Verdades Secretas escrita por Helena Lourenço


Capítulo 6
Capitulo Cinco — Passagens


Notas iniciais do capítulo



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Lembro bem da primeira vez que ouvi falar de Alec. Meus pais conversavam com nossos aliados, na época da quase-guerra, sobre os poderes de Alec e sua irmã gêmea, Jane. 

  Alec, o mais poderoso entre os vampiros, tornou-se um bom amigo (claro que meus pais nem sonhavam que eu havia me tornado Best friend forever do vampiro que pode paralisar-me e fazer o que tiver vontade comigo).  

  Mas eu só tinha um ano quando ele, junto da irmã e aquele vampiro que eu ainda acho estranho, vieram para meu aniversario, quando eu ainda era criança.  Lembro que eu disse para ele tirar a expressão seria do rosto e sorrir mais, porque ele era mais bonito sorrindo. Eu ainda não sei de onde tirei coragem e falta de vergonha para fazer aquilo, contudo.  

Alec olhou-me por um segundo, aqueles olhos vermelhos que me assustavam, para então sorri. A irmã dele parecia indiferente sobre as ações do irmão, mas o outro vampiro parecia realmente surpreso.

 Âmbar e Jeniffer ainda o olhavam descaradamente quando levantei da mesa. Elas me encaram, perguntando com os olhos o que eu estava fazendo. Não respondi, apenas sai, caminhando para perto de Alec.

  Ainda na entrada do shopping, pude ver o quando Alec estava diferente – a expressão leve, os músculos relaxados. Quem visse, pensaria que é apenas um adolescente de 17 anos se divertindo na noite.

— Feliz aniversario atrasado, Ness — ele disse, abraçando-me.

  Dei-me ao luxo de me aconchegar nos braços gélidos de Alec.  Ele contornou os braços a minha volta, como fazia quando eu era mais nova e ele tinha que me pegar no colo para me abraçar.

— Eu devia era arrancar sua cabeça, Volturi. — pontuei, dando uma leve tapa em seu braço que nem deve ter doido, afinal ele apenas riu. — você esqueceu meu aniversario, Alexander, amigos não fazem isso.

— Desculpe por isso, mas eu tive alguns problemas nos últimos dias — desculpou-se. A expressão em seu rosto era de dor e desconforto — não sou mais um membro da guarda Volturi. — olhou-me antes de continuar — Na verdade, fui expulso.

— Expulso? — perguntei, levantando as sobrancelhas.

   Alec era uma das jóias raras dos Volturi, Aro não o expulsaria assim, ou expulsaria? Alec não teve tempo de responder, pois, é claro, Âmbar e Jeniffer não se contentariam e ficar sentadas enquanto eu conversava intimamente com o cara que elas vêm falando repetidamente há três dias.

Jeniffer pigarreou e eu revirei os olhos.

— Âmbar, Jeniffer, esse é Alexander. — elas continuavam com a cara de bobas — Alec, essas são Amberly e Jeniffer, minhas amigas do colégio.

  Alec sorriu para elas e estendeu sua mão, que elas meio que disputaram que pegaria a mão dele primeiro. — o que causou uma crise de risos de Alec, devo acrescentar.

— Sou Amberly Johansson — minha amiga estava suando, e tremendo. Alec olhou para mim sugestivamente com a sobrancelha arqueada.

— Alexander Volt... — ele parou no meio da frase, e me olhou. Podia ver a dor na expressão dele.

— Voltero — acrescentei por ele, separando a mão de Âmbar da de Alec.

  Não sei bem o motivo, mas eu fiquei incomodada com o jeito que Âmbar olhava para Alec. Depois dos momentos de ataque de minhas amigas, voltamos para o shopping. Sentamos novamente na mesma mesa.  Alec sentou ao meu lado e segurou minha mão, apertando-a. Um gesto para demonstrar que ele não estava bem.

 Alexander Willian Volturi era conhecido por não demonstrar sentimentos, mas quando suas forças são esgotadas, é a minha ajuda que ele procura. Ele ria com as piadas sem graças de Âmbar, respondia as perguntas de Jeniffer, mas eu o conhecia para saber que ele não estava bem.

  Essa historia de expulsão dos Volturi, falta ele me explicar isso. Aproveitei que ele estava segurando minha mão, por baixo da mesa, e coloquei em sua mente:

          Alec, quando acabar aqui, você vai comigo para a Mansão Cullen e me explicar tudo. O.K?

Ele acenou concordando. Então um celular começou a tocar. Eu sabia que não era o meu e as meninas estavam olhando suas bolsas, mas foi a voz de Alec que revelou o dono do celular.

  — Alô?

  Podia ouvir os múrmuros de voz no outro lado da linha. Parecia uma mulher, histérica.  Alec parecia que ia explodir de raiva, ele apertava com mais força a minha mão.

— Você o quê, Jane?

 Claro, tinha que ser a irmã. Jane Volturi sempre me assustou, apesar de todos falarem que ela é a menos cruel.  Âmbar e Jeniffer olhavam para Alec, curiosas.

— Faça o que quiser, Jane, você sabe cuidar de si mesma! — pontuou, desligando o celular. Virou-se para mim — Acredita que Jane só esperou eu sair de Volterra para se agarra com Demetri?

Eu ri, lembrando das vezes que Alec falava comigo sobre a irmã estar com o rastreador. Seria cômico se não fosse trágico.

— Alec, deixe sua irmã ser feliz — disse, vendo as expressões nos rosto das gêmeas aliviarem-se — se Jane é feliz com Demetri, que mal tem isso?

Novamente um toque de celular, agora era o meu. Era minha mãe, provavelmente meus pais chegaram mais cedo e descobriram que eu sai de casa à noite. Que droga, eu estaria encrencada quando chegasse em casa, e ainda por cima com um ex-Volturi na cola.

— Mãe!

— Renesmee...  — ela começou.

                  ***

  Bati a porta do meu quarto com violência. Peguei a primeira coisa que vi pela frente (um vaso de flores que estava em cima da minha mesa) e a joguei contra a parede. Passei a mão por cima da mesa, fazendo as coisas ali em cima caíssem no chão e quebrassem. Agarrei meus cabelos e gritei. Gritei o mais alto que eu podia. Queria tirar a dor do meu corpo, queria que parasse.

 Ouvi alguém entrar, mas eu apenas peguei o relógio e o joguei contra a pessoa. Joguei-me no chão com força e chorei, chorei e chorei. A pessoa me pegou no colo e me embalou, afagando minhas costas. Então senti seu cheiro. Menta e Hortelã, sabendo de cara quem era, mas meus pais o deixaram entrar? Não importa, pensei me encolhendo mais nos braços gélidos de Alec.

— Eu sinto muito, Ness — sussurrou, depois fez com que eu o olhasse. Ele ainda estava com as lentes, o que significava que Âmbar e Jeniffer estavam lá em baixo.

  Voltei a chorar, não era forte o bastante para agüentar, pelo menos não agora. Alec continuava a afagar meus cabelos e de vez em quanto beijava meus cabelos.

  Alec era um bom amigo, sempre foi. Mesmo quando ninguém sabia de nossa amizade. Falava-nos diariamente pela internet, e ele que me amparou quando recebi a ligação de minha mãe falando que Charlie havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e não resistido.  Ele e as meninas me trouxeram para casa e eu sofri um ataque de fúria. Alec me deixou chorar em seu ombro, acalentando-me algumas vezes, até que a inconsciência me tomou, e eu dormi, até o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

R. P. I. Charlie 3



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