A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 46
Quarenta e Seis - Verdades e Novas Parcerias


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem, deu erro aqui no site e acabou sendo postado duas vezes o mesmo capítulo, quando fui apagar um, os dois desapareceram, por isso estou postando novamente.



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                Draco seguiu para o banheiro feminino, as palavras de Tayner se repetiam como em um maldito loop. Douglas estava certo, Belinda iria se afastar, com o tempo, de todos e isso a deixaria sozinha, algo que ele não podia permitir, mesmo que necessitasse se colocar em situações desagradáveis.

               Malfoy foi recebido pro Murta Que Geme assim que colocou o pé no lugar, mas a Fantasma gostava tanto dele quanto ele dela, então ela simplesmente entrou em um dos vasos e Draco ouviu a descarga sendo dada. Ele se encarou no espelho e notou o quão pálido estava, o que o fez suspirar.

               O som da água vazando da torneira era o único som que se ouvia no cômodo. Draco encheu as mãos com água e jogou em seu rosto, sentindo o liquido gelado escorrer por seu pescoço e molhar a gola da camisa, quando ergueu a cabeça, mas manter os olhos fechados e respirar fundo.

—Pelo visto a Murta não é sua fã. –A voz o surpreendeu, o fazendo erguer os olhos e encarar a garota.

—Tanto faz. –Ele disse, seco e fingindo que não fora pego desprevenido.

                A menina sorriu e se apoiou em uma pia, encarando Draco desligar a torneira, enquanto ela tirava uma madeixa vermelha que caiu sobre seu olho.

—Vamos ser claros, Malfoy. –Gina disse com simplicidade. –Eu não gosto de você e você não gosta de mim. –Ela sorriu tranquilamente. –Mas temos alguém em comum.

—Belinda. –Ele falou, recordando da carta.

 

Você quer o perdão da Bell? Vamos dar um jeito, mas esteja no banheiro feminino do primeiro andar, assim que o almoço terminar, se você não aparecer, vou entender que não quer minha ajuda e terá que dar um jeito pra conseguir o perdão dela sozinho e nós sabemos que nesse momento você não é capaz.

A decisão é sua, Malfoy.

G.

 

                 Draco passou a mão na nuca, por conta da caligráfica, sabia que não era Granger, só não sabia que era uma Weasley.

—Por que de repente, mesmo a Umbridge tendo torturado vocês, todo mundo decidiu que a Bell precisa de mim?

                Gina suspirou e encarou o nada, ainda conseguia ouvir alguns poucos sons do lado externo, as pessoas passando alheias a ela e Malfoy, nem mesmo imaginando que duas pessoas tão diferentes e que não se suportavam, estavam prestes a dar trégua por alguém que lhes era importante.

—Não seja idiota. –A ruiva bufou por fim. –A gente sabe que ela tá mal e só fala com você sobre isso. –Draco não respondeu, o que fez a ruiva o encarar. –Você não deve saber, mas dá última vez que ela teve uma conversa real com um de nós, foi com a Mione, dizendo que se não fosse por você, ela já teria desistido de tudo e não estaria mais aqui.

                A expressão de Draco denunciou o desespero e preocupação, o fazendo notar exatamente o que Gina dissera. Era exatamente dessa verdade que Giny estava atrás, não ofereceria sua ajuda se Draco não sentisse aquilo.

—Você tá brincando comigo, a Belinda...

—Gostaria que fosse, senão eu não estaria aqui. –Gina o cortou.

                Draco se apoiou na pia e respirou fundo, fazendo Gina perceber que jamais passara pela mente de Draco, que Belinda fosse capaz de algo desse tipo, não coragem de abrir mão de si e de sua vida, não até aquele momento, o que pareceu o deixar sem rumo.

—Ela não faria isso. –Ele disse baixo, parecendo tentar convencer a si próprio, encarando o fundo da pia.

—Sabe Draco, nenhum de nós, tirando você, sabe o que está acontecendo de verdade com ela. –A ruiva suspirou. –Com essa situação de os Lestrange terem fugido de Azkaban e do Lord das Trevas estar de volta, toda a confusão que isso causou, mesmo entre alguns colegas de Casa, que agora a temem ou debocham. –Ela ainda estudava as reações do loiro. –Só sabemos que ela tá mal...

—Principalmente porque muitos imbecis a culpam! –Ele disse irritado. –Como se ela quisesse saber de algum deles! –A raiva de Malfoy estava a um fio de explodir. –Ela jamais atenderia a uma ordem deles, ela...

               Gina assentiu.

—Pra ser bem clara, não sei como fazer pra ela te desculpar ainda, mas eu vou te ajudar a conseguir.

               Draco ergueu a cabeça e a encarou surpreso.

—Vai mesmo?

               Draco a viu dar um pequeno sorriso.

—Você pode ser um babaca filhinho de papai. Temos um passado não muito amigável, Malfoy, mas se tem algo que todos temos que admitir, mesmo aqueles que odeiam você, é que você realmente se preocupa com a Belinda e isso é o suficiente pra gente, mesmo o George e o Freddie concordam. –Ela deu de ombros. –Só não vieram junto porque estão com a Bell, parece que ninguém está muito disposto a assistir aula hoje e somente eles conseguem deixa-la mais calma.

               Draco baixou a cabeça novamente, agarrado a pia com tanta força que suas juntas estavam brancas. Gina notou que os ombros dele tremiam.

—Eu não sei como fazer, Weasley. –Ele admitiu após um momento de silêncio. –Belinda tá com ódio de mim... Eu... Ela não quer nem olhar pra minha cara.

—Isso já aconteceu antes. –Ela o recordou. –Até onde eu consigo lembrar, vocês viviam em guerra.

                Draco quase sorriu com a lembrança.

—Mas era diferente. –Ele admitiu. –Ela não me odiava.

—Eu sei. –Ela foi clara. –Mas vamos dar um jeito.

                Draco suspirou e a encarou, fazendo Gina perceber que ele estava pálido de um modo adoentado.

—O que você tá propondo? –Ele questionou.

—Você tem uma parcela de responsabilidade por Umbridge ter nos achado. –Ela foi firme. –Mas não vamos discutir isso, porque apesar de tudo, sua parcela, inacreditavelmente, não foi tão grande assim. –Ela deu de ombros novamente. –Apesar de você nos vigiar, você não iria conseguir nos achar, não se não fosse por Cho. –Ela bufou, irritada ao citar o nome. –A questão é que Belinda ainda tá furiosa por isso, o que quer dizer que agora ela não vai te ouvir.

—Pela raiva dela, acho que ela não vai querer me ouvir nunca mais.

—Não vamos ser tão exagerados, Malfoy. –Ele rolou os olhos.

—É o que você acha?

                Gina sorriu novamente, parecendo pensar.

—Os gêmeos, o Daniel, Douglas e eu... Bem, provavelmente o Ty, vamos tentar acalma-la, mas nenhum de nós consegue, além dos gêmeos, ficar tão próximos a ela ultimamente... –Gina ponderou. –Tem alguém que você conhece, que pode conseguir falar com ela?

                Draco procurou qualquer um em sua mente, mas não havia ninguém.

—Não, não além de quem você já falou. –Ele suspirou. –Belinda sempre foi alguém que escolhe muito cuidadosamente as poucas pessoas que vai deixar se aproximar... E tem a Granger, mas aposto que ela não me ajudaria.

                Gina o viu dar de ombros, mas notou algo passar nos olhos dele.

—Vamos acalma-la e você tenta pensar em algo, enquanto isso arrisca se aproximar o máximo que puder.

—Sabemos que ela vai me ignorar.

—Sabemos. –Gina foi franca. –Mas se você se distanciar agora, vai estar certo quanto ao seu nunca. –Gina se desencostou da pia. –Preciso ir, mas pensa no que eu te disse, se precisar falar comigo, só manda uma carta pelo Tayner ou pelo Daniel.

—Tá. –Ele a encarou, mas não conseguiu agradecer.

                Gina notou que nunca o vira tão vulnerável, nem parecia o Malfoy que a atormentava.

—Parece que tem algo que te deixa vulnerável então. –Ela sorriu, o pegando desprevenido. –Mas ainda assim, de nada, Malfoy. –Ela debochou.  –E mais uma coisa. – Chamou, ganhando um olhar seco do rapaz. –Mesmo agora, não acho que ela te odeie de verdade, ela está magoada, muito magoada e machucada, Malfoy, mas não te odeia...  –Sorriu novamente.  –Provavelmente você é a única pessoa que, apesar de todas as merdas, ela não conseguirá odiar na vida.

                Draco fechou os olhos e respirou fundo. Não sabia se ficava irritado por ter deixado alguém ver sua fraqueza ao se tratar da amiga ou agradecido pela ajuda de Gina, provavelmente Belinda diria que ele sentia as duas emoções, só era idiota demais para administrar qualquer uma das duas.

                A que nível eu cheguei? –Pensou.

                Draco jamais se imaginou precisando da ajuda dos ruivos pobretões, mas eram exatamente eles que no fim das contas estavam, apesar de todos os desentendimentos, ajudando-o. O quão degradante era aquilo? E pior, o que Lucius faria se acabasse descobrindo sua nova aliança?

 

                 Belinda olhou para o teto uniforme e lustroso da torre que estava com os gêmeos, o chão no qual estava deitada estava gelado, mas confortável de alguma maneira, apesar de a conversa estar começando a irrita-la.

—Por que decidiram que Draco não é tão idiota agora? –Ela bufou. –Pra me irritar ou o que?

—Porque a maior culpada dessa merda foi a Chang. –Gina falou, entrando na torre.

—Cho Chorona. –Belinda resmungou, ainda encarando o teto. –Deveria ter dado uma lição nela desde que ela namorava o Cedrico.

               Todos notaram que não houve tristeza quando ela dissera o nome, havia algo, mas não como antes.

—E Draco ainda é um idiota. –George disse muito tranquilamente.

—Só que um idiota que é teu amigo. –Freddie concluiu e Bell deu um pequeno sorriso. –E que se preocupa contigo, sendo assim...

—Não quero estragar meu dia falando do Malfoy, pode ser? –Ela virou a cabeça para encarar os ruivos. –Porque se for para permanecer nesse assunto, prefiro ir assistir aula, honestamente.

               Freddie conteve o suspiro.

—Vamos mudar de assunto, então. –Freddie sorriu.

—O que acha de roubarmos uma Mandrágora e mandarmos pro quarto da Chang? –Foi Gina a dar a ideia, fazendo três pares de olhos se voltarem pra ela.

—Muito bem, irmãzinha. –Freddie parabenizou.

—Estou tão orgulhoso. –George fingiu secar uma lágrima.

—Isso explica o porquê de eu gostar tanto de você, garota. –Belinda comentou sorrindo.

—Vocês só se orgulham quando dou a ideai de roubar ou aprontar.  –Ela riu. –Mas aproveitando que gostaram, nós podem usar alguma das pegadinhas de vocês pra fazer a Mandrágora ficar calada até estar no quarto da Cho, sei lá...

               Belinda pensou em milhares de coisas em uma fração de segundos.

—Tenho uma ideia semelhante, mas um pouco melhor. –Belinda disse, sentando rapidamente e ficando de frente para eles. –Preciso de uns dois dias, no máximo, pra conseguir.

               Os ruivo a encararam curiosos.

—O que você tá pensando? –Freddie questionou.

—Cho não vai conseguir dormir por um bom tempo. –Ela sorriu. –Só preciso de um fio do cabelo dela.

—Deixa comigo. –Ginny abriu um largo sorriso. –Cabelo de Cho Chorona estará com você até o jantar.

—Excelente. –Ela sorriu abertamente. –Nem mesmo Snape vai conseguir saber o que tá acontecendo.

—O que você tá tramando? –George sorria.

—Digamos que o presente que tenho pra ela, só se revelará pra ela. –Bell sorriu. –Ele é um pouco tímido.

               Belinda havia visto, em um dos livros que Dorian lhe deu, um Feitiço que se podia colocar em objetos, fazendo sons semelhante ao grito da Mandrágora ou até pior, mas ligado a alguém especifico, só precisando estar perto da pessoa, pois estaria ligado a sua mente, não a sua audição.

—Cho não teve que escrever com uma Pena de Sangue como vocês, mas prometo que ela vai desejar que tivesse sido assim.

               Gina sorriu.

—Você vai me deixar muito feliz, Bell.

               Belinda encarou a amiga e deu um sorriso maroto.

—Ah, eu sempre quero deixar meus amigos felizes, Weasley.


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