Alyssa dava voltas pelos jardins do castelo enquanto Felix a observava de longe, ela sabia que tinha alguém de olho em si, mas entre toda aquela nevoa não sabia dizer quem era. Sua segurança sempre foi uma das prioridades de Aro, então, quando não estava com Demetri ou Alec, duas pessoas de total confiança de seu pai adotivo, tinha no mínimo dois vampiros olhando-a de longe, para que tivesse sua própria privacidade. Depois do ataque ao castelo, a garota imaginou que sua segurança tivesse sido reforçada, mas não conseguia distinguir quantos vampiros estavam em sua volta, protegendo-a.

Ela parou de andar de repente, virando na direção do vulto que tinha quase o dobro de seu tamanho.

— Vamos lá, Felix – disse sorrindo de canto – Aproxime-se.

O vampiro fez o que a loira pediu, parando em seu lado rapidamente. Alyssa abriu o sorriso, nunca se acostumaria com a rapidez daqueles que a rodeavam. Ela e Felix sempre tiveram uma boa relação, desde que a garota ainda era muito pequena, quase um bebê, ele juntamente de Demetri eram os seus guardas preferidos.

— O que te afligi, Loirinha?- perguntou bagunçando o cabelo da garota que fez uma careta para o gesto.

— Você não foi chamado para a reunião? – perguntou com ironia e raiva em sua voz.

O vampiro riu.

— Então é por isso que está dando voltas no jardim a quase uma hora? – ele não esperou que ela respondesse, sabia que era exatamente esse o motivo. Estava estampado no rosto da garota a irritação por não ter sido chamada para a reunião – Não, eu não fui chamado. Já sei o assunto que estão tratando e certamente saberei as decisões tomadas quando tiver fim. Mas, por enquanto, minha obrigação é cuidar de você.

Ela sentou-se em um dos bancos que tinham ali e ele fez o mesmo, sentando ao lado da garota que tinha seus olhos presos no castelo.

— É sobre mim, não é? – ele negou rapidamente, mas não foi capaz de abrir a boca para falar algo – Não minta pra mim, Felix. Exigiram a presença de Alec e Demetri lá dentro, é obvio que é sobre mim. Jane não sabe mentir.

O vampiro riu novamente.

— Deixe que ela te escute falando isso.

A garota bufou.

— Já não importa mais – disse, dramática – Se a reunião é sobre mim, por que não estou lá dentro?

— Para de ser dramática, Docinho – bagunçou os cabelos dela – A reunião não é sobre você.

— Para de ser mentiroso, Docinho – respondeu – Já que não vai mesmo admitir que eu sou o motivo para aquilo estar acontecendo. Será que pode me acompanhar até meu quarto? Por favor, preciso urgentemente de um banho e estou cansada o bastante.

Ele levantou-se em um rompante, fazendo algum sinal para os outros vampiros guardiões, e estendeu o braço para ajuda-la a levantar e seguiram rumo ao quarto da garota na torre.

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Alexander Volturi estava andando de um lado para o outro dentro do salão, com as mãos fechadas e os passos nervosos causando um barulho grave com o chão. Aro e Demetri discutiam o tempo todo sobre qual seria o rumo que a garota tomaria daqui em diante. Suplicia estava de mãos atadas, em um choro silencioso enquanto Jane consolava-a. Por mais que a baixinha fosse uma das pessoas mais difíceis de lidar em todo o mundo, ela amava Suplicia e ambas se davam muito bem.

— Mestre, ela nunca vai aceitar isso – Demetri disse mais uma vez tentando ao máximo manter a calma para que não explodisse ali mesmo, como Alec estava prestes a fazer – Conheço Alyssa o bastante para saber que vai repudiar a ideia de ficar longe desse castelo e das pessoas que ela ama.

Apenas a guarda principal havia sido convocada para esta reunião, menos Felix que era responsável por manter todos os seus instintos presos na garota.

— Então me dê uma alternativa melhor, Demetri – o mestre pediu – Também não quero que isso aconteça, mas não vejo escolha melhor para protege-la.

— Aumente a segurança, Aro! – Alexander abriu a boca pela primeira vez, aproximando-se de Demetri e Aro – Se for preciso, e se não confiar em ninguém para o cargo, coloque a guarda principal para olhar por ela. Mas não tire-a daqui!

— Vocês dois estão malucos? – Suplicia se pronunciou, com Jane ainda consolando-a – Os vampiros que entraram no castelo a poucos dias atrás estavam atrás de Alyssa! Não podemos proteger ela quanto a  isso, coloquem na cabeça de uma vez por todas que teremos de mandar ela para outro lugar. Não me agrada nenhum pouco ficar longe de minha filha, Alec. Mas se for o preciso para protege-la, eu farei.

— Eu posso fazer isso, Suplicia! – Disse, mais uma vez tentando os convencer – O meu dom não permite que ninguém se aproxime, e eu posso usá-lo quando for necessário!

Jane já estava ficando impaciente com toda aquela cena, e mesmo que soubesse que o irmão estava ficando fora de controle, ela sabia que não era exatamente na garota em que ele estava pensando. Pediu licença a Suplicia quando viu seu irmão saindo furioso pelas portas da sala de reuniões então o seguiu, parando ao seu lado.

— Me deixe em paz, Jane – grunhiu quando viu a irmã caminhando ao seu lado.

— Não, você precisa parar de ser tão egoísta, Alec! – o vampiro riu.

— Está falando que eu sou egoísta? Você? Ah, Jane, por favor me deixe em paz.

— Você não quer Alyssa aqui pelo bem-estar dela, irmão – ela segurou o braço dele, fazendo-o parar de andar e prestar atenção em si – Você quer ela aqui pelo seu bem-estar, porque você gosta dela e não consegue imaginar a ideia de se ver longe dela. Quer que o casamento aconteça o mais rápido possível, para que finalmente tenha ela pra você pelo resto de suas vidas. Eu vi, nos seus olhos a vontade que tem de arrancar a cabeça de qualquer pessoa que tente entrar no seu caminho para impedir isso. Você é egoísta a ponto de querer aquela humana idiota só pra si. E, apesar de eu querer cravar meus dentes no pescoço dela toda vez que a vejo, vou ajuda-lo.

Ele a olhou agradecido, sem precisar dizer nada, ainda tentando digerir cada palavra dita pela boca de sua irmã. Ela tinha toda razão. Mas agora sabia que não estaria sozinho nessa. Faria de tudo para que tivesse Alyssa ao seu lado. E agora, tinha a ajuda de Jane.