Dicotomia - Undertale escrita por cecifrazier


Capítulo 10
Pesadelo - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos ❤️
Por favor, desculpe por demorar a trazer esse capítulo, tenho muitos trabalhos na escola pra fazer, mas em compensação...
TEM FANFIC NOVA NO SOCIAL SPIRIT, MEU POVO
"Dissonância - Undertale", que eu estou escrevendo com a linda da Usagi17 ❤️
Enfim, boa leitura



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Garoto tolo. Pensa que pode se livrar tão fácil de mim assim? — A figura solta uma gargalhada baixa. — Já falei que você não vai estar no controle por muito tempo?

 

— Foda-se. – Respondo com indiferença e vou andando para longe daquela coisa.

 

— Você sabe que aqui não tem saída, né?

 

— Você sabe que eu já mandei você ir se foder, né?

 

Ui, que garotinho rebelde. – Ele fala dando um sorriso insano. — Parece que tenho que te ensinar uma lição.

 

Do nada, aquele lugar escuro e escorregadio se torna um grande campo ensolarado. Oh não... não me diga que...

 

— Nove anos atrás -

(Narrado pela autora)

 

O lugar era um grande campo e mais a frente havia uma vila, Chara sabia muito bem que lugar era aquele: Vila Ebott, seu antigo lar. Por mais que ele soubesse que aquilo era apenas uma projeção em sua mente, ainda lhe traziam sensações dolorosas, pois, todos o odiavam naquele lugar. Chara olhou para si e percebeu que estava no corpo de uma criança de 9 ou 10 anos. As casas eram simples, algumas ainda eram feitas de madeira, as pessoas naquele lugar não tinham muito dinheiro e carro era para os poucos, no caso, o pai de Chara. 

 

Ele estava assustado e seu corpo doía por algum motivo, mas sem hesitar, a criança começou a correr até a sua casa. A casa era feita de uma madeira forte, pequenas flores enfeitavam as janelas e a frente da casa, sem pestanejar, Chara correu para dentro de casa e procurou por sua mãe.

 

— Mãe! – Exclamou a criança. — Eu voltei, sou eu!

 

— Demônio... – Uma mulher alta com cabelos castanhos que iam até sua cintura, sussurrou da sala.— EU NÃO SOU SUA MÃE! – Ela começou a gritar e se aproximar de Chara.

 

— M-mas mãe... – Lágrimas começaram a descer por seu rosto.

 

— EU NÃO SOU SUA MÃE! – A mulher continuava a gritar quando desferiu um tapa forte no rosto da criança. O mesmo caiu no chão pela força de tal ato.

 

Chara então, correu para fora de casa. Ele chorava desoladamente e estava confuso, não sabia o porquê de sua mãe o tratar daquele jeito, mas não era novidade já que sua mãe o agredia frequentemente. 

 

A criança corria pela vila, mas parou quando percebeu que um grupo de pessoas estavam reunidas com olhares furiosos. Assim que viram Chara ali, foram em direção a ele em um ritmo apressado, como se estivessem desesperados para matá-lo.

 

— Olhem! É aquele demônio!

 

— Soube que ele matou seu pai.

 

— Ouvi dizer que ele agride sua mãe.

 

— Eu vi eles matando animais inocentes semana passada.

 

Eram muitas acusações, por um lado eram verdade e por outro, mentira. A culpa não era dele, suas crises eram constantes e ninguém dava atenção, ninguém se importava.

 

Chara pôs-se a correr, corria desesperadamente e quase tropeçava em seus próprios pés. A multidão logo o perseguiu, exclamavam blasfêmias contra a criança que, cada vez que ouvia aquelas coisas, chorava e soluçava.

 

Só havia uma saída: Monte Ebott.

 

Determinada, a criança correu com todas suas forças para o Monte, que não estava tão distante. 

 

Havia uma lenda sobre aquele lugar: Todos os humanos que subissem o monte nunca mais retornariam. Dizia-se que era assombrado, que havia uma maldição, ninguém daquela vila ousaria chegar perto de tal lugar. Mas Chara não tinha escolha.

 

A multidão que o perseguia, logo parou imediatamente quando percebeu o rumo que o garoto tomara.

 

— Tomara que morra!

 

— Demônio!

 

— Nunca mais volte!

 

Foi o que Chara ouviu ao subir o monte.

 

Alguns minutos após escalar, conseguiu achar uma caverna e nela se escondeu. Estava cansado, chorava e soluçava, estava sozinho e desolado. 

 

Andou um pouco pela caverna até encontrar um enorme buraco. Se aproximou lentamente dele e olhou para baixo.

 

— É uma queda e tanto... — Chara murmurou enxugando suas lágrimas. — Por que eu... Não me jogo?

 

Tudo de repente fica escuro, Chara não conseguia enxergar nada. 

 

(Narrado por Chara)

 

— Chara? Chara! — Escuto uma voz familiar gritar ao longe. Por que eu sinto meu corpo tão... Pesado? 

 

— Doutor! Ele vai ficar bem? — Uma voz feminina fala agora. Essa é.... Frisk?

 

— Tenham calma, parece que ele está acordando. — Uma voz masculina fala, provavelmente o doutor. Espere... O que estou fazendo em um hospital?

 

Lentamente, consigo abrir os olhos. A luz forte do quarto estava praticamente me cegando, sentia dores pelo meu corpo e minha cabeça girava.

 

— O que.... Aconteceu...? — Pergunto com dificuldade.

 

— Meu filho... — Toriel me abraça delicadamente com lágrimas escorrendo por seu rosto. — Pensei que não acordaria mais...

 

— Meu amor... — Frisk senta-se na cama e começa a fazer carinho no meu rosto.

 

— O que... Aconteceu comigo? 

 

— Ainda não sabemos. — O doutor se pronuncia segurando uma prancheta. — Você desmaiou de repente e começou a ter algum tipo de hemorragia. Não se preocupem, com repouso ele ficará bem, não hesitem em voltar se acontecer de novo.

 

Ele não poderia saber, mas eu tinha certeza do que aconteceu. Na mesma hora, as portas se abrem bruscamente, era Sans.

 

— Pirralho... — Ele dá uma pausa, provavelmente veio correndo. — Precisamos conversar, é urgente.

 

Sans pede para que todos saiam do quarto, puxa uma cadeira para perto da minha cama e senta-se nela.

 

— O que aconteceu com você é mais sério do que imaginei. — Ele fala com uma expressão preocupada no rosto. — Vamos aprimorar a máquina para que ela tire quantidades menores de determinação, assim essas coisas não vão acontecer com frequência.

 

— O que? — Digo como uma expressão frustada. — Mas quanto tempo levaria para tirar toda a determinação? 

 

— Pelos meus cálculos... Talvez alguns meses.

 

— Meses? Não dá pra ser mais rápido não?

 

— Você tem determinação negra a muitos anos, acha que é fácil assim?

 

— Eu só... Tenho medo de algo ruim acontecer. — Minha expressão passa a ser preocupada, eu realmente não queria que nada acontecesse.

 

— Ei pirralho, relaxa. — Sans fala se levantando e indo em direção à porta. — Vai ficar tudo bem.

 

•••

 

Algumas horas depois tive alta do hospital. Asgore não parecia ligar para o meu estado, pois mantinha uma expressão muito séria, provavelmente por ter descoberto minha relação com Frisk. Eu me importava com isso? Não. 

 

Assim que entramos no carro, Frisk deitou sua cabeça sobre o meu colo e me encarou.

 

— Eu fiquei tão preocupada com você... — Ela fala me encarando com um olhar de preocupação. Sem pensar duas vezes, começar a fazer carinhos em suas madeixas onduladas.

 

— Eu estou bem agora, não é? — Dou um sorriso gentil para ela. — Não se preocupe.

 

Enquanto ninguém estava vendo, dou um selinho rápido nela seguido de uma risadinha. Estar com ela era a coisa mais maravilhosa do mundo, eu realmente não tinha palavra para descrever as sensações que isso me causava.

 

Assim que chegamos em casa, Asgore pediu para que todos se sentassem na mesa da cozinha. O que ele queria agora?

 

— Toriel, você sabia que seus filhos estão namorando? — Asgore pergunta para a mamãe com seriedade.

 

— Querido... Eu já sabia sim.

 

Asgore arregala os olhos mas não diz nada. Provavelmente ficou surpreso por saber que sua esposa não havia contado algo tão importante, mas logo, direciona seu olhar para nós.

 

— E o que vocês têm a dizer sobre isso?

 

— Eu amo ele, pai. — Frisk fala segurando minha mão. — Por favor, entenda.

 

— É, Asgore. Você não vai me impedir de ficar com ela. — Digo apertando a mão dela.

 

— Ou vocês param com essa palhaçada ou a partir de hoje não são mais meus filhos.

 

— Querido! Por favor, não diga isso. — Toriel fala com uma expressão entristecida.

 

— Está bem. — Levanto-me e vou em direção à porta. — Nunca fui seu filho mesmo, mas por favor, não envolva Frisk nisso. 

 

Saio de casa e fecho a porta com força. Eu já estava cansado disso, cansado dos testes, crises e problemas emocionais, eu queria que tudo sumisse da minha frente.

 

Eu realmente não queria machucar ninguém, mas uma parte de mim dizia que seria melhor, dizia que eu me sentiria melhor. Mas agora, eu tenho uma pessoa especial para cuidar e não poderia fazer qualquer tipo de idiotice, mas, tem uma idiotice que vale a pena. 

 

O bar do Grillbys ficava aberto até tarde da noite e não era muito longe dali, não faria problema tomar uma cerveja ou outra.

 

Chegando lá, Grillbys me olha com reprovação mas logo coloca uma garrafa e um copo em cima do balcão.

 

— O que aconteceu dessa vez? — Ele pergunta com serenidade.

 

— Nada de mais... — Digo colocando cerveja no copo. — Só algumas preocupações.

 

•••

 

— Grillbys... Eu... Eu já falei que tu é mó legal? — Minha cabeça pesava, eu estava completamente bêbado. — Que horas são, hein?

 

— 22:37. — Ele fala enquanto limpa o balcão.

 

— Ah cara... Minha mina deve tá preocupadona. — Digo cambaleando até a porta. — É melhor eu ir. 

 

— Tem certeza de que não quer que eu ligue pra alguém te buscar?

 

— Eu não preciso de ninguém. — Solto um soluço leve. — É tudo tão bonito, velho! Depois a gente compra uma blusa...

 

Saí de lá não falando coisa com coisa. Tento andar em direção em casa mas paro quando sinto ânsia de vomito.

 

Minha cabeça girava tanto que cai no chão da calçada e adormeci lá mesmo.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem ❤️
Até o próximo capítulo.



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