Prisoner escrita por Lobo


Capítulo 6
Minha palavra.




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Sakura acordou no meio da noite, dando graças aos céus por ter se livrado de mais um dos seus pesadelos. Sua respiração ainda estava ofegante e o coração acelerado comprovavam o medo real que ela estava sentindo.

Ainda sentindo os músculos travados de tensão, ela  contraiu o abdômen levantando o troco para ficar sentada. Um pouco confusa pelo pesadelo, acabou se assustando ao ver que não estava sozinha no cômodo.

A companheira de time de Sasuke estava sentada em uma cadeira de ferro de frente para a cela, encarando com atenção todos os movimentos da rosada.

As duas ficaram se encarando. Só pelo olhar, Sakura podia ter certeza que a ruiva não confiava nem um pouco nela. A postura hostil que a ruiva apresentava parecia mais que ela nutria ódio pela rosada.

Um meio sorriso cresceu no rosto de Sakura, já imaginando a origem do ódio dela.

— Fiquei curiosa sobre quando você iria aparecer. – Sakura disse dobrando uma das pernas, apoiando o braço no joelho.

— Acredite, ficar perto de você era a ultima coisa que eu gostaria de estar fazendo. – Karin disse com desprezo. – Por mim, te deixaríamos te apodrecer ai nessa cela e iríamos pra bem longe.

   Sakura tombou a cabeça levemente para o lado. Talvez o ódio que a garota sentia por ela fosse um pouco maior do que a rosada pensava.

— Mas mesmo assim, você está aqui, me vigiando para me impedir de ir embora. – Sakura rebateu fazendo Karin estreitar os olhos.

— Não estou aqui pra te impedir de fugir.

— Tem certeza? Porque eu acho que o Sasuke ficaria bem irritado com você por me deixar ir. – Sakura disse se deliciando ao ver o rosto da outra se contrair de ódio.

— Você se acha especial demais, é só mais uma prisioneira. – cuspiu as palavras.

O sorriso de Sakura aumentou de um jeito nada inocente.

— E o que te faz pensar que eu estou presa aqui?

Karin se levantou, se aproximando das barras de ferro.

— Sasuke-kun pode ficar chateado comigo, mas ele precisa de mim. – disse orgulhosa, estufando o peito. – Precisa de mim como nunca vai precisar de você. – disse saboreando as palavras, o veneno nelas atingia Sakura muito mais do que Karin sabia.

Sakura engoliu seco se esforçando para manter a expressão inalterada.

— Sasuke não precisa de ninguém. – disse amarga.  – Ele só se importa com a vingança dele, quando você não for mais útil ele não vai pensar duas vezes antes de te descartar

Karin agarrou a barra de ferro com força querendo avançar na rosada, Sakura não tinha falado aquilo para atingi-la, quem ela queria enganar? Tinha sido esse parte do motivo também, porém ela falou porque sabia por experiência própria que Sasuke não iria se permitir ter laços com outras pessoas até sua missão como vingador do clã Uchiha está completa.

Inconscientemente, ela abraçou o próprio corpo lembrando das visões que Itachi tinha posto em sua mente.

— Nada que dizer vai me fazer trair ele para te ajudar. – Karin disse acordando Sakura dos próprios pensamentos, lembrando que não estava sozinha no cômodo.

Sakura piscou algumas vezes, voltando a focar a imagem da ruiva.

— Faça o que quiser. – murmurou agora sem animo nenhum para continuar as provocações da outra.

Sakura desviou o olhar para a parede, não dando mais atenção a Karin.

A ruiva não gostou nada de ser ignorada por Sakura, pegando ainda mais raiva da rosada.

— Karin. – uma nova voz surgiu no cômodo.

A ruiva virou na direção da porta, esquecendo completamente da prisioneira assim que viu Sasuke parado ali. Ela não esperava ver o Uchiha tão cedo já que desde que conseguiram conter Juugo, tinha se afastado para mais uma sessão de treinamentos sozinho que geralmente só terminaram no dia seguinte.

— Sasuke-kun. – o recebeu com um sorriso enorme, correndo em sua direção. – Teve um treino bem proveitoso? Você nem está suado, não sei nem porque treina, você sempre é perfeito em tudo, nem parece cansado, quer que eu arrume seu banho? Ou cozinhe algo para recuperar suas forças? – ofereceu.

O moreno a olhou com desinteresse.

— Estou satisfeito, pode ir descansar agora. – disse com sua calma de sempre. – Vim vigiar a prisioneira.

Karin piscou várias vezes, tentando absorver o que Sasuke tinha dito, sua raiva pela rosada voltando com tudo. Um dos seus olhos piscou, em um tique nervoso, ao mesmo tempo que ela dava um sorriso forçado que acabou parecendo uma careta.

— Não precisa, pode descansar, eu fico essa noite e o Juugo vem amanhã trocar comigo. – ela disse em uma falsa doçura.

Sasuke passou por ela, a ignorando, indo em direção a cela.

— Não estou cansado. – ele sentou na cadeira que ela estava sentada antes.

— Mas, Sasuke-kun...

— Vá, Karin. – ele interrompeu sem paciência.

A ruiva trincou os dentes, segurando a vontade de bufar. Desviou o olhar para Sakura, enviando um olhar de ódio para a garota antes de se retirar do cômodo.

O silêncio se estabeleceu, Sasuke a encarava, mas Sakura ainda parecia perdida em pensamentos.

— Como Juugo está? – ela foi a primeira a interromper o silêncio, sem ter certeza se ele iria responder.

Sasuke continuou a encarando.

— Ele tenta te matar e mesmo assim você pergunta por ele? – Sasuke disse sem conseguir compreender as ações da rosada.

Sakura deu uma risada fraca.

— Ele teria que fazer muito mais para me matar. – olhou para Sasuke, quase sorrindo ao vê-lo com os cotovelos apoiados nos joelhos como ele costumava ver ele fazendo quando ainda eram do mesmo time.

— Ele provavelmente deve dormir até amanhã a noite.

— Até amanhã a noite? – Sakura perguntou chocada.

Sasuke soltou uma bufada, impaciente.

— Ele estava descontrolado, eu tinha que conte-lo poderia acabar .

Sakura soltou uma exclamação, indignada ainda. Tinha convivido o bastante com Itachi para saber que ficar desacordado todo aquele tempo era porque Sasuke tinha exagerado no uso do Sharingan.

— Por que o curou? – Sasuke perguntou de repente.

Sakura piscou pausadamente, pensando.

— Juugo nunca me fez mal. – ela deu um meio sorriso ao lembrar de como o de cabelos laranjas tinha sido gentil com ela. – Não poderia fazer menos para retribui-lo.

Sasuke une as sobrancelhas, irritado com a interação dos dois. Sakura não estava ali para fazer amigos, estava como sua prisioneira.

— Diga logo porque está aqui, já gastei tempo demais nesse seu joguinho, como nos achou? – Sasuke disse irritado e impaciente.

— Já disse, não estou aqui por você. – Sakura disse de forma arrastada, cansada de repetir aquilo. – Ter te encontrado foi um acaso do destino.

Sasuke ergueu uma sobrancelha de forma irônica.

— E você espera que eu acredite nisso? – debochou. – Se não está aqui por mim, então pelo o que? Que tipo de interesse Konoha poderia ter em um dos esconderijos abandonados de Orochimaru?

Sakura ficou calada apenas o encarando, o que deixou Sasuke mais irritado. Não gostava quando não respondiam suas perguntas.

Ele soltou o ar pelo nariz, suspirando pesado.

— Como eu disse, já perdi tempo demais com você assim que Juugo estiver bem de novo, nós iremos partir. – disse e então inclinou o corpo na direção da rosada. – Se eu descobrir que você nos seguiu, acredite, não terei a mesma calma em lidar com o assunto. – estreitou os olhos dando ênfase a sua ameaça.

Sakura continuou o encarando de forma firme, sem se abater pela ameaça.

— Não irei seguir vocês, tem minha palavra. – disse olhando no fundo dos olhos ônix.  

 Sasuke se inclinou de volta, encostando as costas na cadeira. Ele ainda mantinha os olhos conectados aos dela, a avaliando mentalmente.

Havia algo nela que definitivamente não estava lá da ultima vez que eles tinham se encontrado. Algum segredo que fazia todo o comportamento dela mudar, a distancia que ela colocava entre eles, a maturidade das ações dela, suas habilidades também estavam superiores ao que ele se lembrava, um brilho diferente dominava os olhos dela como uma sombra de tristeza.

O que tinha acontecido para ela ficar daquele jeito?

Ao mesmo tempo com que Sasuke via as diferenças, ele também enxergava um pouco da antiga Sakura quando em pequenos momentos ela agia de forma doce e se preocupava com os outros.  

Ele queria indagar o que tinha acontecido, mas as perguntas morreram em sua boca antes de saírem.

— Foi bom vê-lo depois de tanto tempo, Sasuke. – ela disse com uma doçura na voz, com nostalgia como quando depois de muito tempo se vê uma foto antiga e relembra do quanto era feliz.

— Hn. – Sasuke deu sua típica resposta para tudo.

Sakura sorriu não se importando com o jeito dele.

Eles não falaram mais, apenas continuaram se encarando até a rosada pegar no sono de novo.


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Notas finais do capítulo

Oi, oi , oi gente
Será que o final desse reencontro está chegando ao fim?