Callie e Arizona: O Retorno ideal escrita por Olivia Lassance


Capítulo 9
O Reencontro!


Notas iniciais do capítulo

Revisada por Mel Schocair



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Ao ouvir a companhia tocar Arizona deu um pulo enorme da cadeira. Nos últimos minutos passou e repassou tudo que falara e ouvira no telefone com Callie, ela estava apavorada. Será que era o certo? Será que ela atrapalhou a vida de Callie? Será que elas realmente deveriam ter esta conversa? Mil perguntas passaram em sua mente, mas agora Callie estava na sua porta e esta conversa não poderia ser adiada.

Pesadamente e também segurando o próprio coração na garganta, Arizona caminhou o pequeno corredor até a porta de entrada, a cada passo que dava em direção a porta fazia seu peito apertar e apartar. Parecia que não teria forçar para chegar até a porta, parecia que o ar iria lhe faltar a qualquer momento. Tudo nela parecia tremer, mas ela conseguiu abrir a porta.

Ao abrir a porta era nítido ver que as duas estavam muitíssimo nervosas e com muito medo do que estava por vir, além de estarem completamente sem graça. Alguns segundos se passaram com elas apenas se olhando em um silêncio sem fim e ninguém estava com coragem de começar a falar. Aqueles segundos, sem dúvida, pareciam uma eternidade.

Callie não conseguia falar nada, ela nunca esteve tão nervosa na frente de Arizona antes. Arizona não sabia muito bem para onde olhar e nem o que dizer, mas elas sabiam que alguém deveria dar o primeiro passo. Mas por que era tão difícil? Ali era apenas a Callie, pensava Arizona. Esta é a Arizona de sempre, dizia Callie para si mesma. Mas algo não era igual. Algo nas duas tinha mudado naquela última hora, era uma sensação de familiaridade com uma completa estranheza. Passado um pouco destes segundos eternos, Callie resolveu falar, mas Arizona foi mais rápida:

— Oi, por favor, entre.

Callie não falou, mas agradeceu profundamente Arizona ter quebrado o temor que estava sentindo. Ela entrou e as duas se encaminharam para a mesinha. Ambas se sentaram, meio que sem olhar diretamente uma para outra e ficaram algum tempo quietas. Callie sabia que Arizona tinha dado o primeiro passo e que caberia a ela dar o segundo. Resolveu, então, ser o mais honesta que podia:

— Me desculpe, eu estou muito, muito nervosa, como jamais estive antes diante de você. Eu sei que esta situação não é tão confortável como gostaríamos, mas também sei que ela é necessária, e eu...eu posso dizer que estou feliz de estar aqui.

Arizona semifechou os olhos, jogou a cabecinha para o lado direito em um “semi ajeitar” da nuca, abriu os olhos novamente, mas desta vez respirou fundo e olhou diretamente para Callie e disse:

— Eu também, também estou nervosa e sem saber o que fazer. - Disse ela enquanto expirava o ar que alguns segundos antes tomou. - Na verdade, ainda não mudei completamente de ideia, tenho realmente medo desta conversa. Nós já nos magoamos tanto, já dissemos coisas tão terríveis para outra, eu principalmente...

— Arizona, - Interrompeu Callie - não precisa ter medo, sou apenas eu. E nós precisamos conversar, PRECISAMOS mesmo. (Callie terminou esta frase com um olhar úmido e de súplica).

Arizona percebeu que a emoção começou a tomar conta de Callie e se sentiu envolvida, mas não queria isso, se era para ter esta conversa, ela falaria tudo e para não deixar a coragem ir embora, se levantou e, com um tom de constatação, disse:

— Esta conversa deveria ter acontecido há muito tempo... Deveria ter acontecido naquele dia em que você me deixou na sala de terapia. Ali nós deveríamos ter conversado. Estávamos ali para ouvir e para falar, mas você foi embora sem jamais me dar a chance de falar. E eu queria falar, eu quis, mas as palavras não saíram quando te vi ir embora.

— O que mais tínhamos a falar ali Arizona? Tudo estava em pedaços, nós estávamos em cacos e eu ali quis o melhor para nós duas! Não via como estender mais aquilo, não dava, eu não conseguia mais. (Callie dizia isso com um tom meio pesado, mas ela queria muito que Arizona entendesse).

— Como você poderia saber o que era melhor pra mim, Callie? Era melhor, pra mim, perder você?! Era melhor, pra mim, perder a minha família?! Você não poderia dizer o que era melhor pra mim. Você tinha que me ouvir! Aliás, você me ouviu! Me ouviu dizer o quanto eu te amava, o quanto você significava pra mim, o quanto eu estava feliz por aqueles 30 malditos dias terem acabado e mesmo assim você foi capaz de olhar nos meus olhos e dizer que não queria mais! Além de tudo isso, nós tínhamos dormido juntas no dia anterior! Como você acha que eu me senti?! Você não deve saber, porque nunca me procurou para falarmos disso, mas eu me senti um lixo, me senti usada. Em um dia você me fala coisas encantadoras, em um dia você é a mulher por quem me apaixonei, a mulher que eu sempre amei e, juntas, a gente decide driblar as regras da psicóloga, ri, vai pra cama, e no outro... No outro eu não sou mais nada! Aliás, eu era sim, eu era aquela que te prendia e que fazia você não ser quem você era, aquela com quem você não queria mais ficar consertando nada. (Ao pronunciar estas frases Arizona colocava uma boa parte de sua mágoa para fora.E elas eram muitas)

— PARA! - Disse Callie se levantando. – Você quis aquilo Arizona, você quis os 30 dias. Aliás, eles eram até pouco para você, lembra?! Você queria ficar afastada de mim até mesmo por 6 meses! Como você acha que eu me senti ouvindo aquilo? Eu estava ali por nós e você queria se afastar de mim. Também não foi fácil. Eu não queria me afastar, eu queria ficar com você, mas... Mas quando eu percebi que eu me perdi de mim em nosso relacionamento e pude ter um vislumbre do que eu realmente era sem você, eu percebi que estávamos nos fazendo mal e eu te amava demais para continuar a te fazer mal a nos fazer mal. Eu não te usei quando dormimos juntas. Como você pode dizer isso? Eu jamais a trataria assim! Eu amava você, eu queria você mais do que qualquer dia, mas com a mesma intensidade que sempre quis. Tinham sido os piores 30 dias da minha vida, eu estava com saudade de você, de você por inteiro, voz, corpo, alma. Eu não te usei. Como eu poderia usar a pessoa que eu mais amava no mundo? Eu estava ali de verdade, mas apesar de sempre ser maravilhoso, eu me enganei achando que bastava, mas não era verdade... Nosso relacionamento era tóxico, Arizona! E por muitas vezes eu me senti entorpecida por ele. (Callie dizia tudo isso em meio a lágrimas que não conseguiu segurar).

Arizona ouvia, também em meio a muitas lágrimas. Tudo era tão complicado, elas deixaram passar tantas coisas. Eram muitas coisas a ouvir e a dizer. Arizona, então, falou:

— Isso era para você, Callie, nunca foi pra mim! Eu sei, eu me perdi muitas vezes de mim mesma, mas a verdade é que eu sempre conseguia voltar. E você sabe como eu conseguia voltar? (Callie, que antes estava de cabeça baixa, olha para Arizona) Bastava eu olhar para você! (Callie volta a abaixar a cabeça e as lágrimas escorrem em seu rosto com um pouco mais de intensidade). Eu sei que eu fui egoísta várias vezes. Oh, como eu sei disso! E eu me puno inúmeras vezes ao recordar o quanto eu deixei a raiva e a não aceitação da minha nova condição me sucumbir, eu sei que aquele maldito acidente me mudou para sempre. Ele me mudou de verdade, eu acho que eu posso mesmo ser divida em duas. A Arizona que era feliz no trabalho e na vida pessoal, sempre sorridente e andando de patins e a Arizona que saiu daquela floresta dilacerada, não apenas pela perna que dói muito mais do que eu posso descrever a você, mas a dor na alma era muito grande. Eu vi o Mark urrar de dor - não apenas a física, mas a do coração mesmo - Lexie morreu deixando ele arrasado e a Meredith também. Uma vez eu te disse que você não havia estado lá, e é verdade você não esteve, não terá mesmo como sentir o que foi, mas eu sei que você compreendia a minha dor, eu sei que você tentou, eu sei que você tentou muito mais do que deveria, até. Meu egoísmo e dor me colocaram cega, e eu sei que fui injusta muitas e muitas vezes com você e, sim, eu sei que eu cometi um erro grave demais para ser perdoado, um erro do qual não há um dia sequer que eu não me arrependa amargamente! (Mais lágrimas caem de seu rosto ao falar isso). Eu nunca lhe falei isso, mas por tudo que eu te fiz passar depois deste acidente, eu realmente queria te pedir PERDÃO!

Enquanto Arizona falava tudo aquilo, um filme triste e silencioso passava na cabeça de Callie. Tinham sido anos difíceis, de verdade. Callie se lembrou de quando muitas vezes quis desistir, mas o quanto o amor que sentia por Arizona a segurou. Lembrou, também, do quando aquela maldita traição tinha a quebrado em mil. “Quando somos traídos, não apenas a confiança que é quebrada, é toda uma ilusão que se destrói. Tudo desmorona e aquela pessoa perde o encanto”. Tinha escutado esta passagem em algum lugar, embora não lembrasse onde, a frase dizia tudo. Ela lutou demais consigo mesmo para reconstruir o que Arizona tinha quebrado com aquilo. E como isso doía, como isso AINDA doía!

Em meio a toda emoção e após, pela primeira vez, Arizona ter pedido perdão por aquilo, os olhares lacrimejantes se cruzaram e, como se tivessem um imã em cada uma delas, abraçam-se. E era um abraço que dizia muito além do seu simbolismo, era um abraço de perdão, pela primeira vez, era um perdão conscientemente verdadeiro. Ambas sentiram que, pelo menos, aquela parte triste da historia delas, havia se quitado ali. Após alguns segundos mágicos abraçadas, sentindo o coração uma da outra, Arizona, que tinha prometido não sair dessa conversa com tudo quitado, precisava continuar, pois apesar de uma parte de tudo estar sendo dissolvida ali, ainda eram muitas mágoas a se colocar para fora:

— Eu queria nos melhorar e eu queria estar com VOCÊ. Você não faz ideia do quanto acabou comigo quando preferiu ir embora me deixando para trás naquele sofá.

Callie se afastou um pouco para poder olhar para o rosto de Arizona e respondeu:

— Não, eu realmente não faço ideia, você jamais falou, jamais me procurou para conversar e nem mesmo para tentar voltar. Eu sofri também, Arizona, sofri demais, mas com o passar do tempo fui constatando que tomei a decisão certa. Você se concentrou na sua bolsa de estudos, ficou amiga da Herman, se formou, cresceu. Mediante a isso tudo eu estava mesmo errada? Como eu poderia pensar que eu estava errada? Por muitas vezes eu me questionei isso, mas quando eu te via bem, feliz com a sua nova vida, nova amiga, nova carreia, eu me sentia cada vez mais longe de você. Tudo estava novo e eu era a parte mais velha disso tudo. Como eu poderia estar errada se você estava bem?

— Sim, estava, porque eu não queria ter vivido nada disso sem VOCÊ! Eu NUNCA quis viver nada disso sem VOCÊ!

Callie sentiu como se tivesse tomado um soco no estômago. Como ela havia sonhado em escutar aquilo de Arizona, e estava acontecendo! Seu olhar, subitamente, ganhou um pouco de felicidade.

Arizona pôs-se a andar um pouco pelo ambiente e continuou:

— Cada conquista, cada tristeza... A cada segundo eu queria compartilhar as coisas com você, mas você se afastou! Eu já tinha feito tanta coisa, Callie, eu tomei consciência dos meus erros e não foi ali, foi bem antes... Então eu não tinha como te pedir nada, não tinha como te procurar, tentar qualquer coisa. Durante anos você viveu para mim e, ao final de tudo, disse que precisava viver para você. Como eu poderia ser egoísta mais uma vez e ignorar o que você me falou? Eu quis, eu quis muito, mas não me julgava digna de pedir nada. Mas eu tentei, mesmo que de maneira sutil eu tentei, eu perguntei se você sentia minha falta e o que eu vi me partiu em dois. Você sentia minha falta, mas isso não era suficiente. Com isso na minha frente o que eu poderia fazer?! Como eu poderia lidar com isso se não era o suficiente para você? Para mim significava que você já tinha me esquecido. Eu não vi como eu poderia mudar isso. (Arizona terminou suas falar de costas para Callie).

Callie saiu de seu lugar e andou pra frente de Arizona e falou tranquila, porém firmemente:

— Você poderia ter lutado, ter me mostrado algo. Você aceitou, Arizona, queria que eu achasse que ainda sentia algo? Eu realmente quis terminar, eu quis tentar voltar a ser eu, eu não queria mais ficar colando nossos caquinhos, não dava mais, mas se você tivesse demonstrado algo, se você tivesse me falado algo, poderia ter sido diferente...

Arizona se sentiu um pouco indignada com o que acabara de ouvir. Saiu de frente a Callie e voltou a andar...

— DIFERENTE? Você realmente acha que você teria me dado ouvido, Callie? Você parecia ser uma montanha impossível de ser escalada, você fala que eu deveria ter tentado, e eu te digo que você poderia ter deixado a porta pelo menos semiaberta! Você não fez isso. Você se pôs completamente distante e ainda procurou encontros o mais rápido que pode. Você acha que eu não sabia disso? Eu sempre prestei atenção em você Callie, mesmo quando você achava que eu não via, eu estava vendo. Eu não descobri que você estava saindo com outras pessoas quando te vi beijando aquela louca das facas. O que, diga-se de passagem, foi um dos piores momentos para mim. Você não tem noção do quanto eu tive que me superar para não demonstrar a você o quanto eu fiquei com ciúmes, o quando aquilo acabou comigo. Mas sabe, eu tinha ali só duas opções: me rebelar mediante ao ciúme que me corroía ou fingir não sentir nada e poder estar perto de você, mesmo como amiga. E pra piorar você ainda estava saindo com uma pessoa que eu sabia que era louca, se eu falasse do que eu sentia, você talvez não levasse tanto em consideração e poderia, sei lá... Continuar com aquela maluca e se machucar.  A verdade, Callie, é que eu olhava você e não via nada, nada que lembrasse aquela pessoa que um dia tinha me amado. Eu lutei muito contra mim e contra tudo que eu sentia, eu realmente lutei, mas tenho que dizer tudo piorou muito para mim quando você apareceu com a Penny! E, para minha infelicidade, ela não era apenas um passatempo, não é? Penny não era igual aos outros... (Arizona dizia isso com um peso enorme em suas palavras e com um tom bastante enciumado e magoado).

— Sim, Penny foi diferente. – Interrompeu Callie.

E a conversa que estava com um tom calmo e pacífico, repentinamente, ganha um tom agressivo:

— Ahhh não me diga?! – Responde Arizona com ironia - Claro que ela foi diferente! Por ela você fez o impossível! Você fez tudo, inclusive me levar e levar nossos amigos ao inferno!

Callie se põe na frente de Arizona com uma expressão em seu rosto bastante indignada:

— Eu não fiz isso!

Arizona volta a andar, mas desta vez não fica em círculos, seus passos ganham distância e ela começa a descer para o primeiro andar da casa. Ela estava se sentindo presa naquele local, precisava andar e assim o fez. Callie seguiu atrás.

— Não fez?? Você me ignorou na vida da minha própria filha, fez mil planos como se eu não existisse, tomou decisões e quis outras mil coisas sem nem pensar, por um segundo, em como eu ficaria, em como SOFIA ficaria!

Callie se sentiu ofendida com a frase de Arizona e retrucou:

— Eu pensei em você Arizona, eu juro. Eu confesso que errei, mas eu não quis te por pra fora da vida da Sofia, jamais faria isso, eu pensei que estava fazendo o certo para nós duas. Vocês poderiam se ver sempre...

Arizona foi tomada por uma raiva imensa e respondeu com o tom de voz bastante elevado:

— Mas por que não pensou em ir sozinha??? Por que não me perguntou se eu queria ficar com MINHA FILHA?? Você negligenciou meu papel de mãe nesta história, Callie! Ela é minha filha! E no tribunal você permitiu que aquela advogada louca questionasse os meus direitos sobre a minha própria filha, permitiu que ela questionasse a minha maternidade, deixou que ela falasse do meu trabalho como se ele não fosse algo importante e como se a minha filha não fosse tão importante quanto! Como você pode fazer isso?

Callie sabia que tinha mesmo feito aquilo e, embora tivesse sido por desespero de perder a guarda de Sofia, ela sabia também que isso tinha sido muito errado e que magoara profundamente Arizona. Mediante a isso se acalmou e segurou Arizona pelo braço para pararem de andar.

—Eu sei e eu sinto muito por isso! Eu sinto muito mesmo. Eu sei que te magoei demais ali, mas, Arizona, eu perdi e eu perdi muito mais do que a Sofia. Porque eu te magoei, me magoei, e sim, coloquei nossos amigos em uma posição péssima! E esta é a minha vez de te pedir PERDÃO! Eu fui muito errada no que fiz. Por favor, me perdoa!  (Arizona, mediante aquilo, conseguiu acalmar um pouco o seu coração. Mais calma, se colocou parada em frente à Callie, que ainda segurava seu braço, porém agora não resistiu mais à força, deu lugar ao carinho em seu braço)...Você esta certa quando diz que eu fiz o impossível, Arizona, mas está errada quando fala do motivo pelo qual eu fiz.

Arizona olha surpresa para Callie e se altera um pouco, pois não tinha realmente entendido o Callie estava dizendo com aquilo:

— Como assim não sei o motivo pelo qual você fez? É claro que eu sei: você se apaixonou pela Penny e você sempre foi bastante inconsequente quando apaixonada. – diz Arizona com um ar meio enciumado.

Callie capta isso, sorri e continua:

— Sim, era exatamente assim que eu pensava antes de hoje. Sim, eu pensei mesmo que eu estava apaixonada pela Penny, na verdade eu pensei que eu a amava. (Arizona, sem olhar para Callie, repira fundo e fecha os olhos). Eu realmente pensei isso, eu vivi como se isso fosse verdade, mas NÃO era Arizona. (Arizona abre os olhos e, com um olhar cheio de dúvidas, olha para Callie). Não era verdade isso e eu só fui perceber bem tarde, mas graças a Deus, não tão tarde a ponto de cometer a burrice de mudar a minha vida e a da nossa filha completamente, nem tão tarde a ponto de estragar a vida da Penny, e, me parece, nem tão tarde a ponto de ter perdido completamente você.

Callie, que já estava um pouco próximo, se aproxima alguns centímetros mais de Arizona.

Os olhares se cruzam e se fixam um no outro.

— O que te faz achar que estava errada sobre isso? Você viveu tudo intensamente. – Diz Arizona.

— O que me faz ter CERTEZA do quanto eu estava errada é exatamente este momento. (Arizona desvia o olhar do de Callie). Olha pra mim Arizona, por favor... - diz Callie, agora segurando seu queixo. - Hoje eu descobri muitas coisas, descobri que não queria ir para Nova Iorque por causa de Penny, eu queria ir porque ficar sem ela aqui me apavorava. E você sabe por que me apavorava? (Arizona respondeu que não com a cabeça, com o olhar fixo no de Callie). Me apavorava, porque ela era a única coisa que eu sabia que poderia me manter longe de você.  (Arizona sente uma pancada no estômago). Eu pensei em voltar, Arizona, mas assim como você me viu como uma montanha, eu te vi também, te vi crescer longe de mim e como, mediante a isso, eu poderia voltar atrás? Eu não podia ficar aqui sem a Penny, porque eu voltaria a te enxergar e eu não queria, porque eu tinha, ou melhor, ainda tenho muito medo disso...

Callie se aproxima ainda mais de Arizona.

— Disso o quê? – Pergunta Arizona em tom baixinho, pois se sentia sem fôlego.

— Eu tenho medo do que eu estou sentindo e do que eu acho que você também está. Eu tenho medo porque estou descobrindo que eu ainda... Eu te amo e nunca deixei de amar...

Arizona se aproxima o centímetro que faltava, fazendo com que seus lábios se encostem e elas se beijem delicada e vagarosamente... Naquele momento, em meio a lágrimas, as duas ficaram certas de que naquele beijo continha muita saudade, carinho, arrependimentos, dor e muito, mas muito desejo e amor.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Escrever este capitulo foi realmente difícil. Me dediquei completamente. Espero que gostem. Por favor continuem a me contar o que acharam. :)



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