POV’s Lydia

Eu estava bêbada. Havia bebido mais de dez copos de cerveja, com mais algumas taças de um drink exótico com gosto de morango. Eu estava dançando como uma louca na pista de dança, e o Harry me acompanhava.

Ele não havia bebido nem um drink, nem um copo de cerveja, estava consciente, mas não parecia. Nós dançávamos como se não houvesse amanhã, e conversávamos aos gritos e risos. E a essa altura, eu já sabia tudo sobre ele: estava no ultimo ano do colegial, assim como eu, mas era uns dois anos mais velho, ele não estudava em Beacon Hills High School, e estava ali acompanhando um amigo.

Nem víamos o tempo passar, muitas pessoas já tinham ido embora, inclusive a Allison e o Scott, eu iria para casa com o Harry. Já passavam das quatro da manhã, quando resolvemos ir; cambaleei até o seu carro, e entramos os risos, riamos de algo que nem me lembro mais, o álcool estava me deixando lenta e com sono, com certeza acordaria com a maior resseca ever.

Ele ligou o carro e dirigiu sem dizer uma palavra, já fazia uns vinte minutos que o carro se movia pela estrada, o estranho é que não me lembro de ter falado onde ficava a minha casa. Depois de certo tempo, Harry parou o carro, olhei com os olhos semicerrados para a estrada de terra e me perguntei onde diabos eu estava.

“Onde estamos?” perguntei confusa.

“Não se preocupa linda. Nós não estamos muito longe.” Disse tirando o cinto de segurança.

“O que você veio fazer aqui? A minha casa fica para o outro lado.” Disse o encarando.

“Eu só pensei, que nós poderíamos nos divertir um pouquinho.” Disse pondo uma das mãos na minha cintura.

Me assustei com a sua aproximação, e tirei o cinto de segurança.

“O que você pensa que está fazendo?” quase gritei. “Tira as mãos de mim!” falei abrindo a porta do carro e saindo.

“Lydia, por favor, eu sei que você quer o mesmo que eu. Não se faz de inocente!” falou enquanto saia do carro.

“A única coisa que quero é que me leve pra casa!”

“Eu vou te levar, mas antes eu quero me divertir um pouco.” Falou com um sorriso maníaco.

E me puxou pela cintura, colando nossos corpos. Eu tentava me soltar de seus braços, mas ele era 10 vezes mais forte que eu.

“Me solta!” gritei assustada, enquanto batia em seus ombros.

Ele começou a beijar o meu pescoço e apertar a minha cintura com uma das mãos, nos encostando no carro.

“SOCORRO! ME SOLTA! SOCORRO, SOCORRO! Gritei desesperadamente com lágrimas nos olhos, me debatendo.

“Shhh... meu amor. Ninguém vai te escutar, e nem precisa ter medo, não vai doer.” Sussurrou no meu ouvido, me fazendo ter calafrios.

Ele rasgou o meu vestido, e olhou para os meus seios, sem me soltar.

“socorro” Falei entre soluços, exausta, pois sabia que ninguém iria aparecer.

Ele colocou as mãos dentro do meu vestido, e eu fechei os olhos. Mas senti que ele não estava mais em cima de mim.

Quando abri os olhos, vi o mesmo idiota que tinha tentado me molestar, caído no chão, e alguém lhe dava socos e mais socos; eu chorava muito. O desgraçado estava todo ensanguentado, e roxo quando o homem parou de bater nele.

Quando ele se virou, olhando para mim, vi quem era; reconheceria aqueles olhos de cor indecifrável em qualquer lugar, Stiles estava ali, ele havia me salvo.

POV’s Stiles

Tentei ficar acordado até as luzes se apagarem, mas quando não aguentei mais, fechei os olhos e dormir. Estava sonhando com ela de novo. Ela estava linda com aquele moletom que já tinha a visto usar milhares e milhares de vezes.

Ela olhava pra mim do corredor longo, eu corria pelo mesmo, mas nunca conseguia alcança-la, toda vez que me aproximava, ela se afastava mais e mais. Por fim ela me encarou e disse: “Socorro!”.

Acordei assustado, mas ainda ouvia alguém pedir por socorro. E os gritos pareciam vim de uma garota, meu coração acelerou e as minhas mãos começaram a transpirar. A Malia, ela estava ali, ela estava precisando de ajuda. Corri na direção dos gritos, fiquei pensando que todos aqueles dias de angústia haviam chegado ao fim, ela estava ali, ela precisava de mim.  

Os gritos cessavam e eu corria o mais rápido que podia, enfim tinha chegado. Mas quando olhei a cena, não vi a Malia. Era aquela ruiva, a de Beacon Hills High School, ela chorava muito, e tentava se soltar de um idiota, que a imprensava em um carro.

Não sei se foi por conta da adrenalina, ou da raiva por não ser a Malia, mas quando ela fechou seus olhos, num súbito eu me vi em cima do homem que a assediava, eu dirigia socos e mais socos. Quando vi que se o agredisse mais, acabaria preso, parei.

Olhei para trás e vi uma garota assustada, que tremia dos pés a cabela, e estava com seus olhos verdes inchados, enquanto soluçava e tentava cobrir a parte rasgada do vestido com as mãos.

Ela me olhou, enquanto respirava fundo e eu fui chegando mais perto. Tirei o meu casaco e entreguei pra ela, que pegou um pouco hesitante, e vestiu, abotoando os três primeiros botões.

O desgraçado levantou e a ruiva deu um grito e me abraçou.

“Por favor, não deixa ele encostar em mim!” disse colocando o rosto em meu tórax.

Mas o cara nem chegou perto de nós, pois foi direto pra o carro e foi embora. Eu não sabia o que fazer, havia uma garota nos meus braços, e eu não sabia o que fazer.

“Ele não vai te fazer mais nenhum mal.” Falei gaguejando.

“Obrigada.” Disse abafado, pois seu rosto ainda estava no meu tórax, o que era um pouco embaraçoso.

“Quer que eu te leve pra casa?”

“Não!” falou rápido, me soltando. “Não quero ver a minha mãe agora.” Disse enquanto enxugava as lagrimas com a manga do casaco.

“Então...”

“Eu posso ficar aqui com você?”