A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 45
Capítulo Quarenta e Cinco – Papel Dobrado




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              Belinda voltou para o dormitório quando o sol começava a entrar pela janela, indo direto para o banheiro e tomando um longo banho. As compras que fizera com Dorian estavam bem guardas junto a seu Portal na pequena e secreta sala de Hogwarts.

               Belinda estava exausta, mas ainda assim vestiu seu uniforme da Grifinória e se olhou no espelho, a faixa estava bem escondida pela manga da camisa, a fazendo pentear o cabelo e sair do banheiro, dando de encontro com Kátia, que bufou e entrou no banheiro, contudo Bell fingiu que a menina nem existia. Sentou em sua cama e acariciou a cabeça de Rúnda.

—Bell...

—Estou bem. –Ela cortou Hermione.

—Certeza?

               Belinda a encarou por sob o ombro e deu um sorriso que convenceria a qualquer pessoa.

—Uma pessoa surpreendente me ajudou. –Confidenciou.

—Draco? –Gina quis saber, sem raiva alguma, embora Bell soubesse que estava lá.

                Belinda riu sem humor agora, deixando a expressão fechar.

—Malfoy? –Bufou. –Acho que não, Ginny.

                Gina e Hermione ouviram a amargura na voz da amiga e se surpreenderam. Haviam escutado dos gêmeos que ela estava furiosa com o loiro, mas não imaginavam que fosse daquele modo, todos esperavam que Belinda o perdoasse facilmente, ele era da sua família e como ela sempre dizia, sua única família.

                 Gina olhou preocupadamente para Hermione, que trazia o mesmo choque que ela. Todos sabiam que se Belinda não conseguisse ficar bem com Draco, as consequências poderiam ser terríveis e Granger recordou o que ela dissera sobre estar ali somente graças a Draco.

—Você está com raiva dele?

—Por favor. –Belinda bufou. –Eu não quero falar dele, muito menos com vocês.

—Bell. –Hermione estava mais preocupada que surpresa, ela havia visto a verdade em cada palavra de Belinda na última conversa.

—Preciso finalizar um trabalho do Binns. –Ela sorriu novamente, puxando a mochila para o ombro e se erguendo. –Nos vemos depois.

                 Belinda invadiu a cozinha e foi recebida por Dobby, que lhe presenteou com bolinhos de abóbora, amora e creme, sem falar de um delicioso suco de abóbora. Bell comeu em silêncio, vendo os Elfos correndo de um lado para o outro, enquanto o café da manhã no Grande Salão dava início.

                 Lestrange ficou o máximo de tempo possível enrolando com o bolinho de amora, até que teve de seguir para a sala de aula. Aulas que se arrastaram até a hora do almoço, parecia que o tempo não estava disposto a passar para tira-la de olhares irritados e cochichos debochados.

                 Draco a viu sair da sala com Potter, Weasley e Granger ao seu lado, mas ainda assim tentou se aproximar, vendo Gina correr até eles e parar ao lado de Belinda, ganhando um pequeno e falso sorriso.

—Belinda? –Ele chamou.

                 Muitos se viraram ao som da voz de Malfoy, menos quem ele chamara. Draco parou a sua frente e ela o encarou, a expressão estava vazia, contudo os olhos irradiavam raiva.

                 Lestrange sentiu seu sangue ferver ao encarar os olhos cinza, a mão fechou em punho por um momentos, antes que ela relaxasse e desse um passo para o lado, decidida a seguir caminho e ignorar Malfoy, que segurou sua mão, tentando para-la, contudo a raiva somente aumentou, ameaçando explodir. Belinda respirou fundo e puxou sua mão de volta, sem nem parar de andar ou para olha-lo mais uma vez.

                 Draco sentiu a raiva dela e isso o machucou mais do que gostaria de admitir. Viu que mesmo os idiotas amigos de Belinda se surpreenderam, mas não gastaria sua energia com eles.

—Bem feito, Fuinha. –Ronald provocou sorrindo, ganhando um olhar seco de Draco.

—Aproveita tua felicidade, pobretão. –Cuspiu a raiva em sua frase e se distanciou, não podia se envolver em mais confusão com aquele bando, não se desejasse o perdão de Belinda.

                  Gina viu o loiro ganhar distância rapidamente, mas seus ombros estavam arriados.

—Aquele... –Rony começou.

—Você pediu por isso, Ronald. –Hermione falou firmemente, encarando o amigo.

—O que? –Rony ficou vermelho de raiva. –Foi aquela Fuinha que nos denunciou e...

—Não foi ele, não sozinho. –Gina foi firme. –E de qualquer modo, todo mundo sabe como a Belinda vai ficar agora, pior do que já estava, então vê se cala essa boca, porque você só vai deixar a Bell pior.

                  Ron resmungou qualquer coisa, mas Gina estava certa.

—Elas estão certas. –Harry disse por fim. –Dessa vez o Malfoy não foi completamente culpado.

—Se a Chang não tivesse nos dedurado, eles nunca iriam conseguir entrar lá. –Gina declarou e Harry suspirou. –Eu não gosto do Malfoy, mas...

—Belinda vai ficar péssima agora. –Harry comentou.

—Ela já tá. –Gina respondeu. –Vocês que são idiotas e não percebem!

 

 

                 Draco entrou no Salão Comunal, que aquele horário estava vazio. Simplesmente atirou a mochila sobre a poltrona e olhou para janela, vendo a água lançar uma luz esverdeada para dentro da sala. Malfoy sentou em uma poltrona e ficou encarando a água através da janela, sabia que se os amigos de Belinda fossem pegos, ela ficaria furiosa, foi por isso que adiou o máximo possível qualquer ataque que permitisse pegar o bando de Potter, contudo por descuido deixou Chang ser capturada e destruir seus planos. Embora soubesse que uma hora ou outra Dolores os pegaria, preferia não estar envolvido tão diretamente.

                  Malfoy bufou e fechou os olhos, a cabeça latejava fortemente, se encostou na poltrona o mais confortavelmente possível. Admitia que era até bom derrubar Potter, mas não com o preço alto que estava pagando e principalmente, com o que ele sabia que Belinda deveria estar sofrendo.

—Merda! –O xingamento ecoou pela sala de pedras.

                 Draco abriu os olhos lentamente e viu uma menina o encarando de olhos arregalados, ela deveria ser um ano mais nova que ele, no mínimo.

—Que foi? –Ele foi duro e ela arregalou mais ainda os olhos, se é que era possível. –Se não quer nada, cai fora.

                 E a menina se apressou para deixar o Salão Comunal, seguindo para os dormitórios, o que seria cômico em outra situação.

                 Draco passou um bom tempo sozinho ali, até que sentiu o perfume floral de Audrey se aproximar.

—Olá, Malfoy. –Ela o cumprimentou sorrindo, enquanto sentava no braço de sua poltrona.

—Tem algo interessante pra mim? –Ele perguntou mais por reflexo do que interesse.

                  Audrey sorriu e se inclinou pra ele.

—Tá irritado, gatinho? –O sorriso que dizia muito mais do que as palavras brincava nos lábios da menina. –Posso te ajudar a se acalmar. –Tocou o cabelo de sua nuca.

                  Draco retirou a mão da menina de sua nuca e a soltou.

—Agora não, Audrey.

—Qual é, Malfoy?

                 Draco a encarou seriamente.

—É sério.

                 Audrey bufou.

—Achei que você estaria fazendo festa por detonar a Grifinória!

                 Blaise, que estava chegando, viu os olhos do amigo endurecerem.

—Audrey, não enche. –Blaise disse, se juntando aos dois e sentando em uma poltrona ao lado da de Draco, evitando que o loiro abrisse a boca.

                  Todos sabiam da antipatia de Audrey pelo moreno, só não tão grande quanto era por Nott.

—Você é um babaca, Zabini! –Ela sibilou.

—Igualmente.

                   Blaise deixou a menina se afastar, vendo Malfoy encarar a janela.

—Ela não quer me ver de jeito nenhum. –Draco informou após um momento.

—Tem alguma ideia pra fazer com que ela te perdoe?

                   Draco bufou.

—Blás, você conhece a Belinda o suficiente. –Ele encarou o amigo, os olhos estavam duros. –Ela não vai me desculpar.

                   Zabini poderia tentar convencê-lo do contrário, mas seria mentira.

—Imagino que não.

—Não sei qual é a tua, Malfoy. –Douglas falou, se debruçando no encosto da poltrona que Draco estava, os olhos azuis estavam gelados. –Mas mandaram eu te dar isso aqui.

                   Draco encarou o papel dobrado na mão de Tayner.

—Belinda? –Ele pareceu ansioso, enquanto pegava o papel.

—Você sabe que não. –Douglas viu a decepção na expressão do outro, que voltou a encara-lo e ignorou a carta. –Pela primeira vez, mesmo tu fazendo merda, espero que ela consiga te desculpar, porque ninguém sabe o motivo dela tá tão fodida, mas parece que tu é o único que tá conseguindo segurar toda essa merda com ela. –Douglas ajustou a postura. –Belinda tá em um lugar que ninguém, além de ti, parece conseguir alcançar. –Douglas deu um sorriso perigoso. –Dessa vez, mesmo eu querendo deixar que qualquer um te exploda em pedacinhos, vou ficar do teu lado e contra o meu melhor amigo. Marcos vai fazer tua caveira e o Daniel e eu vamos fazer de tudo pra aliviar pro teu lado, dessa vez, inacreditavelmente, parece que a culpa não foi toda tua. –Douglas o olhou por uma última vez. –Dá um jeito pra ela te desculpar, porque quanto mais problema aparecer, mais afastada de todo mundo e sozinha ela fica.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo.



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