele responde dando as costas para mim e nem um pouco de atenção para a minha ideia.
Observo-o abrir uma única porta branca ali na sala e entrar. Olho em volta novamente e fico maravilhada com o silêncio e a paz do lugar.
O apartamento cheira a hortelã, perfume e um leve odor de cigarro. Minhas conclusões se tornam concretas quando vejo um cinzeiro pequeno e prateado em cima do balcão de granito branco. Então Matt fumava. Eu sabia que ele fumava maconha nas festas da fraternidade, mas não que fumava cigarro.
Sem me conter e sem saber muito o que estou fazendo, vou para a porta branca que está aberta e paro na entrada. Observo Matt fazendo a cama, esticando um edredom grosso azul claro. Há um travesseiro alto e fofo com uma fronha preta. O quarto é pequeno e tem uma janela larga do lado direito onde dá para ver a luz amarelada do poste e a chuva caindo. A luz é fluorescente e ilumina bem mas ao mesmo tempo, suavemente o quarto. Não havia pôsteres colado em lugar algum. As paredes eram pintadas de branco e de um azul extremamente suave e claro, quase branco. Era um quarto organizado e na parede esquerda, oposta á parede da janela, havia um guarda-roupa de madeira com um espelho na porta.
—Você... pode dormir aqui. Está tudo limpo, troquei as roupas de cama...
Ele para de falar quando vê eu reprimindo um sorriso.
—O que foi?
Suspiro e entro dentro do quarto.
—Não precisava se incomodar tanto.
Matt dá de ombros e passa a mão pela nuca e olha ao redor do quarto e para a cama. Depois olha para mim e diz:
—Se quiser tomar um banho...
—Não, está tudo bem. - digo. - Obrigada Matt.
Ele assente e olha novamente ao redor como se estivesse procurando por algo fora do lugar.
—Tudo bem então. Boa... boa noite.
Ele vai para a porta do quarto e fecha-a logo atrás dele. Fico parada um tempo olhando para a cama bem feita e não posso deixar de sentir uma simpatia por ele. Parece totalmente o oposto do Matt da fraternidade. Chloé dissera que ele estava diferente. Tiro as botas e as coloco ao lado da cama. Eu bem que gostaria de uma roupa mais confortável para dormir, mas, claramente não pediria nenhuma peça para Matt.
Apago a luz e deito-me na cama surpreendentemente macia e confortável e me cubro com o edredom azul claro. Fico observando a chuva escorrer pela janela e a pouca luz amarelada do poste na rua, refletir no chão de taco.


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que acharam desse capítulo? O que vocês acham que vai acontecer.
Mal posso esperar pra vocês surtarem no próximo capítulo hausuahs
Queris postar o 42 hoje também, mas vou me controlar...
Espero vocês na segunda. Que vocês tenham um ótimo final de semana ♥
Beijos
Lê.



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