Callie e Arizona: O Retorno ideal escrita por Olivia Lassance


Capítulo 8
A Conversa


Notas iniciais do capítulo

Capitulo revisado por Mel Schocair



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Richard percebeu que era a hora de ir embora quando viu que Arizona finalmente disse algo verdadeiro á Callie. Ele saiu bem satisfeito e, enquanto ia embora, deixou as chaves da nova casa de Arizona sobre a mesa. Ele partiu de alma leve.

Callie estava ao telefone com Arizona. Eram duas pessoas com os corações nas mãos e o mundo parecia girar muito rapidamente e, ao mesmo tempo, em câmera bem lenta. Foram apenas alguns segundos que separaram o pedido de Arizona da resposta de Callie, mas a sensação que tiveram foi que aquilo era uma eternidade.

Com medo de ter entendido errado, Callie exclama:

— O que? O...que você disse?

Arizona estava com medo também, um medo absurdo de ter falado o que não deveria. Por alguns milésimos de segundo pensou em não repetir, pensou em desligar, pensou em sair correndo, mas tomou coragem e apesar de ter um buraco se abrindo em seu estômago e a voz quase não conseguir sair, disse:

— Eu disse para você não ir...

Callie então constatou que não havia escutado errado e de repente se viu com o mesmo buraco no estômago. Escutar aquilo era tão estranho e ao mesmo tempo bom, muito bom na verdade, porém ela estava meio perdida, sem saber definir tudo o que estava sentindo, sem saber o que pensar sobre si e até mesmo sobre Arizona, mas apesar de também ter tido vontade de desligar e fugir, se permitiu segui e deixar fluir o que estava acontecendo. Ela estava meio trêmula e resolveu se sentar. Tirando também uma força sobre humana de si, disse em tom meio baixo:

— Por quê? Por que você acha que eu não devo ir?

Quando esta pergunta de Callie chegou ao ouvidos de Arizona, ela sentiu o chão se abrir debaixo dos seus pés, agora ela não podia mais voltar atrás, não dava, Callie merecia uma explicação e ela queria dar, mas o maldito medo ainda persistia e, por um segundo, foi invadida totalmente pelo pânico.

— Callie, por...por favor esqueça isso, eu não tenho direito nenhum de falar nada, por favor esqueça. Siga seu coração, a sua felicidade, eu não deveria ter falado nada, me desculpe, eu...

Callie a interrompe.

— Não faça isso Arizona, por favor, não faça isso, fale o que você realmente quer falar, por favor, fale, eu PRECISO disso! Eu QUERO ouvir.

Ao ouvir as palavras de Callie, Arizona sentiu, ali, que após anos uma conexão entre elas se estabelecia novamente. De repente o medo sumiu, então falou:

— Eu pedi para você não ir, por que eu NÃO QUERO que você vá. Porque eu não sei, eu não imagino como será a minha vida aqui sem você, porque só de pensar nisso eu sinto uma dor tão grande...

As palavras começam a engasgar em sua garganta e Arizona precisa parar, ela não tem condições de continuar, mas então, sentindo um misto de alegria, esperança e um amor que há tempos ela não sentia, Callie é quem prossegue:

— Eu, não quero ir, não fui capaz de ir, eu olhei as passagens mil vezes e não consegui ter forças para ir. Eu queria, é verdade, mas nunca havia de fato parado para pensar nisso e então eu me permiti viver, mesmo em imaginação, o como seria a minha vida lá e eu me senti vazia, oca, faltando um pedaço. A princípio achei que era questão de acostumar, mas quando eu finalmente me imaginei vivendo de verdade e dividindo minha vida, alegrias e tristezas do dia-a-dia, bobeira e evoluções da Sofia, quando eu, de fato, vivenciei isso em pensamento e percebi que era Penny quem estaria lá, eu percebi o que realmente estava errado. A Penny não é você, Arizona. Não é ela que eu quero que esteja comigo gritando gol em uma partida de futebol da Sofia, definitivamente não é ela.

Arizona, do outro lado da linha, sentada na mesa onde há poucos instantes sentara com Richard, não conseguia falar, tinha sido tomada por seus sentimentos. Ela ouviu as palavras de Callie vivenciando um turbilhão deles. Era o amor, misturado com a dor, felicidade misturada com rancor. Era muita coisa junto. E, mais uma vez, o medo bateu à sua porta, mas desta vez - junto dele - uma companheira ingrata se apresentou: a raiva!

— Callie, PARA! PARA, por favor! Isso não deveria estar acontecendo, é a Penny que você quer, por ela você foi ate um tribunal comigo, você permitiu que falassem coisas de mim das quais eu jamais permitiria que falassem de você. Você não pensou em mim, você nunca pensou em mim para nada depois que nos separamos. Você não me enxergava mais. Eu não quero, melhor isso parar.

— ARIZONA, NÃO! - Callie gritou e continuou.

— Não por favor, não faça isso, não vamos fazer isso com a gente, precisamos conversar, nós temos que conversar. Por favor, me diga onde você está? Está em casa?

Arizona, bastante magoada com as lembranças ruins, falou:

— Não, não creio que esta conversa seja boa, vamos nos magoar ainda mais e eu não quero sofrer e nem te ferir mais Callie.

Callie, já subindo as escadas para o quarto de Sofia e pegando as chaves do carro, insiste.

— Sim, eu sei que nesta conversa poderemos dizer muitas coisas, mas não acredito que serão para nos magoar mais, nós estamos cheias Arizona, precisamos colocar para fora. Precisamos desta conversa. Por favor, diga onde você esta!

Arizona sabia que precisavam mesmo desta conversa, na verdade havia tempo que ela já deveria ter acontecido, mas ela realmente não queria se magoar mais e, verdadeiramente, tinha medo de magoar mais uma vez Callie, porém viu que não teria jeito, Callie não iria permitir que esta conversa não acontecesse e a verdade era que Arizona também queria e precisava.

— Eu não estou em casa. Estou casa do Richard. Na casa antiga dele.

Mesmo sem entender o porquê de Arizona estar aquela hora da amanhã na casa antiga do Richard, Callie não questionou.

— Por favor, passe o endereço. Eu estou indo para aí agora.

Arizona passou o endereço da casa de Richard, que agora era sua, para a Callie e finalizou:

— Estou te esperando.

Callie desligou o telefone e a primeira coisa que fez foi acordar Sofia, ela realmente sentia muito por isso, mas ela precisava ser rápida, não podia deixar que Arizona desistisse.

— Filha, acorde... Sofia, filha, acorde.

Sofia bastante sonolenta respondeu.

— Mamãe, estou com sooono...!

Callie continuou:

— Eu sei, meu amor, eu sei, mas eu preciso que você acorde pelo menos para se vestir, a mamãe precisa sair e eu vou te deixar na casa da tia Meredith, você vai poder brincar com Zola, Bailey e Ellis.

Callie vestiu Sofia o mais rápido que pode e a colocou no carro. No caminho ligou para Mer. Disse apenas que precisa deixar Sofia lá, pois tinha algo urgente a resolver, mas que depois explicava.

Meredith sabia que algo muito importante havia ocorrido para Callie estar tão desesperada, resolveu não fazer muitas perguntas, e apenas concordou em receber Sofia.

Passado algum tempo, Callie e Sofia estavam na porta da casa de Meredith.

— Bom dia, Sofia, Zola já esta te esperando para tomar café. – Disse Mer.

Sofia ainda meio sonolenta sorriu e olhou para mãe.

Callie sabia que a filha não estava completamente feliz, então abaixou e falou:

— Meu amor, hoje você vai ter um dia lindo e divertido com seus amigos. A mamãe precisa resolver um assunto urgente, mas eu prometo que volto logo para te buscar e eu espero que eu tenha uma linda surpresa.

Sofia ouviu meio descontente, mas aceitou. Quando Callie levantou, a menina respondeu:

— Mamãe, se você vir a minha mãe Arizona diz para ela que eu já estou com saudade?!

Callie quase desmontou ao ouvir aquilo, mas arrumou forças e - abaixando novamente – disse:

— Eu PROMETO a você que eu digo isso a ela!

E após abraçar e beijar a filha forte carinhosamente, ela finalmente entrou. Callie olhou para Mer com um olhar alegre, esperançoso e uma atitude bastante ansiosa. Mer não tinha totalmente certeza, mas sabia que algo importante entre Arizona e Callie parecia estar por vir.

Callie entrou em seu carro e dirigiu o mais rápido e cuidadosamente que pode e, finalmente, chegou ao endereço dado por Arizona. Saiu do carro, respirou bem fundo, caminhou até a porta, respirou fundo novamente, se ajeitou e, enfim, tocou a companhia segurando o próprio coração na garganta


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Notas finais do capítulo

Continuem me falando o que estao achando. bjs



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