The Ravenclaw Girl escrita por Nightshade


Capítulo 6
Problemas de Família e A Carta de Ninguém




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Professor Snape começou a aula falando sobre os N.O.Ms, e praticamente nos ameaçou para que não obtenhamos menos que um "Aceitável". Quero dizer, a frase "Por mais debiloides que sejam alguns alunos desta turma, eu espero que obtenham no mínimo um "Aceitável" no seu N.O.M., ou terão de enfrentar o meu... desagrado.", me pareceu um pouco ameaçadora.

Pois bem, assim que os dois tempos de Poções terminaram eu guardei minhas coisas em minha mochila para o pequeno intervalo que tinha antes da aula de História da Magia. Depois de Feitiços, História da Magia era minha matéria favorita, embora eu não gostasse do Professor Binns. Ele era tão... monótomo.

— Qual é a sua próxima aula? - me surpreendi com a voz de Ernest ao meu lado.

— Depois do intervalo eu tenho História da Magia. - respondi, e de repente me dei conta de uma coisa - Também com a Lufa - Lufa.

Ernest riu e eu, por algum motivo, ri junto com ele. Saímos da sala de Poções rindo, mas eu fui parando lentamente de rir quando vi Annelize encostada na parede perto da porta. Ela olhou para Ernest e ergueu uma sobrancelha.

— Até a próxima aula, Amélia. - Ernest acenou, um pouco desconcertado.

— Até lá, Ernest. - sorri, parando ao lado de Annelize.

Não falamos nada uma com a outra até Ernest desaparecer no fim do corredor. Então nos pusemos a andar. Depois de três passos, Lissie explodiu.

— UM LUFANO??? - exclamou ela - Tudo bem que ele é puro sangue, mas ainda é um Lufa - Lufa!

Antes de tudo, me deixem esclarecer algo: Annelize Grey não era uma pessoa preconceituosa com trouxas, nascidos trouxas ou mestiços. Mas a família dela só se casavam com sangues puros.

Eu não estava apaixonada por Ernest Macmillan - nós só havíamos nos conhecido hoje, por Merlin! - mas fiquei um pouco aborrecida com o que ela disse.

— Annelize, eu não me importo se uma pessoa é da Lufa - Lufa, Grifinória ou Sonserina! Se eu quiser, me relaciono até com um trouxa! - rosnei.

— Mas eu me importo, Amélia! - ela diminuiu um pouco o tom de voz conforme nos aproximávamos do pátio e nos sentávamos em uma sacada. Havia alguns alunos ali - Será que você ainda não percebe? A família Whistle conhece a família Knight. Sua tia foi deserdada da família simplesmente por se casar com um puro sangue, considerado traidor de sangue, que era Lufano! Um Lufano de uma linhagem pura! Você querendo ou não, não é seu pai que decide as coisas da família Knight, é o seu avô! Se fizer algo que o desagrade, não terá mais o direito de ver sua família. Não me olhe assim, você conhece as regras dos Knight melhor do que eu! - desviei meu olhar - Não quero lhe ver sofrer, você é minha melhor amiga. - Lissie apertou minha mão. Olhei para ela e percebi que falava sério. Não estava mais com seu sorriso brincalhão costumeiro e franzia as sobrancelhas.

Olhei para o céu cinzento. O pior era que ela estava certa. Minha tia não tinha permissão para visitar os parentes, nem os parentes para visita-la. Meu pai, que sempre fora um pouco rebelde, ainda a visitava, mas em segredo. Tomava cuidado para que seu pai não descobrisse.

Era quando pensava nisso que me lamentava ser sangue puro.

Ouvi a sineta tocar.

— Tenho aula de História da Magia. Preciso ir, nos vemos no almoço. - falei em um tom levemente amargurado.

****

Fui para a aula de História da Magia chateada e cabisbaixa. Entrei na sala tão distraída que quase não notei Ernest me chamando.

— Ei, Amélia! Sente-se aqui - ele gesticulou para o lugar ao seu lado.

Sorri e fui me sentar no lugar indicado, embora tentasse não franzir as sobrancelhas demostrando minha confusão. Ernest Macmillan nunca havia prestado tanta atenção em mim antes. Pelo menos não que eu me lembre.

Me sentei ao seu lado, fingindo que não via seus amigos prenderem risadinhas; mas não conversamos já que o professor Binns entrou na sala, atravessando o quadro negro e começando a falar sobre a Guerra dos Gigantes.

Eu estava tentando tomar notas de tudo o que Binns dizia, mas já sentia uma certa sonolência. Descansei a pena por alguns instantes e apoiei minha cabeça em minha mão, apenas ouvindo o que o professor dizia. Olhei para Ernest e vi que ele ainda escrevia em seu pergaminho, mas parou para sorrir para mim quando viu que eu o olhava.

***

Consegui suportar todas as aulas do dia, inclusive Defesa Contra as Artes das Trevas, mesmo que Dolores tenha nos feito copiar e ler textos e não nos deixando ter aula prática. Não gostei disso. Iria mandar uma carta para o meu pai contando isso.

Eu estava exausta quando cheguei no Salão Principal para jantar. Me joguei no banco e já me preparava para me servir das deliciosas comidas quando uma coruja entrou e deixou uma carta em minha frente. Algumas pessoas olharam para mim, mas outras estavam muito ocupadas conversando. Eu não havia reconhecido a coruja.

O envelope era branco e não continha o nome do remetente. Fiquei imensamente confusa. Quem me mandaria uma carta sem nome?

Tentei chamar a atenção de Annelize, que estava na mesa da Sonserina no outro lado do Salão, para perguntar se ela sabia de algo, mas ela estava ocupada conversando com Draco Malfoy. Revirei os olhos.

Claire ainda não estava na mesa e não havia ninguém disponível por perto que eu tivesse intimidade. Decidi então que iria abrir a carta quando estivesse em meu dormitório e a guardei no bolso.

Estava quase terminando de comer, quando Claire se sentou ao meu lado.

— Nossa, é apenas o primeiro dia de aula e os professores já nos encheram de trabalhos! - dizia ela, enquanto se servia - Vamos ficar sem tempo de fazer nada, pensa só!

Eu preferia nem pensar.

— É porque esse ano é o ano das N.O.M.s. - falei dando de ombros.

***

Uma boa maneira de descrever o Salão Comunal da Corvinal é o comparando a uma biblioteca. É aconchegante, silencioso e cheio de livros. Os alunos, em sua maioria, ou estão estudando ou lendo. Ás vezes em grupos estudando algo antigo ou discutindo sobre grandes bruxos da Idade Média.

Eu mesma algumas vezes participava das discussões ou então me sentava para escutar, mas hoje eu subi correndo para o dormitório das meninas. Nenhuma das meninas havia chegado ainda, então eu iria aproveitar aqueles momentos sozinha.

Tirei a capa preta com o brasão da Corvinal que usava por cima do uniforme e peguei minha varinha. De acordo com o que eu havia lido, precisava me concentrar na memória mais feliz que eu tinha. Uma memória feliz, forte.

Bem, pensei na vez em que meu pai e minha mãe me levaram a uma Convenção em Salém, nas férias do segundo para o terceiro ano.

— Expecto Patronum. — falei e vi com admiração uma fumaça prateada e densa sair de minha varinha e formar uma espécie de escudo.

Mas inda não era um Patrono corpóreo. Eu estava errando em algo, por isso precisava da ajuda do professor Flitwick. Mas, que eu me lembre, só teria aula de Feitiços na Quarta - Feira.

Deixei minha varinha na mesinha ao lado de minha cama e me joguei na mesma e só então me lembrei do envelope branco. Peguei minha capa novamente e tirei a carta sem remetente do bolso.

Abri com cuidado, mas havia apenas um pequeno pergaminho dobrado dentro do envelope. No pergaminho estava um desenho enfeitiçado de uma rosa. Não era simplesmente uma rosa, era um botão de rosa que se abria em uma rosa inteira. Aquilo era tão lindo! Quem poderia ter mandado para mim?


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