Verdades Secretas escrita por Helena Lourenço


Capítulo 7
Capitulo Seis — Erros


Notas iniciais do capítulo

Estava louca para postar esse capítulo desde quando escrevi ele. Esse é o meu preferido até agora, então espero que gostem tanto quanto eu gosto ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698718/chapter/7

   Deixei Ness dormindo no seu quarto e desci para o andar de baixo, sabia que teria que explicar para os Cullen o porquê de estar em Forks e como me encontrei com Ness, isso seria a parte mais difícil.

  Quando cheguei à sala principal, as gêmeas já não estavam lá, o que me fez agradecer a Deus, mesmo eu não acreditando muito nele. A primeira coisa que fiz foi tirar as lentes, o que me deixou muito aliviado.  Deixei meu corpo escorar na parede da escada, não me sentia bem em ficar no mesmo cômodo que os Cullen, mas eu teria que me acostumar a isso. Por Ness, e por mim mesmo. Não tenho para onde ir, nem para quem recorrer, e se não fosse pela minha amizade com Ness, eu estaria destinado a ser um nômade.

  Deixei que Edward lesse meus pensamentos, para que ele não suspeitasse de minha palavra. O filho de Carlisle olhou-me com os olhos cerrados, provavelmente vendo o que se passava na minha cabeça. Viajei para Volterra, mostrando o que tinha acontecido até o meu encontro com Ness, no Shopping, o que o fez fechar a cara. Dei um sorrisinho cínico.

— Muito bem, Alec — começou a falar calmamente, Carlisle. O patriarca da família Cullen não devia ter mais que 30 anos quando foi transformado. Aro contou para nós, da alta grada, sobre Carlisle, mas eu não me dei ao luxo de escutar. — é uma surpresa tê-lo por aqui.

— Acredito que sim — respondi, sinceramente. —, mas eu preciso de ajuda.

 Pude ver a troca de olhares que aconteceu entre os Cullen. Isabella olhou para Edward, receosa. Alice olhou Jasper e depois, com a sobrancelha arqueada, encarou Edward que acenou um sim com a cabeça, provavelmente respondendo a baixinha que Aro tanto anseia. Eu já não agüentava mais ouvir Aro planejar milhares de coisas para ter Alice com ele, motivos? Eu já sabia mais da vampira vidente do que o próprio loiro metido a gótico que chamam de Jasper.

Edward arqueou uma sobrancelha para mim, provavelmente achando graça nos meus pensamentos. Dei de ombros. Notei, então, que Rosalie e o vampiro fortão — Emmett? Não me recordo bem— não estavam presentes.

— Eles foram caçar — disse Edward, monotonamente —, agora, Alec, pode explicar o porquê precisa de ajuda?

Respirei fundo antes de começar a falar.

— Algumas semanas atrás uma criança foi transformada. — comecei, tomando fôlego (que eu não precisava, obviamente) — era uma garotinha loira de olhos azuis, ela tinha uns 12 anos. — fechei meus olhos — Aro me mandou para matá-la, mas eu vi a minha irmã naquela garotinha, quando humana. Sei disso porque tinha uma foto dela na casa onde eu a encontrei. Quando eu finalmente a vi, novamente enxerguei Jane, loira, olhos vermelhos. Não consegui matá-la, mesmo eu podendo levá-la para Volterra eu simplesmente a deixei ir. Aro ficou uma fera e disse que eu não era o mesmo desde... — parei, vendo o olhar assassino de Edward. Ele viu o que eu ia dizer. Prossegui — desde que conheci Renesmee.

  Vi a expressão surpresa em todos os rostos; era como se eu fosse humano novamente. Primeiro, Isabella, que me encarou com certa veracidade, depois Edward que me olhou como se pudesse me matar ali mesmo.  Jasper cerrou os olhos para mim e depois encarou Edward, dizendo-lhe algo. Que mania chata dessa família.

— Bem, isso também é surpresa. — comentou Esme — há quanto tempo conhece Renesmee?

— Desde a festa de aniversario dela — disse, cordialmente — quando Aro mandou Jane, Demetri e a mim para a festa.

— Sim, eu me lembro.

  A matriarca da família sorriu gentilmente para mim e instantaneamente lembrei-me de Sulpicia, que era como uma mãe para Jane e eu no castelo Volturi.  Quando eu cheguei ao castelo, junto com Jane, Sulpicia foi a que foi mais gentil conosco e foi a que me fez mudar de idéia sobre ficar lá. Além de Jane, considerava Sulpicia como minha família.

Você é uma boa pessoa Alec, não deixe que essa coisa de servir a guarda Volturi e de ser um vampiro te mate por dentro.

   Ela costumava dizer, quando eu tinha minhas crises e tentava me matar. Ela era a única que sabia dessas crises, e tinha Aro, que via em minha mente isso.  Ela afagava meus cabelos negros e, como uma mãe, dizia que estaria sempre comigo. O que era meio clichê, sabendo quem eu sou no mundo vampiro.

 Sorri de volta para Esme que voltou para perto de Carlisle, no momento em que Rosalie e o grandalhão voltaram. Ele logo tratou de ficar em posição de ataque, mas foi impedido por Edward, milagrosamente. O.K. Talvez eu não devesse julgar os conceitos de Edward Cullen.

— Tudo bem, Emmett — começou Edward — ele está aqui em paz, e você, rapazinho, não deve mesmo julgar meus conceitos. — acenei concordando — sente-se, Emm, tudo bem.

 O grandalhão, Emmett, sentou-se ainda me encarando. Como ninguém falou mais nada, eu ia continuar, mas fui impedido por um soco no meu nariz, junto com o cheiro mais horrível que se pode existir.

 Cambaleei, uns passos para trás, ainda assimilando o que acabou de acontecer. Coloquei a mão no meu nariz, sentindo-o cicatrizar, provavelmente o soco o fez rachar. Levantei o olhar para um cara extremamente musculoso e que fedia muito sendo segurado por Emmett, Edward e o loirinho metido a gótico Jasper. Ele bufava de raiva e estava ficado vermelho. O que era estranho já que ele tinha a pele avermelhada, amarronzada, eu sei lá.

— Jacob, pare! — disse Edward. Há, Jacob, o cara que tem um sabe lá o quê com a Ness, lembrei. — ele não representa perigo.

  Jacob olhou para Edward como se ele fosse doido, e soltou um riso irônico, provavelmente não acreditava no que Edward disse. Como eu sou o típico cara que gosta de provocar, fiquei em posição de ataque e rosnei para o lobo.

— Deixa, Edward — eu disse, sorrindo maleficamente. Ia ser divertido cravar os dentes no lobo. — qual será o sabor de sangue de transformo?

— Deixe de gracinhas, Alec. — disse Edward, soltando Jacob — está tudo bem, Jacob. Agora se sente.

 A contra gosto, ele sentou-se. Qual o problema dessas pessoas em sentar? Edward olhou para mim, o olhar me mandando prosseguir.

— Continuando — falei, endireitando a postura — quando sai de Volterra, não sabia bem para onde ir, então me lembrei de Renesmee — Jacob rosnou, e devo admitir que gostei do lobinho com ciúme. Era hilário. Edward parecia concordar comigo, ele estava segurando o riso. — e pensei que, talvez, vocês me ajudassem. Mas sei que estão em um momento difícil com a morte de seu pai, Isabella...

— Bella — ela corrigiu-me — me chame de Bella ou eu arranco sua cabeça. 

— Tudo bem, Bella — continuei — e não quero ser um problema.

— De jeito nenhum — Carlisle pronunciou-se — você pode ficar, Alec.

— O quê?  — Jacob levantou-se e gritou furioso, apontando o dedo para mim — Edward, ele é um maldito assassino, ele pode colocar a Nessie em perigo. Pelo amor de Deus!

Fechei meus punhos à menção de que eu poderia machucar Ness. Dei dois passos em direção a Jacob, mas o loiro gótico Jasper, que estava ao meu lado, colocar o braço na minha frente.

— Pode me chamar do que quiser, Jacob, mas não pode dizer que eu machucaria Renesmee.

— E por quê? — ele disse — está apaixonado por ela?

Senti meu corpo ferver. Quem aquele lobo pensa que é? Rosnei mais alto para ele. Eu iria atacá-lo, se não fosse à voz doce e delicada de Ness no topo da escada.

— Parem os dois! — ela disse, descendo, ainda parecia exalta. — não quero meus melhores amigos brigando.

  Jacob olhou para ela, e depois a postura relaxou, ao contrario de mim que continuava com os punhos fechados. Ness sorriu para Jacob e o lobo a pegou no colo, abraçando-a. Devo acrescentar que deixei clara a minha cara de nojo? Pois bem, fiz uma cara de nojo bem evidente.

  Jacob não se contentando com o abraço, deu um beijo nos lábios de Renesmee. Novamente, senti meu corpo ferver, mas me controlei. Desviei o olhar, não era obrigado a olhar para eles.

— Sinto muito por Charlie — ele disse, soltando-a — vou sentir falta dele.

— Todos vamos — disse Edward, abraçando Bella — mas temos que ser forte, sim?

         ***

  Nunca pensei que precisaria ir a um velório humano, vampiros são muito mais práticos quando morrem, apensas são jogados em uma fogueira e acabou.  Mas os humanos têm aquela coisa de se despedir da pessoa que morreu. Para que ficar sofrendo se você pode acabar com isso de uma vez? Mas não, eles ficam enrolando e na hora de enterra fazem um escândalo.

 Falo isso por causa da cena deprimente que aconteceu. Uma menina chorava loucamente, gritava (não como os grito de Ness na noite passada) e implorava para o humano voltar. Os cabelos escuros dela estavam molhados, os olhos verdes estavam avermelhados. O loiro gótico Jasper não agüentou ficar ali e saiu junto com Alice.

  Renesmee estava encolhida entre Edward e eu, chorava baixinho, enquanto Bella estava debruçada sobre o caixão e chorava sem lagrimas, afinal ela é uma vampira. 

 Jacob estava com um homem com um chapéu de vaqueiro em uma cadeira de rodas e cabelo comprido ate os ombros, talvez o pai dele. Servindo café as pessoas, estava uma mulher com traços indígenas, acho que a mulher que namorava o humano morto.

Os homens de branco — que supus serem da agencia funerária — chegaram, dizendo que estava na hora do enterro. Edward deixou Ness comigo (o que eu considerei um milagre) e foi tirar Bella de cima do caixão. Com relutância, ele trouxe a mulher para onde estava antes, mas dessa vez ele estava segurando-a para que não caísse. O que era estranho. Já falei que acho os humanos (e alguns Vampiros. Leia-se Bella) estranhos? Pois bem, eu acho.

— Alec — chamou Edward, olhei para ele — por que não leva Renesmee para a mansão? Ela não está em condições de ir, e Jacob tem que levar o pai para o enterro.

Renesmee ia resmungar algo, mas eu não deixei.

— Claro. — respondi, tirando-a da casa.

 Renesmee não demorou a dormir quando chegamos. Coloquei-a na cama e desci para a sala. Sentei no sofá sem ter muito que fazer, foi quando meu celular tocou, indicando uma ligação de Jane.

Atendi.

  — Oi, Jane.

— Olá, Irmão. Então? Eles te aceitaram?

— Sim, eles me aceitaram.

      Jane soltou uma risada satisfeita, enquanto eu só podia pensar no quanto eu estava sendo errado com Renesmee.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo narrado pelo nosso lindo e maravilhoso Alec ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Verdades Secretas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.