Noivos por Acaso escrita por BeaFonseca


Capítulo 3
Capítulo 2 - Reações




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(...) é claro que ele me deixaria aqui. Porque não o faria? Ela provavelmente deve está se sentindo mais do que já pensa ser. Eu poderia facilmente hackear as redes sociais dela e postar que era uma vadia sem alma...

— Poxa, eu realmente pensaria em algo melhor que isso. – Ouvi uma voz masculina do meu lado e não hesitei em olhar na mesma direção.

— Perdão? – Perguntei, em parte, assustada com a intromissão do meu surto deplorável, em parte por estar curiosa com o que o estranho teria em mente como vingança.

— Sabe... hackear rede social é coisa comum. – O estranho pós uma mão no bolso e a outra estava encostada no balcão de umas das vitrines de celulares. Ele fez um ar de pensativo. – É óbvio que ela, seja lá quem seja, vá informar do incidente do hacker em suas redes e sairia como vítima, apenas. Mas se enviasse um vírus altamente potente que rastreasse seus aparelhos eletrónicos e pusesse tudo a perder, aí sim, teria uma “vadia sem alma” desesperada, ou muito provavelmente irritada.

                Felicity piscou várias vezes, considerando a possibilidade. Imitou a posição do estranho e o fitou.

— Boa ideia! Um vírus anônimo é muito simples de criar. – Deu de ombros. – Não vou correr o risco de ser processada por ela, ainda mais quando a mesma é quem se defenderia.

— Advogada? – O estranho perguntou, divertido.

— Em cheio... – Felicity assobiou. Ele riu.

—Boa sorte! – O estranho deu de ombros e lançou um largo sorriso para Felicity, que por um breve momento, notou o quanto ele era bonito. – A propósito, meu nome é Ray Palmer. – Estendeu a mão.

— Felicity Smoak. – A loira sorriu.

— É notável que entende de tecnologia, Felicity Smoak. – O moreno disse.

— Sou formada em T.I desde os meus 17 anos. Sou um prodígio da tecnologia, modéstia parte. – Felicity se gabou, orgulhosa de seu status.

— Que interessante, porque tambem sou. – Ray Palmer também não foi nada modesto. Com toda certeza, chamou bastante atenção da loira a sua frente, que parecia ter esquecido completamente dos motivos que a fizeram, por um acaso, conhecer o homem alto e bonito a sua frente.

                Um silência incômodo se instalou entre os dois, embora aproveitassem esse momento para se entreolharem vez ou outra, admirando-os sutilmente. Felicity chegou a comparar o moreno a seu melhor amigo, Oliver, observando o porte largo e o sorriso agradável com dentes perfeitamente alinhados e brancos.

— Está escolhendo um celular? – Palmer perguntou, quebrando o silêncio. Felicity percebeu que a pergunta era óbvia, mas não ligou para esse detalhe.

— Na verdade, já escolhi. Estou esperando alguém me atender aqui. – Olhou curiosa para a extensa área do balcão que não tinha nem mesmo uma alma viva por perto. Imaginou o que teria ocorrido com os funcionáros.

— Está com sorte, porque eu estou aqui exatamente para isso. – O moreno sorriu mais ainda, claramente se divertindo com a situação. Felicity o fitou embasbacada, e só então percebeu o crachá de funcionário pendurado em seu pescoço. E o que era mais constrangedor... Ele era o gerente da loja.

— Meu Deus! – Levou a mão a boca, visivelmente envergonhada. – Eu não tinha percebido. Me desculpe!

— Não precisa se desculpar. – Ele sorriu ainda mais, como se fosse possível, pensou Felicity.

— Eu aqui discutindo vingança, e você apenas esperando que eu peça logo o produto e vá embora... – Olhou para o relógio. – Céus, é hora do almoço! Aposto que está morrendo de vontade de sair correndo para almoçar, e eu tomando todo seu tempo!

— Já que mencionou, eu adoraria que me acompanhasse. – O jovem gerente cruzou as mãos no balcão, em um completo charme e um visível interesse. Feicity parecia aérea.

— Acompanhar até onde? – Questionou, claramente desatenta ao convite que lhe foi direcionado. Ele riu.

— Para almoçar. – Ele respondeu.

— Oh... – A loira de olhos claros se deu conta do convite. Não sabia o que responder.

— Me desculpe... – O rapaz se descupou, mudando sua postura. – A convidei para almoçar sem nem ao menos saber se é comprometida ou não. Com toda certeza eu não iria querer um marido ciumento me perseguindo pelo shopping inteiro. – Se divertiu, sem graça. Felicity riu.

                A loira pensou em dizer que estava “supostamente noiva”, mas sua cabeça rodava lembranças de minutos antes quando Oliver a abandonou para ir almoçar com Laurel. Sem hesitar, sorriu sorrateira para o moço a sua frente.

— Estou completamente livre e desempedida. – Soltou, sem se importar como soara estranho o comentário.

— Maravilha! – O rapaz disse alegremente, antes de atender a moça e seguir rumo a um quiosque mais próximo.

(...)

— Está brincando? Eu me lembro de cada detalhe daquela noite! – Laurel lançou uma sonora gargalhada, claramente se divertindo com o comentário do Loiro.

— Aquilo foi constrangedor. – Oliver disse, fingindo-se ofendido.

— Mas tem que admitir que foi divertido ver você quase agarrando Tommy achando que era eu quem estava entrando primeiro em seu quarto. Se eu soubesse, jamais teria levado Tommy comigo. – Provocou a recém loira.

— Não sei como achou que eu realmente estivesse com problemas... – De repente, oliver viu uma sombra loira acompanhada de um moreno alto. Confuso, inclinou-se ainda mais para frente, com um completo interesse no que via.

                Felicity estava acompanhada de uma homem, e os dois se divertiam entretidos com conversas quase sussurradas. O loiro não soube identificar o que sentia naquele momento, mas sabia que tinha uma enorme vontade de ir até lá e se juntar a eles.

— Oliver? – laurel acompanhou seu olher, e rapidamente identificou o objeto de interesse repentino do mesmo. – Ora, ora... Sua noiva está muito bem acompanhada, não acha?

— Muito provavelmente ela encontrou um amigo de infância. – Oliver disse, tentando acreditar na própria afirmação.

— Que estranho... Felicity sempre esteve em nosso meio de convivência. Eu lembraria deste rapaz... – Laurel provocou.

                De repente, a mesma recebeu uma mensagem, e se chateou por ter que partir e não ver a cena que estava prestes a acontecer.

— Mas ora, que pena... Terei que ir, mas espero, imensamente, que consiga resolver essa situação. – Oliver sabia que era sarcasmo de Laurel, e preferiu ignorar. A advogada se levantou, dando um rápido abraço no amigo e indo embora.

                Oliver aproveitou a oportunidade para ir até Felicity. Não deu mais que quatro passos até a sua mesa. A loira parecia não perceber sua presença.

— Fico feliz que tenha escolhido este quiosque para almoçar. Eu particularmente acho um dos melhores deste estabelecimento. – Oliver já foi logo dizendo, disfarçando um sorrateiro sorriso no rosto. Felicity quase engasgou com a própria saliva.

— Oliver! – Disse, supresa.

— O próprio. – O loiro sentou-se a mesa. – E este é...? Bom, não se importam de compartilhar a mesa, não é?

— Ray Palmer... – O moreno disse, olhando de Felicity para o loiro a frente.

— Ray Palmer... – Repetiu, Oliver. Felicity finalmente interviu.

— O que está fazendo aqui? Não deveria está com Laurel? – Disse o nome com desprezo.

— Ela já foi embora. – Oliver sorriu.

— Desculpe, mas... quem é o senhor? – O tal Ray Palmer perguntou, claramente incomodado com a presença do loiro.

— O noivo dela. – Disse, sem hesitar. A técnica de informática novamente quase engasgou.

— Noivo? Você disse que era solteira. – Ray disse, confuso.

— E sou... quer dizer... Mais ou menos... – Tentou se explicar. Olhou feio para Oliver. – Na verdade, Oliver é meu melhor amigo, e estamos fingindo um noivado para poupar o pai dele de ter um ataque cardiaco e morrer. – Soltou. Foi Oliver desta vez que a olhou feio.

— Isso é interessante. – Ray arqueou a sobrancelha, observando a situação.

— Acho que está na hora de irmos. – Oliver prontamente se levantou, ignorando o moreno a sua frente. Felicity o olhou confusa.

— Mas já? – Fez um muxoxo. – Estava muito divertido aqui com Ray. – Declarou. O rapaz sorriu, encantado.

— Posso dizer o mesmo. – O moreno também declarou. Oliver conteve o impulso de revirar os olhos com tanta bobagem.

— É certo que tornaram-se ótimos amigos. – Oliver mais uma vez fez sinal para que Felicity se levantasse. – Odeio ter que atrapalhar isso, mas realmente precisamos ir.

— Uma pena... – Ray se levantou, seguido de Felicity. – Mas espero realmente encontrá-la outro dia.

— Mas é claro! – Animou-se a loira. – Tem o meu número. – Lembrou ela, de quando ele, antes de fazer o cadastro de seu celular, guardou em sua gaveta um papel com o número da loira.

— Foi um prazer conhecé-la, Srta. Smoak. – Estendeu a mão.

— O prazer é todo meu... – Quando a mesma fez questão de repetir o gesto, Oliver puxou sua mão levando-a embora dalí. Ray se divertiu com a situação, antes de perder os dois de vista, embora sabia que não tinha gostado da intromissão.

— Isso foi rude, Oliver! – Reclamou ela.

— Não achei. Na verdade, tenho certeza que ele não vai se importar. – Disse ele.

Os dois seguiram o caminho em silência, até a sua melhor amiga lembrar-se.

— Comprei o celular! – Começou. – Paguei o nosso almoço com o seu cartão. Tenho certeza que não vai se importar com isso, também. – Ela sorriu, provocadora, alheia a reação indignada do melhor amigo. Estava mais do que satisfeita com a vingança, embora sabia que Laurel teria sua oportunidade mais tarde. Mal podia esperar por isso.

                Seu assobio era um claro sinal de provocação e Oliver sabia que em parte, merecia tudo isso. Ainda sim, não deixou de se chatear com o fato de que ela confessou a um completo estranho que os dois, na verdade, não eram noivos. Teriam que impor algumas regras nessa suposta relação,  e isso, ele sabia, que incluia o afastamento de Laurel também. Caso não houvesse limites, tudo estaria arruinado. O seu pai não poderia nem desconfiar.


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Notas finais do capítulo

Olá serumaninhos... (rsrsrsrsrs)
Desculpem a demora para postar. Estive um pouco ocupada esses dias, e escrevi o capítulo rapidamente. Prometo responder aos comentários carinhosos que me deixaram. Eu não esqueciiiiii!
Bjsss e até o próximoooo!!!!!