Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

Olá, esse capítulo é agendado, por isso não vou fazer piada nas notas xD
Hoje devo estar voltando pra casa do Anime Friends, como evento é sempre exaustivo, achei melhor deixa agendado e não correr o risco de atrasar na postagem.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697968/chapter/5

Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 05

 

A rua Três ficava em um bairro suburbano muito tranquilo, um tanto longe de onde Peter morava com a tia, mas não totalmente desconhecido. Naquela hora não havia muita gente na rua, como era característico mais nas áreas centrais. Foi fácil visualizar Bruce parado no meio do caminho, pensativo. Também levava uma mochila nas costas, talvez tivesse vindo direto da escola.

— Olá! Desculpe o atraso — Peter foi dizendo ao alcançá-lo.

— Ah, tudo bem. Você não está atrasado, acabei de chegar também.

— E vocês resolveram o impasse do ester... digo, fertilizante?

Bruce bufou:

— Não. O Tony tem um ego do tamanho do... do... do... meu Deus, não existe nada do tamanho do ego de Tony Stark. Pelo menos não nessa dimensão. No fim vamos fazer alguma coisa que chame muita atenção, barulhenta e com luzes. É sempre assim.

— Você não parece aborrecido — constatou enquanto puxava a alça da mochila e a arrumava sobre o ombro.

— Se eu fosse me aborrecer cada vez que o ego do Tony se manifesta eu já tinha umas três ulceras e uns quatro infartos acumulados. Vamos? A casa do Clint é logo ali no outro quarteirão.

— Claro! — Peter ficou eufórico de novo. Estava mesmo indo pra casa de Clint Barton, junto com Bruce Banner para se reunir com Tony Stark. Todos membros dos Avenger. Era emoção demais!

Naquele curto espaço de tempo já fantasiara com cenários em que entrava para o grupinho de nerds, mas não pensara a sério que teria essa oportunidade. Secretamente desejava com fervor que o teste não fosse muito difícil e eles pudessem se tornar companheiros.

— Mas antes... que tal me apresentar o seu amigo?

— Amigo...? — Peter não entendeu o pedido, até Bruce apontar para suas costas.  Ele voltou a cabeça e arrepiou-se todo ao dar de cara com um tórax vestido com moletom. Ergueu a cabeça e Wade Wilson lhe acenou — Você?! De onde você saiu, cara? O que está fazendo aqui?

— Nós usamos um BAMF, só isso.

— Nós? BAMF?! Do que você está falando, Wade?

— Teletransporte — Bruce pegou os óculos e começou a limpá-los na barra da camisa — O Mercenário Tagarela primeira edição.

— O Merce... — Peter arregalou os olhos — Nem lembrava disso.

— Meu herói preferido — Wade fez sinal de “jóia” com os dois polegares — O cara me representa.

— Ele não é um herói — Peter resmungou — Bruce Banner, este é Wade Wilson.

— Olá, já ouvi falar sobre você. E a Jones, do projeto de integração... Pode vir com a gente se quiser, Wilson.

— Não, o Wade...

— Me chame de Wade, Bruce. Será um prazer ir com vocês — Wade cortou a frase de Peter enquanto passava o braço pelos ombros do garoto e o puxava contra o próprio peito — Amigos se divertem juntos, não é? Nós queremos muito nos divertir com o Petey.

Bruce sorriu da cena, principalmente porque Peter parecia mais do que surpreso com toda a situação. Não havia motivos para mandar Wade embora. Nem ele nem seus amigos costumavam se deixar levar por fofocas. Tirando o impacto pela aparência deformada da tez daquele rapaz, naqueles poucos minutos de interação, Banner não notara nada de preocupante, além da imensa cara de pau.

— Por aqui — indicou o caminho.

Peter tentou escapar do agarrão, mas não conseguiu. Resignou-se a ser conduzido pelo meio abraço de Wade, suspirando sofrido a cada três passadas. Em dois ou três momentos achou que o outro se distraíra, mas nem bem tentava se afastar e era puxado de volta. Que rapaz grudento!

A casa de Barton era uma residência que pouco diferia das vizinhas, uma construção de dois andares, com um gramado bem cuidado a frente. Bruce tocou a campainha e algum tempo depois uma mulher baixinha veio abrir a porta.

— Boa tarde, senhora Barton. Esses são Peter Parker e Wade Wilson. O Clint está esperando a gente.

Ela pareceu meio chocada pela aparência do mais alto dos três jovens, mas teve tato suficiente para disfarçar.

— Prazer em conhecê-los — a senhora Barton falou depois de limpar a garganta — Podem entrar. Clinton está no quarto dele. Vou terminar de preparar uns sanduíches.

— Obrigado.

Bruce os guiou para o segundo andar, segunda porta a direita. Bateu na folha de madeira anunciando a chegada deles e abriu a porta em seguida. Peter teve a forte impressão de um dos BAMF de Wade. E um teletransporte direto para uma nova dimensão: ele nunca tinha visto um quarto tão bagunçado na sua vida. Eram várias pilhas de roupas (se sujas ou limpas, não dava pra saber), caixinhas de jogos, cds, DVDs, revistas em quadrinhos, livros, e mais uma quantidade de quinquilharias que parecia quase um segundo piso.

— Chegamos! — Bruce Banner foi dizendo e entrando, seguido por Wade que nem pareceu notar a desordem e foi sentar-se na cama, depois de empurrar um pequeno monte de roupas sujas.

— Yo!! — o dono do recinto acenou de onde estava: deitado no chão com a cabeça descansando no colo de uma ruiva de cabelos pelos ombros, que Peter reconheceu como Natasha, uma aluna do segundo ano, também sentada no chão com as costas apoiadas na parede — Se espalhem e conquistem. Cafuné, Tasha. Cafuné, Tasha!

— Não me chame assim — a menina reclamou antes de obedecer e voltar a acariciar os fios de cabelo do namorado.

— Você deve ser Peter Parker — Clint retomou a palavra — Já conhece o Tony e o Bruce. Aquela é a Niat — apontou para uma loira de cabelos curtos. Peter sabia que era uma terceiranista assim como Stark e Banner.

— Olá — Peter cumprimentou um tanto tímido.

— Prazer — Niat, sentada em uma das cadeiras, respondeu. Tinha uma revista em quadrinhos do Lanterna Verde nas mãos, o preferido de Peter Parker, evidente na camisa que usava.

— Nosso jovem gafanhoto foi devidamente apresentado — Tony Stark, que não gostava de dividir os holofotes, largou o tablet sobre a pilha de livros na escrivaninha e apontou para Wade sentado na cama — Mas quem é o Chapeuzinho... Santo Deus, o que aconteceu com a sua cara?!

— TONY! — o coro de vozes reuniu a indignação de Natasha, Clint e Bruce. Niat ergueu a sobrancelha. Até Peter ficou meio chocado com a total e completa falta de tato de Anthony Stark.

— O quê? — ele não entendeu a reprimenda. Só fizera uma pergunta.

— Não me incomodo — Wade puxou o capuz e mostrou o rosto por completo. Toda a sua pele era recoberta por aquelas chagas, ele não tinha mais cabelo, ou sequer sobrancelhas. Era uma visão atordoante, justificava o uso constante do moletom e do capuz, ainda que fosse verão. Com uma carinha de cachorro sem dono, bateu no colchão ao lado de si, convidando Peter para sentar-se. Meio consternado, o garoto obedeceu, tomando cuidado para não pisar e quebrar nada do chão, e acomodou-se.

— O que aconteceu com você?! — Tony não possuía papas na língua. Não se importava nem um pouco com os filtros sociais que regiam o convivo entre as pessoas.

A curiosidade dele causou certo incômodo nos outros adolescentes, mais constritos na questão de sondar a vida alheia.

Wade voltou a proteger-se com o capuz. Demorou um pouco para responder a indagação de Tony Stark, medida que aumentou a apreensão dos demais. Não pareceu um assunto fácil de ser abordado, mas mesmo assim confessou:

— Eu tinha cinco anos — falou em um tom grave, cruzando as mãos sobre o colo — Meu pai era violento e bêbado. Um fudido, na verdade. Um dia ele espancou a minha mãe, bebeu até cair no carpete da sala e deixou o cigarro colocar fogo na casa. Só eu sobrevivi, mas esse foi o preço...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até semana que vem!!