Após o tenso e confuso momento entre Oliver e Tommy, os dois finalmente conversaram sobre toda a situação civilizadamente, coisa que Felicity agradeceu mentalmente. Não contaram a verdade para Tommy, é claro, mas fizeram o possível para que ele entendesse que não havia nada com o que se preocupar.

"No fim das contas, fico feliz que seja você." A frase de Tommy martelava ruidosamente na cabeça de Oliver, que parecia extremamente sério e desconfortável. Felicity percebeu.

— O que foi? - Perguntou a loira, curiosa. Os dois andavam tranquilamente pela rua, voltando para o apartamento.

— Estava pensando no que Tommy disse. - Oliver confessou. 

— Sobre ter interesse amoroso em Laurel? - Felicity perguntou, claramente contraditória. Oliver a fitou confuso. Nem ao menos se importara com o fato de seu melhor amigo está apaixonado pela sua ex-namorada. 

— Não... - Disse, incerto se realmente dizia ou não o que estava incomodando. - É bobagem. - Decidiu ignorar. 

— Você está muito calado. - Felicity se preocupou. 

— Realmente não é nada. - Oliver lhe sorriu, passando confiança. Ela não se convenceu, mas deixou passar. 

— Então, o celular novo é de seu agrado? - Oliver perguntou, tentando mudar de assunto. 

— Sim! É extremamente incrível as novas configurações. - Os olhos de Felicity brilharam. Oliver sorriu abertamente, admirando por um breve momento, a empolgação da amiga. Nem ao menos prestou atenção na explicação técnica dela. Parecia vidrado nos lábios avermelhados que não paravam de se mexer, até que ouviu algo que tirou completamente sua atenção da boca para os olhos. 

— Como disse? - Perguntou, incerto sobre o que tinha acabado de ouvir. 

— ...Ray me mandou uma mensagem enquanto estava na casa de Tommy. - Repetiu ela. Não percebendo a expressão de decepção do amigo. - Ele é um fofo.

Oliver trincou os dentes, não gostando do que tinha ouvido. Ele nem ao menos sabia porque diabos não simpatizava com Ray. Saber que sua amiga estava animada com esse cara, era quase uma tortura auditiva e visual.

— Oh... Oliver. - A loira levou a mão a cabeça, claramente envergonhada. Oliver imaginou que ela tivesse percebido seu deslise na expressão insatisfeita com o desenrolar do assunto. 

— O que foi? - Tentou disfarçar. 

— Eu nem ao menos te agradeci direito pelo celular. - Disse ela, inconformada. 

Oliver realmente imaginou as várias formas que ela poderia agradecer ele, mesmo achando a ideia ousada e absurda. Tentou afastar os pensamentos impróprios, e se conteve com o repentino abraço confortável e quente da loira. 

— Muito obrigada! - Ela quase gritou. - Você é o melhor amigo de todos os tempos! - Completou. 

Ele sorriu, acenando com a cabeça, e satisfeito com a felicidade da T.I. Ele sentiu que poderia fazer Felicity sorrir mais vezes, pois gostava de vê-la feliz.

Se pegou pensando novamente nas diversas formas de fazê-la feliz, na cama. Negou rapidamente com a cabeça, afastando um pouco da amiga.

— Fico feliz que tenha gostado do presente, e acho que seria uma boa ideia comemorarmos. - Disfarçou mais uma vez. Felicity sorriu. - Amanhã, antes de irmos para a casa dos seus pais colaborar com a preparação do casamento, podíamos tomar um café no TripCoffe, o que acha? - Felicity fez cara de pensativa. 

— É uma ótima ideia, Oliver! - Ela disse. - TripCoffe era um dos meus lugares favoritos na infância. - Seus olhos vagaram pensativos. Oliver sorriu. 

— Então amanhã está combinado. - Confirmou o loiro. De repente, ele pegou o celular da amiga e começou a procurar algo. A loira rapidamente ficou curiosa. 

— Ei, o que está fazendo? - Disse ela, tentando pegar o celular de volta. Oliver desviou. 

— É só uma coisa pra fazer você lembrar que amanhã vamos sair cedo. - Riu ele, logo após entregar a ela de volta o objeto. 

— Eu jamais esqueceria! - Felicity fingiu-se ofendida. 

— É só precaução. - Respondeu. 

Os dois seguiram caminho conversando, distraídos e cada um com seus próprios pensamentos. O loiro, ainda mais inquieto, parecia alheio a tudo que estava sentindo e percebendo. Não sabia ele que, por alguma razão, a loira ficou igualmente concentrada em algo.