Depois da Tempestade escrita por DrixySB


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Fitz e Simmons adiam conversas e continuam com seu relacionamento físico.



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Ela vestiu suas roupas sem pressa, tomando cuidado para não acordá-lo. Eram mais ou menos sete e meia da manhã quando ela, por fim, calçou os sapatos, levantando-se definitivamente da cama de Fitz. Ela o encarou uma última vez, adormecido, parecendo imerso em um sono profundo. Jemma firmou um joelho sobre a cama e inclinou o corpo para frente, apoiando uma mão sobre o travesseiro de Fitz, a fim de se aproximar e sussurrar-lhe no ouvido.

— Fitz... – ela tentou acordá-lo suavemente. Não queria deixar seu quarto sem que ele visse. Jemma odiaria dormir com alguém e acordar sozinha e como ela e Fitz eram extremamente parecidos, suspeitava que ele odiasse também – Fitz... – como ele não respondeu, Jemma tentou novamente.

— Hmmm...? – ele murmurou, sem abrir os olhos.

— Eu já vou... Antes que alguém acorde.

— umm-hmm – concordou, balbuciando de maneira preguiçosa, os olhos ainda cerrados e sem fazer nenhum movimento.

Jemma relutou em deixar seu quarto por um momento. Mas percebeu que ele não iria mesmo acordar, então se afastou e saiu.

*

Horas depois, eles se reencontraram no laboratório. Jemma agora contava com a ajuda de Lincoln, o inumano que Daisy conhecera na Afterlife, para estudar e compreender melhor a fisiologia de sua espécie. Contribuía muito o fato de ele ser da área de medicina, portanto o trabalho tornava-se mais simples e até mesmo familiar. Fitz colaborava com alguma observação vez ou outra, mas geralmente limitava-se à sua mesa, desenvolvendo novas tecnologias no que concernia ao equipamento e armas dos agentes; e aprimoramentos para a mão robótica de Coulson.

Naquele ambiente, Fitz e Simmons tratavam-se profissionalmente. Mesmo antes de se tornarem íntimos.

Ao avistá-lo, sentado em frente ao seu computador como de praxe, ela sentiu um nó na garganta, sem ideia de como encará-lo depois da noite que tiveram. Ela se aproximou silenciosamente, parando perto de sua mesa na qual Lincoln já se encontrava, analisando amostras de sangue de Lash que haviam sido colhidas quando ele ainda se encontrava preso na base da SHIELD.

— Bom dia, Dra. Simmons – Lincoln sorriu amigavelmente.

— Bom dia – ela respondeu timidamente e não demorou a notar que Fitz ainda não havia se dado conta de sua presença – Bom dia, Fitz! – ela disse com um ar um tanto quanto inquisitivo.

Ele virou-se em sua cadeira para encará-la e com a expressão mais casual do mundo, respondeu e tornou a  se concentrar na tela de seu computador. Jemma pareceu decepcionada e Lincoln notou certa tensão que pairava no ar e procurou direcionar o foco da bioquímica para outra coisa.

— Você... Quer dar uma olhada?

— Oh... Sim, claro! – ela respondeu com um sorriso artificial, procurando disfarçar seu desapontamento.

Lincoln era inteligente, modesto e simpático. Apesar de um tanto teimoso e pouco falante. Mas não era à toa que Daisy mostrava interesse nele. Não apenas interesse em tê-lo integrando a equipe de Inumanos que ela estava formando, mas um interesse romântico. Não era necessário ser muito perceptivo para compreender o nível de interação entre os dois. Para completar, o Dr. Lincoln Campbell era um excelente parceiro de laboratório. Mas Jemma não poderia negar que sentia falta de seu parceiro de laboratório, da companhia constante de Fitz. Mesmo que ambos estivessem no mesmo espaço de trabalho, naquele momento estavam concentrados em coisas diferentes.

Ela cruzou com ele mais tarde na cozinha da base, durante uma pausa em seu trabalho para o chá. Ele o estava preparando. Jemma hesitou, parando brevemente na porta ao avistá-lo, mas espantou qualquer paranoia que ameaçou invadir sua mente naquele momento e caminhou com passos firmes e resolutos até o balcão. Ele levantou o olhar, encarando-a, um sorriso enviesado surgiu em seu rosto.

Fitz empurrou uma caneca que fervilhava na direção dela. Jemma não tinha reparado até então que ele havia preparado duas canecas de chá.

— Acho que está do seu agrado.

Ela se recobrou da surpresa e deu seu primeiro sorriso franco naquele dia, tomando a caneca em mãos e experimentando o conteúdo líquido e fumegante que havia dentro dela.

— Sim. Você sempre acerta.

Partilharam um olhar profundo, intenso, repleto de significados enquanto apreciavam seu chá em silêncio.

— Fitz – ela começou, reunindo toda a coragem que havia dentro de si, e se esquivando de encará-lo por um instante – nós ainda não falamos nada a respeito... Bem, do que aconteceu entre nós – ela fechou os olhos, sacudindo a cabeça, como se espantasse sua insegurança para bem longe.

— Eu... Acho melhor mantermos isso delimitado ao lugar onde aconteceu. Não... Deixar que isso interfira no nosso trabalho...

— Oh, não! Eu também não quero isso... Podemos... De repente... – ela detestava a si mesma quando ficava assim, tão reticente, portanto, tentou falar de uma vez – nos falar mais tarde, quando terminarmos o trabalho?

Eles haviam cruzado aquela fronteira, aquele limite, e era inútil fingir que nada havia acontecido. Eles nunca mais seriam os mesmos novamente. Tudo havia mudado. De amigos, tornavam-se amantes. A forma como se olhavam era diferente de outrora. Eles sabiam que nada seria igual e que, certamente, a noite anterior se repetiria. Intimamente, era o que os dois desejavam. Mas o lado racional de ambos gritava para ser ouvido, dizendo que eles precisavam ter uma conversa franca e sincera antes que acabassem presos em um labirinto de lágrimas e mal-entendidos.

— Ok, Jemma – ele disse simplesmente, mas sua expressão era insondável. Ela poderia jurar que ele ainda estava mascarando seus reais sentimentos, tentando enterrá-los bem fundo em sua alma, de modo que uma violenta explosão emocional não acabasse por irromper de dentro para fora. Jemma temia que isso o sobrecarregasse até um ponto que sua angústia se tornasse irreversível.

Mas eles não conversaram. Nem naquela noite, nem na outra. Sim, ela foi até o quarto dele. Tarde da noite, quando ele já nem tinha mais expectativas de que ela fosse aparecer. Mas lá estava ela. Fitz conseguiu distinguir seus contornos, mesmo na penumbra do quarto. Ela sentou-se do seu lado, na beirada da cama, sem dizer uma palavra. Fitz ergueu o torso, aproximando-se dela.

— Você vai continuar vindo? – indagou em um sussurro.

Ela deu de ombros.

— Por que não viria?

Seus lábios se encontraram na escuridão do quarto enquanto as mãos de ambos trabalhavam entusiasticamente, os livrando de qualquer peça de roupa que atrapalhasse o contato genuíno entre seus corpos.


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