Dicotomia - Undertale escrita por cecifrazier


Capítulo 11
Pesadelo - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

OI POVO

Queria agradecer à Sailor Melody pela recomendação, obrigada, sua linda. ♥

Boa leitura. ♥



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Por que você nunca aprende? Essas suas ações fracassadas não me deterão.

 

— E quem disse que eu ligo pra você? — Respondo revirando os olhos. — Não ligo pra o que você faz.

 

Não?

 

— Nove anos atrás –

(Narrado pela autora)

 

Chara se jogou no grande buraco. Ele chorava muito, mas do que adiantaria viver se ninguém gostar de você? Foi isso que ele pensou durante sua queda.

 

Assim que o chão se aproximava, colocou suas pequenas mãos no rosto. Não queria ver. De repente, suas costas tocaram algo macio, como...uma cama. Ele não sentiu dor, apenas levou um susto quando caiu.

 

Lentamente, observou o lugar aonde caíra: flores douradas, como as que tinham em sua vila. Seus soluços começaram a diminuir, era como se tivesse encontrado paz, aquelas flores eram a única tranquilidade que a criança tinha.

 

Ouviu barulhos de paços aproximando-se, então, virou-se lentamente para ver o que  estava a caminho.

 

— Olá...? — Um monstro do tamanho de Chara murmurou enquanto se aproximava.

 

— Não me machuque... Por favor...

 

— Você... É um humano? — O monstrinho perguntou assustado. — Eu nunca vi um humano antes... Você está bem?

 

Ele se aproximou da criança e viu os machucados, então, estendeu a mão para Chara e o ajudou a se levantar.

 

— Meu nome é Asriel. Asriel Dreemurr.

 

Chara o encarou, nunca vira um ser como aquele antes. Ele tinha aparência de cabra, talvez fosse um filhote, pelos brancos, olhos esverdeados e trajava um suéter verde com uma única listra amarela no meio e calças marrom.

 

— Saudações... Eu sou Chara.

 

(Narrado por Chara)

 

Acordei com os raios de sol entrando no quarto, minha cabeça girava e sentia um enjoo estranho. Espere, onde estou?

 

O quarto era grande e bem arrumado, pôsteres na parede e caixas com ossos no chão, um computador velho ao fundo e... Uma cama de carro? Aquele era o quarto do...

 

— HUMANO! — Um esqueleto alto exclamou entrando no quarto. — WOWIE, VOCÊ ACORDOU!

 

— Oi Papyrus. — Disse com um sorriso.

 

— EU FIQUEI PREOCUPADO! QUANDO VI SANS TE TRAZENDO DESMAIADO ONTEM, QUASE TIVE UM ATAQUE. — Falou com sua voz escandalosa de sempre. — MAS EU, O GRANDE PAPYRUS, IREI CUIDAR DE VOCÊ!

 

— Obrigado, mas... Preciso ir pra casa. — Disse me levantando e indo em direção à porta.

 

— ORA, FIQUE AO MENOS PARA O CAFÉ! FIZ OVOS E ESPAGUETE!

 

Soltei um risada, ele realmente adorava fazer espaguete, e eu poderia admitir: era delicioso.

 

Saí do quarto junto com Papyrus e fomos até a cozinha, Sans estava sentado no sofá assistindo televisão.

 

— A noite foi boa, hein? — Sans me encarou com um sorriso sarcástico. — Melhor tomar cuidado, Tori ficou preocupada.

 

— Tá. — Respondi com as mãos nos bolsos.

 

— VENHA HUMANO! EXPERIMENTE A CULINÁRIA DO GRANDE PAPYRUS! — Ele me puxou a me fez sentar na cadeira.

 

Papyrus era uma boa “pessoa”, sempre alegre e sorridente, um ótimo amigo. Assim que tomei café, Sans fez menção de que queria conversar comigo, Papyrus subiu para seu quarto pois sabia que seria uma conversa séria e não poderia opinar.

 

— Pirralho, você não vai voltar pra casa agora, vamos fazer os testes. — Ele disse me encarando seriamente.

 

— Tá. — Dei um suspiro e afundei no sofá. — Melhor fazermos isso logo mesmo.

 

— Você parece preocupado, aconteceu alguma coisa?

 

— Não. — Respondi friamente. — Vamos fazer essa merda logo, assim posso voltar pra casa.

 

Sans sorriu e segurou minha mão, então, teleportamos para o laboratório da Alphys. Ela já estava nos esperando na sala de controle.

 

— O-olá. — Murmurou. — V-você está pronto para fazer os testes, C-chara?

 

— Sim. — Respondi. — Vamos fazer isso logo.

 

Entrei na sala em que as máquinas estava e sentei na cadeira. A sala estava fria, mesmo com casaco estava tremendo, mas iria aguentar mesmo assim.

 

Vi Sans fechar a porta e me olhar preocupado, talvez ele temesse por algo. De repente, as máquinas foram ligadas, minha alma saiu do meu peito, ela já não brilhava com tanta intensidade como antes e a mancha negra já havia sumido.

 

Senti uma pressão forte, a determinação estava sendo extraída.

 

Não demorou muito para que as máquinas fossem desligadas, já sentia escorrer algo pela minha boca, talvez mais um pouco e perderia o controle.

 

— Ei pirralho. — Sans me chamou abrindo a porta. — Tu tá bem?

 

— Eu... Estou bem. — Disse friamente enquanto me levantava e saía da sala. — Posso ir embora agora?

 

Sans assentiu e segurou minha mão, nos teleportando para frente da minha casa.

 

— Toma cuidado da próxima vez, pirralho. — Ele disse e sumiu do nada.

 

Teria que aguentar um sermão do Asgore, merda. Eu realmente não quero entrar em casa agora, mas o que posso fazer além disso? Frisk também deveria estar preocupada e não podia deixá-la assim.

 

Abri a porta e pude ver Toriel andando de um lado para o outro e Asgore tentando acalma-la.

 

— Onde é que você esteve? — Asgore berra enquanto ia em minha direção. — Quantas vezes eu falei para não deixar sua mãe preocupada?

 

— Não importa pra onde eu fui. E mãe, me desculpe. — Bato a porta e subo as escadas.

 

Eu não queria magoar a mamãe e muito menos a deixar preocupada, eu sei que ela está grávida e não pode ter aborrecimento, mas porra, já chega.

 

Entrei no meu quarto e vi Frisk deitada em minha cama. Por que ela não foi pra escola? Fui em direção a ela e deitei ao seu lado.

 

— Chara? — Murmurou com uma voz sonolenta. — Você voltou...

 

— Sua idiota. Por que não foi pra escola?

 

— Eu queria te esperar, queria estar aqui quando voltasse.

 

— Boba... — Disse e dei um beijo em sua testa.

 

Ela me aperta no abraço e se encolhe em meus braços. Eu não sei o que aconteceria a partir de agora, Asgore não nos deixava ficar juntos e não tínhamos outro lugar para ir, e morar com Alphys não seria uma boa opção.

 

— Chara.

 

— Sim?

 

— Eu te amo. — Frisk sussurrou e beijou meus lábios suavemente.

 

— Eu também te amo. — Puxei sua cintura para mais perto e a beijei lentamente.

 

•••

 

Alguns dias se passaram e o clima em casa só piorava. Eu fazia testes com Sans 1 vez a cada duas semanas e sentia meu corpo cansado e pesado. O bullying na escola diminuira mas, como sempre, ninguém prestava atenção em mim. Isso era bom de certa forma. Algumas pessoas já desconfiavam da minha relação com Frisk, e isso fez seus amigos se afastarem dela também, mas ela parecia não se importar. Os pesadelos pararam desde que a extração de determinação diminuiu, e ainda sim, Sans parecia temer por algo muito ruim.

 

Hoje era um domingo e resolvi levar Frisk para dar uma volta. Ela estava estranha, muito sensível a tudo e comia como um porco. Não era a toa que estava engordando.

 

Eu nunca tinha convidado uma garota pra um encontro antes, e mesmo que seja ela, ainda sim fiquei nervoso. Toriel havia comprado algumas roupas para mim: uma calça jeans azul escuro, uma blusa branca e uma jaqueta de couro preta. Realmente, meu estilo.

 

E para Frisk, havia comprado um vestido rodado azul com rendinhas brancas na saia, alguns detalhes de flores amarelas enfeitavam a borda também. Ela não me deixou vê-la usando, mas disse que o usaria hoje.

 

— E aí... Como estou? — Frisk perguntou enquanto descia as escadas.

 

— Nossa... — Arregalei um pouco os olhos. — Você está... Linda.

 

E realmente, estava sim. Seus cabelos ondulados estavam presos em um pequeno rabo de cavalo e sua franja estava bem penteada. Ela deveria ser presa por excesso de beleza.

 

— Meus amores, já estão saindo? — Toriel pergunta descendo as escadas também.

 

— Sim, já estamos indo. — Frisk respondeu.

 

— Não esqueça seu casaco filha. Vocês têm dinheiro suficiente? Ah, tem certeza de que não querem uma carona?

 

— Mãe, estamos bem, sério. — Respondi com um sorriso de canto. — Só vamos ao cinema.

 

— Tá bom, tomem cuidado meus anjinhos. — Toriel nos dá um beijo na testa e saímos de casa.

 

Vamos até a garagem e tiro a moto de lá, subimos e a ligo. Ela aperta minha cintura e encosta sua cabeça em minhas costas, juro que senti meu rosto arder muito naquela hora. Era só um cinema, só um encontro, não precisa ficar nervoso, te controla.

 

Chegamos ao shopping, um lugar enorme e um estacionamento espaçoso, guardo a moto lá e entramos no prédio. Logo que entramos, Frisk já se animou. Diversas lojas de bichinhos, roupas, sapatos e principalmente doces, estavam espalhadas ao redor do shopping, realmente, um lugar enorme.

 

— Amor, veja isso! — Ela exclama chamando minha atenção. Espere, ela me chamou de “amor”? — Esses bichinhos não são lindos?

 

— Não. — Respondo sorrindo. — Você quer?

 

— Quero, mas... É caro.

 

— O que eu não faço pela minha idiota favorita?

 

Com um sorriso, entrei na loja de bichinhos de pelúcia e comprei para ela, uma ovelhinha azul. Ela adorava ovelhas e a cor azul, então, já devem ter imaginado a reação dela, né?

 

Logo após comprar a ovelhinha, fomos comer em uma pizzaria. Minha nossa, como eu amava pizza, é a melhor comida já feita no mundo e sempre será. Pedimos uma pizza metade calabresa e metade chocolate, sim, pizza doce é excelente. Eu já tinha comprado os ingressos para o filme mesmo, então poderíamos dar umas voltas antes do filme começar.

 

Após tanto comer e andar por mais algumas lojas, percebi que já estava quase no horário. Corremos para o cinema que havia lá dentro e fomos para a fila da pipoca. “Pipoca sem manteiga não é pipoca” Frisk sempre dizia isso, ou você colocava muita manteiga, ou ela não comia.

 

Compramos e entramos na sala da sessão, era uma sala grande com várias cadeiras e estava tudo escuro, apenas algumas luzes fracas nas laterais estavam acesas. Fomos para a última filma, bem no canto. O filme que iríamos ver era “Esquadrão Suicida”, finalmente um filme só com vilões.

 

Seria ótimo dizer que prestamos atenção em todos os detalhes do filme e saímos de mãos dadas do cinema.

 

Mas seria mentira.

 

Praticamente o filme todo, Frisk me roubou beijos e eu não pude resistir a isso, afinal, quem resistiria a uma menina tão linda quanto ela?

 

Assim que o filme acabou, saímos da sala de cinema e andamos pelos shopping até decidir que estava tarde e que precisaríamos ir embora. Fomos até o estacionamento, mas antes de subirmos na moto, me certifiquei de que não havia ninguém por perto e joguei Frisk contra a parede, lhe roubando alguns beijos a mais.

 

Droga, aqueles lábios eram viciantes.

 

•••

 

Quando chegamos em casa, nossos pais já deveriam estar dormindo, olhei no relógio: 00:14. Claro que estariam dormindo.

 

Sem pedir, carreguei Frisk no braços e subi as escadas, entrei no meu quarto e a joguei na cama.

 

— Fri. — Sussurrei, me deitando por cima dela.

 

— Oi Char. — Ela sussurrou de volta e deu um sorrisinho.

 

— Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso.

Obrigada por lerem e até o próximo cap. ♥



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