A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 66
Capítulo Sessenta e Seis - Nosso Trato


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei.
Eu não estava conseguindo escrever esse capítulo, mas finalmente saiu.
Espero que gostem.



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                Belinda entrou no quarto e foi recebida por Rúnda, que estava aninhado no travesseiro de sua cama. A visão de seu mascote pareceu tornar seu retorno para a Mansão Malfoy, tudo o que Dorian lhe contara e o jantar que a esperava, real. Tudo tão real que pesou em seu peito. Lestrange caminhou até sua cama e sentou, esticou a mão trêmula e pegou o gato no colo, sentindo uma lágrima escorrer, o que a fez respirar fundo e fechar os olhos, tentando se acalmar com os miados do mascote, que parecia preocupado de alguma forma. Bell sempre se questionara se era loucura de sua mente achar que compreendia o que Rúnda tentava dizer através dos miados, contudo de algum modo ela sentia entender.

 -Olá, meu amor. –Ela o cumprimentou em voz baixa, o acariciando entre as orelhas. –Senti sua falta.

                Rúnda miou e ganhou um beijo no topo da cabeça. Bell o ergueu até ficar na altura de seu rosto.

 -Eu sei que demorei, mas estou de volta, não é? –O gato miou mais prolongadamente e bateu de leve a pata no rosto da dona, que sorriu de canto. –Estou bem, tá bom? Não precisa se preocupar. –Ele miou mais uma vez. –Não se preocupe, as coisas irão se resolver.

                Belinda analisou o vestido que havia dentro da caixa que estava sobre a pia de seu banheiro, era um vestido extremamente delicado e meigo, o que a fez recordar de uma de suas várias conversas com Dorian.

 -Seja lá o que acontecer, ao encarar um Comensal, você nunca deve parecer delicada, sim decidida e forte. Caso eles notem um mínimo de indecisão e fraqueza, você se verá presa nas mãos deles. –Ele lhe alertara há bastante tempo, mas o conselho lhe cabia perfeitamente aquela noite.

                Lestrange bufou e descartou o vestido, indo até seu closet e o abrindo, ela havia, há bastante tempo, comprado um vestido negro muito bonito, mas que exigiria grande exposição. Algo que ela comprou por impulso, somente para irritar Lucius e gastar dinheiro, contudo não se imaginava usando realmente. O que a fez bufar levemente e o retirar do cabide.

                Belinda se encarou no espelho e suspirou. O vestido que usava era uma peça negra com uma enorme fenda no lado direito, que seguia quase até o topo de sua coxa pálida e desenhava suas curvas. A ankle boots toda fechada até o tornozelo de um escarlate chamativo e bonito de salto alto e fino a deixava bem mais alta que o normal. Belinda não era acostumada a se exibir daquele modo, normalmente preferia seus jeans e camisetas, mas naquele dia ela sabia que deveria estar diferente do que era acostumada. A faixa negra em seu antebraço esquerdo como sempre chamando atenção. Bell jogou o sobretudo cinza-escuro sobre os ombros. Estava bom o suficiente. Não era ela, todavia era bom o suficiente para seja lá o que aquele jantar fosse representar.

                Draco ajustou a abotoadura do terno preto e passou a mão no cabelo, não estava minimamente confortável em ir jantar em meio aos Comensais da Morte enquanto o pai estava na prisão, mas não havia como adiar ou ignorar o chamado. O rapaz respirou fundo, sabendo que Rabastan estava no escritório com Narcisa, foi quando viu Belinda entrar na sala. Ela estava diferente, não somente sua presença, até a forma de se vestir e sua postura.

 -Tá bonita. –Ele parabenizou e ela assentiu.

                Belinda encarou o rapaz por um momento. Draco estava mais pálido que o comum, parecendo com raiva e medo do mundo. Houve um momento de completo silêncio, onde um contemplava o outro, vendo o que a maldita borra de café em uma aula de Adivinhação tão distante e que nenhum queria realmente acreditar, estava certa e finalmente se concretizando.

                 Bell não pensou em nada, somente atravessou a sala e abraçou o melhor amigo, que devolveu o abraço e ela o sentiu tremer levemente.

 -Nós iremos conversar quando voltarmos daquele inferno, tudo bem? –Sussurrou e ele assentiu.

                Draco realmente sentiu que poderia cair no choro se ela não o soltasse imediatamente e como se a menina tivesse lido sua mente, o soltou e tocou o rosto dele delicadamente.

 -Achei que você fosse direto. –Ele comentou, tentando evitar os sentimentos de desespero.

 -Não sem antes vir ver como você tá. –Ela sorriu de leve. –Sou a pior pessoa, mas não a esse ponto.

 -Obrigado.

                Belinda assentiu e ajustou a gravata do amigo, que a permitiu alinha-lo da melhor forma possível.

 -Agora iremos enfrenta-los juntos. –Ela assegurou, mexendo na lapela do paletó do rapaz. –Sei que demorei a voltar, mas agora tô aqui, tudo bem? –Ela o encarou fixamente.

                Draco compreendeu que ela o perdoou, entendia que ela estava deixando claro que estava ao lado dele em toda aquela confusão e que ele não ficaria sozinho. Era irônico que o mundo de ambos estivesse desmoronando para que conseguissem retornar a amizade, todavia era bom, porque assim nenhum ficaria isolado do mundo no final.

 -Senti tua falta, Black. –Ele comentou.

 -Eu sou incrível, obviamente você sentiu. –Ele sorriu, mas não sentia felicidade. Ela sorriu de volta, também sem humor real.

 -Viramos as marionetes que tínhamos medo, no fim das contas. –Ela comentou, dando um passo atrás e analisando o rapaz.

 -É o que tá parecendo. –Concordou com ele.

 -Bem, só nos resta fazer nossos trabalhos, até acharmos a deixa perfeita para cortarmos os fios. –Ela deu um sorriso sombrio. –Não nasci para ser brinquedo de ninguém.

                A frase era preocupante, mas de algum modo desesperado, dava um fio de esperança para ambos no meio daquela confusão toda que estavam metidos.

 -Ferinha. –Rabastan chamou e ela se virou para ele e para Narcisa.

 -Ciça. –Ela cumprimentou de forma delicada e com um leve sorriso.

 -Como você está, minha querida?

                Belinda podia ter perdido a paciência de conviver com Narcisa, mas a mulher ainda era parte de sua família, o que a fez caminhar até ela, abraça-la e beijar sua testa.

 -Sinto muito pelo que houve com Lucius. –Ela tocou o rosto de Narcisa, que parecia doente de algum modo.

                Os olhos de Narcisa brilharam.

 -Não dirá que foi culpa dele e que ele procurou por isso?

                Bell sorriu de canto, sentindo a dor e amargura de Narcisa.

 -Não irei tripudiar dele, Narcisa. –Ela assegurou. –Muito menos de você e do Draco, deveria saber disso. De fato sou uma pessoa terrível, mas eu não irei ser baixa assim com vocês.

 -Sinto muito. –Ela suspirou.

 -Eu sei, as coisas devem estar realmente complicadas, mas vamos passar por isso juntos, tudo bem? Afinal, os Black sempre estão juntos, não é?

                Narcisa respirou fundo e a abraçou novamente.

 -Fico feliz que você esteja de volta em casa, minha querida.

                Rabastan permitiu que Narcisa aparatasse com Draco primeiro.

 -Tem a probabilidade de que o Lord das Trevas esteja presente, Ferinha. –Ele informou, a fazendo arregalar os olhos.

 -Como?

 -É bom que você esteja vestida assim e que mantenha a compostura. –Ele assegurou. –Esteja ciente de que se Bellatrix ou mesmo meu Lord ou Nagini notarem insegurança em você, as coisas podem ficar complicadas. Sem falar que esse jantar não é somente para ver sua aparência, Ferinha, vai além disso.

 -Nagini? –Ela fez careta, não reconhecendo o nome.

 -Você irá conhece-la, é o bicho de estimação do Mestre.

 -E por que diabos ela seria perigosa?

 -É uma Serpente, Belinda. Uma enorme Serpente.

 -Eu realmente não sou fã de cobras enormes.

                Rabastan notou que ela estava tentando focar nos detalhes pequenos, ao invés do que realmente importava.

 -Tenha calma, foco e não deixe que notem sua insegurança e medo. –Ele mandou. –Você tem que ser uma perfeita lady essa noite, uma bruxa excepcional e segura. Deixe de lado qualquer medo ou receio que tenha sobre quem são os Comensais da Morte ou a quem servimos. –Bell assentiu. –Se as coisas começarem a sair do controle, tenho um plano de contingência, então se acalma.

 -Você está dizendo que irá me salvar? –Ele debochou, arqueando a sobrancelha e dando um leve sorriso de canto.

 -Não posso deixar você morrer até matar Bellatrix, é nosso trato. –Ele sorriu.

                Bell respirou fundo e segurou o braço dele, o olhando seriamente.

 -Vamos fazer nosso trato valer, Rabastan.

 -Não costumo falhar com minha palavra, Ferinha.

                Belinda desaparatou em frente à entrada da Mansão Lestrange, que não estava visível, o que parecia ter deixado Narcisa desnorteada.

 -Mais proteções? –Belinda questionou, seguindo até onde sabia ser a entrada e deixando Narcisa chocada.

 -Algumas. –Rabastan confirmou, vendo a menina caminhar até a entrada e tocar a mão no portão, o empurrando, mostrando a entrada da casa para todos.

 -Como você sabia? –Narcisa questionou.

                Belinda a encarou com um sorriso de canto, de algum modo parecendo feroz e provocativa.

 -Essa casa, independente de quem esteja nela nesse momento, é minha, Ciça. Então conheço a porta de entrada da minha casa.

 -Bella irá adorar saber disso. –Rabastan zombou.

 -Bem, se ela tem algo contra, pode ir reclamar no Ministério. –Bell deu de ombros, enquanto caminhava seguramente para a porta da Mansão. –As escrituras estão todas em meu nome.

 -Nisso não podemos discordar.

 -Claro que não. –Bell sorriu. –Afinal eu sou a única Lestrange que não foi presa, então todos os bens Lestrange são legalmente meus.

 -Creio que isso signifique que eu estou falido, então?

 -Podemos dizer que sim.

                Rabastan sorriu.

 -Algo que eu possa fazer para você me devolver minha fortuna?

 -Não, pra isso teria que me dar mais do que tenho. –Ela sorriu por sob o ombro, embora não chegasse aos olhos. –E você não tem fundos pra isso.

                Rabastan sorriu.

                Draco estava surpreso com a segurança que a menina demonstrava, o que o fazia se perguntar se ela sabia que havia probabilidade de Voldemort estar na casa. Mas algo lhe dizia que sim, mesmo quando ela empurrou a porta de entrada e foi a primeira a entrar na Mansão.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo.



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