Noivos por Acaso escrita por BeaFonseca


Capítulo 4
Capítulo 3 - Trato feito




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A jovem loira encontrava-se encostada no sofá, testando seu novo celular, com um discreto sorriso nos lábios. Oliver a analisou da cozinha, enquanto desfrutava de um bom copo de água. Não percebendo a sede que estava sentindo.

— Fel... – Inciou o jovem Queen. Felicity o fitou, despreocupada. – Acho que precisamos esclarecer algumas coisas nessa nossa... situação. – Ele se aproximou, sentando do lado da amiga.

— Do que está falando? – A T.I perguntou, deixando o celular de lado. Oliver franziu a testa pensando em como iniciar a conversa.

— Sabemos que tudo isso aqui não passa de uma farsa, apenas para deixar meu pai feliz... – Soltou. – As pessoas não sabem disso, é claro. Então eu acho que devemos manter esse segredo apenas entre nós dois. – Apontou para ambos. Felicity pareceu entender e se indireitou no sofá, o encarando.

— Está falando isso por causa de Ray? – Disse ela.

— Não exatamente, mas já que tocou no assunto, seria bom que evitasse entrar em contato com ele. Afinal, aos olhos alheios, estamos noivos e noivos não paqueram outras pessoas. – Declarou o loiro, bastante satisfeito com a exigência. Felicity bufou.

— Imagino que essa exigência também inclui você e Laurel. – Questionou. Oliver levou a mão a nuca, alisando o cabelo curto.

— Pensei sobre isso. – Ele explicou. – E não acho que Laurel seja um problema, afinal, ela faz parte do nosso ciclo de amizade e seria normal ser visto com ela. – Felicity teve vontade de dar um tapa no melhor amigo, mas resolveu agir no bom senso.

— Ela é sua ex-namorada, Oliver. – Enfatisou. – Não é normal isso. Além do mais, caso esteja esquecido, estamos nesse barco propício a afundar, de qualquer maneira. Não acho que seja lá muito importante mostrar para as pessoas que que somos um casal feliz e fiel. – A loira fez um ar de pensativa. – Porque não façamos um trato?

— Um trato? – Repetiu o Queen.

— Sim. – Deu de ombros. – Cairemos nas graças de nossos pais sempre que estiverem por perto, mas isso não vai nos impedir de agir como dois solteiros na ausência dos mesmos. Eu preciso continuar com minha vida, e caso não se lembre também, eu não posso viver assim pra sempre. Fui amante de um cara casado, sem saber, por quase sete meses, e não quero estar presa a outro homem que nem a menos pretende se casar comigo. – Declarou. – Como meu melhor amigo, espero que entenda a minha frustração.

                Oliver fitou Felicity por um longo minuto. Suspirou e pensou em tudo o que ela disse. De fato, ela estava certa em tudo, e não queria se sentir culpado por isso, apesar de saber que estava metendo-a em uma farsa. Além disso, sabia que não pretendia se casar, de qualquer forma, e foi um completo covarde assumindo uma responsabilidade que não existia. Seu pai sentiria muito mais orgulho se tivesse sido honesto desde o princípio. Suspirou mais uma vez. Felicity merecia coisa melhor, e ele não poderia exigir coisa alguma.

— Está bem. – Disse. – Não posso exigir que seja fiel a mim, quando nem ao menos me pertence, ou a pertenço. Apenas peço que seja mais discreta. – Sorriu, estendendo a mão. Felicity quis contestar, mas decidiu que era melhor assim. Também estendeu a mão.

 - Serei discreta, se você também for. – Ela disse, sorrindo. Oliver deu de ombros.

— Trato feito.

                Depois que os dois selaram o trato, decidiram que já estava na hora de ir visitar Tommy e esclarecer o que estava acontecendo, porque sabiam que o moreno de olhos claros, era o único que estava realmente inconformado com toda essa novidade.

— Eu vou aproveitar pra ir correndo, e fazer uns exercícios, quer me acompanhar? – Oliver sugeriu, com ar de risos, sabendo que a amiga não era adepta a coisas saudáveis, mesmo que ela, por incrível que pareça, tenha um belíssimo corpo. Toda torneada e com curvas generosas. Não que o loiro pensasse nisso. Mas era quase uma missão impossível não reparar no quanto a amiga tornara-se uma mulher bonita.

— Oh não... prefiro ir de carro. – Ela disse, sem hesitar. Oliver revirou os olhos.

— Vamos lá, Fel... nem é tão longe. – Insistiu. – Prometo ir devagar.

— Pare de me olhar assim... – A loira reclamou, percebendo que o amigo erguia a sobrancelha confuso – Com esses olhos de cachorro pidão. – “Um cachorro muito sarado e provavelmente fazia muito jus ao nome de playboy gostoso de Starling City”, pensou ela.

— Obrigado pelo elogio, apesar de que me ofende quando me compara a um cachorro. – Oliver disse, rindo, observando Felicity corar por perceber que não havia filtrado os pensamentos de novo.

                Na verdade, a loira imaginou que já tinha parado de agir desta maneira a muito tempo, mas bastou Oliver retornar a seu convívio, que seus pensamento desengonçados apareciam. Como podia ser tão descuidada? Agora era evidente que ele se divertia as suas custas. Não queria ter que confessar que o achava mesmo gostoso.

  - Eu vou de carro! – Declarou, em parte, querendo mudar de assunto, em parte porque não estava realmente afim de fazer exercício algum.

— Vamos lá, loira. É apenas uma corridinha! – Oliver impediu que a amiga se afastasse. – Já disse que prometo ir devagar. Além do mais, eu não quero ir sozinho enfrentar o seu irmão, e aposto que você também não. – Apelou.

— Então vamos de carro juntos. – A loira foi mais esperto. Oliver quase bufou.

— Felicity, é apenas uma caminhada. O que tem demais? Está com medo de transpirar? – Teve vontade de rir da expressão de desgosto dela. Sabia que a amiga não resistiria a uma desafio. – Ou é porque está com medo de ser passada pra trás?

— O que?! – Ela o fitou, com olhos apertados. – Está me desafiando?

— Exatamente! – Ele cruzou os braços. Adorava provocar ela.

— Você é muito irritante, sabia? – Feliciy disse, antes de se afastar e subir as escadas pisando duro. Oliver riu, sabendo que ela logo voltaria usando shorts, tênis e uma regata. Ele não perderia isso por nada.

(...)

                Não foi nenhum problema para Oliver chegar até a casa do amigo, notando enfim, que sua falsa noiva estava muito longe de se aproximar dele. Seria hilário, se não fosse o fato de que Felicity iria matar ele assim que o visse.  

                Bateu na porta observando o pequeno apartamento do amigo. A casa tinha uma estrutura boa e uma aparência agradável, mas em comparação a mansão Merlin, do qual o mesmo tinha direito, esta não chegava nem a ter o tamanho do quarto do chefe da família. A porta se abriu, afastando os pensamentos de Oliver.

— Seu canalha, abusador! – Tommy foi logo partindo pra cima do amigo, que se esquivou de um belo soco. O moreno não desistiu, indo novamente pra cima. Oliver tentava conter o amigo, e estava claro que foi uma péssima ideia ter ido até lá realmente sozinho.

— Tommy! – Oliver segurou o punho do mesmo, o encostando na parede. Tommy era tão forte quanto Oliver, então a batalha estava equilibrada. – Eu posso explicar! – Tommy conseguiu contornar a situação e empurrar Oliver, que caiu bem no meio da calçada. Nessa hora, Felicity se aproximava.

— Tommy! – Ela gritou, chamando ainda mais atenção na rua. Uma certa quantidade de pessoas apreciava a briga pela janela de seus apartamentos. – Pare com isso!

— Fique fora disso, irmanzinha. – Tommy falou, deixando claro que estava sob controle. Mas Oliver o derrubou, e os dois estavam caidos de lados opostos. Por um momento, nenhum dos dois fizerem movimentos para se levantar, dando a enteder que não haveria mais luta.

— Vocês dois são idiotas! – Felicity disse, levando as mãos a cintura e os encarando com fúria.

Oliver observou a amiga, que estava com as bochechas coradas devido a corrida. Suas mãos marcavam a cintura perfeita e ele não pôde deixar de reparar no quão bonita ela estava naquela posição, mesmo sabendo que não deveria reparar tanto assim. Mas antes que pudesse desviar os olhos, recebeu um belo soco no rosto. Não havia percebido que o moreno tinha visto seu momento admiração.

“Mas que droga! Ele estava noivo de Felicity, e tinha todo direito de olhar pra ela, mesmo sabendo que não era bem assim. Mas Tommy não sabia disso, é claro”.

— Agora estou satisfeito. – Disse o moreno, claramente sentindo-se vingado. Felicity tentou ajudar Oliver, e mesmo com muita raiva do mesmo por ter enganado ela dizendo que não correria tanto, resultando na enorme distência entre eles nessa corrida, não pode deixar de se preocupar com o estado físico do mesmo, cujo nariz sangrava.

— Oliver, você está bem? – Perguntou, analisando o rosto do amigo.

Oliver olhou para Tommy, percebendo que o mesmo alisava o punho, que sabia muito bem que doia tanto quanto seu nariz agora. Imaginou que Tommy estivesse realmente vingado, e não podia culpar o mesmo por ter agido como agiu. Ele faria o mesmo se fosse com ele. Tommy o fitou, quase como se adivinhasse o pensamento do amigo.

— Estou. – Respondeu, se levatando com a ajuda de Felicity. Sem entender, acabou por rir da situação, da mesma forma que Tommy, e logo os dois compartilhava gargalhadas. Felicity parecia confusa.

— Eu estava com saudades de você, meu amigo. – Oliver disse, e os dois se abraçaram.

                Felicity os encarou, indignada com o ocorrido. Fez um ar de negação, dizendo a si mesma que jamais entenderia os homens.


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Notas finais do capítulo

Oláaaaa pessoinhassss!!!
Mais um capítulo para vocês... o que acharam? E quanto a capa? Gostaram???? PORQUE EU AMEIII!
Créditos a Tayaná Brito, pela arte lindaaaaa e tão representativa. *o*

Bjsss e até o próximoooo!!