Noivos por Acaso escrita por BeaFonseca


Capítulo 2
Capítulo 1 - Sugestões




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Oliver e Felicity ficaram hospedados no duplex da família Queen, que ficava no centro do Glades, próximo a estação. Nenhum optou por ficar com sua família, tendo em vista a demasiada manifestação de curiosidade e alegria que os perseguiam. Nenhum dos dois pareciam a vontade com tudo isso.

— Não sei se você lembra onde fica os cômodos... – Oliver fitava Felicity com certa curiosidade. Ela parecia bastante distraída. – Faz muito tempo que não vem aqui.

— Eu lembro... – Falou a loira, de repente. Os dois pareciam sem graça por um instante. – Oliver... – Olhou bem para o rapaz de olhos azuis. – Estou me sentindo péssima com tudo isso. – Confessou.

Oliver se aproximou da moça, pouco mais baixa que ele. Tocou em seu rosto, reconfortando-a e sorriu. Felicity parecia enjoada. Oliver então se lembrou do súbito sono dela no aeroporto. Imaginou se todos esse sintomas tinham um nome.

— Meu estômago parece que vai revirar. – Confessou mais uma vez a loira. Oliver imaginou se haveria alguma possibilidade do cafajeste do ex-namorado de Felicity tê-la engravidado.

Se assustou por um momento com esse pensamento. Se for de fato isso, ele jamais abandonaria a amiga neste estado. Mesmo que isso significasse manter a mentira mais tempo que o necessário.

— Não vou negar que também me sinto assim, mas é por uma boa causa, okay? – Oliver lembrou. – Prometo que vai dar tudo certo. Jamais te deixaria em mals lenções. – Soltou, inconscientemente. Felicity o fitou, confusa. Mas devido ao cansaço, decidiu ignorar essa manifestação de preocupação dele. Afinal, não era pra tanto todo esse drama. O que poderia acontecer de pior nisso tudo? Além do fato do pai de Oliver morrer antecipadamente com a notícia falsa, é claro.

— Bom... acho que vou tomar um banho e tirar as coisas da mala. – Felicity se separou do amigo e saiu com passos largos até a escada que daria para o antigo quarto de Thea, no qual resolveu ficar. Oliver ficou para trás, imaginando o que estaria se passando na cabeça de Felicity, agora.

Pov. Felicity

Levei alguns minutos para entender o que se passava na minha cabeça. Eram tantas coisas para resolver...

— Mas que droga! – Sentei bruscamente na cama e me jogando de braços abertos. – Isso não vai funcionar, isso não vai funcionar(...) – Eu repetia diversas vezes.

Meu celular tocou, me trazendo de volta a realidade. Vasculhei meu bolso e notei que no visor estava a foto de Cooper. Sem pensar, joguei o celular longe, me arrependendo no mesmo instante por ouvir o mesmo ir de encontro a parede e quebrar em milhões de pedacinhos. Corri até o que deveria ser um celular, bem a tempo de ver Oliver entrando preocupado no quarto.

— Felicity! – Quase gritou, assustado. – O que diabos foi isso?

— Meu celular... – Soltei um muxoxo. Segurei os pedacinhos espatifados no ar, fitando Oliver em seguida que ergueu a sobrancelha com ar de risos.

— Não vou nem perguntar como foi isso... – Disse ele, se agachando próximo a mim e avaliando o estrago.

— Cooper estava ligando... – Comecei a explicar. – Fiquei furiosa e joguei o celular. Claro que eu poderia ter desligado ou feito qualquer outra coisa normal, mas não. Eu tinha que quebrar meu lindo celular... – Revirei os olhos, me levantando. Cansada demais para arrumar a bagunça. Oliver fez o mesmo, colocando as mãos na cintura.

— Aposto que ele não vai mais te perturbar por um bom tempo. – Riu, tentando me animar. Suspirei.

— E meu chefe também, pelo visto... – Olhei para os pedacinhos e cruzei os braços. – De qualquer forma, eu estava afim de sair daquele emprego mesmo. – Dei de ombros.

— Uoww... – Oliver levou as mãos para o alto. – Não quero esposa minha desempregada.

Olhei para aquele que eu considero um amigo. Bufei. Ele as vezes tinha as piores piadas nos piores momentos.

— Isso não teve graça. – Falei, me dando por vencida e arrumando a bagunça. Oliver riu.

— Desculpa. – Começou a me ajudar, sem tirar o sorriso, que eu particularmente sempre admirei nele, do rosto. – Sabe... Mal estamos juntos e já vou começar a ter gastos com você. Tá se sando uma noiva muito cara. – Brincou, mais uma vez. Joguei um pedacinho do que seria a capa do meu celular, no peito dele, que ria com a situação.

— Você é um insensível, Oliver Queen. – Falei, sabendo que era impossível ficar com raiva. Ele debochou.

— Acho que já ouvi isso antes... – Comentou ele.

Depois que acabamos de catar todo os pedaços, comecei a pensar na possibilidade de comprar hoje mesmo um novo celular. Oliver tocou meu ombro com delicadeza.

— Eu estava falando sério quando disse que teria esse gasto. Vou te dar um novo celular. – Disse, se sentindo orgulhoso. O fitei, desconfiada. – Além do mais, é o mínimo que eu poderia fazer por está entrando nessa confusão comigo. – Deu de ombros.

— Tudo bem... Mas vou logo dizendo que sou exigente. – Brinquei.

— Viu? Noiva cara. – Disse ele. Peguei uma pequena almofado que estava na poltrona do meu lado e joguei nele. Ele ainda se divertia com isso. – Pelo menos não é um vaso.

— Oliver, posso saber porque diabos eu jogaria um vaso em você? – Perguntei, ciente de que ele não parava de trazer referências que só ele parecia entender.

— longa história. – Disse ele, seguindo caminho até a sala. O segui.

— Temos muito tempo até o shopping da cidade. Vai me contar essas suas aventuras. – Exigi, já pegando meu sobretudo e abrindo a porta da sala, esperando que ele me acompanhasse, afinal, eu realmente precisava de um celular pra hoje.

Não foi preciso ir de carro até o shopping, pois o mesmo ficava apenas a dois quarteirões dali. No caminho, Oliver me contou a relação que teve com uma tal de Helena, e as expectativas dela para com ele. Não pude deixar de rir da situação.

— Qual foi? – Oliver perguntou, confuso com minha crise de riso.

— Não acredito que dispensou a garota assim.

— O que você queria que eu fizesse? Trouxesse ela pra cá e apresentasse a minha família? Nem pensar. – Oliver parecia certo do que dizia. Senti uma curiosidade imensa.

— Oliver, porque tem tanto medo de se apaixonar? – O loiro me fitou surpreso e demorou um pouco pra responder.

— Não é medo de me apaixonar, Felicity... – Pensou um pouco mais. – Eu só acho que não estou preparado para uma vida a dois.

— Isso dói muito, sabia? Estamos noivos.  – Dei um leve tapa em seu braço, entrando na brincadeira. Ele riu, mais não realmente achando graça.

— Eu tento agir natural com isso, mas é difícil... ainda mas pelo fato de sermos amigos. – De repente, Oliver parecia refletir sobre isso. Por alguma razão, eu me senti ansiosa.

— Bom... não é como se fosse a coisa mais estranha do mundo. – Tentei amenizar o clima tenso. – Além do mais, somos amigos e podemos lidar com isso da melhor forma possível. Vamos encontrar um jeito de manter nosso segredo sem que isso interfira em nossas vidas. – Sugeri. Oliver sorriu.

— É muito bom ouvir isso, Felicity. – Disse, apenas.

Caminhamos em silêncio até uma loja mais próxima. Comecei a analisar os celulares disponíveis, até ouvir um sonoro cumprimento. Me virei a tempo de ver Oliver e Laurel abraçados e sorrindo um para o outro.

— Mas vejam só se não é o casal feliz. – Ela disse, lançando-me um olhar de desprezo, como sempre. Ignorei. Para provocar, enlacei meu braço no de Oliver, e para a minha felicidade, ele não recuou.

— Que surpresa, laurel... – Oliver disse, e parecia sem graça.

— Aposto que não esperava me ver tão cedo. – Disse ela, provocadora. Os dois pareciam se comunicar internamente, e eu estava me sentindo excluída e frustrada por isso.  

— Podíamos marcar qualquer dia desses para almoçar, o que acha? – Oliver convidou. Minha reação foi de surpresa, pela expressão embasbacada dele. Laurel, como sempre, estava se sentindo a gostosona do pedaço. Mas porque será que aquilo estava me incomodando tanto?

— Claro... se sua noiva não se importar de te emprestar um pouco. – Ela me lançou um olhar debochado. Como assim eu seria excluída desse almoço? Olhei para ambos, e notei que esperavam uma resposta minha.

— Claro que não! – Falei rápido. – Ta emprestado! – Tentei soar natural, mesmo sabendo que eu estava falhando. Oliver parecia confuso com minha reação.

Mas afinal, porque eu estava me importando com isso? Fui eu que acabei de sugerir que podíamos lidar com isso da melhor maneira possível, sem interferir em nossas vidas. Ou seja, Oliver, de certa forma, ainda estava livre para ter seus relacionamentos, assim como eu também estava. Mas tinha que ser justo com Laurel?

— Porque não vão dar um volta agora? Tenho certeza que vocês tem muito o que conversar. Eu ainda vou demorar um pouco por aqui, sabe... – Apontei para os celulares. – Escolhendo.

— Ótimo, porque estou indo buscar uma encomenda que Sarah me pediu na loja de sapatos. – Ela sorriu, cinicamente. – Quer ir comigo, Oliver? – Perguntou.

Oliver aceitou, mas antes de seguir Laurel, voltou-se para mim.

— Está tudo bem se eu for? – Perguntou. Sorri, fingindo que estava me sentindo bem com isso.

— Claro que sim, porque não estaria? Vai lá! – Incentivei. Ele beijou o topo da minha cabeça, e me entregou o seu cartão de crédito ilimitado. – Acho que vou gostar disso. – Comentei, balançando o cartão na minha mão. Oliver piscou pra mim e seguiu ruma a Laurel.

Suspirei pesadamente. “Isso não vai dar certo, isso não vai dar certo(...)” Repetia, novamente.  


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Notas finais do capítulo

Então...Estão gostando? *o*
O que vcs acham que vai acontecer? Felicity vai se vingar com o cartão, ou aceitar calada?