Hocus Pocus escrita por mimidelboux


Capítulo 3
Sabe, jovem bruxo, esse não é o fim. É o começo.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Como passaram de natal? Ganharam bastante presente?
Eu passei bem, mas estive com uma certa ~preguiça~ de fazer minhas coisas na última semana… (eu culpo o calor xD), mas hoje eu FINALMENTE consegui juntar coragem/vontade/disposição para continuar a fic~ hahaha
Tenham uma boa leitura e um Próspero Ano Novo! ^^



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A cabeça de Rosemary latejava de dor. Ela dormira mal durante a noite, pois nem em seus sonhos ela tinha paz. E ao acordar, fora nocauteado por uma pequena dor de cabeça, que vinha piorando conforme a manhã passava. Ela olhou o relógio de sua mesa e fechou os olhos de agonia, ao descobrir que ainda faltava muito tempo para ela poder tomar uma segunda dose de aspirina.

Alguém bateu de leve na porta de sua sala. Rosemary suspirou, não acreditando que até aquele barulho ecoava em sua cabeça, batendo em cada têmpora, com uma bola de bilar.

— Pode entrar. - ela disse, passando as mãos pelos cabelos, puxando-os para trás.

— Diretora, há um senhor aqui que disse que precisa falar com a senhora. - a secretária rolava os olhos enquanto falava. - Sobre a vaga de bibliotecário…

Rosemary pode sentir o desgosto nas últimas palavras de sua secretária. As entrevistas para a vaga haviam sido encerradas na semana passada e agora ela e sua secretária estavam prontas para começar o processo de seleção.

Um senhor barbudo e muito magro entrou na sala, empurrando a secretária de Rosemary e, impacientemente, se sentou na cadeira a frente da diretora.

— Espero que eu não tenha chegado atrasado, senhora… - ele falava com firmeza, com uma voz rouca e profunda, que parecia carregar anos de sabedoria.

— O senhor pode me chamar de Diretora Fitzroy. - ela fez um aceno com a mão, dizendo para a secretária fechar a porta. - E o senhor é?

— Merlin. - ele estendeu o braço sobre a mesa de Rosemary. Ela apertou a mão dele, com mil perguntas borbulhando em sua cabeça, ajudando nas pontadas de dor.

— Queira me perdoar, Sr. Merlin, mas as entrevistas para a vaga de bibliotecário foram semana passada. - o senhor olhava-a friamente, desgostoso da notícia. Rosemary sentia a tensão enrijecer seus ombros, mas decidiu continuar mesmo assim. - Hoje eu irei começar à analizar os perfis dos concorrentes, para dar a notícia de quem ficou com a vaga, nessa quinta, mesmo.

O velho riu, seus olhos âmbares brilhavam de prazer, como estrelas cintilantes no céu de verão. Eles eram hipnotizantes e Rosemary não conseguia desviar o olhar de tanta beleza.

— Então a Diretora já pode anunciar o resultado hoje mesmo! - Rosemary balançava a cabeça, concordando. - Tenho uma experiência de mais de 1000 anos com bibliotecas e livros e sei que a senhora não vai ficar desapontada! Por quê não avisa sua secretária sobre sua escolha?

Rosemary interfonou para a mesa de sua secretária, avisando-a das novidades, sem nunca tirar os olhos de Merlin.

— E não esqueça de pedir a ela para avisar os outros concorrentes que a vaga já foi preenchida. - ele sussurrou, e ela o obedeceu, pedindo também para a secretária trouxesse o contrato para o Sr. Merlin assinar.

A diretora piscou das vezes e logo viu sua secretária entrando na sala, com a papelada. Ela estava com uma cara de confusa, perdida na realidade.

Ao entregar os papéis para a diretora, a secretária olhou com desdém para o senhor que havia a empurrado mais cedo. Mas aos seus olhos encontrarem o brilho dourado dos dele, sua forte emoção foi dissipada e ela ficou tranquila como um lago. A secretária colocou a mão no ombro do senhor e o parabenizou, antes de sair da sala.

— Você vai precisar assinar aqui, aqui e aqui. - Rosemary apontava os locais pelas folhas do contrato para Merlin. Ao oferecer uma caneta ela comentou casualmente - Que engraçado, acho que o remédio está fazendo efeito! - ele levantou seu olhar para ela, fazendo-a corar. - Acordei com uma dor de cabeça horrível, esta manhã.

Merlin deu um risinho, e passou longos minutos lendo o contrato, parte porque devia, parte porque queria fazer a Diretora Fitzroy ficar um pouco incomodada com a pressão que ele emanava na sala.

Ele sabia que era errado usar seus poderes para controlar as pessoas, nem que fosse o mínimo a fazer para se fazer a coisa certa. Mas os tempos eram outros e lançar feitiços para que as pessoas reconhecessem sua figura como a de um homem importante, era sua diversão de velho.

Ninguém iria pará-lo, pois ninguém mais acreditava em magia. Mas fundamentalmente, ninguém iria pará-lo, pois não havia mais ninguém capaz de tal. Ele era o último feiticeiro de toda a Grã-Bretanha.

Merlin devolveu os papéis para Rosemary, devidamente lidos e assinados. Em troca, ela lhe deu as chaves da biblioteca, sorrindo:

— O senhor pode começar seu trabalho amanhã de manhã.

— Eu gostaria de começar agora mesmo. - ele apertou o molho de chaves, sentindo o metal frio contra seus dedos.

Rosemary foi pega de surpresa. Aquele homem tinha pressa, e a movimentação de seu corpo só confirmava isso: ele coçava a barba e ficava de trocando de posição na cadeira, como se nunca fosse achar uma posição verdadeiramente confortável.

— Já quero me habituar com o ambiente e com o sistema. - ele explicou, tamborilando os dedos no joelho.

— Como quiser. - a diretora sorriu calorosamente. - Vou mostrar o caminho para o senhor, então.

— Tudo bem! - ele parou ela no mínimo movimento. - Eu sei que vou conseguir achar a biblioteca sozinho!

Ele se levantou da cadeira e saiu da sala dela como uma ansiedade monstruosa, quase levando o ar todo embora com ele. Precisava chegar logo na biblioteca, prepará-la à seu bel prazer.

A dor de cabeça de Rosemary foi voltando aos poucos, inundando a sua caixa crâniana. Era como um mar em tempestade e logo ela estava enjoada. Ela checou o relógio e buscou por um remédio mais forte em sua gaveta. Já podia tomar o novo medicamento à tempos.


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