Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 25
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Parabéns especial a Unicórnio pela data de hoje! Capítulo especialmente dedicado! Muitos abraços e tudo de bom na sua vida ♥

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Continuando a épica (SQN) jornada no Shopping!

Sem piadinhas nessa semana!

Boa leitura :D



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Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 23

O local estava apinhado de gente, de tal modo que, eventualmente, Wade teve que soltar de Peter, ou eles não conseguiriam se locomover. Peter tomou a dianteira e, usando toda a sua atenção, percebeu uma família que se levantava para sair da mesa. Em dois passos parava ao lado dela, para guardar lugar. Acenou para o companheiro de aventura.

— Ei, Wade! Aqui — chamou-o sentindo o humor elevar-se um tanto. Conseguira mais fácil do que pensara. Mas a sensação boa durou os poucos segundos que Wade demorou para chegar a mesa — Onde conseguiu isso?!

Apontou o prato cheio de tacos e os dois copos grandes de refrigerante.

— Peguei de umas mesas... — a resposta veio simplória.

— Você roubou comida?! — Peter soou horrorizado.

— Qual o problema? — o rapaz puxou uma cadeira e sentou-se, colocando as guloseimas sobre a mesa.

— Qual... qual... Wade, você não pode roubar coisas por aí.

— Então faz de conta que a gente pegou emprestado. Se quiser eu devolvo quando descomer...

— WADE! — era impossível não se irritar com o cara em algum momento. Até um pensamento controlar um pouco da raiva — Tá tomando os remédios?

— Claro, baby boy. Não falhei nem um dia desde que te conhecemos. Senta aí e relaxa — e ele pegou um dos tacos dando uma mordida generosa. Um pouco do recheio de carne moída caiu pelas laterais — Huummm essa porra tá gostosa pra caralho!

— Tem que devolver isso, Wade. Não é seu! — Peter soou irredutível.

— Mas... eu não falei sério sobre devolver depois que descomer, nem lembro de onde peguei!

Peter trincou os dentes e olhou ao redor. Ainda estava de pé, tentou aproveitar a posição e descobrir algum cliente irritado por ter sido roubado. Porém não viu nada de anormal. Ou a vitima não se dera conta do ocorrido ou tinha ido chamar algum segurança. O caos parecia o caoticamente usual.

— Droga, cara. Ficar longe de encrenca é em todos os sentidos! — o tom de voz de Peter ainda traía sua raiva, contudo sentiu que falava com o vento, pois Wade terminou de comer o primeiro taco e se pôs a lamber os dedos. Nem hesitou em pegar o refrigerante e sugar pelo canudinho — Não acredito! Se fizer isso de novo eu juro que nunca mais saio com você!

A ameaça surtiu o efeito desejado.

— Tá falando sério? É só comida...

— Mas não é sua! Se não tinha dinheiro era só falar! Eu pago alguma coisa pra você — Peter não era rico como Tony Stark, todavia podia muito bem bancar o lanche de um amigo de vez em quando.

— Eu tenho dinheiro aqui comigo.

— Então por que roubou?! — Peter não se conformou.

— E por que não?

— Porque é errado. Repita comigo: roubar é errado — disse como se Wade fosse uma criancinha, jeito exato que ele se comportou, pois emburrou cruzando os braços — Não ouvi.

— Roubar é errado — acabou falando de má vontade.

— Ótimo. Fica aí, eu vou comprar algo honesto pra eu comer e já volto. E tente não pegar nada que não seja seu.

— Sim, senhor — não era da natureza de Wade manter o rancor por muito tempo (principalmente com o Petey). Sorriu largo para o garoto e assim que Peter deu as costas, esticou o braço e puxou o brinquedo do McLanche Feliz de uma garotinha que estava na mesa ao lado. Nenhum dos pais percebeu, embora a vitima ficasse chocada. Aquele adulto encapuzado acabara de surrupiar sua Little Pony?!

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Peter demorou um pouco pra voltar. A fila pra comprar hambúrguer estava enorme, assim como as filas em outros lugares também. Quando retornou pra junto de Wade, levou um dos golpes de realidade ao qual já começava a se acostumar. A mesa estava cheia de comida, mal sobrava espaço para a bandeja que segurava. Observou chocado aquela cena.

— Não, não, não, não — Wade apressou-se a dizer — Antes que pense o pior: a gente não roubou nada disso. Nem pegou “emprestado”.

— E... e de onde saiu tanta comida? — Peter sentou-se por fim.

— A gente ganhou honestamente — ele pensou alguns segundos — Quase honestamente.

— Detalhes? — o menino se preparou para ouvir o pior.

E Wade enfiou a mão no bolso do moletom tirando um pedaço de papel que desdobrou e exibiu cheio de orgulho. Dizia:

Tenho câncer

Sinto fome

— Segurei por cinco minutos e choveu comida na mesa.

Peter analisou o papel por alguns segundos, até que o outro guardasse de novo. Tentou colocar algum sentido na situação. Aproveitou para pegar a máquina e tirar uma foto. A primeira da noite.

— Cara... você não pode... isso é tirar vantagem... Wade — por fim ele acabou tendo uma crise de risos. Só não sabia se de nervoso, de incredulidade ou porque, no fundo, achou simplesmente engraçado.

— Tá servido, baby boy? — ele ofereceu antes de encher a mão com batatas fritas e mergulhá-las em um molho avermelhado.

— Não, obrigado — respondeu ao se controlar— Fico só com meu hambúrguer.

— Por isso tá magrinho assim. Você não se alimenta direito, Petey.

— Então você e Jones moram em um tipo de dormitório — ele mudou de assunto para algo que lhe chamara a atenção.

— É. Um barracão com vários dormitórios, tem um caralho de degenerados por lá, esse projeto da S.H.I.E.L.D. é mais fora da casinha do que eu.

Fato que não tinha lógica para Peter. O que uma entidade de poderio internacional como a S.H.I.E.L.D. iria querer com Wade Wilson? O cara nascera sem os parafusos, era imprevisível e incontrolável! Além de chato e stalker. Quando se conheceram, Wade descobriu todas as suas redes sociais em menos de meia hora e fez uma operação pente frio em suas informações. Encontrara sua casa, o seguia pra todo lado, surgia do nada, quando menos se esperava. Se preciso, era bem sorrateiro, tirava vantagem própria de qualquer situação, roubava como um verdadeiro gatuno! Podia espiar e passar despercebido. A prova disso é que quase quebrara o nariz de Flash sem hesitar, sem alarde, sem que o atleta loiro tivesse defesa. Não pensara duas vezes em recorrer a violência.

Aqueles pensamentos fizeram Peter analisar Wade com mais atenção. Eram fragmentos que se percebia na personalidade dele, tão desconectados e camuflados com a loucura e comportamento fora do padrão, que não dava para levar a sério. Mas analisando friamente, havia características em Wade que, em alguém são, seriam consideradas perigosas. Muito perigosas. E talvez as pessoas subestimassem Wade por seu jeito esquizofrênico e isso o tornava infinitamente mais perigoso. A S.H.I.E.L.D. não gastaria tempo e dinheiro por bondade, sem levar algo em troca. Não se os boatos a respeito dela fossem verdadeiros.

— Wade — chamou a atenção do outro, sem que pudesse se controlar — Prometa que vai ficar fora de encrenca.

O rapaz sorriu confiante e fez o sinal de jóia com o polegar sujo de maionese.

— Claro, baby boy. É o que a gente tenta fazer todo dia.

— Okay.

— Ajudaria muito se você liberasse os fundos como reforço positivo. Aprendi isso com a psicóloga Behaviorista. Ou abrisse as fotos que a gente te manda com tanto carinho.

— Desista. Aprendi minha lição com aquela da ereção — ele arrepiou-se todo. Nunca mais daria crédito pras fotos de Wade Wilson.

— Admita. Você adorou, baby boy. Estava louco para segurar no mastro e hastear a bandeira.

Antes que Peter respondesse, ouviram um limpar de garganta. O casal com a filhinha ao lado olhava de modo reprovador. Nem tentou se justificar e explicar o mal entendido. Pela primeira vez, a opinião de terceiros não importou em nada.

Wade era mesmo uma influência ruim!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Reviews?!

Semana que vem a Shoppingnada continua :D