Noivos por Acaso escrita por BeaFonseca


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/699499/chapter/1

— (...)O que?! – O grito podia ser ouvido por quase metade de Las Vegas.

Meu amor, não grite, ainda não fiquei surda... — Uma voz doce soou tranquilizadora pelo telefone.

— Não acredito que vai se casar! – A loira passou a mão na cabeça, de forma desesperadora, deixando seu óculos torto. – Não, não, não... E eu não sei o que é pior, se é o fato de ser o Sr. Lance, ou de ser o casamento mais relâmpago de todos os tempos! – Exclamou, enfatizando bem o “ mais relâmpago”.

Não existe tempo certo para o amor, meu docinho.— A futura Sra. Lance declarou. 

— Não acredito que tenham tranzado mais que duas vezes... – Foi interompida.

— Felicity Megan Smoak! — Donna Smoak se exaltou, percebendo o qual intrometida sua filha estava sendo. – Minha vida sexual não lhe interessa! Chega desse drama desnecessário. – Continuou, notando o silêncio da loira mais nova. – E falando em drama, quando vou conhecer o meu futuro genro?

                De repente, Felicity se lembrou que a mãe ainda não conhecia o seu namorado, e temia que a mesma não o aceitasse, pelo simples fato do mesmo ser músico. Para ser mais exata, seu namorado não era dado a grandiosidades, o que certamente decepcionaria mais uma vez sua querida mãe, que dedicou anos de sua vida para lhe garantir um futuro promissor, além de consolar a filha pelo péssimo gosto para parceiros românticos. Essa lista era longa e ela tinha que admitir que falhara miseravelmente com cada um deles. Infelizmente, Felicty também tinha que admitir que se apaixonava fácil por idiotas.

                Desta vez, pensou ela, tudo seria diferente. Sua mãe finalmente concordaria com esse relacionamento. Pois aos olhos de Felicity, ele parecia ser o cara ideal e a faria feliz. Felicity estava quase certa que encontrara, finalmente, o cara perfeito.

Querida, está me ouvindo?— Donna Smoak chamou pelo telefone.

— Bom... pelo jeito, tão logo o conhecerá. – Se limitou a dizer, sem muito ânimo. Sabia que seria uma longa preparação psicológica para fazer sua mãe aceitar esse relacionamento.

Ele virá para o casamento então? Que maravilha!— Se animou a outra mulher no telefone. – Isso me lembrou que Oliver também foi convidade, afinal, Moira e Robert serão meus convidados de honra...— Donna tagarelou. Felicity parecia longe, não se importando muito com quem ia ou deixava de ir, até ouvir a última frase da conversa.

— Madrinha? – Repetiu.

Claro que sim! Você será uma linda madrinha e seria uma honra pra mim ter minha filha tão perto de mim nesta data tão especial. – Felicity podia imaginar o enorme sorriso de sua mãe no outro lado da linha. Queria poder está tão animada quanto ela. Mais uma vez, se limitou agradecer.

                Após acertar a data que chegaria em Star City para o casamento, Felicity desligou o telefone, imaginando o quão torturante será sua viagem até Starling City. Teria que preparar seu namorado para essa surpresa o mais rápido possível.

Antes mesmo que pudesse ligar para ele, seu celular tocou tirando-a completamente o transe.

E aew, maninha?— A voz rouca e brincalhona de Tommy Merlin animou Felicity.

— Porque não me contou sobre mamãe e o Sr. Lance? – Felicity tentou fingir está brava. Tommy riu.

Dispenso dar notícias constrangedoras. – Disse, sabendo que sua irmã mais nova estaria revirando os olhos neste momento.

— Tommy Merlin, você é um idiota! – A loira xingou, cruzando os braços.

                A relação entre Felicity e Tommy sempre foi bastante divertida. Tommy, na verdade, era primo de Felicity, tendo seu pai como viúvo da irmã de Donna, mãe de Felicity, que o criou desde muito novo quando a mãe faleceu. Seu pai nunca foi muito presente em sua vida, a não ser, é claro, quando o rapaz cresceu e estava preparado para assumir as Industrias Merlin. Os dois tinham como melhor amigo, Oliver Queen e mais pra frente, Thea Queen. No colegial, os quatro conheceram a irmãs Lance, que até hoje, Felicity nunca entendeu os motivos da Lance mais nova a importunar. Laurel Lance. Uma mulher irritante e moralista, objeto de admiração até hoje do seu irmão, Tommy.

Falando em idiota, viu o Oliver por aí? Soube que ele estava em viagem de negócios há quase quatro meses em Vegas.— O moreno de olhos verdes perguntou. Felicity prontamente se lembrou de ter visto o amigo.

— Oliver está... – Antes que pudesse terminar a frase, ouviu batidas na porta do seu apartamento. – Tommy, preciso desligar, o meu namorado chegou.

O que?!— Antes de ouvir os resmungos do seu irmão mais velho, desligou o telefone.

                A loira se aproximou da porta e abriu com bastante animação. Um rapaz jovem e com um lindo sorriso adentrou o apartamento, lançando-lhe um estalado beijo na bochecha.

— Cooper! – A loira fechou a porta, pronta pra dar a grande novidade. – Vamos conversar!

—-----------------------------

Do outro lado da cidade...

                Um robusto rapaz de olhos azuis e barba por fazer, deslizava por sob o sofá, acariciando enormes e belas pernas que o rodeavam pela cintura.

Oliver...— Uma voz rouca e feminina parecia gemer em seu ouvido.

— Precisamos parar por aqui. – Disse o loiro, relutante em se levantar daquele confortável sofá. – Preciso resolver os ultimos detalhes da negociação e comprar as passagens para a viagem.

— Não acredito que não vai me levar para o casamento da sua madrinha! – A morena de olhos claros que a pouco estava enlaçada em sua cintura, se levantou, aborrecida.

— Não achou mesmo que eu fosse te apresentar para a minha família, não é? – Oliver Queen, o famoso PlayBoy e futuro CEO das Industrias Queen, fitou cinicamente a moça que parecia perplexa.

— Seu imbecil, estúpido e cafajeste!! – A morena jogou a primeira almofada que viu pela frente, seguido de algumas revistas e um pequeno vaso de flores.

— Helena! – oliver tentou conter a mulher, segurando o braço da mesma. – Desde o inicio sabiamos que isso aqui era apenas uma aventura, e nada mais. – Declarou o rapaz.

— Não achei que fosse tão insensível, Oliver Queen! – Bufou a moça, irritada. Pegou sua bolsa e seguiu pisando firme até a porta, batendo a mesmo com bastante força.

— Até parece... – O loiro disse, aliviado com a saída repentina da moça.

                 Suspirando, pegou sua gravata e paletó, pronto para dar continuidade ao que viera fazer aqui e voltar logo para sua casa, sua cidade, sua família. Mas antes que pudesse recolher todas as suas coisas espelhadas pelo chão, notou uma ligação no seu celular, e ao perceber quem era, decidiu que seria melhor ignorar.

—--------------------------------

Pov. Felicity

— ESTÚPIDO! ESTÚPIDO! ESTÚPIDO! – Meus olhos já estavam tão marejados, que eu mal podia enxergar o caminho a minha frente. A mala pulava com a rapidez dos meus passos até chegar em um bar mais próximo. O voou iria atrasar um pouco, portanto, teria tempo suficiente para lamentar.

                Ao avistar uma mesa, sentei-me com tudo, soluçando e bufando por todos os poros. Cooper era o cara mais estúpido com quem eu já namorei, e o pior é que eu conseguia me sentir culpada por tudo. POR DEUS! Ele era casado! Como isso foi acontecer?!

— Você está bem? – Ouvi uma senhora perguntar. A mesma tocou delicadamente meus ombros. Mal pude olhá-la.

— Pareço bem?! – Eu sabia que estava sendo mal-educada.

— Minha querida, tenho certeza que seja lá pelo que esteja sofrente, vai passar. – Motivou. Eu realmente não estava interessada em ouvir ladainhas. Ainda sim, a senhora não parecia querer arredar o pé do meu lado, e pela sua aparência, eu podia dizer que era uma daquelas maluquinhas que pregavam a paz e o amor.

                De repente, notei que ela havia me passado um pequeno comprimido. Olhei para ambos confusa.

— Vai se sentir bem melhor depois que tomar esse milagroso calmante. – Sugeriu, indo embora.

                Não sei por quantos minutos fiquei avaliando aquele comprimido, me dando por vencida de que talvez ele não me fizesse mal algum. Tamanho era meu desepero por tranquilidade, que realmente não pensei muito nas consequências.  

                Depois que engoli confiantemente o comprimido, ouvi uma voz muito conhecida próximo a mim.

— Licity? – Me virei rapidamente, encarando aquele homem que era praticamente como uma irmão pra mim.

— Oliver! – Me animei, o abraçando em seguida.

— Pelo visto, vamos no mesmo voou. – Disse, sentando-se a mesa com a loira.

— Pelo menos não vou sofrer sozinha... – Falei, ao mesmo tempo que ele me olha confuso.

(...)

— ...E o idiota deixou pra me dizer agora! – As lágrimas insistiam em cair, ao mesmo tempo em que sentia Oliver acariciar meus ombros de forma confortável. Ele estava sendo um ótimo ouvinte.

— Veja pelo lado postivo, loira... Se livrou de descepcionar a Donna de novo. – Brincou. Mesmo eu não estando em condições de rir de qualquer piada, não pude deixar de dar um minimo sorriso.

— Tem razão... – Adimiti. – Sabe, Oliver... Eu sempre achei que um dia poderia achar o homem certo, do qual eu pudesse me orgulher e apresentar a minha família hoje, como meu futuro feliz garantido. Poder ouvir das pessoas o quanto eu parecia apaixonada... Fazer planos para casar... – Minha voz falhou, sentindo que uma nova onde de choro viria. De repente, um sono absurdo me dominou, e quando mesmo esperei, já estava apoiando minha cabeça na mesa, sendo ainda confortada por um bom amigo.

Pov. Oliver

                Percebi que Felicity estava sonolenta de repente, e por alguma razão, rezava para que pudesse dormir logo. Odiava vê-la tão vunerável assim. Alisei seus cabelos bagunçado, e senti um conhecido arome de rosas, do qual só ela usava. Por um momento, fiquei curioso pelo repentino sono dela.

Meu telefone toca, e noto que era minha mãe. Prontamente atendi.

— Boa noite, Mamãe! – Cumprimentei animado.

Boa noite? Achei que já deveria estar aqui!— Podia ouvir os gritos desesperados dela no telefone.

— Eu sei, eu sei.. – Suspiro, cansado. – O voou atrasou. – Expliquei.

Como assim, atrasou? Deveria ter saído mais cedo!— Moira Queen parecia mais nervosa que o normal, deixando-me curiso.

— Mamãe... – Chamei sua atenção. -  O que aconteceu?

Porque algo teria que ter acontecido?— Desviou a pergunta.

— Não enrole. – Exijo. Noto o silêncio no telefone. – O que aconteceu?

Filho...— Ouvi, de repente, a voz do seu pai no telefone.

— Pai? O que está acontecendo? – Me preocupei ainda mais. – Alguma coisa com Thea? Vocês estão bem?

— Thea está bem. – Papai disse, simples. Um frio no estômago me alertou.

“Não era pra falar por telefone, Robert!”  - Ouvi mamãe recriminar por telefone.

— Oliver, eu e sua mãe queriamos te contar hoje, quando chegasse, mas eu sei que preciso prepará-lo antes, e com todo certeza não quero ser testemunha de sua reação. Odiaria saber que meu filho estaria com pena de mim...— O interrompi.

— Dá pra ser mais claro? – Pedi, sentindo uma pontada de impaciência e ansiedade.

Eu estou com Câncer...— Soltou. – E segundo o médico, não tenho mais do que seis meses de vida. — A voz saiu carregada de emoção.

Levei alguns minutos para assimilar a informação. Meu pai estava morrendo.

— Quand... quando souberam disso? – Perguntei, tentando agir normal, afinal, papai sempre me ensinou a ser forte em tempos difíceis.

A pouco menos que duas semanas.— Respondeu. Senti que meus olhos embaçaram, mas mantive a postura. – Quero que saiba que não estou debilitado ainda e temos muito tempo para aproveitarmos esse tempo juntos, em família.— Declarou, tentando soar natural e confiante, mas eu sabia que era a forma dele dizer que eu não podia ceder a tristeza.

— Eu estarei logo aí, pai... – Falei, com sinceridade. Sentia meu peito apertar e logo contava os segundos para chegar em casa.

Sabe, filho...— Continuou. – O meu único arrependimento é não poder saber quem será a mulher que o fará feliz um dia.

                Senti, naquelas palavras, um valioso sermão que a tanto tempo ignorava. Meu pai desejava me ver casado e feliz, assim como ele foi por toda a vida com Moira. Ele desejava isso pra mim.

                Felicity se acamodou um pouco mais na mesa, muito próximo a mim, que ainda acariciava seus cabelos. O quão longe eu iria para ver meu pai feliz? De repente, tive uma ideia.

—--------------------------------------

— Você fez o que?! – Uma expressão supresa assustou boa parte das pessoas ao redor do casal.

— Felicity... – Oliver parecia incomodado com a cena escandalosa que se seguia. – Se puder me ouvir atentamente, eu explico meus motivos.

                A loira jogou sua bolsa no melhor amigo, fazendo-o ficar assustado com sua atitude. De repente, ela levou a mão a testa, massageando-a como se a dor que ameaçava reinar em sua cabeça, fosse antecipadamente melhorar.

— Não acredito que disse para a sua mãe que estamos noivos... – Rangeu os dentes, inconformada com a novidade. – Não acredito que se aproveitou da minha  ausência mental para aprontar comigo! – Falou essa última frase um pouco mais alta. Oliver pegou a mão dela e fez com que a loira o fitasse.

— Meu pai está com câncer... – O loiro disse, percebendo que a expressão da amiga mudou.

— Câncer...? – Repetiu, ela. – Quando... Como você sabe?

— Enquanto você estava dormindo, recebi uma ligação da minha família e meu pai me contou. – Oliver parou alguns minutos, antes de continuar, alheio a reação de Felicity. – Ele contou também que não tem muito tempo de vida e que seu único desejo era conhecer a mulher que poderia um dia me fazer feliz. – Supsirou. – Eu não poderia dizer pra ele que essa mulher ainda não existe... e acredite, Fel.. ele ficou demasiadamente feliz por acreditar que essa mulher poderia ser você. Eu não poderia dizer a verdade...

— Oliver... – Felicity levou a mão ao rosto do amigo, comovida com tudo isso. Oliver se deixou levar pelo carinho espontâneo e se sentiu feliz por poder contar com ela. – Tudo bem... – Supsirou a loira. – Acho que posso fingir por alguns dias.. pelo menos até você criar coragem para contar a verdade. E nem pense que irei me casar com você por causa disso... – Foi interrompida.

— Quem falou em casamento?! – Os olhos do loiro se arregalaram. Era evidente que ele fugia de compromisso como o diabo fugia da cruz. Felicity não precisava ser vidente para perceber isso. – Só precisamos fingir por um tempo. Depois acabamos e todos saem felizes.

                A loira suspirou, pensativa. Sabia que nada disso daria certo, e pior, a mãe elouqueceria se soubesse. No sentido bom, é claro. Mas o que doia mais, era o fato de que nada disso era real, e ao mesmo tempo que deixaria uma mãe orgulhosa, a decepcionaria em seguida de qualquer forma. Talvez Felicity já devesse se acostumar com a vida de solteirona azarenta.

—Vai se arrepender muito de ter feito isso... – Felicity provocou. – já sabe, não é?

— Algo me diz que você vai se certificar que isso aconteça. – Oliver fitou a loira do seu lado, que sorria quase que sadicamente.

— Pode apostar. – Disse ela, satisfeita por, de alguma forma, está no controle da situação. Oliver sorriu, pensando ainda, no quanto valeria a pena tudo isso apenas para ver seu pai feliz.

(...)

                Após o desenbarque, Oliver e Felicity seguiam caminho até a entrada do aeroporto. Os dois riam de alguma situação engraçada compartilhada, mal notando a enorme aglomeração que os esperavam mais a frente.

— VIVA O CASAL! – Um coro familiar inundou a entrada do aerporto, assustando tanto Oliver, quanto Felicity, e para os dois, estava claro que aquele “suposto noivado”, já estava além das espectativas.

— Que felicidade, minha filha! – Donna Smoak veio ao encontro de sua filha, abraçando-a em seguida. – Não acredito que não me contou sobre isso! – Donna recriminava a filha. Felicity varreu os olhos para encontrar seu irmão, que aparentemente, não estava. Por um breve momento, pensou no quão furioso o mesmo estaria agora por saber que seu melhor amigo e sua irmã caçula estavam “noivos”.

— Mãe... – Felicity tentou se esquivar do abraço, mas acabou sendo abraçada por Moira Queen, que como a mãe, quase a sufocou com tanta felicidade.

Oliver, por outro lado, apertava a mão do Sr. Lance, e em seguida, era chamado pelo seu pai para um canto mais próximo e menos barulhento. Felicity estava alheia a cada detalhe.

— Não sabe o quanto estou feliz por ver tudo isso, meu filho. – Robert Queen abraçou seu filho mais velho.

— Eu que estou feliz por está aqui com o senhor, agora. – Oliver foi sincero. Seu pai sorriu, certo de que teriam tempo para conversar sobre a doença. Contudo, hoje era um dia de muita alegria para ambas as famílias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse prólogo foi muuuuitoooo longo, mas é por uma boa causa. Fiz várias partes do inicio de tudo para facilitar o entendimento. A partir do próximo capítulo, vou desenvolver esse romance entre os dois. Além disso, teremos o famoso casal Laurel e Tommy, sem antes ela tentar roubar Oliver, é claro. E teremos também mais um na disputa pela atenção da nossa querida Felicity.

Bjsss e até o próximo capítulo, pessoasss!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Noivos por Acaso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.