Verdades Secretas escrita por Helena Lourenço


Capítulo 5
Capitulo quatro — Olhos Dourados


Notas iniciais do capítulo



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                                  — Capitulo quatro —
                                     Olhos Dourados

  Parecia um daqueles sonhos em que você sabe que está sonhado, mas não consegue acordar. Meus pés estavam presos no chão, minhas mãos amarradas em cipós de árvore. Sentia meu rosto arder e minha pulsação acelerada, minha boca sangrava. Minha visão estava turva e sem foco, minha cabeça doía à medida que forçava minha visão.

  Era um quarto escuro, cheirava a corpo em decomposição. Tinha largas paredes feitas de barro vermelho. Não havia sinal de sol ou qualquer luz. Na parede ao Norte, tinha uma pequena janela, tapada com madeiras. Abaixo, uma mesa de madeira velha, cheia de papeis e uma garrafa de uísque na metade.

Senti cheiro de sangue se aproximar de onde eu estava não parecia ser uma casa, então supus que fosse apenas uma cabana. O cheiro de sangue vinha misturado com o cheiro de cigarro, provavelmente a pessoa vinha fumando. À medida que a pessoa se aproximava começava a distinguir o cheiro forte de uísque em seu sangue.

A porta foi aberta em um baque estrondoso, revelando a origem do cheiro de sangue. Ele era alto, musculoso, tinha uma enorme tatuagem de cobra em seu pescoço. Os cabelos loiros jogados para cima, bagunçadamente. Tinha a pele morena clara e os olhos pretos. Vestia um casaco de couro rasgado e uma camiseta branca por baixo e uma calça Jeans. Ele tinha um cigarro na boca, o que me fez prender a respiração.

Ora, acordou, Cullen?  ele disse, a voz misturada a fumaça que saia de sua boca.

Acordei ofegante, meu celular tocava em cima da cabeceira da cama. Em baixo estava um bilhete. Peguei-o e desativei o alarme do celular. Era dos meus pais.

 

Fomos caçar.
Vá para casa de seus avos, Carlisle levara você para a escola.
Beijos.
      Bella e Edward.

Sentei-me na cama, ainda com a respiração acelerada. Calcei meus chinelos e fui tomar um banho, na tentativa de tirar o sonho da cabeça. Demorei no banho mais do que deveria, certamente já estava atrasada. Âmbar e Jeniffer vão me matar.  

 Olhava para o amontoado de roupas em meu closet, sem saber por onde começar e me vestir. Em um ato de completo desespero, mandei uma mensagem para Tia Alice.

                            Pode me ajudar com o que vestir?

Arrependi-me na mesma hora em que Alice me fez sair de casa com um vestido verde florido e saltos. Não que eu não gostasse de saltou, mas para a escola?Mas como sou uma pessoa prevenida, coloquei tênis dentro de minha mochila.

  Carlisle me levou ate a escola no caminho do trabalho dele.

 Meu avô parecia preocupado, e por mais que ele não quisesse admitir, eu sabia que era com a saúde de Charlie. Na manhã seguinte ao exame de Charlie, descobrimos que ele, além da pneumonia, tinha um problema serio no coração e uma inflamação no mesmo. Carlisle resolveu que era melhor tratá-lo diretamente no hospital onde trabalha, pois lá ele teria mais assistência em caso de Charlie... Bem... Resolver brincar com o coração de minha mãe. Não que minha mãe tivesse um coração batendo.

  Despedi-me de meu avô com um beijo em sua bochecha e caminhei para a entrada da escola. A Forks High School, a mesma escola que meus pais se conheceram, era um conjunto de casas iguais, construídas com tijolos marrons. Havia tantas árvores e arbustos que no inicio não conseguia calcular seu tamanho.

Âmbar e Jeniffer estavam sentadas em umas das mesas no pátio quando cheguei. Elas estavam concentradas em uma conversa quando sentei com elas. Pelo que percebi, ainda era sobre o garoto misterioso.

— Ainda esse garoto? — perguntei.

Âmbar levantou uma sobrancelha para mim.

— Sim, Nessie, sim — respondeu, mordiscando um sanduíche — afinal, não é todo dia que se vê um garoto lindo daqueles.

— Você tem que ver, Ness — comentou Jeniffer.

— Claro — falei, ironicamente.

  Ficamos conversando até o sinal anunciando a primeira aula tocar. Literatura Inglesa. Essa aula eu teria sozinha, sem Âmbar ou Jeniffer. Sentei na terceira carteira da segunda fila, era um lugar bom. A aula começou e terminou sem que eu me desse conta, estava entretida demais desenhando no meu caderno.

  Cheguei em casa relativamente cedo, sai assim que terminou as aulas para não me atrasar. Âmbar e Jeniffer me fizeram prometer que iria sair com elas hoje, para talvez conhecer esse garoto que as gêmeas tanto falam. E tenho que admitir que estou curiosa em relação a esse garoto.

Alice me fez usar um vestido preto colado que ia até minhas coxas. Âmbar e Jeniffer estavam com roupas parecidas, então. Minha tia alisou meus longos cabelos acobreados (que estavam pegando uma tonalidade com de chocolate, como meu olhos. Mas não perderam o tom vermelho)

— Lembre-se, Renesmee — disse Alice, apenas para que eu escutasse — seus pais chegam amanha as três, então chegue bem antes disso, se não você já sabe.

Acenei com a cabeça e despedi-me de Tia Alice.

— Então — comecei — para onde vamos exatamente?

Elas sorriram, parando em frente a um shopping. Nós entramos e seguimos para a lanchonete do lugar. Sorte que eu estava de sobretudo, não ia ficar com aquele minúsculo vestido em m shopping. Sentei em uma das mesas perto da janela, eu estava de costas para a janela de vidro do lugar.

Âmbar e Jeniffer pareciam crianças quando vão ganhar presentes.

Foi então que senti um cheiro familiar. Um cheiro de menta e hortelã. Porem estava fora do shopping. Âmbar pareceu notar algo além da janela de vidro, pois cutucou Jeniffer e a mesma olhou, sorrindo.

Resolvi olhar também e me virei para deparar-me com um vampiro conhecido por mim. Ele continuava com os cabelos negros jogados, apele pálida e, é claro, de preto. Ele tinha as mãos nos bolsos na calça jeans. Ele percebeu que eu o olhava e sorriu, sorri de volta, disfarçadamente. Ele levantou mais o olhar e me assustei com o que vi. Os olhos. Os olhos não mais cor de rubis, não mais cor de sangue. Estavam dourados, claro com um tom de laranja fraco.  Conseguia ver isso através das lentes azuis que o vampiro usava, mas não foi o fato de seus olhos estarem dourados que me fizeram perguntar-me o motivo de estar aqui, foi à falta de seu colar de ouro que ele jamais tira. Vencida pela curiosidade, perguntei a ele em pensamento:

                   O que está fazendo aqui, Alec Volturi?


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Notas finais do capítulo

A descrição da escola é a mesma que a Bella descreve em Crepúsculo.
O que acharam dessa aparição do Sr. Volturi?



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