My Wolf Pack escrita por CassyDeschamps
Os dois se encaravam. Eduarda abaixou a arma, suspirando. O que estava acontecendo ali, afinal? Isaac é um lobisomem? Como isso foi acontecer?
— Você é lobisomem? Eu tenho que lutar contra você? – ela perguntou, ainda não acreditando.
— Não, eu tenho olhos amarelos, está vendo? Os caçadores estão aqui atrás dos lobos com os olhos vermelhos. – Isaac respondeu, mesmo sabendo que não era verdade. Não custava nada tentar. Eduarda era uma caçadora. Ele ainda estava em choque.
— O que? Estão atrás de um alfa? – Eduarda perguntou, sem entender. – Não estou sabendo de nenhum alfa.
— Vocês não estão atrás de uma alcateia? Alcateias sempre tem um alfa.
— Estou atrás de todos os lobos, não só do alfa, Isaac. – ela retrucou.
— E que tal uma alcateia de alfas?
Os olhos dela se arregalaram. Alcateia de alfas? Ela nunca havia ouvido falar disso. Eduarda escutou um uivo vindo de algum lugar na mata atrás dela. Os olhos de Isaac voltaram a brilhar. Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, Isaac a retirava do chão, e a jogava por cima do ombro, correndo na direção oposta ao uivo logo em seguida.
— Temos que sair daqui, e rápido. – ele somente disse, ainda correndo. – Esse uivo não é de ninguém que eu conheça.
— Me ponha no chão Isaac! Eu não estou em perigo! – ela reclamou, convicta. Ela era uma ótima caçadora, não era? Por que Isaac não podia deixar que ela lutasse? - Sem falar, que se eu sumir, minha família vai vir atrás de mim.
— Tem mais caçadores na sua família? – ele perguntou, intrigado. - E você está em perigo sim! Está acostumada a lutar com lobisomens? Tudo bem. Mas nada se compara a lutar contra um alfa.
— Minha família é de caçadores a gerações! – ela retrucou, batendo nas costas dele, para que ele a largasse. – Já enfrentamos alfas antes! Agora me largue!
— Espere, então você já era caçadora quando nos conhecemos? –ele perguntou, saindo da floresta, e finalmente encontrando a estrada. - E você não me escutou, não é? Não é um alfa só! É UMA ALCATEIA.
— Não. Eu só fui treinada depois que sai de Beacon Hills. Minha família caça o sobrenatural a gerações Isaac, eles podem cuidar disso. Agora me largue, estamos muito longe já, daqui a pouco vão perceber a minha falta, e virão atrás de mim. Não vai ser nada legal se te encontrarem.
Isaac finalmente desiste de correr, e coloca a garota no chão. Ele a encarou, e então bufou irritado.
— Não acredito que você é uma caçadora.
— Eu não podia te contar nada quando éramos menores. Sem falar que eu sabia muito pouco, meus pais me contavam só o essencial para que eu não me metesse em problemas. – ela se explicou, dando de ombros. - E quando foi que você virou lobo?
— Há alguns meses. – ele respondeu, também dando de ombros.
— E o que você estava pensando? O que deu na sua cabeça para querer virar um lobisomem? Você não tinha noção de que os caçadores viriam atrás de você? – Eduarda perguntou, indignada, agitando as mãos.
— Foi por causa do meu pai.
— O que aconteceu?
— Ele morreu. Não fui eu que o matei. Foi um kanima, que, em defesa dele, não sabia o que estava fazendo, estava sendo controlado. – Isaac explicou, lembrando-se da situação.
— Você se transformou pra se proteger do seu pai? Você sabia que era só prestar queixa dele na polícia, não é? – ela retrucou, mais irônica do que gostaria.
— Não foi só por isso. Olha, você não entenderia...
— Tente me explicar. – ela pediu, e ele bufou novamente.
— Eu sempre me senti fraco. Nunca me senti capaz de fazer algo por conta própria. Eu não me protegia nem do meu próprio pai! Quando conheci Derek, meu alfa, percebi tudo que ele estava me oferecendo com a transformação. Força, poder, independência. Eu queria tudo isso.
— E você pensou em todos os riscos?
— Ser caçado? Ameaçado? Acabar matando alguém? Isso tudo acontecia comigo dentro de casa, Eduarda.
~*~
— Tudo bem, você tem muito que me explicar.
— Certo, vou tentar resumir. Você já sabe que virei lobisomem e que não tenho mais um alfa, então vamos primeiro as mortes. Antes de eu me transformar, algumas mortes estranhas já estavam acontecendo. As primeiras foram culpa do Peter, um alfa que ficou anos se curando no hospital de um incêndio que aconteceu na casa da família dele.
— Achei que vocês se curassem rapidamente.
— Foram muitos danos. Basicamente, para nós, ele parecia em estado vegetativo, mas ele tinha plena consciência do que acontecia ao redor dele. Bom, pelo menos foi isso que Derek me explicou, eu nem conhecia o mundo sobrenatural nessa época. Peter é tio de Derek.
— Tudo bem, alfa preso no próprio corpo por anos. Continue.
— O Peter era o Alfa, até o Derek matá-lo e se tornar alfa, depois disso ele me transformou.
— Tudo bem, mas porque o Derek mataria o próprio tio para virar alfa?
— Tem muitos motivos para alguém querer matar o próprio alfa. O principal é que o beta quer virar um alfa. Bom, mas no caso do Derek, era porque o tio dele era um psicopata assassino.
— Tudo bem, mas isso já faz meses, como você me explica a continuação das mortes?
— Ah, é que um pouco depois dele estar morto, uma banshee ressuscitou o Peter.
— Ressuscitou? Sério?
— É, ela usou o sangue do Derek e ressuscitou ele. O Peter ainda continuava sendo... bom, o Peter, mas deu uma melhorada. O problema foi o Kanima.
— O mesmo que matou seu pai?
— É, tinha outro psicopata na cidade.
— Essa cidade é imã de problemas, não é possível.
— O Kanima é sempre controlado por uma pessoa. A pessoa, enquanto é Kanima, não tem controle sobre os próprios atos. Então, o psicopata mandava matar, e o Kanima ia lá e matava.
— Tudo bem. Acho que entendi. Essa cidade é um problema, e não um imã deles.
— Você deveria achar o resto da sua família, e dar o fora daqui.
— Vai ser meio impossível, minha família se separou para procurar. Meu pai deve estar me procurando agora, porque eu estava com ele antes de nos separarmos e você me encontrar.
— Vamos encontrar seu pai, e então vocês encontram a sua família, e dão o fora daqui. Os Argent que estão comandando o ataque, e trouxeram um grande grupo de caçadores. Vocês estão com eles?
— Não, viemos por conta própria.
Isaac e Eduarda seguiram pela floresta, voltando à base da família Williams, como imaginavam, ainda não havia ninguém lá.
— Acha que você deveria esperar por eles aqui, ou ir até onde seu pai está? – Isaac perguntou a garota.
— Vamos até meu pai. Ele não vai voltar para cá. Vai ficar me procurando, mesmo a ordem dele ter sido para que todos voltassem para cá. Conheço ele muito bem.
Isaac concordou. Eduarda pegou algo que pertencia ao pai para que Isaac pudesse seguir o rastro. Hugh Williams não estava muito longe de onde tinha se separado da filha. Isaac preferiu não aparecer, e deixou Eduarda ir até o pai sozinha. Ele escutou o uivo de Scott, e então deixou pai e filha para trás.
~*~
Todos se reuniram na floresta, longe dos caçadores. Os alfas, cercados, se decidiram por não realizar o ataque naquele momento, e foram embora. Por hora eles estavam seguros.
— O plano não deu certo, mas pelo menos ganhamos mais tempo para pensarmos em algo contra os alfas. – Stiles comentou, pensativo. Ele e Lydia conseguiram distrair a polícia, inventando um chamado do outro lado da cidade, mas acham nem ser preciso, afinal o ataque não tinha chamado tanta atenção na cidade.
— E como foi com os caçadores? – Lydia perguntou, sentando-se em uma das pedras.
— Não tiveram baixas, apesar de muitos feridos. Vão evitar irem todos para o mesmo hospital, para não chamar muita atenção. – Christian respondeu.
— Ótimo. – Scott comentou, realmente feliz com o resultado. – Isaac, o que aconteceu com você? Sumiu durante metade da batalha.
— Reencontrei uma velha amiga. Eduarda Williams.
— Williams? A família de caçadores? – Allison perguntou, estranhando.
— Ao que parece sim, considerando que ela quase atirou em mim por engano.
— Os Williams não deviam se meter nisso. Eu não os chamei. – Christian bufou.
— Vieram por conta própria.
— E querem saber o que está acontecendo. – disse Hugh Williams. Eles estavam ali.
~*~
— Como foi que vocês chegaram aqui tão rápido? – Christian perguntou, assustado com a presença dos demais.- E como nos encontraram?
— Somos caçadores. Encontrar coisas é um de nossos deveres, Argent. – Hugh respondeu.- E temos carros.
— Vocês merecem explicação, mas é complicado, não iriam entender. – Scott comentou, preocupado no que aquilo poderia acabar.
— E quem é você, lobo? O alfa da segunda alcateia que estávamos seguindo o rastro? – perguntou um dos membros da família.
— Não, nós não temos um alfa, mas somos quase uma alcateia. Como eu disse, é complicado.
— Se vocês não tem um alfa, são ômegas. – afirmou outro membro da família.
— Só vejo dois lobisomens. – um terceiro membro da família cometa, apontando para Scott e Isaac. – Vocês, o que são?
— Caçadora. – Allison deu de ombros com o óbvio.
— Banshee. – foi à vez de Lydia.
— Eu sou o humano gênio que encobre tudo porque é filho do cherife. – Stiles respondeu, dando de ombros também.
— Tudo bem. O que eram todos aqueles alfas? – foi à vez de Hugh tomar a palavra. Eduarda estava mais atrás, pensativa.
Christian começou a explicar sobre a alcateia e o ataque. Contou como tudo havia acontecido antes da chegada dos caçadores, e que o grupo de adolescentes ali presente só estava ajudando a manter a paz na cidade.
— Tudo bem então. Argents, filho do cherife, e seja lá o que for uma banshee, vocês estão liberados, mas não podemos deixar dois lobisomens à solta na cidade.
Christian bateu com a mão na testa. Aquele idiota não havia escutado nenhuma palavra do que ele havia acabado de dizer?
— Vocês tem um código também, não tem? Que nem os Argent. Um código de caçada. O que diz no código de vocês? – perguntou Scott, desesperado.
— Que devemos matar quem mata. Devemos deter quem ataca inocentes. Que estamos aqui para proteger as pessoas do sobrenatural. – para a surpresa de todos, quem respondeu foi Eduarda.
— Tudo bem. Isso significa que vocês não devem matar um ser sobrenatural que não está matando, ou atacando humanos. Ou seja, não devem me matar, nem aos meus amigos. Estamos aqui para ajudar, as pessoas nessa cidade são a nossa família. Beacon Hills é nosso lar. – Scott argumentou com os caçadores.
— Acha mesmo que nós, Argent, já não teríamos interferido na situação com tantos lobisomens aqui, senão fosse necessário? – Allison concordou com o amigo- Meus pais estão nessa região há muito tempo, cuidando para que tudo esteja em seu devido lugar.
— Quem está causando as mortes são outros sobrenaturais, não nós. Nós tentamos evitar as mortes. – Isaac continuou o “discurso de ‘não nos matem, por favor’”. – Você me conhece desde que eu era pequeno. Você conhece o povo de Beacon Hills, que nem eu, que nem nós. Sabe tudo que essa cidade já passou, só estamos querendo ajudar.
— Espere um pouco, Isaac? O que você está fazendo aqui? – Hugh perguntou, abismado, ele ainda não havia reconhecido o garoto, até agora. – Você é um lobisomem?
— Eu sou um lobisomem. – Isaac respondeu, dando de ombros. Hugh, abismado, se virou para a filha.
— Você sabia disso, Eduarda?
— É, sabia. Na verdade, descobri há alguns minutos. – ela respondeu, dando de ombros como o garoto.
— E não pensou em me contar?
— Eu já sabia como você iria reagir. Preferi deixar que descobrisse sozinho.
— Tudo bem, eu preciso me sentar. Novidades demais para uma noite.
~*~
Os Williams conversaram separados dos demais. Eduarda deixou claro que a intenção daqueles lobos era boa, e que eles, os caçadores, não deveriam intervir. Alguns membros da família ainda achavam um absurdo os Argent deixarem eles soltos dessa forma pela cidade.
— Eles não são animais para ficarem presos! – Eduarda retrucou, revoltada.
— Eles são mais animais do que humanos, prima.
— Não importa! Eles não mataram nem feriram ninguém aqui. Nosso código não permite que façamos algo. Querem quebrar o código agora?
— Eu concordo com a Duda, deveríamos parar de nos preocupar com eles, e nos preocuparmos com os alfas. Afinal, eles fugiram, mas podem voltar. – um dos membros mais velhos da família, John, comentou, concordando com a garota.- Hugh, vamos conversar com eles, e os Argent, entender melhor o caso. Mas antes, você precisa esfriar a cabeça.
—Tudo bem. – Hugh se levantou, e foi até Christian. – Estamos todos exaustos. Minha família concorda em ter uma trégua. Amanhã conversaremos melhor, com calma. Queremos entender tudo que está acontecendo. E como nos livraremos dos alfas.
— E talvez vocês também queiram saber dos sacrifícios que estão sendo feitos na cidade para algo que achamos ser uma seita antiga. – Stiles comentou, irônico, dando de ombros.
Os Williams arregalaram os olhos, mas Hugh logo espantou o pensamento. Amanhã. Pense nisso só amanhã.
~*~
No dia seguinte, os Williams ficaram um bom tempo na casa dos Argent discutindo o assunto. Eduarda e Allison conversaram sobre o grupo, o único que Eduarda conhecia era Isaac, os demais ela não teve contato quando era mais nova. Allison contou sobre a vida deles, como se conheceram, e como que Isaac entrou no grupo.
— Então, o alfa de Isaac salvou a irmã, mas para isso teve que deixar de ser alfa. – Allison contava, explicando melhor a situação.
Elas seguiram conversando, o assunto mudou para os alfas. Allison explicou que de inicio, eles achavam que os alfas estavam atrás de Derek, mas agora sabiam que queriam Scott.
— Acha que eles vão se entender? – Allison perguntou, apontando para o cômodo onde estavam as famílias, discutindo.
— Sim. Meu pai é um cabeça dura, mas ele sabe quando está errado. – Eduarda respondeu, olhando o quarto da garota.- Quando eles se resolverem, meu pai provavelmente vai querer ficar na cidade por um tempo, só por garantia. – as garotas riram- Mas eu bem que gostaria de voltar a morar aqui. Sempre gostei de Beacon Hills.
Allison sorriu para a garota. Ambas continuariam ali, esperando pela resposta dos pais.
~*~
Elas ouviram um barulho na janela, e em seguida Scott e Isaac entravam pela mesma, sorrindo.
— Oi. – eles disseram juntos. Scott continuou.- Alguma novidade?
— Não, eles ainda estão lá dentro. – Allison respondeu.
Eduarda encarava Isaac, desconfiada. Mas permaneceu quieta, não era hora.
— Será que se falássemos com eles não ajudaria? – Isaac perguntou, sentando-se na cadeira da penteadeira. Scott se encostou na janela.
— Provavelmente não. Lobisomens naquela sala não é uma boa resposta.
— Alguma hora vão ter que se acostumar com a gente. – Scott respondeu, dando de ombros.
— Cadê a Lydia e o Stiles? – Allison perguntou.
— Lydia teve uns probleminhas de banshee, Stiles foi com ela para ver se resolviam.
O grupo permaneceu um tempo em silêncio, mas logo Eduarda se pronunciou.
— Estou com sede. Onde é a cozinha?
— Eu vou com você. – Isaac comentou, se levantando e acompanhando a garota.
Ao chegarem à metade da escada, Eduarda se virou ficando de frente para o garoto.
—Virou costume seu subir aquela janela? – ela perguntou, pressionando o garoto, com um olhar inquisidor.
— Ah... – Isaac gaguejou- Não, eu só tenho facilidade. Coisas de lobisomem, sabe...
— Aham, sei. – ela respondeu, dando as costas para o garoto, e seguindo para a cozinha.
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