Nascida para Morrer escrita por F T


Capítulo 3
Kaled Dome, 03 de fevereiro de 90503


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, demorei um pouco para postar um novo capítulo porque estava esperando mais gente se manifestar. Finalmente está aqui um capítulo novo e peço para que favoritem e comentem caso leiam isso, deixem suas sugestões ou pedidos e por favor digam se estão gostando e o que gostariam de ler. Falem comigo por favor e ajudem a história a ser atualizada e chegar logo ao fim. Boa leitura.



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Kaled Dome, 03 de fevereiro de 90503 a.c

Eu escolho violência (Game of Thrones)

 


      Clara corria em disparada pelos campos de Skaro, a guerra acontecia há tanto tempo agora que não podia se lembrar de um único momento em sua vida no qual de alguma forma não tenha se envolvido em uma batalha, sempre esteve fugindo e nunca pôde compreender os motivos que os levaram a aquela guerra milenar. Talvez não houvesse um motivo genuíno para que Kaleds e Thals continuassem a lutar após um milênio, mas a guerra sempre continuaria. Gerações e gerações forjadas naquela batalha interminável.

Clara era uma Kaled assim como Davros também era um Kaled, estavam do mesmo lado da guerra.

E eles estavam juntos desde que podiam se lembrar.

Em um planeta tomado por uma guerra infinita onde poucas coisas verdadeiramente são feitas para durar havia a amizade de infância entre Clara e Davros o que mais tarde se transformou em uma paixão inconfessa para que no fim se tornasse uma arrebatadora paixão. Davros naqueles tempos remotos, antes dos Daleks serem criados e de sua aparência ser deformada, era um homem alto, cabelos negros, pele branca, olhos castanhos. Clara não era muito diferente dele, tinha os mesmos cabelos negros apesar que os da garota eram muito maiores; a jovem mulher corria rumo ao laboratório daquele com quem vivia agora: Davros.

Os campos de batalha estavam sempre cheios de soldados e de mortos nos breves momentos de trégua, Clara havia deixado o laboratório dois dias antes para uma caminhada porém um ataque aéreo havia começado logo depois das minas de mãos se espalharem por todos os lugares. Agora, a trégua provavelmente proporcionaria a chance de que a jovem retornasse ao laboratório, havia escutado boatos de que Davros buscava desesperadamente informações sobre ela.

Clara imediatamente foi recebida no complexo militar, todos a reconheciam como a protegida do gênio Davros que um dia faria a guerra entre Thals e Kaleds chegar ao fim através da vitória dos Kaleds e a supremacia de seu povo. Clara não concordava com as ideias de Davros, quase sempre temia não reconhece-lo mais, afinal ele havia escolhido terminar com aquela guerra através da violência. Após acompanhar os soldados, Clara estava na frente do protegido laboratório e também lar de Davros, a garota já era esperada pelo cientista na porta.

—Clara - Disse Davros imediatamente puxando a garota em um abraço. - Eu estava tão preocupado.

Clara não disse nada, não pronunciou uma única palavra porque temia não ser capaz de sentir aquele abraço em plenitude. Sentia falta de Davros, o amava mais do que podia expressar em palavras e temia perde-lo mais do que temia perder a própria vida, isso sempre a cegou e sempre a tornou ignorante quanto a verdadeira natureza de Davros. Ambos foram criados em meio a uma guerra milenar, era algo violento e ele era o resultado disso. Como um homem criado na violência poderia desejar que o final de uma guerra não fosse também pela violência? O final pela paz apenas parecia concebível para Clara, ninguém mais em Skaro compreendia o significado de esperança.

—O que esteve fazendo nos últimos dias? - Perguntou Clara fingindo naturalidade após beijar Davros.

—Estive trabalhando em uma nova ideia - Garantiu ele com empolgação levando Clara até a grande mesa onde alguns rascunhos e cálculos haviam sido concluídos.

—Parece um robô - Disse Clara arqueando as sobrancelhas de surpresa.

—São armaduras, eu ainda não sei como chamar… - Rebateu Davros segurando a cintura de Clara casualmente enquanto a garota sorria segurando uma das folhas.

—Se fossem como robôs eu os chamaria de Daleks - A garota disse isso muito confiante olhando apenas para o o desenho diante dela - Daleks.

—É um nome estranho - Questionou o jovem estreitando os olhos - Tem uma mente muito imaginativa Clara.

Davros em seguida segurou a cintura de Clara, a garota sorriu enquanto era colocada contra a parede e beijada. Ele era bonito, Clara as vezes tentava ignorar todas as coisas atraentes naquele que a beijava. O beijo se prolongou por mais tempo até que o imenso barulho se fez, os alarmes de toda a instalação militar soaram, os militares corriam e o sinal de evacuação fora acionado.

—Quero que saia daqui Clara, é muito perigoso, os Thals estão invadindo - Garantiu Davros correndo até as anotações e as colocando dentro de uma pasta.

—Esperarei por você - Assegurou a garota, a garota impossível.

Davros estava prestes a discutir quando um incêndio começou no laboratório os surpreendendo em absoluto, o cientista foi até a porta a abrindo para que Clara deixasse o lugar. A jovem mulher puxou as mãos de Davros que deveria acompanha-la quando um Thal surgiu repentinamente fechando a porta e trancando Davros no laboratório.

Clara imediatamente foi jogada no chão pelo Thal que usava uma de suas armas superiores. Os Thals se pareciam com os Kaleds - sendo que os humanos se parecem com os Kaleds - porém eram mais altos, cabelos loiros, eram mais altos e resistentes a radiação. Clara não tinha chances, mas em um impulso conseguiu derrubar a arma do Thal que estava prestes a mata-la e começou a correr até o fim do corredor, sabia que não deveria deixar Davros para trás.

A garota conseguia ouvir os gritos de Davros que podia acabar se queimando nas chamas, Clara precisava fazer algo heroico, precisava salva-lo e exatamente por isso quando chegou no próximo corredor encontrou um soldado Kaled abatido ainda com uma arma carregada, era a única e provavelmente a última alternativa de Clara. Ela segurou a arma e retornou para o lugar de onde havia partido, decidiu ser corajosa e atirou nos poucos Thals que surgiram em seu caminho.

Clara escolheu a violência, ela escolheu violência como todos os outros.

A garota finalmente chegou na porta do laboratório em chamas, Davros estava ainda contra a porta pedindo para que alguém o libertasse e Clara imediatamente quebrou o vidro manualmente usando a grande arma militar que segurava. Davros foi libertado e caiu imediatamente no chão incapaz de se movimentar, estava muito ferido e os planos eram a única coisa que continuava protegida por suas mãos levemente queimadas. As vezes era evidente para Clara que nada importava mais do que a arma que seria criada, nada significava mais do que aquela criação para Davros, mas a garota precisava tira-lo dali. Ele era o único capaz de construir algo que terminaria a guerra.

—Preciso que enfrente a dor e caminhe ao meu lado - Pediu Clara ainda segurando a grande arma - Iremos deixar esse complexo, hoje você é, mais uma vez, o garoto que não irá morrer.

Davros assentiu concordando, colocou um dos braços no ombro de Clara e percorreram os corredores rumo a saída com a garota atirando com a mão livre em todos os poucos Thals restantes. Foi então que chegaram a porta de segurança do complexo, estavam diante dela e a mão de Davros se guiou com dificuldade até o sensor que finalmente liberaria a passagem. No instante seguinte foram cercados por uma enorme quantidade de Thals, Clara imediatamente empurrou Davros para aquela que era praticamente a saída final e continuou atirando sabendo que estava em desvantagem.

—Vamos Clara! - Pediu Davros reunindo forças para estender a mão para Clara.

A garota iria atender o pedido quando algo novo surgiu. Um homem de roupas espalhafatosas, cabelos brancos e com um dispositivo eletrônico estranho - era a terceira regeneração do Doctor - aquele que corria tentando fugir da imensa confusão na qual havia se metido após conhecer os Thals. Ele havia se perdido, havia sido preso pelos Thals e agora tentava impedir que eles matassem mais pessoas. O Doctor não sabia que aquela geração de Kaleds em questão era aquela que abrigava Davros, que preparavam o universo para sua maior ameaça. Ele apenas sabia que estava em Skaro muito antes dos Daleks, antes de Davros, antes de haverem culpados ainda maiores.

Clara sentiu um impulso irresistível de ajudar aquele homem desconhecido, era alguém que parecia merecer ajuda. Ela continuou atirando enquanto a porta atrás dela se fechava vagarosamente, o Doctor que antes estava no final do corredor agora se mostrava mais próximo e então puxou o braço da garota impossível assim que se aproximou para que os dois pudessem atravessar juntos a porta final do complexo, porém era muito tarde. Era um pouco tarde demais.

Clara se distraiu com o toque do Doctor, com o fato de aquele estranho homem te-la visto e um dos Thals atirou primeiro. Clara sentiu o impacto no próprio peito, sentiu seu corpo se curvando para trás tentando absorver o impacto e escutou o grito de “Não!” proferido por Davros atrás de si. Aquele “não” foi a última coisa que Clara escutou, contudo a última coisa que viu foi o Doctor em choque atravessando a última fresta restante da porta do complexo antes de se fechar.

Naquele dia o Doctor não se encontrou com Davros, ele apenas arrastou um jovem rapaz que ferido e carregando uma pasta negra também chorava pela morte da amada incapaz de ter o corpo dela de volta, incapaz de dizer algo que não fosse “Não”. Naquele dia o Doctor deixou esse jovem na parte de fora do complexo invadido sem compreender o próprio papel ou o papel da garota impossível.

Anos depois Davros terminou sua criação, os Thals invadiram mais uma vez o laboratório o deixando deformado e ele chamou as criaturas que terminaram a guerra entre Kaleds e Thals de Daleks. Ele nunca se esqueceu que Clara dissera que se fossem como robôs eles deveriam se chamar Daleks e de certa forma Davros os fez para parecer cada vez mais com máquinas.

Foi assim que aconteceu em Kaled Dome.

Em Skaro, Clara morreu mais uma vez pelo Doctor e apenas uma vez viveu por Davros.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Pedidos? Falem comigo, comentem, deixem suas impressões, recomendem se quiserem e favoritem por favor. Preciso muito de vocês para que a história continue, sem isso é simplesmente impossível. Muitos beijos queridos.



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