Angel Melody escrita por Bruno hulliger


Capítulo 5
Canção inesperada




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Sophia não entendia o porquê de tanta revolta. No olhar de Isabelle: repugnância. Até parecia que a cadeirante era algum tipo de monstro. A rival olhava para a garota caída, impotente, e constantemente fazia gestos com as mãos, ameaçando socá-la com toda a sua força.

  E ela quase o fez, mas o destino foi justo e impediu tal ação. A porta da sala se abriu rapidamente, e de lá saiu um rapaz. Alto, bonito, pouco bronzeado, cabelos castanhos... Era Ricardo, que muito provavelmente foi chamado de outra sala pra discutir algo com o educador. Que segurou o pulso de Isabelle antes que ela pudesse dar o bote.

  —O que você está fazendo?! — perguntou o rapaz.

A garota ficou em silêncio, como se não possuísse nenhum argumento para usar em seu favor.

  —Responda-me!

  —Eu não estava fazendo nada... Ela caiu no chão e eu ia ajudá-la a se levantar, só isso — respondeu, mostrando um grande, simpático e falso sorriso.

  —Isso é verdade, Sophi?

  A garota ia dizer a verdade... Mas Isabelle lhe fez um gesto de desaprovação, e ela quase hesitou.

  —Não...

  —Não? — surpreendeu-se a rival — É claro que é verdade! Meu amor, não escute o que ela diz...

  “Amor”? Será que... Oh não... Os dois eram... Namorados?! Isso foi uma grande surpresa para Sophia, que permanecia imóvel no 

chão. Isabelle, para fazer Ricardo acreditar em sua mentira, começou a enchê-lo de beijos e carinhos. Aquela cena era quase uma tortura para a cadeirante. Ver um rapaz tão bondoso namorando uma víbora daquela... Pobre Ricardo... E ele nem sabia das maldades da namorada.

  Ignorando os inúmeros e falsos carinhos de Isabelle, Ricardo ajudou Sophia a se levantar, e colocou-a novamente na cadeira de rodas.

  —Você está bem? — perguntou o rapaz, preocupado.

  —Sim...

  —Tem certeza?

  A garota afirmou com a cabeça, mas parecia receosa. Ela tinha medo que a rival lhe fizesse algo de ruim.

  Após esse rápido conflito, as duas entraram na sala, e por lá ficaram durante algumas poucas horas, que tiveram seu ciclo interrompido graças ao recreio.

  Chegara a hora de deixar o colégio, Melody foi uma das últimas a sair. Sua condição de cadeirante a impedia de ser uma pessoa hiperativa por exemplo.

  Após poucos e longos segundos, lá estava a saída. E na saída: Isabelle, vasculhando com seu olhar cada pessoa que entrava e saía na escola. Mas o seu verdadeiro objetivo com isso era lógico: encontrar Sophia.

  A garota se assustou ao ver que a rival estava lá. Esperando por ela. Para assim, fazer algum bullying, ou então algo pior... Suas frágeis mãos trêmulas pararam imediatamente o movimento das 

rodas. Ela não poderia ir embora enquanto Isabelle a estivesse a estivesse aguardando.

  Mas daí ela se lembrou de seu primo Décio, que com certeza  estaria ao lado de fora. Ele não deixaria que ninguém a maltratasse! Então, tudo o que ela precisaria fazer seria: ir até a saída, e esperar que seu primo fosse buscá-la. Isabelle não se atreveria a atacá-la com alguém a protegendo. Esse era o jeito...

  Ainda insegura,  Sophia voltou a mover sua cadeira de rodas, e a levou em direção à saída. A maioria dos alunos já havia ido embora, o que de certa forma, era uma desvantagem para a cadeirante. Enquanto se aproximava, Isabelle lhe fazia um rosto deplorável. Mal parecia a mesma Isabelle que sempre chamava atenção por onde passava.

  —O que está fazendo aqui, estorvo? — perguntou a rival, sorrindo. — Pensei que aquele tapa tinha sido mais do que suficiente para...

  —Eu vou para casa... — interrompeu, encorajada pelo momento.

 —Ora, ora... Que coragem a sua... Interrompeu-me e nem se importou com isso. Realmente, você é um estorvo.

  —Me deixe ir embora!

  —Oh... Pobrezinha. Não se preocupe. Você vai embora. Mas veja só.

Melody olhou para o lado de fora do estabelecimento, e notou que Décio não estava lá.

  — Parece que o seu amiguinho não veio hoje... — prosseguiu a rival — Que pena. Mas não se preocupe...

  Ela segurou o equipamento e disse:

  —Eu te ajudo a descer as escadas.

  —Não, não... Isabelle, não! — a garota pendurou a cadeira na ponta de um dos degraus e ameaçava soltá-la a todo o momento. Sophia estava assustada, e dessa vez, ninguém iria ajudá-la...


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