A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 48
Capitulo Quarenta e Nove – Verdades Mutáveis


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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                Os quatro seguiram para a Torre no quinto andar e se jogaram no chão, Freddie e George fazendo questão de ladear a menina.

                Todos viram Belinda retirar algo menor que uma unha, tão pequeno que ninguém conseguiu distinguir do que se tratava, não até ela sorrir e erguer os olhos para Taylor.

—Preciso que alguém coloque isso nas coisas da Chang. –Ela anunciou. –Escondido, preferencialmente, no colchão.

—O que diabos é isso? –Ty quis saber, enquanto via Freddie pegar o objeto minúsculo.

—Eu quero dar uma lição na Chang, pelo que houve com vocês. –A expressão dela fechou, enquanto seus olhos encaravam a marca na mão morena. –Não devo contar mentiras! –Ela bufou. –Gostaria que isso fosse marcado na testa daquela Vadia cor de Rosa.

                A raiva que todos sabiam estar ali, foi, por uma fração de segundos, demonstrada.

—E o que isso fará? –George quis saber, quando finalmente a coisa estava com Ty.

                Belinda coçou a testa e deu um breve sorriso, desprovido de qualquer sentimento.

—Não a machucará. –Ela prometeu. –Mas a cada vez que Chang deitar na cama dela para dormir, vai ouvir o choro de uma Mandrágora, sem parar, não até que amanheça ou ela esteja fora do quarto. –Esclareceu. –Não tão alto, na realidade, porque isso poderia prejudicar mais do que simplesmente o sono noturno dela. –Bell deu de ombros. –E durante o dia não terá efeito algum.

—Preciso perguntar. –Gina a encarou sorrindo. –Onde você conseguiu isso?

—Hey, tenho meus contatos. –Ela quase pareceu divertida.

—Devo me preocupar que alguém tente roubar você da gente? –Freddie sorria.

                Belinda sorriu de volta, Dorian conhecia mais Feitiços do que ela imaginara, incluindo algumas magias que poderiam ser consideradas Magia Negra, mas o pequeno presente de Chang não era incluso nessa categoria.

—Ninguém poderia realizar um feito desses.

                Taylor pensou em Flavinha e Jonathan, que também acabaram sendo pegos por Umbridge, graças a fraqueza de Cho, algo que no mínimo a metade da Corvinal estava irritada. Ela merecia uma lição e se isso não a machucasse, não teria problema.

—É só colocar na cama? –Ty perguntou e Bell sorriu de canto.

—Só.

—Considere feito. –Ele sorriu. –Ironicamente a Flavinha é amiga de uma das meninas que dividem o dormitório com a Chang.

—Ótimo.

—Ela não vai dormir por um longo tempo. –Gina comentou sorrindo.

—Não necessariamente, como disse antes, isso só funciona a noite.

—Que seja. –Gina parecia tranquila, as vezes Belinda realmente achava que ela e a ruiva haviam sido colocadas na Casa errada. –Mas é a noite que temos tempo de verdade pra dormir, então... –Ela deixou a frase no ar, sem ser finalizada.

                Belinda tinha de concordar, o dia em Hogwarts eram corridos, para aqueles completamente dispostos a nunca perderem aula.

—E se ela fugir para o dormitório de uma amiga? –George quis saber.

—Corvinos são nerds, no fim das contas. –Freddie concordou. –Ela pode perceber.

—Não se preocupem com isso. –Taylor informou. –Ninguém, depois do ocorrido, está disposto a falar com a Chang, muito menos a dividir o quarto.

              Belinda assentiu e se jogou no chão. Não gostava de saber, por mais que não suportasse alguém, que a pessoa estava solitária, ela sabia o quão a solidão poderia ser fria e dolorosa.

—Que fique em um lugar que não dê pra ser visto. –Ela indicou.

—Flavinha vai dar um jeito. –Ty assegurou e ela sorriu novamente.

               Todos conseguiam ver que ela estava seca, não havia sentimentos nenhum em seus sorrisos, o que os deixava cada vez mais preocupados.

 

 

               Belinda atravessava o jardim, quando viu Chang, não havia passado nem mais de uma semana, mas a menina estava inacreditavelmente pálida e cansada, as olheiras escuras abaixo de seus olhos a deixavam com o ar doente.

—Veja só se você não fez um ótimo trabalho. –Taylor comentou, jogando o braço pelos ombros da menina.

—Não gosto de pegar pesado a esse nível. –Ela admitiu. –Mas ela falou o que não devia para a pessoa errada e sobre as pessoas que estão sob minha proteção. –Deu de ombros.

—Fiquei sabendo que ela chamou um dos professores, não sei qual deles, para ver o que estava acontecendo. –Ele confidenciou. –Mas não havia vestígio algum. Estão dizendo que ela está louca.

—A intenção é essa. –Belinda tentava colocar diversão na frase, mas não tinha nada.

               Taylor assentiu e a encarou preocupadamente.

—Você também parece que não anda dormindo tão bem. –Ele falou mais baixo e a viu dar um pequeno sorriso de canto.

                Belinda admitia não estar dormindo muito, passava a maior parte de tempo treinando com Dorian, sua capacidade na Occlumency finalmente estava dando bons resultados, assim como sua melhora em Poções e Feitiços. Porém isso exigia uma dedicação que a levava a exaustão, se estava dormindo mais de 3 horas por dia, era muito.

—Considerando que a Vadia cor de Rosa não nos ensina, tenho que dar um jeito de aprender sozinha. –Ela informou, se afastando do rapaz e encostando em uma árvore.

                Lestrange notou que fazia muito tempo que ela não apreciava o jardim de Hogwarts, na realidade, fazia muito tempo que ela não andava tão livremente pelo Castelo, ainda se irritava facilmente com os olhares que os alunos lhe lançavam, mas naquele sábado ensolarado, estava decidida a ignorar a todos e aproveitar para desenhar algo, antes de sair para encontrar Dorian.

—Lendo muito? –Ele quis saber, se sentando de frente para a menina.

—Bastante. –Ela sorriu.

                Taylor viu Draco alguns metros dali, os olhos cinza fixos em Belinda.

—Posso perguntar algo? –Ele chamou, a vendo tirar o material de desenho da mochila. –E depois vou embora e deixo você desenhar.

—Você não irá arredar essa bunda daí. –Ela decretou, mas não parecia animada. –Será meu modelo.

—Em troca posso perguntar?

                Belinda bufou, mas assentiu, muito concentrada em retirar o estojo com giz pastel da mochila.

—Vá em frente.

—Você realmente não vai perdoar o Draco?

                A pergunta a fez ficar estática por alguns segundos, até que um sorrisinho forçado surgiu.

—Draco me decepcionou, Ty. –A voz baixa e comedida, mas o olhar era duro.

—Mas ele não nos entregou realmente, sabe...?

—Draco entrou pra Brigada Inquisitorial, sendo que o objetivo deles era deter a Armada, tudo a mando de Umbridge. –Ela ergueu os olhos e focou o rosto moreno, os olhos verdes pareciam mais preocupados do que ela já vira. –Se ele estava em um grupo com essa finalidade, o que os faz acreditar que ele não queria nos entregar?

—Porque ele não faria nada pra machucar você. –A resposta saiu imediatamente, pois essa era a única verdade que Taylor conhecia sobre Draco.

                 Belinda soltou um riso profundo e irritado.

—Honestamente, essa é uma frase que eu venho escutando muito ultimamente. –Ela balançou negativamente a cabeça, de forma lenta. –E das pessoas menos prováveis.

—Porque todos sabem que isso é verdade.

Verdade? –A irritação escorreu por suas palavras. –Verdades são mutáveis, Parker. Verdades são diferentes para pessoas diferentes. –Os olhos dela estavam vazios. –O que é verdade pra mim, pode não ser pra você, então não venha me dizer isso.

—Belinda.

—A verdade é mutável ao ponto de eu saber que sua madrasta, Clara, é uma Comensal da Morte.

                A frase deixou o rapaz chocado, enquanto ela guardava suas coisas de volta na mochila, jogando-as de qualquer modo.

—O que? –Ele parecia sem rumo.

                Belinda o viu perder a cor.

—Essa é uma verdade que eu posso assegurar, Taylor. –Ele a encarou, completamente desnorteado. –Nunca irei falar isso pra ninguém, até porque sei como é ser odiado por conta de nossas ligações, a gente querendo ou não. E eu gosto muito de você pra deixa-lo em uma situação delicada como a que eu estou, somente por nomes. –Sorriu sem sentimento algum. –Agora você está se perguntando como eu sei disso e se eu realmente sou uma deles.

—Eu sei que você não...

—Não, eu não sou. Você está certo. –Ela deu de ombros. –Mas Clara sim, ela esteve na minha casa, com os Lestrange. –Os olhos dela ficaram mais duros.

—Como você...?

—Tenho um Elfo leal. –Ela disse, embora a verdade fosse que ela, no primeiro dia com seu mapa da Mansão Lestrange, vira o nome Clara Parker.

                Taylor ficou mudo, a vendo se erguer e ir embora.

                Belinda sabia que havia sido baixa, mas a raiva que ela estava engolindo, estava muito perto de explodir. Lestrange viu os gêmeos logo a frente e decidiu que ficar com eles em seus últimos momentos de Hogwarts seria o correto a fazer, então respirou fundo e foi até os ruivos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Agora vocês sabem o nome que deixou Belinda tão chocada.
Deixem seus comentários.
Beijos e até o próximo capítulo.



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