Callie e Arizona: O Retorno ideal escrita por Olivia Lassance


Capítulo 6
A Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Capitulo revisado por Mel Schocair



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A campinha tocou as sete e meia da manhã, fazendo com que uma Arizona completamente atordoada se levantasse. Entre passos e tropeços conseguiu sair da cama, colocar o hobby e gritar:

— Já vai!

No caminho pode constatar que estava bem cedo e pensou: “Meu Deus, quem é o desumano que está batendo na porta dos outros a essa hora? E justo hoje que eu não estou afim de ver ninguém!”

Prosseguiu até a porta ainda bastante sonolenta e ao abrir se deparou com Webber com um copo enorme de café nas mãos e bastante sorridente:

— Bom dia, Robbins!

Falou Richard que foi logo entrando e continuando:

— Hoje não é dia de ficar na cama, vá lá em cima, mude de roupa que tenho um plano para nós.

E finalizando a frase se sentou no sofá da sala prontamente a esperar.

Arizona não estava acreditando, tudo que ela não queria era conversar, sair então nem pensar e Webber estava com um ar gigante de felicidade que naquele momento irritava Arizona profundamente.

— Richard, me desculpe, mas hoje eu não quero sair, não são nem oito da manhã e eu dificilmente posso dormir até mais tarde, e outra eu basicamente acabei de pegar no sono, tive uma noite péssima, então não me leve a mal, mas...

— Arizona, você não entendeu, eu não perguntei de você quer ir.

Arizona olhou para Richard bastante descontente, tentou reiniciar uma frase, mas completamente desencorajada por ele.

— Então, por favor, não me faça perder mais tempo, vá lá em cima, tome um banho, mude uma roupa confortável e venha comigo.

Arizona teve certeza de que não adiantava questionar, ela teria que ir com Richard quisesse ela ou não.

Então subiu e fez tudo que foi pedido por ele e depois desceu.

— Pronto, estou aqui.

Disse ela bastante mal humorada.

— É sempre bom ver a felicidade estampada em seu rosto, Robbins.

Completou Richard de maneira irônica, porém muito carinhosa e sorridente.

Os dois se encaminharam para o carro de Richard sem falar nada, entraram e se acomodaram e, após Richard dar a partida, Arizona quebrou o silêncio:

— Será que eu posso ao menos saber para onde eu vou, já que fui bruscamente retirada do aconchego da minha cama?

Richard, respondeu.

— Claro, nós vamos a minha casa.

— Sua casa?? Para quê?

— Não é a minha casa atual, é minha antiga casa.

— Ok, mas... Pra quê?

— Você verá, Robbins.

Arizona meio que se jogou para trás no banco e se conformou, então seguiram o caminho apenas ao som do Jazz tocando no rádio do carro de Webber e é também ao som de sua voz que acompanhava cada letra.

Passado mais ou menos trinta minutos, os dois chegaram.

Richard desceu, ainda cantarolando a última musica tocada no rádio, e fez questão de abrir a porta do carro para Arizona, que ainda se encontrava bastante mal humorada.

Os dois desceram, andaram e entraram finalmente na casa.

A casa era linda, grande e com muita madeira em seu interior, porem estava completamente vazia.

Richard olhava tudo maravilhado, porém Arizona não via graça alguma.

— Ok, Richard, estamos aqui. O quê? Vai voltar a morar aqui? A casa é linda, é isso que você quer que eu veja oito e quarenta da manhã?

Perguntou Arizona bastante descontente.

— Robbins, esta era a minha casa com Adelle. Não é linda?

— Ah sim, é...

— Venha quero lhe mostrar lá em cima.

— Richard???!!

— Venha, Robbins!

Os dois seguiram para o andar de cima da casa. Richard aos passos alegres e largos e Arizona se arrastando.

O Andar de cima era ainda mais lindo, três quartos amplos, muito bem arejados e posicionados, a suíte então era mais maravilhosa, extremamente grande, com banheiro e um closet de dar inveja.

— Ok, é lindo também. Você vai vendê-la?

Disse Arizona.

— Você gostou, Robbins?

— Sim, é linda, já disse.

— Estou pretendendo dá-la a minha filha.

— Ah ótimo, certamente a Meg vai amar. Então já podemos ir?

Richard sorriu e completou.

— Não me refiro a Meg.

— COMO ASSIM?? VOCÊ TEM OUTRA FILHA?

Disse Arizona chocada.

Richard gargalhou.

— Robbins, eu pretendo dá-la a você.

— O...O..QUE?!!!!

Arizona despertou de uma maneira abrupta, como se tivesse acabado de sair efetivamente do transe em que se encontrava.

— Richard, NÃO! ESTÁ DOIDO? NÃO? Pra quê?

Richard pegou as mãos tremulas de Arizona e a levou para uma mesinha de dois lugares no canto do quarto principal, ela ficava estrategicamente próximo a uma linda varanda com uma vista mais bela ainda. Os dois se sentaram, então ele começou a falar.

— Robbins, ao longo destes meses que ficamos mais próximos, e dividimos noites de Trívia, e conselhos amorosos eu fui observando uma mudança incrível em você. Enquanto via você procurar um novo amor, enquanto via você se jogar nesta procura fui lembrando um pouco da sua trajetória no hospital e também em sua vida pessoal. Mesmo que não fossemos tão próximos como somos hoje eu acompanhei seu crescimento pessoal e profissional, Arizona, então pude ver o quanto mudou e amadureceu. Eu acompanhei o início do seu relacionamento com Callie, vi a problemática com Mark, o nascimento de Sofia em condições extremas e complicadas, vi o lindo casamento e não me refiro apenas a festa, mas também a historia dele em si, assisti ao seu adaptar a nova realidade física e infelizmente também assisti a consequência negativa que isso teve no relacionamento de vocês, e finalmente vi tudo pelo qual vocês lutaram se desmoronar. Então eu me sinto parte desta historia, eu sou parte dela. Para mim, você e Callie são como filhas e Sofia certamente é minha neta de coração. Tem coisas que pai não pode fazer, como intervir na vida pessoal dos filhos, a gente tem que se dignar a mero espectador, mesmo quando sabemos que estão fazendo tudo errado. Nós precisamos esperar que caiam, para que possam aprender a levantar e a enfrentar seu problemas. Sim, eu não era pai ate bem pouco tempo, me refiro a pai biológico, mas todos vocês de certa forma sempre foram e sempre serão meus filhos. Uns, como vocês, mais chegados e outros nem tanto, mas o carinho e vontade que sejam felizes é a mesma.

Bem, eu assisti a glória e tragédia sem poder fazer muita coisa, mas nestes últimos tempos em que pude ver um pouco mais da Arizona como pessoa eu vi o quanto você cresceu, o quanto amadureceu, eu via, mesmo que você não me falasse, seu sofrimento ao ver a Torres com a Blake, assisti a você se resignar à coadjuvante da família que construiu, tentando fortemente que Callie e nem Sofia percebessem para que fossem felizes. Fiquei do seu lado na luta pela custodia de Sofia, porque sabia que esta era a sua reação a tudo isso. Essa reação que demorou mais veio e você lutou e conseguiu. E agora eu vejo mais uma vez a resignação voltar, quando você decidiu retornar a guarda compartilhada e “liberar” Sofia para ir com a Torres. Robbins, acredite, isso é muito mais do que altruísmo. Isso é amor! E, sabe, amor assim a gente não esquece, não deixa no canto, não guarda de volta na gaveta. Amor como este, que faz a gente fazer coisas maiores que nós mesmas e nossa própria felicidade, esses amores valem a pena uma boa luta.

Eu lhe trouxe aqui, não apenas para lhe dar a casa, mas porque aqui eu fui muito feliz. Eu posso ter cometido um erro ao me apaixonar por Ellis, mas eu amei, amei com todas as forças Adelle até seu último dia de vida. Ela foi muito especial para mim, e até justamente por isso não me desfiz da casa. Quando descobri que era o pai de Meg, pensei sim em dar a casa a ela, mas as paredes desta casa contam uma historia de amor, de respeito e de companheirismo e eu queria que ela continuasse a contar historias lindas. Não que Meg não terá a sua historia, porém agora, tenho outra filha que está precisando mais. Eu estou lhe dando esta casa para que você tenha um novo começo, eu... Eu não posso mentir, eu espero que esta casa continue a contar a sua historia, de Callie e de Sofia, mas eu deixo isso para você, ou melhor, para vocês. De qualquer forma, aqui pode estar o seu novo inÍcio, aqui é um lugar neutro para você, aqui tem espaço para uma família inteiramente composta, ou apenas para sua família com Sofia, que diga se de passagem também é uma linda e completa família, aqui pode ser o seu recomeço, mas a maneira com a qual você fará isso cabe apenas a você. Porém não permita que o medo de tentar lhe atrapalhe e te estagne de maneira a não conseguir fazer o que seu coração esta mandando. Sim, é verdade, você pode falhar, também é verdade de que a outra parte envolvida, não esteja mais tão envolvida assim, mas se você tentar Robbins, vai mostrar a você mesma que você amou, você tentou, você lutou e não desistiu mesmo diante de tudo. Você vai mostrar ao seu coração e a você o quão corajosa você é. E a verdade é que suas chances são de 50%, certo?

Arizona ouvia as palavras de Richard em meio a um choro dolorido e silencioso. Tudo nela doía, seu corpo, sua alma e seu coração.

— Richard, eu... Eu não tenho o que dizer, eu... Eu não sei o que dizer.

— Não precisa, apenas me permita ajudar a recomeçar.

— Como eu posso aceitar uma casa? É uma casa!

— Sim, e é a minha casa, e eu posso dá-la a quem quiser, certo? Faça-me feliz, Arizona, me deixe presenteá-la e à Sofia também.

Arizona estava realmente sem palavras.

— Richard... Eu... Eu re..re..realmente ainda a....am..amo!

— Robbins, diga alto, para que não apenas eu, mas você mesma possa se ouviu.

Arizona chora ainda mais.

— Eu (lagrimas escorrem pelo rosto)...Amo...a...Callie. (agora o choro é ainda mais compulsivo).

Richard envolve Arizona em um abraço carinhoso e aconchegante. E após alguns segundo diz.

— Sim, agora eu confirmei isso, agora você sabe disso, mas hoje, é preciso então que ELA saiba.

Arizona, em meio ao abraço e palavras de Richard se sente mais calma e reconfortada.

— Eu..eu preciso encontrá-la.

Richard olha sorridente para ela a confirmar o que disse. E neste momento o celular de Arizona toca, ela então o retira do bolso de sua calça e com o olhar ainda embaçado pelas lágrimas, mal consegue ler o nome escrito na tela de seu telefone, então respira fundo e atende com uma voz tremula e meio chocada.

— Alô!

Do outro lado uma voz parecendo nervosa, sem graça e até mesmo um pouco aflita responde.

— A...Arizona, eu não, eu não posso...eu não deveria ligar, eu sei.... mas...eu não posso, eu tentei, mas eu não fiz, eu não falei pra ela...................Eu simplesmente não posso ir! Mas eu deveria ir...eu tenho...

Arizona então interrompe a nervosa voz do outro lado da linha.

— Callie... Por favor... (respirando fundo)... Por favor, não vá.


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Notas finais do capítulo

Continuem a comentar se estao gostando !!! É muito importante para mim. bjs



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