A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 17
Capítulo Dezessete - Compactuando com o Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Divirtam-se!



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Belinda suspirou e puxou o casaco pesado, antes de sair do quarto. Fora uma decisão verdadeiramente difícil a se tomar, mas não havia outra solução.
           Bell atravessou o jardim da mansão e por fim encarou os olhos extremamente escuros do homem, que a encarou de volta com um sorriso zombeteiro.
—Você demorou a descer, Ferinha. —Rabastan provocou.
—Não achei que desejasse minha companhia tanto assim. —Revidou ela, com as mãos nos bolsos.
           Belinda olhou em volta, não imaginava que o jardim da Mansão Lestrange continuasse da mesma forma que era quando morava ali. As árvores bem cuidadas, assim como a grama e os arbustos. Tudo continuava igual, o que causou um calafrio na espinha da menina.
—Bellatrix não sabe que você tá aqui e nem que estamos com você. —A voz a atravessou como uma lança.
           Belinda virou ao som da forte voz de Rodolphus, que trazia as mãos nos bolsos do sobretudo e a encarava. Ela não esperava vê-lo, muito menos ali.
           Lestrange recordou tudo o que descobrira no dia de sua volta a Hogwarts e precisou de toda sua força de vontade para permanecer impassível.
—Deveria agradecer? —Perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.
—Ela parece ter voltado mais afiada de Hogwarts, em irmão? —Rabastan brincou.
—Você nos chamou, diga o motivo. —Rodolphus falou, parando ao seu lado.
—Na verdade eu chamei o Rabastan.

    Os olhos escuros do homem ao seu lado brilharam e um sorriso de canto surgiu.

—Pelo menos não é mais uma criança assustada. —Retrucou ele.
—Que seja. —Disse ela. —O que tenho a falar, pelo que consegui entender até agora, é de interesse de vocês.
—O que nos interessaria, Ferinha? —Rabastan sorria, enquanto se aproximava.
—Você estão me treinando, então querem me ver evoluir de alguma forma. —Os dois a encararam. —Me interrompam se eu estiver errada. —A voz trazia a mesma ironia que ela demonstrava nas feições. —Aconteceu algo, recentemente, que eu ainda não sei controlar. —Belinda os encarou, ambos muito atentos a ela.
—Você quer nossa ajuda. —Rabastan sorriu, mas não havia nada de bonito ali, era extremamente maldoso.
—Mas tem um porém. —Concordou ela.
—Você veio até aqui pedir ajuda e quer impor regras? —Rodolphus riu, mas Rabastan parecia bem curioso.
—O que você quer em troca? —Rabastan perguntou.
—Que Bellatrix e ninguém mais saibam, não por enquanto. —Decidiu ela, sabendo que eles não iriam esconder nada de Bellatrix por tanto tempo.
—Não temos um acordo, sendo assim. —Rodolphus alertou.
—Que pena. —Ela estalou a língua. —Vou ter que pedir ajuda ao Ministério da Magia, então.
          Os dois homens ergueram as sobrancelhas, foi tão sincronizado que chegou a ser cômico.
—E por que não quer dizer a mais ninguém?
—Não quero jogar com Bellatrix. —Ela afirmou e ecanrou diretamente a Rabastan. —Eu a quero morta tanto quanto você quer.
           Os olhos de Rabastan brilharam com uma intensidade assustadora, assim como o largo sorriso maldoso que se espalhou por todo seu rosto. Mas pelo canto do olho viu a dúvida de Rodolphus.
—Você está blefando.
—Não mesmo. —Ela o encarou. —Não sei porque vocês me treinam e nem porque me adotaram quando mais nova. —Disse. —E no momento nem quero pensar nisso, mas sei que Rabastan odeia sua mulher e que você não é exatamente apaixonado por ela. E isso não me importa nem um pouco também, contudo sei que se você não aceitar, posso ir embora e depois me encontrar só com o Rabastan, porque ele gosta da Vadiatrix tanto quanto eu.
Rodolphus notou que ela não blefava, estava no sorriso e olhar dela.
—Você a odeia, mas é até bem parecida com ela. —O sorriso dela permaneceu, mas os olhos estavam furiosos.
—Dizem que a gente acaba aprendendo com as pessoas que nos cercam, para o bem ou para o mal. —A voz era fria e calculada. —Vocês me ensinaram, cabe a vocês me suportarem agora.
           A troca de olhares era furiosa, mas por fim Rodolphus sorriu.
—Finalmente sei que você não é inútil. Diga o que houve.
          Belinda conteve a surpresa, vendo os dois homens sorrindo.
—E manterão segredo de Bellatrix?
—Como você mesma disse, eu a quero morta. —Rabastan falou.
—Ótimo então. —Ela deu um leve sorriso, mas que não dizia nada. —No início da semana tive uma conversa com Umbridge, a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, na qual fiquei furiosa. —Narrou como se não fosse nada. —Entretanto após a conversa me afastei e estava tão exaltada que acabei me... —Bell se interrompeu, sem saber o que dizer. —Eu sou um animago. —Jogou e os dois a encararam mais atentamente.
—Você tá faltando sério? —Rabastan parecia surpreso.
—Não tenho controle. —Deu de ombros. —Não sei como controlar, no dia que me transformei precisei de Draco para me trazer de volta.
—Como ele fez isso? —Rodolphus interrogou.
—Usou um feitiço.
—Qual?
—Não perguntei, tava feliz o suficiente de ter voltado a ser eu. —A voz estava neutra de qualquer sentimento. —Depois disso tentei me transformar novamente, tenho tentado durante todo essa semana, mas não consegui.
—E por que você nos procurou? —Rabastan quis saber.
—Não confio no Ministério, muito menos em vocês, mas como disse, sei que você odeia Bellatrix. —Ela sorriu. —Isso seria o suficiente para você querer me ajudar.
—Por que acha isso?
—Quanto mais vantagem eu tiver, mais chances de matá-la terei. —Eles trocaram um sorriso. —A verdade é que nós três sabemos que nenhum vai ser honesto com o outro, mas que de alguma forma todos queremos nos livrar da Vadiatrix. Ninguém precisa dizer seus motivos, mas temos algo em comum.
—Bellatrix. —Rabastan concordou.
—Vocês podem me ensinar a ficar mais forte e eu... Bem, —Ela sorriu. —eu adoraria matar Bellatrix Lestrange.
         Belinda não imaginou que um dia compactuaria com alguém para matar uma pessoa. Mas a menina não sentia remorso e sabia que isso deveria deixa-la no mínimo preocupada, mas de certa forma sentia alívio.
—Nós não podemos fazer nada diretamente, já que não somos Animagus. —Rodolphus comentou.
—Não esperava que fosse assim. —Revidou ela.
—Mas conheço um animago ilegal e ele poderá treinar você.
—Era isso que eu esperava. —Ela falou, mexendo no cabelo. —Vocês tem contatos com pessoas que não irão correndo falar com o Ministro e é exatamente o que quero, mas a dúvida é, seu conhecido irá manter segredo?
—Eu resolvo isso. —A convicção dele era inabalável e Belinda assentiu.
—Que bom.
—Você ficará com Rabasta agora, vou atrás de nosso novo instrutor pra você. Estaremos de volta aqui no máximo no meio da noite.
—Estaremos aguardando. —Rabastan sorriu e Rodolphus se afastou. —Agora você vai me dizer o que te dá tanta certeza que eu odeio a Bella.
          Belinda sorriu e se virou complemente para Rabastan, que a encarava quase curioso.
—Você tem seus truques para saber as coisas, não posso ter os meus?
          Rabastan gargalhou.
—Você tá me saindo melhor que a encomenda, Ferinha. —Ele riu e puxou a Varinha. —Vamos ver o que você tá aprendendo em Hogwarts.
—Nada, pra falar a verdade. —Disse ela, pegando a Varinha também.
—Dolores não está deixando, é?
—Ainda não achei um lugar reservado o suficiente pra treinar sem que aquela Vaca do Ministério possa descobrir.
—Mais um motivo para treinarmos, não acha?
          Belinda não achava a presença de Rabastan cativante, mas teve que admitir que era contagiante quando ele decidia treinar de verdade.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo.



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