Unworthy escrita por scrletvsn


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, pessoal!

Resolvi postar logo mais este capítulo que já estava pronto! Espero mesmo que gostem, estou publicando para caso apareça alguém apaixonado por Scarlet Vision e fique na vontade de ler histórias com eles. hihi



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Visão não sabia como perdeu o controle de seu dia. Em um momento estava tomando chá com Stark, tentando ter a primeira conversa decente a tempos, no outro estava sendo derrubado a vários andares por seres que ele não tinha ideia do que eram. A ironia do deja vu desta queda era quase engraçada. Quase.


Em algum momento daquele dia, o complexo dos Vingadores - que agora são só três, mas enfim - foi invadido por seres, provavelmente alienígenas, que não pensavam em nada além de atacar. Foram para cima do Visão assim que o viram e surpreenderam o sintozóide com suas forças. Para piorar ainda mais, Visão não conseguia mudar sua densidade contra os alienígenas. Era apenas sua força e jóia contra os inimigos.


Nem mesmo estes alienígenas podiam contra a jóia, é claro. Ele conseguiu derrubar algumas dezenas com o laser que sua jóia transmite. Mas ele não viu alguém puxando sua capa. Acabou levando um chute no estômago e, perdendo o controle de seus poderes e caindo alguns andares. Naquele momento Visão só queria parar de cair, foram quedas demais para um sintozóide que acabou de fazer dois anos.


Quando finalmente chegou no chão do subsolo, ele sentiu dor em todo o seu corpo. Ele era sintozóide sim, mas afinal, quem não sentiria dor com algo assim? Antes que pudesse reagir ou recobrar seus sentidos, foi puxado pelo pescoço. O ser que o puxou tinha mais de dois metros de altura, era roxo e muito, muito forte. Tratou o Visão como se fosse um boneco de pano. O jogou para todos os lados, quebrou todas as paredes daquele ambiente, socou e só parou quando viu Visão quase acabado no chão, com partes do corpo quebradas, líquido escorrendo de seu corpo e fios amostra. Fios porque ele é metade robô também. Aproveitando sua deixa, o ser ainda sem nome, o segurou pelo pescoço e tirou seus pés do chão.


Visão se sentia destruído, acabado. Não conseguia mudar sua densidade para sair daquele aperto e tinha certeza que aquele era seu último momento. Ele só pôde pensar em seus arrependimentos. Rhodey foi o primeiro a aparecer em sua mente. Ferir um ser humano nunca foi e nunca seria fácil para ele, mas ferir um amigo? Uma das pessoas que o ajudou a conhecer a humanidade? Não, ele não poderia aceitar que fez isso. Seu outro arrependimento foi seu criador, um pouco pai, Tony Stark. Visão não havia feito nada contra Tony diretamente, ele sabia, mas vê-lo se afogar em depressão sem conseguir ajudar era uma dor diária à ele. E seu terceiro pensamento foi na Wanda. Pensou no arrependimento de te-la deixado presa, de a ter deixado sair, de ter permitido que ela estivesse no meio dessa bagunça, de não descobrir o que sente por ela. Afogado em seus pensamentos e suas dores, Visão mal percebeu o ser falando com ele. Muito menos quando o soltou.


Quando o ar finalmente entrou em seus pulmões artificiais, Visão engasgou. Sua busca por ar era inimaginável e dolorida, mas aos poucos conseguiu acalmar sua respiração. Ele não tinha ideia de que podia se engasgar e perguntou a sí se era assim que humanos se sentiam. Quando finalmente tomou consciência de sí e de onde estava, Visão olhou para o lado e a encontrou. Wanda estava ao seu lado, com as mãos em seus ombros e um olhar perturbado. Para Visão era como ver um anjo. O ser jazia sem vida do outro lado da sala. Wanda salvou sua vida.


Apenas com suas trocas de olhares eles sabiam o que diziam um ao outro. Ambos sentiam saudades, alívio pelo outro estar bem, medo pelo o que estava acontecendo, havia um pedido de desculpas no fundo de seus olhares, mesmo que já tenham se desculpado antes. E, principalmente, havia amor. Mas aquilo nenhum dos dois conseguiu enxergar no outro. Ainda era cedo demais para isto.
— Precisamos ir, eles precisam de nós. - A voz dela soou mais forte do que como ela se sentia. Visão não pensou duas vezes em segurar a mão dela como apoio para se levantar.
Ele estava bem machucado, de alguma forma a força dos seres eram tão grandes quanto o vibrânium em sua pele. Tentando ignorar as dores no corpo e os ferimentos, ele a segurou pela cintura, lendo em seu olhar que estava autorizado a isso e voou para a caminho do andar que todos estavam.

— Você tem noção do que são? - Ele perguntou a ela, na esperança de que sua telepatia os ajudasse.

— De outro mundo, com certeza. Mas não consegui pegar muito mais do que isso. - Porque ele estava te matando. Mas ela não disse isso.
Quando encontraram o resto de seus grupos, surpreenderam-se com eles presos na parede, imóveis devido a alguma força invisível. Visão e Wanda quase entraram em pânico. Olhavam para seus amigos amordaçados, sem conseguirem falar e tentando miseravelmente pensar em um plano para tirá-los de lá. Antes de conseguirem agir, Wanda caiu no chão aos gritos.


A dor que ela sentia em sua cabeça era absurda. Não lhe mostravam imagens triste ou assustadoras, como ela faz com seus inimigos. Não, este tipo de tortura é aquela feita apenas de dor, com a única intenção de fazer o inimigo cair, tal como aconteceu. Um outro ser, ainda mais alto e assustador que o outro, surgiu a alguns metros deles. E antes que Visão pudesse reagir, a mão aberta do inimigo virou contra Wanda e a empurrou para o lado dos outros.


— É muito bom finalmente conhecê-lo. - A voz do ser era grossa e arrastada. Ele não estava acostumado a falar nessa língua e o sotaque forte foi a prova disso. - O chefe tem andado de olho em você.


— Quem é o chefe? - Visão perguntou andando lentamente para o centro da sala. Iria proteger seus amigos a todo custo e ficar próximo a eles era o mínimo que poderia fazer.


— Alguém que está bem irritado por ter sido roubado. - O ser andou também, seguindo os movimentos de Visão. - Quem você pensa que é para roubar uma das jóias do infinito, miserável?


Visão congelou em seu lugar, assim como todos naquela sala. Não que os outros não estivessem imobilizados antes, mas o choque ficou claro em cada um. Todos ali estavam ciente da busca e curiosidade incessante de Visão para descobrir mais sobre a pedra em sua testa. O sintozóide compartilhava seus poucos avanços a seus amigos sempre que os tinha. E ninguém ali esperava que fossem descobrir algo sobre justo naquele momento.


— Não roubei nada. Foi dado a mim. - Ele queria perguntar tudo. O que eram as jóias do infinito? Quem era esse chefe que o acusa de roubo? Outras foram roubadas? Mas sua mente não permitiu dizer em voz alta essas perguntas. Curiosidade o mostraria vulnerável e ele não podia parecer vulnerável para um inimigo que está com seus amigos nas mãos.


— Mentiroso! - O grito ecoou por todos os andares. - Eu devolverei a jóia à quem pertence!


E uma luta desesperada começou. De alguma forma o ser conseguia tocar Visão mesmo com sua densidade alterada. Isso resultou em alguns socos que Visão realmente não queria receber. Depois de passar dois anos vivendo neste mundo, ele já havia visto filmes suficiente para conseguir revidar de forma satisfatória. Infelizmente, depois de alguns minutos de luta, Visão enfim caiu. Sem forças para levantar, reagir ou se defender.


Ali, estirado naquele chão gelado, com o corpo todo ferido e sendo um espetáculo para todos os seus amigos, Visão pôde ver a morte pela segunda vez. E pela segunda vez sua curta vida passou por sua cabeça junto com seus arrependimentos. Quando a mão áspera do ser tocou seu rosto e se aproximou da jóia, Visão fechou os olhos. Para ele foi uma atitude covarde, mas não conseguia impedir. Estava com muito medo. Com os olhos fechados e o medo em cada célula - ou seja lá o que Visão tenha em seu corpo - , ele sentiu um vento rápido soprar e o peso que o prendia no chão não estava mais lá.


Quando abriu os olhos ele viu Thor. Majestoso com sua capa vermelho sangue. O príncipe de Asgard levantou o ser e falava com ele. Coisas que naquele momento Visão não conseguia e nem queria entender. Quando enfim o corpo sem vida do ser caiu sem vida no chão, Thor andou até Visão, deixou o martelo no chão ao seu lado e estendeu a mão. Ao se levantar, Visão não poderia deixar de sorrir por rever um grande e querido amigo. Os outros Vingadores - ainda podiam ser chamados assim? - estavam no chão recuperando o fôlego, mas finalmente livres. O sorriso logo se esvaiu quando Thor foi atacado pelas costas. O Deus começou uma luta mão a mão com um outro desconhecido. O seres de outro mundo pareciam ser bem mais fortes que os humanos, pois até Thor estavam cansando.


Visão então, se abaixou para pegar o martelo e terminar com isso. Segurou forte no martelo anão e quando foi levantar, não saiu do lugar. O ar saiu do corpo de Visão - e de todos que viam a cena -. Sem conseguir compreender e muito menos aceitar, Visão tentou de novo. E foram várias tentativas, inclusive com as duas mãos. O desespero apossava sua mente enquanto ele negava sua recente descoberta.


O ser acabou sendo derrubado com a ajuda de Tony. E no fim, todos se viraram para o Visão sentado no chão de cabeça baixa e as mãos ainda grudadas no martelo. Seus olhos estavam fechados, sem permitir que nenhuma expressão fosse revelada. Mas todos ali sabiam o que ele pensava, e sentiam pena, indignação, estavam confusos e, mais ainda: com medo. Porque o sintozóide que possui a tal Jóia do Infinito, o poder mais forte que viram no mundo não era mais digno do martelo de Thor.


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Notas finais do capítulo

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