Talvez seja um sonho escrita por Lorde Saphe


Capítulo 3
Tee Shirt


Notas iniciais do capítulo

Eu deveria ter postado esse capitulo junto com o anterior, mas por alguma razão eu esqueci. Essa música estava na minha cabeça quando estava escrevendo ele. Tee Shirt da Birdy ( https://www.youtube.com/watch?v=fTASJroi1Gc ). Espero que gostem !



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Eu estava acordado, mas todo o meu corpo parecia incapaz de se mexer. Podia ver um teto coberto de plantas e inscrições, a luz do sol entrava por uma possível abertura atrás de mim. Eu entrei em desespero. Preso em meu próprio corpo, nem mesmo gritar eu conseguia. Água pingava em algum lugar a esquerda. Uma garota segurava minha mão. Então eu ouviu algo que fez meu coração partir-se em mil pedaços. A garota que segurava minha mão chorava. Eu queria lhe falar que tudo ia ficar bem, mas minha voz ficou presa.

— Percy, por favor. Você precisa acordar. — Ela sussurrava, como em uma oração. Sua voz parecia que ia quebrar a qualquer segundo. A luz pareceu aumentar, tudo que eu mais desejava no mundo era lhe dizer que estava acordado, que ela não precisava chorar. Mas a luz me engoliu. Meus olhos doíam com a luz repentina.

Cobri o rosto com a mão e quando percebi que podia mexer novamente meu corpo tentei levantar. Minha cabeça estava explodindo e o mundo girando. Meu estômago repuxou, como se ele fosse uma pia cheia de água e alguém retirasse a tampa. Então lembrei da garota chorando. Esperei que meus olhos se acostumassem com a luz e me dei de cara com um quarto que nunca vira antes.

A coisa mais impressionante era uma grande prateleira de sapatos. Mas no lugar dos sapatos havia livros. Todos eles pareciam estar arrumados pelo o autor, o menor livro sempre ficava a esquerda e seguia para direita em ordem crescente. Os autores estavam em ordem alfabetica. Aquilo deveria ter dado muito trabalho e só de olhar eu sentia minha cabeça doer. Havia também do lado da prateleira uma pequena mesa de estudos. E diferente da minha, eu podia ver que aquela estava realmente sendo usada para estudos. Tinha várias anotações ao lado de imensos textos, citações circuladas, e um pequeno abajur de mesa. Do lado da cama tinha uma pequena janela com as cortinas abertas. Tinha um pequeno guarda-roupa azul no canto do quarto e duas portas, uma provavelmente levaria ao banheiro. De quem era aquele quarto? E mais importante, por que diabos eu estava nele? Enquanto eu tentava me decidir qual das duas portas levariam ao banheiro, a mais próxima de mim se abriu. Uma garota loira, entrou.

— Hey, você acordou. Pensei que teria que jogar água em você. — Pensei que aquilo era algum tipo de piada, mas ela realmente tinha um copo em mãos. Ela levantou o copo e começou a beber. Ela parecia ser da minha altura, tinha uma forma atlética e um certo bronzeado. Os cabelos eram loiros e pareciam despenteados, como se ela tivesse acabado de acordar. De alguma forma ela parecia mais bonita assim. Usava um short e uma blusa sem mangas. No meio da blusa havia a figura de um Iphone caindo na cabeça de Einstein, o que eu não entendi. Ela tinha as sobrancelhas levantadas, como se estivesse perguntando "E então?".

— É...Banheiro — Corri para a outra porta e atirei minha cara no vaso sanitário(era quase como se eu tivesse de volta a terceira série). Bem na hora. Vômitei. Havia um enxaguante bocal na pia, que era quase tão ruim quanto vomitar. "É...Banheiro", pelos deuses. Acho que eu poderia ganhar um concurso de melhor frase dita para garotas bonitas. Eu não era uma pessoa muito vaidosa, mas quando eu me olhei no espelho sobre a pia, desejei que fosse. Meus olhos verdes estavam um pouco vermeho. Meus cabelos estavam totalmente bagunçados, e não era do jeito bonito que o da Annabeth. Porque agora eu começa a lembrar quem ela era, embora ainda não fizesse ideia de como tinha ido parar na casa dela. Tomei coragem, respirei fundo e saí do banheiro. Ela estava agora com um copo de café na mão, sentada em sua mesa de estudos. Ela parecia estar se segurando para não rir.

— Vem cá, toma esse comprimido. Vai melhorar a dor de cabeça. Você vai precisar.

 — Olha, desculpa, eu geralmente não sou assim. Beber realmente não faz meu estilo. — Ela esticou a mão com um comprimido e um copo de água que estava em cima da mesa e voltou a bebericar seu café.

— Eu também não. — disse ela.

— Como eu vim parar aqui? — Eu realmente não lembrava dessa parte.

— Bem, você dormiu no balcão e eu não podia deixar você lá. Procurei um celular, mas você aparentemente não tem um. Então trouxe você pra casa. — Não sei se eu levaria um cara desconhecido para casa, mas fiquei agradecido por ela não ter me deixado naquele bar.

— Vem, o café tá quase pronto. E ela quer conhecer você.

— O que? Quem? — Ela finalmente sorriu.

— Minha mãe. — Bem, como se a situação não estivesse constrangedora o suficiente.

— Tente não ficar nervoso, ela pode farejar o medo. Juro.

Os olhos cinzas da Annabeth foram umas das coisas que mais gostei nela quando a vi. Duas perfeitas luas cheias brilhantes que combinavam perfeitamente com seu rosto e se transformavam em luas crescentes quando ela sorria. Quando entrei na cozinha e vi os de sua mãe, eu soube que nunca mais olharia eles da mesma forma. Eles pareciam pedras. Isso é, se pedras pudessem ser cruéis. Ela me analisou dos pés a cabeça por um segundo e depois sorriu. Aquilo fez eu pensar que meu cérebro tinha sido alterado pela bebida de alguma forma permanente e eu estava imaginando tudo aquilo.

— Então, Perseus, certo? Você deve está com fome. Os ovos estão quase prontos, sente-se. — Eu ainda me sentia esquisito ainda, e meu estomago estava fazendo um barulho estranho. Mas o cheiro de ovos, bacon e café fizeram eu me render.

— A comida está deliciosa, senhora. Muito obrigado. E...bem, desculpa por...tudo. Geralmente eu não sou assim, mas eu tive uma...é...— Percebi uma coisa. Os assuntos se tornam bem menos constrangedores quando se está bêbado. Ou falando com a mãe de alguém que você mal conhece.

— Desilusão amorosa. — Annabeth disse.

— Ah, o amor. O que eu sempre digo sobre o amor, Annabeth? — Ela tinha um tom de desaprovação, como se não ousasse acreditar que a filha tinha se apaixonado por alguém.

— Que não é sábio, nem inteligente, portanto, não merece atenção. — Ela repetiu com tédio, como se fizesse aquilo sempre. Me perguntei como alguém que tem esse tipo de pensamento pode ter um dia se apaixonado e tido uma filha. Após comer eu pedi desculpas novamente, e também agradeci por tudo. Annabeth me acompanhou até a porta. Era uma casa bonita, elegante. Tudo parecia estar no melhor lugar possível.

— Seus pais devem estar preocupados. — Annabeth estava parada abaixo do número quarenta e dois. O sol deixava seu cabelo mais bonito.

— Provavelmente esse é meu ultimo dia vivo.

Ela sorriu. Eu estendi minha mão. E ela a apertou.

— Percy Jackson.

— Annabeth Chase.

— Bem, foi um prazer conhecer você, Annabeth.

— Foi um prazer conhecer você, Percy Jack. Talvez a gente se encontre por aí.

— Sim, com certeza. Sempre que eu quiser pagar um mico, procurarei você.

Minha mãe estava um pouco ansiosa quando eu cheguei em casa. Primeiro ela me abraçou, depois começou a falar sem parar. Ela tentou ligar para a policia, mas só podia me dar como perdido após trinta e seis horas. No final, contei tudo que aconteceu e ela pareceu se acalmar.

— Então...você desaparece sem dizer para onde, passa a noite bebendo e depois vai dormir na casa de uma estranha. Mas está são e salvo.

— Mãe, desculpa, sério. Vou compensar a senhora de algum jeito.

— Que tal uma faxina geral na casa? — Depende do que a gente vai almoçar. — Ela sorriu e passou a mão pelos meus cabelos. Eu adorava isso na minha mãe. Ela conseguia ser bastante compreensiva, mesmo quando eu fazia coisas perigosas. Era como Grov


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O próximo já está escrito e tem minha personagem favorita nele, wait for it



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