Depois que deixei a residência da Ino segui para meu destino mais rápido que pude, mas minha pressa não ajudou em muita coisa já que estou numa fila sem fim para falar com Tsunade-sama.

Estou começando a achar que ela está me evitando quando Shizune-chan me chama delicadamente. Após fazer uma referência Tsunade faz sinal para que eu comece a falar.

— Desculpe incomodar, Tsunade-sama, mas não posso mais me hospedar na casa de meus amigos. – Ela já está cansada de saber o que quero e porque estou aqui novamente.

— Hai, mas eu já lhe disse que não temos nenhum imóvel completamente vago para sua ocupação. – E eu já estou cansada de ouvir isso também. Pausa ela disse completamente desocupado? Não precisa ser totalmente vago eu posso tolerar a presença de qualquer um depois da minha última estadia.

— Hai, Tsunade-sama e eu posso dividir o imóvel com quem quer que seja. – Digo e vejo sua sobrancelha se arquear rapidamente. Shizune nos deixa a sós e esta seria a minha deixa para lhe oferecer bebida as escondidas, mas não irei fazer isso.

Ela parece pensar e pensar em algo sem fim. Pelo menos estou fazendo ela ponderar desta vez diferente da última que nem me deixou falar direito.

— Está bem, mas não venha reclamar depois. Shizune! – A Hokage grita e mais rápida do que o relâmpago amarelo ela retorna com a porquinha nos braços.

— Mostre a TenTen onde fica seus novos aposentos. Naquele apartamento ocupado por três ninjas em fase de entrosamento. – Ela leva um recipiente a boca enquanto Shizune fica hesitante em acatar a ordem.

— Mas Tsunade-sama, não creio que seja uma boa ideia deixar... – A Hokage soca a mesa e Shizune se cala resignada, eu deveria me preocupar, não?

— Aquele local é o único com vaga disponível e ela vai ficar bem. – Shizune afirma positivamente e eu pego minha única mala.

— Obrigada, Tsunade-sama. – Digo e deixo a sala mais feliz impossível. Shizune-chan me leva até outra sala do prédio e me entrega um envelope com endereço e numeração do apartamento junto com as chaves.

— Você pode estranhar no início, mas vai acabar acostumando-se. Gomen, TenTen-chan. – Shizune se vai antes mesmo de eu questionar suas desculpas. Bom seja o que for está desculpada e não vejo a hora de ter um lugar onde eu não incomode ninguém, mesmo tento pessoas estranhas nele.

*****

Meia hora depois consigo chegar no prédio geralmente ocupado por ninjas de outras vilas que vem em missões, olho a numeração da porta e confiro no papel é a correta. Bato na porta e ninguém vem abrir e então resolvo entrar usando da lógica que todos residentes estão fora.

Abro a porta e encontro um local arrumado e cheiroso, chega até ser espaçoso. Escuto uma voz vir do outro cômodo e aguardo o dono vir para a sala. Chega de entrar em cômodos e surpreender me.

E falando em surpresa lá vem outra. Fala sério! Do outro cômodo vem Shikamaru e Temari numa conversa amistosa. Será que ela também está ocupando aqui?

— Yo TenTen-san, o que faz aqui? – Shikamaru diz preguiçosamente enquanto Temari cruza os braços. É lógica sua presença em Konoha já que Gaara também está aqui.

— Yo Shikamaru, Temari-san. – Ela afirma em resposta ao meu cumprimento e sai de expressão fechada. Nem parece que fui quem apanhei dela no exame anos atrás, eu hein!

— Sou a nova ocupante da vaga. – Shikamaru murmura algo como problemático e afirma positivamente logo seguindo Temari e me abandonando sozinha. Vou para o único quarto vazio e ao fechar a porta faço uma dancinha de comemoração. Até que fim!!

****

Noite 1

Depois que realizei minhas atividades e trenei com Lee acabei retornando ao meu apartamento provisório. E descobri que não era Temari-san que estava ocupando a vaga e sim o Nara, mas a pergunta é por que raios ele está aqui?

— Shikamaru, porque está ocupando a vaga? – Questiono enquanto ele abre e fecha consecutivamente o antigo isqueiro do Asuma.

— Estou em fase de adequação a uma equipe que irei ser incluído. – Meneio positivamente e a conversa se finda aí. Apenas o barulho do isqueiro sendo aberto e fechado logo em seguida preenche o local sonoramente.

E como se fosse uma canção o tic tac do relógio se junta ao barulho incessante do isqueiro. Are, eu posso suportar isso tranquilamente, mesmo tendo pavor de ruídos.

Meia hora depois

Eu não suporto mais este barulho e estou com vontade de arrancar o dedo do Shikamaru fora. Que apenas me olha com o canto dos olhos enquanto fuma despreocupadamente. Eu vou te espancar, garoto!

Calma TenTen, é só pedir educadamente para ele parar com este gesto repetitivo. E antes que eu faça o pedido ele se levanta e guarda o objeto no bolso da calça. É meio impossível evitar o sorriso de alivio momentâneo.

— Boa noite, TenTen-chan. – Ele se retira indo para seu quarto, creio eu. Será que ele percebeu meu incomodo? Bem, não sei como as outras pessoas aguentam. Percebo que já está tarde e resolvo ir dormir, finalmente!

Deito na minha cama deixando a janela aberta. Está uma noite quente e a brisa refresca o local naturalmente. Meu corpo relaxa sobre o colchão antes mesmo de eu colocar as roupas de dormir.

3 segundos depois

— TenTen-chan, vamos para casa de banho? – Engulo meu último pedaço de doce e afirmo para Rock Lee. Adoro ir na casa de banho.

— Vamos também, Neji-kun. – Chamo Neji e ele afirma positivamente, eu fico muito contente quando ele resolve nos acompanhar. Depois de um tempo chegamos e eu sigo para ala feminina. Retiro minhas roupas e entro na água deliciosamente quente.

— Ah, que ótimo! – Escoro meu braço na borda e fico observando as ondas pequenas formadas pelo movimento das minhas pernas. Sinto o espaço diminuir e um barulho familiar preencher o local. Abro meus olhos e grito pelo susto.

— Por Kami-sama! – Saio da água procurando e pegando a primeira toalha que vejo para cobrir me. É tudo uma ilusão, você está ficando louca TenTen, louca!

Rezo meu mantra e tomo coragem para olhar para água novamente. E para minha infelicidade ele está lá. O enorme isqueiro prateado fazendo seu barulho enquanto ocupa toda a banheira de água quentinha. Ele sai de forma desengonçada e vem na minha direção. Eu nunca pensei que morreria assim, assassinada por um isqueiro gigante.

Corro dali sem direção certa e aquela coisa gigante me persegue fazendo um barulho enorme a fechar e abrir sua tampa.

Chuto uma divisão de madeira quando vejo que estou encurralada pelo isqueiro gigante. Que agora anda lentamente e acendeu uma chama avermelhada. Rompo a divisória e meu rosto arde devido o constrangimento.

Eu invadi a área masculina! Lee tenta cobrir seus músculos toda amostra enquanto Neji permanece dentro da água sem se preocupar com minha presença e sua nudez, mas reprovando me pela intromissão.

— TenTen-chan, não sabia que era seguidora do Ero-sennin. – Lee grita e eu não consigo me explicar, pois o isqueiro sumiu do nada. Que vergonha!

— Que toalha é essa? – Neji pergunta de forma ríspida e rápida. Ele está furioso, olho para minha tolha e eu queria um buraco para enfiar a cabeça dentro feito uma avestruz. Eu já disse que amo avestruzes?

— É uma foto do Neji-san prensada? – Lee pergunta e eu quero chorar. Minha tolha não tinha isso!! E isso é tudo culpa daquele isqueiro maluco.

— Não, não é o que você está pensando, Neji-Kun. – Nego com as duas mãos e vejo Lee ter um sangramento nasal. Oh, não! Não a tolha de banho caiu.

5:00 horas da manhã.

— TenTen-san, acorde! – Abro os olhos e encontro Lee ao lado de Shikamaru ainda vestido com trajes de dormir.

— Achei melhor chamar o Lee, já que você estava gritando enquanto dormia. – Sua fala sai preguiçosa e tenho vontade de chorar. De novo isso?

— Hai, obrigada Shikamaru-san, mas está tudo bem. – Levanto da cama sob os olhares investigadores dos outros.

— Já que está tudo bem, vou continuar meu treino. Até mais! – Lee nos deixa ao pular a janela. Que constrangimento. Shikamaru coloca um cigarro na boca e pega seu isqueiro.

Isqueiro.

Tic

Tac

Me interne que fiquei louca! Pulo a janela sem mesmo dizer nada. Eu não quero e não posso ver mais aquele objeto na minha frente.

****

Noite 2

Depois de um longo dia retornei para o local onde estou hospedada resignada e envergonhada, mas o que se pode fazer? Isso, exatamente nada! Terminei meu banho e resolvi deitar cedo, pois não quero ver Shikamaru hoje. Mesmo que ele não tenha culpa com meus tiques nervosos.

Ah, só desastre, muito desastre.

Me aconchego melhor entre os lençóis e tento não pensar em nada e esquecer dos últimos acontecimentos e espero que desta vez, ao pegar no sono, Neji não apareça!

2:30

4:00

6:45 da manhã.

Uma sensação de formigamento perpassa por meu corpo inteiro. Estou com muita preguiça para abrir meus olhos e tenho certeza que ainda deve ser madrugada. E sinceramente nesta noite ninguém vai atrapalhar meu sono.

Deixo o peso do meu corpo pender para o lado despreocupadamente, pois sei que minhas costas irão de encontro com o colchão, como foi. Mas este barulho de algo crocante sendo partido ao meio foi estranho. Hun, até parece aquele barulho quando esmaga algum inseto.

Formigamento? Ruído crocante? Inseto? Não, não eu estou na minha cama isso seria impossível. Abro um olho rezando para que minhas conclusões estejam equivocadas.

— Ah, mas o que é isso? – Grito enquanto de olhos saltando para fora vejo meu corpo encoberto por uma legião de insetos de carcaça escura. Balanço as pernas desnudas e salto da cama fazendo vários voarem pelo cômodo.

Me livro dos milhares de insetos quando já estou ofegante. De que raio de lugar eles vieram? E vejo eles se amonturarem no outro canto do quarto. Uma vontade tremenda de chorar me toma, mas deixo isso a ver a porta do quarto se abrir e os insetos voarem para ela.

Mas o que? Shino estica os braços e os insetos entram pela manga da blusa. Que horror! Eu nem quero saber por que eles estavam no meu corpo.

— Yo, TenTen-san. Seu Chakra estava oscilando de forma agressiva, meus insetos estavam o controlando. – Não consigo murmurar nada em resposta, pois não consigo tirar os olhos dos insetos ainda aparentes.

— Shi-Shino-san? Eu não sabia que você estava aqui. – Por que eu gaguejei céus? Olha eu não tenho nada contra o Shino, ele até é um cara legal, mas admito que isso foi estranho, mesmo ele esclarecendo os fatos.

— Sem problemas, ninguém nunca sabe. Vivem esquecendo de mim... é um mal de família. – Ele diz cabisbaixo e sério demais. Uma energia depressiva o cerca. Tadinho do Shino-san.

— Obrigada, Shino-san. – Digo um tanto desconcertada e sem tirar os olhos dos insetos que ainda estão aparentes. Não ousem em posar sobre minha pele!

— Mas agora eu tenho que ir, com licença! – Corro para o banheiro antes mesmo de ouvir uma resposta sua e me tranco lá. Percebo a claridade do dia e vejo que estou atrasada. E só de pensar que o dia ainda está começando! Eu realmente não tenho sorte.

O primeiro ocupante é Shikamaru, o segundo Shino e o terceiro, quem será? Bom, não pode vir mais nada pior do que isso, certo?

****

Noite 3

Terminei de limpar o quarto pela segunda vez e esperei Shino sair para passar inseticida. Eu sei, eu não deveria fazer estas coisas. Mas depois de ontem criei uma intolerância muito grande a insetos.

E criei uma atratividade muito grande pelo chuveiro deste local, já que não tem banheira ou algo deste tipo aqui. Eu sinto tanta falta dela, da minha banheira. Das minhas coisas, meu arsenal, minha torradeira. Irei sempre te amar, querida!

E novamente estou debaixo do chuveiro. Sabe e pensando em algo ligado a água, acho que tenho que resolver o problema dos sonhos. Este último foi a gota d’ água, não foi?

Imagina ver Lee e Neji nus ao vivo e a cores? Não que eu quisesse ver eles em outro modo, não é isso. Pelo menos não os dois, apena o... Deixa disto TenTen, onde pensa que está sua cabeça. Tsc, ver Neji nu, deixa disso!

Bom, mas acho que isso parcialmente é culpa da Ino-chan depois que ela se transferiu para meu corpo ela deve ter mexido em algo, pois sonhar com um isqueiro gigante não é normal.

Fecho o chuveiro e me enrolo na toalha e penso em me vestir antes que alguém invada meu quarto, mas paro em frente do espelho primeiro. Acho que Sai-san tem razão em dizer que estou um pouquinho detonada. Exagero meu, mas não seria ruim dar um jeitinho no cabelo, então talvez Neji pudesse olhar para mim. Não que eu queira isso, imagina! Sem cabimento, entretanto seria um pouquinho legal ele perceber que sou uma mulher invés de mais um colega no time. Sim, um colega pois acho que é assim que ele me enxerga.

E sempre usei do artificio que Kunoichi não tem tempo para estas coisas, mas olha para Ino-chan e para as outras. Está decido irei me produzir um pouquinho.

6 horas mais tarde

Depois de sair e gastar mais do meu dinheiro comprando produtos de beleza voltei para meu quarto, digo o quarto que ocupo e me arrumei do jeito que sei. Fiz as unhas, hidratei o meu cabelo e a pele. Enfim, coisas básicas e admito que estou bem melhor. Deixei até meu cabelo solto por um tempo, mas não consigo ficar sem meus coques.

Agora que já estou “arrumada” aprecio um chá numa total solidão já que Shino e Shikamaru não estão presentes. E agradeço por isso, fazia tempo que não ficava completamente sozinha, desde quando voltei de missão.

Fico na mesma posição que Neji fica quando medita para me concentrar nos meus passos seguintes. Agora que arrumei um lugar para ficar irei retornar a fazer missões de longo prazo, assim quando eu retornar minha casa já estará pronta. Isso é música para meus ouvidos!

Meu sorriso otimista se desfaz quando, novamente escuto outro estrondo. Já falei que estou criando resistência a estrondos também? O barulho vem de outro quarto e resolvo que não irei verificar seja o que for.

Um som típico de chinelos de madeira vindo na direção da sala, onde eu estou soa pelo o local. Sequer movo minha cabeça, quando o indivíduo derruba uma estante, a qual está atrás encostada na parede.

É uma pessoa normal, TenTen. Uma pessoa normal, não devo me preocupar ou sair correndo. Beberico meu chá novamente pacientemente e exercitando algo que Neji me disse numa missão. “ Deixe de ser curiosa, TenTen.” Eu não preciso saber quem é, não preciso.

Até sentir a respiração do indivíduo vir contra meu pescoço. Salto num pulo parando no outro oposto da sala. Por Kami-sama, não vai me dizer que ele é o terceiro ocupante?

— O que está beldade está fazendo por aqui? – Jiraiya-sama? Eu não acredito! Ele está visivelmente bêbado e ainda carrega uma garrafa na mão direita. Seu rosto está avermelhado nas maças e ele sofre para se equilibrar sobre seus calçados.

— Jiraiya-sama... – Tento dizer que estou de saída enquanto sorrateiramente com as costas grudadas na parede, vou saindo da sala sem desgrudar meus olhos do ero-sennin.

— Que linda flor em pleno desabrochar. – Ele ora murmura coisas sem nexo ou uma cantada horrível, enquanto eu apenas sei desviar até chegar o meu quarto. Agora entendo as desculpas de Shizune-chan. Tsunade isso foi golpe baixo.

E eu não poderei ficar mais aqui, não com o maior pervertido do país do fogo. Arrumo minhas coisas na mala. Estou no parapeito da janela, quando Jiraiya-sama arrebenta a porta para continuar com sua bajulação e continuar a sua conquista. Homens!

E salto pelos telhados respirando fundo. Eu deveria saber que está estadia não duraria mais que três noites como as outras não duraram. Paro sobre a luz do luar e me sento sobre um telhado, isso é frustrante, muito frustrante.

— Realmente eu merecia tudo isso? – Recebo o silêncio como resposta e a lua parece zombar da minha cara em nossa conversa civilizada.

— Talvez, para você parar de reclamar que vive num castigo sem fim. – Eu deveria estar assustada ou saltar em outro pulo veloz, mas percebi sua presença pela primeira vez. Neji está de pé a meu lado olhando para a lua feito eu. E ele tem razão, de novo para variar.

— Ainda tenho minhas dúvidas. – Neji e eu só concordamos em assuntos relacionado as missões, caso contrário é difícil ele ceder e eu também em posicionamento a algum assunto qualquer.

— Hum e ainda tem dúvidas. – Vejo ele fechar o olho e franzir o cenho, isso é comum dele. Claro, ele queria ouvir o que? Que eu mereço tudo isso? Levanto me para voltar para o apartamento do Gai-sensei. É o melhor a se fazer.

— Vem, vamos ir para minha casa. – Escuto sua voz forte como sempre e me viro para ver se realmente é Neji que está me convidando para ser sua hóspede. E acabo por sorrir aliviada, mas até ver ao vivo e a cores o ninja que assombra os meus sonhos e domina meu pensamento.

Um membro do clã mais conservador da aldeia, mais rígido e tenho certeza que não passarei além desta noite nos domínios do clã Hyuuga. Ou eu coloco fogo naquele lugar ou Neji me expulsa de lá antes. Are, depois de hoje eu posso dormir até as prisões lotadas de Nunekin.

Para esta estadia, não dou nem três noites.