(...)

A dupla dinâmica V e Jin avistaram o letreiro luminoso do hotel, no mesmo instante que os outros os avistaram. Annie correu na direção deles, muito aliviada, ficando frente a frente com Jin.

— Ainda bem! Não aconteceu nada com você!

— Obrig... - Jin iria agradecer, mas foi surpreendido quando as mãos dela voaram em sua direção e agarraram a bolsa, puxando-a para si.

— Graças a deus... - ela afagava a bolsa. Os outros membros correram na direção do Jin e do V, jogando-se em cima dos dois.

Para afastar-se daqueles malucos, Annie deu um passo para trás, tropeçou e caiu sobre sua bolsa, no chão. - Não! - gritou chamando a atenção dos rapazes. Rapidamente ergueu-se e retirou um retrato da bolsa, abraçando-o desesperadamente, com lágrimas formando-se em seus olhos.

— Desculpe por sentar em cima de vocês, papai, mamãe.

(...)

— Cadê a comida? - perguntei indignado sentando na cadeira.

— Só vamos pedir quando todos estiverem aqui. - Rap Monster afirmou sério.

O estabelecimento estava mais que lotado, embora fosse grande. Só havia duas cadeiras vagas em nossa mesa. A comida iria demorar anos para chegar...

— E quem está faltando?

— Taehyung. - o mais velho respondeu debruçado sobre a mesa. Todos suspiraram profundamente.

— Mande preparar o almoço.

— Eu vou buscá-lo. - me ofereci.

(...)

— Ei... Senhorita, por que não nos apresentamos direito? Ontem foi um dia e tanto para todos, e acabamos não sabendo quem você é... - J-Hope parecia meio sem jeito falando com ela. - Sou J-Hope, a esperança do grupo. Esse é o líder Rap Monster, o velho Jin, o maknae de ouro Jongkook, o mais fofo Jimin, o doce Suga e o... único V.

— Sou Annie. - sorriu sem graça.

— Annie é um nome bem bonito. - Rap Monster se pronunciou.

— Para combinar com a dona. - Hoseok sorriu abobalhado.

A Annie ficou envergonhada, mas para disfarçar colocou seus fones e começou a assistir algo no celular.

(...)

— Vai pra onde? -a esperança é a última que morre, literalmente.

— Colégio. -puxou a camiseta, na parte do logo- Se é um maknae de ouro eu não sei, mas faça ele pagar a conta. Tchau! -gritou a ultima frase e saiu correndo, de novo.

— Mas o que? Nem vem hyung. Não pago nada. -cruzei os braços.

— Será que vamos nos encontrar novamente com ela? Ela é divertida. -o velho hyung sorriu.

— Espero que sim. -todos os outros membros concordaram.

(...)

Annie POV

— Argh. Não quero voltar pra escola, só de pensar que tenho que me encontrar com eles... - suspirei.

Contei mentalmente até 100 e entrei, só para me arrepender por completo...

— Olha o que temos aqui...

— Um gatinho perdido?

— Tá mais pra patinho feio perdido. - fui rodeada pelo trio de idiotas e me senti ofendida com o ultimo comentário.

Droga. Por que vocês tem que ser tão bonitos? - choraminguei mentalmente cogitando a ideia de bater ou agarrar pelo menos um deles.

— Saiam da frente. Preciso ir ou vou me atrasar. - tentei passar por eles.

— Ui. Ela tá arisca hoje. - um deles zombou.

Como era o nome dele mesmo? Pudim? Pózim? Ah. Park Jin. Merda. Merda. Mil vezes merda. Ele não devia ter esse cabelo lisinho e preto, esses olhos redondinhos e castanhos, nem esse corpo bonitinho.

— Tá olhando o que? - segurou meus pulsos rentes ao meu corpo e me prensou contra uma parede.

— Me solta. - grunhi.

— Só dessa vez, porque da próxima você não escapa. - riu e saiu dali com seus idiotas seguidores.

— Eu mereço. - suspirei e entrei.

O resto do dia se passou como os anteriores. Escola o dia todo, perseguições, ameaças, desentendimentos, brigas, e eu, como sempre, sem nenhum amigo. Tudo graças àqueles três idiotas. Oh. Muito obrigada mesmo.

(...)

Voltei para o hotel e antes que eu pudesse ir em direção ao elevador, ouvi meu nome sendo dito, ou melhor, gritado e girei meu pescoço automaticamente. Pra quê? Só para ver aquele grupo de pessoas de lindas vozes vindo em minha direção, rapidamente olhei para o outro lado e vi a garota de ontem, Mio.

Oh Droga! Que diabos eu tinha na cabeça de mandar ela voltar aqui? Mas que merda eu ia dar pra essa garota? Pensa Annie. Pensa.

— Ah! Já sei. - dei uns pulinhos de alegria.

Ela gosta de BTS não é? Então ela vai ter um pouco de BTS.

Corri até eles, quando cheguei perto o bastante para alcançá-los me virei e segurei em dois braços aleatórios, obrigando-os a correr junto comigo, feito desesperados, para dentro do elevador.

— O que foi isso? - algum deles perguntou.

— Preciso de alguma coisa. Suas roupas ou qualquer acessório. Rápido! - falei tudo embolado, eu acho, parando para respirar.

— Quer que a gente tire a roupa? É isso? - encarei o retardado que disse aquilo.

— Não foi bem o que eu quis dizer, mas se você quiser se despir aqui... Quem sou eu para impedir, não é? - o outro garoto riu.

— Então porque quer algo assim da gente? - Suga perguntou.

— Por que eu disse pra uma retardada! - gritei.

— Hmm. E o que quer, exatamente? - Jimin pareceu pensativo.

— Vejamos... - os observei de cima a baixo - pode ser só seu boné, Jimin, ou a touca fofa do Suga. - tapei a boca assim que terminei e me virei de costas para eles, morrendo de vergonha.

Ouvi umas risadinhas baixas e depois senti algo em minha cabeça.

— O que é isso? - olhei para cima, ops, para os garotos.

— Minha touca fofa. - o mais velho riu.

— Pegue o boné. - Jimin tirou o acessório e colocou em minhas mãos.

— Autografe. - eles riram.

— O que? Era pra mim chegar lá e dizer "olha o que eu consegui, o boné do Jimin, tá até com o cheiro do shampoo dele e tudo mais" - eles riram e eu fiquei sem graça novamente.

— Hyung, me empreste uma caneta. - a voz doce do Jimin ficava ecoando em minha mente.

Depois de assinar o boné ele me entregou e sorriu.

— Obrigada, de verdade! -pulei em cima do Jimin, o abraçando.

— Err... hmm... Disponha. - ele parecia um pouco desconfortável, então o soltei e fiz o mesmo procedimento com o branquelo. E foi quando as portas se abriram.

— Ei você! Oferecida! - isso foi comigo?

— Ahn...? - "desabracei" o docinho e encarei um grupinho de garotas que me matavam só com o olhar.

— Err... o que é isso? - virei para trás e olhei para Jimin.

— A.R.M.Y's. - acho que pela minha cara ele viu que eu não entendi - Nossas fãs.

— E é impressão minha ou parece que elas querem me matar? - recuei uns dois passos até bater minhas costas no peitoral do baixinho, que mesmo baixinho ainda era mais alto que eu -

— Calma - ele riu.

— Não sorria assim pra mim, está me assustando. - falei.

— Se eu fosse você corria.

— Suga! - dei um tapa em seu braço. Oh intimidade.

— Ok. Então vamos os três. - ele pegou minha mão e pela quinquagésima sétima vez no dia, começamos a correr.

Pulamos por cima de tudo e mais um pouco, pisei em cabeças e ainda me senti muito bem. Talvez pelo fato de estar com dois garotos lindo, que sorriam para mim, ou talvez porque no fundo eu seja uma pessoa má.

Descemos 15 andares correndo e passamos pelo resto do povo, não antes de gritar um "se escondam" para eles. Saímos do hotel e começamos a morrer, quer dizer, correr. Empurrei eles dois para um canto escuro -uia-, peguei a jaqueta do Suga e coloquei em mim, juntamente com a touca do mesmo e entrei em uma farmácia.

Jimin POV

Num momento estávamos, os 7, andando em direção aos nossos respectivos quartos e no outro eu e  Suga hyung estávamos sendo arrastados por aí. Com certeza eu fiquei sem saber como agir quando Annie me abraçou, então só consegui ser o alvo de risadas do hyung, depois ela me soltou e fez a mesma coisa com Yoongi, que também pareceu surpreso. Até que ela ficou bem legal com aquela touca do Hyung.

Ela chamou o hyung de fofo e ficou com vergonha, depois disse que o meu boné estava com o meu cheiro e foi a vez de nós dois ficarmos sem graça. Isso é estranho e legal ao mesmo tempo. Hahahaha, ela é muito divertida, não sei porque o Kookie implica tanto com ela.

(...)

Estávamos voltando para o hotel, sendo mais cautelosos dessa vez.

— Onde será que ela foi? - olhei para os lados.

— Acho que ela já deve ter voltado. - o hyung colocou uma mão em meu ombro.

— Onde aquela garota está? - o maknae nos abordou no quarto.

— Não sabemos, ela só empurrou a gente e saiu correndo.

— Essa menina não para não? - rimos.

— Ahh... estou cansado. - Rap Monster se jogou na cama.

— Ei. Vá para o seu quarto. - o empurrei.

— Vá você para o seu. - resmungou com a cara enfiada no travesseiro.

— Vou ter que dormir com o V hyung? Não! - lamentei.

— Vamos, nem é tão ruim assim. - ele falou.

— Ok. Boa noite. - nos despedimos.