Callie e Arizona: O Retorno ideal escrita por Olivia Lassance


Capítulo 2
Caindo na Real


Notas iniciais do capítulo

Capitulo revisado por Mel Schocair



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A ficha ainda não tinha caído direito para Callie. Ela finalmente poderia seguir Penny, mudar-se para Nova Iorque, ter uma nova vida feliz, e o melhor, levaria Sofia junto com a aprovação de Arizona. Isso só poderia ser um sonho, ela pensava, mas era a realidade.

Sofia corria para lá e para cá dentro de casa, falando e falando coisas que Callie, com seus pensamentos em devaneios e sentimentos em turbilhão, não podia acompanhar. Em meio a tudo Callie segura o celular e disca e redisca o número de Penny, que teimava em estar desligado. Então, após umas 10 tentativas, ela resolve - de fato - observar Sofia e tem um momento de realidade:

— Sofiaaa, filha, vai com calma! Respira!! – Pede uma Callie sorridente.

Sofia para de correr e falar.

— Mamãe, você agora esta feliz?

— Sim! - Responde Callie sem nem pensar.

— Que bom! Estou feliz também. - Respondeu a menina que já estava pronta para voltar a correr, quando Callie a interrompe:

— Sofia, meu amor, é... Nós precisamos conversar. - Callie a segura pelo ombro. - Sente aqui.

Sofia senta no sofá e olha atentamente a mãe que está meio “sem jeito” em abordar, com a filha, a mudança que ira acontecer em sua vida.

— Bem, meu amor, eu não sei se a mamãe Arizona conversou com você, mas nós vamos viajar e...

Sofia interrompe.

— Eu sei, eu sei! Minha mãe me falou.

— Ah que bom! – Respira, aliviada, Callie.

— Você está feliz, mamãe e isso é o que importa. Nós não podemos ver quem amamos infelizes e não fazer nada, não é?

Callie observa a filha e não entende como uma criaturinha tão pequena pode falar uma coisa tão adulta.

— É, é verdade filha. Que bom que você sabe disso. Bem, a mamãe de fato não andava feliz, mas agora tudo mudou.

— Sim, eu sei, eu te vi chorar algumas vezes. Eu sei que era por causa da Penny. E isso não é legal, eu fiquei muito triste, achei que ela tivesse te machucado, mas contei para mamãe e ela me falou que não era assim. Que quando duas pessoas que se amam não podem ficar juntas,  sofrem e choram, e que é o coração que está machucado.

— É verdade, e... (Callie tenta continuar, mas a filha não deixa).

— Ela me falou que não era para eu me preocupar, porque ela iria te ajudar a sarar. E aí falou comigo que me amava e que queria muito que eu morasse com ela, mas que se eu morasse com ela, você não iria ficar feliz, porque não estava comigo e nem com a Penny e que nós não podemos ver quem nós amamos infelizes e não fazer nada para melhorar esta pessoa.

Callie, então, entendeu da onde Sofia tirou aquilo... E a menina continuou:

— Então ela disse que eu e você vamos fazer uma viagem muito legal e que eu vou ficar com você e com a Penny durante um tempo, mas que depois eu volto para cá para visitá-la e que nós vamos nos falar no telefone todos os dias. Ela falou que eu vou ter um quarto muito legal uma escola nova e muitos amigos novos. Ah! E ela disse que vai colocar no quarto dela várias borboletas para nós brincarmos quando eu vier ficar com ela. Ela disse que assim você não ficaria mais triste. Aí eu fiquei muito feliz!

Callie escutava Sofia e a observava encantada, não apenas pela desenvoltura da sua filha ao contar a conversa com a mãe, mas também estava achando lindo o que Arizona tinha feito. De uma maneira delicada e simples fez Sofia entender as coisas sem sofrer.

— Mãe... Mãe... Manhêeeeee!!!

Callie desperta de seu pensamento com Sofia gritando:

— Manheeeeeee...

— Oi, filha?

— Posso ir lá para fora? – Pergunta uma Sofia louca para sair correndo e brincar no quintal.

— Po...pode, claro. Vai, mas cuidado, tá bem? E não fecha a porta de trás!

— Ok, ok!

Sofia sai correndo pela porta e deixa Callie no sofá. Ela volta a pegar o celular e tentar ligar para a Penny inúmeras vezes, mas o celular continua desligado. Ela, então, resolve começar a pensar em tudo o que tem que fazer para que Sofia e ela possam viajar: arrumar a mala, encerrar a matricula de Sofia da escola atual e fazer a matricula na escola nova... Nossa! Era muita coisa e ela tinha que começar por algum lugar. Callie resolve ligar para Bailey para marcar uma reunião, afinal, ela não poderia deixar o hospital assim. Tudo antes estava encaminhado, mas como ela havia desistido de ir, as coisas meio que voltaram ao normal. Enquanto disca para Miranda, Callie relembra as palavras de Sofia e, de alguma forma, sem saber explicar, sua euforia estava menor. O telefone chama uma, duas e então ela desliga.

“Nós não podemos ver quem amamos infelizes e não fazer nada não é?” – Callie relembra esta frase da filha. Pensa e pensa... E continua a mente a repetir. “Nós não podemos ver quem amamos infelizes e não fazer...” “Nós não podemos ver quem amamos infelizes...” “...quem amamos ...”

Enquanto pensava, por um segundo, questionou-se... “Arizona se referia ao amor que Sofia tinha por ela ou era outra coisa?”

— Não, claro que é sobre Sofia. Imagina. Não poderia ser outra coisa. – Callie fala consigo em meio a sala vazia. Porém seu momento é interrompido por Sofia, que entra em casa correndo e falando:

— Mãe, eu lembrei!

— Do quê, filha?

— Eu esqueci de perguntar, o que é abneção?

— Abneção????? Como assim? Não sei o que é!

— Mãeeeee, adultos sabem das coisas! - fala Sofia indignada com a resposta de Callie.

— Mas eu não sei o que é Abneção, filha. Onde você ouviu isso?

— Foi o De Luca que falou para minha mãe.

— Mas em que contexto, Sofia? A mama não tem como adivinhar do que se trata...

— Ai...! Depois que a minha mãe Arizona conversou comigo ela me deixou no quarto arrumando minhas coisas e foi na cozinha. Eu fiquei no quarto, mas ela estava demorado muito, então eu desci e aí escutei o De Luca falando para ela que tinha sido abneção o que ela fez e que ela estava certa.

— Sofia, não seria Abnegação, filha?

— Ahhh é isso!!! – sorri Sofia, e continua. - Então o que é isso?

— Já te explico. – Diz Callie. - Mas o que mais você ouviu? – Pergunta, curiosa...

— Ele falou que ela estava certa... Ahh! E que era lindo!

— E o que mais?

— Não lembro...

— Tenta, filha...

Sofia senta na cadeira, coloca a cabecinha para cima e bate o dedinho indicador no queixo, em posição pensativa. Ela começa, então, a relembrar o que já falou.

— Ele disse que era abneção...

— Abnegação, interrompe Callie sorrindo...

— É, isso! Que era lindo, que estava certa, e...

— E...?! - Questiona Callie, nervosa.

— E eu acho que foi só isso. - diz Sofia, decepcionando a mãe.

— Ah, então tá bem, amor... Abnegação é quando fazemos algo de bom para uma pessoa mesmo que isso signifique que possamos ficar tristes.

— Ahhh, siiiiim. Mamãe, vou beber água. - diz Sofia, compressiva.

Sofia, satisfeita com a resposta, segue em direção a cozinha para beber água. Callie vai atrás.

— Quero sucooooo!!

— Ué, mas não era Água?

— Mas eu vi que tem suco... responde Sofia, sorrindo com uma carinha bem sapeca.

— Ok, ok! - Fala uma Callie pensativa, mas que sorri para a filha.

Callie serve o suco a Sofia e, enquanto a filha bebe, ela pega novamente o celular, mas desta vez é para ver se alguém ligou. Em sua cabeça ela espera que Penny ou Miranda ligue, mas ela é interrompida.

— Mãe, eu lembrei de mais uma coisa!

— O que, filha?

— O De Luca falou para minha mãe que era lindo ainda mais com tudo que ela ainda sentia por você... - Sofia para e pensa alguns segundos e continua... - Eu acho que eu entendi o que ele disse. Ele estava falando da minha mãe deixar eu ir embora, não é?

Callie ao ouvir as palavras de Sofia sente como se tivesse tomado um soco no estômago. O mundo gira por alguns instantes. Palavras vêm em sua mente...

“Abnegação”...”sentimentos”...”ainda sentir”...”ir embora”...”Nova Iorque”...”Penny”...”hospital”...”Sofia”.............”ARIZONA!”

Uma tontura a invade e Callie tem que se sentar rapidamente.

— Mamãe, você está bem?

— Estou sim, Sofia. Desculpe, filha.

— Eu acho que a minha mãe vai ficar triste se a gente for embora, mamãe eu não quero que ela fique triste.

— Não meu amor, a sua mãe não está triste. Sim, o que ela fez foi o máximo, ela me ajudou, eu estava triste, mas ela... Ela não está não, ela só que quer que todos sejamos felizes. Olha, fica tranquila, se a sua mãe estivesse triste eu saberia e, assim como ela fez para por mim, eu faria por era, iria ajudá-la a sarar. Agora, por que não vai lá para o seu quarto ver um pouquinho de desenho?

Sofia pula da cadeira e sai da cozinha parecendo ter entendido e confiado no que a mãe disse e deixa Callie com seus pensamentos e sentimentos que mais do que nunca estavam confusos.

“Como assim Arizona ainda sente algo? Como assim depois de tanto tempo, depois de anos? Meu Deus isso não é possível? Não, Sofia só pode ter ouvido errado!!! Mas como? Ela é muito pequena para criar isso sozinha!!! Eu... Eu estou bem, eu estou, ou melhor, estava feliz com a Penny, eu a amo, vamos morar juntas em Nova Iorque, eu estou com quem eu quero. Não, não posso me deixar duvidar do que tenho agora, isso não pode voltar a ficar confuso. Jurei para mim mesma nunca mais me deixar envolver pelas confusões dela. Callie, foram anos sofrendo e tentando consertar o inconsertável. Você está com outra pessoa. Você não a ama mais, lembra? Não ama! Você não sente nada, certo? Isso seria um retrocesso. Você não poderia fazer isso de novo... Calliope Torres você definitivamente esqueceu Arizona, certo?”

E em meio a todas essas perguntas que fez a si mesma, em meio à tontura, à loucura, uma Callie completamente abalada, só pode se dar uma resposta... “Eu, eu não sei se a esqueci.”


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Notas finais do capítulo

Espero de coração que estejam gostando. Por favor me deixem saber. bjs



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