Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 9
O inicio de uma bela amizade


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa a demora, mais estava difícil encontrar a inspiração para escrever, espero que gostem de mais um ponto de vista do nosso loirinho mais que perfeito, eu amei escrevê-lo, achei super fofo. Agradeço aos novos leitores e a todos que sempre estão comentando nos capítulos, continuo a escrever a fic por vocês que são sempre tão maravilhosas comigo. Sem mas, bjs e boa semana a todos.
Ps: Erros ortográficos. Já sabem né? peço desculpas e me avisem que eu acerto por aqui.



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                                                                                         POV Peeta

— Meu marido e minha filha faleceram no final do ano passado, esta foto foi tirada na praia dois dias antes do acidente de carro que vitimou os dois... – enquanto falava a advogada encarava visivelmente emocionada o porta retrato que tirou de minhas mãos, naquele instante me senti péssimo ao imaginar seu sofrimento, perder a Filha e o marido no mesmo dia era inconcebível na minha cabeça questionei-me, onde aquela mulher encontrava forças para continuar de pé?  Quando Delly faleceu minhas filhas precisavam de mim, principalmente Primrose que era apenas um bebezinho prematuro necessitado de cuidados intensos, Foi em Melissa, Amber e Primrose que eu encontrei forças para superar a morte de minha esposa, por elas me mantive de pé.

— Perdoe-me doutora, não pretendia ser inconveniente é que notei sua aliança, e quando entrei vi todas estas fotos... Eu sinto muito por suas perdas. – falei um pouco constrangido, a Everdeen me fitou compreensiva e mesmo com os olhos marejados esboçou um sorriso tímido.

— Não tinha como o senhor saber...  Tome, espero que estas roupas lhe sirvam. – disse já estendendo as roupas para que eu as pegasse, em seguida passou por mim e colocou a fotografia que trazia consigo no criado mudo, permanecendo automaticamente parada diante da foto e de costas para mim. Observei-a enquanto ela caminhou até o móvel, seus movimentos foram bem contidos, mirei seu rosto procurando algum indício de dor, tendo em conta a torção no tornozelo mais cedo, mas não enxerguei em sua face nenhum traço que revelasse dor física.

Por um breve momento peguei-me a analisá-la fisicamente, coisa que eu ainda não tinha feito desde que a conheci há algumas horas,  Katniss Everdeeen deveria estar na casa dos trinta anos assim como eu, seu nariz bem pequeno e arrebitado fazia um contraste perfeito com seus lábios vermelhos e carnudos, os olhos azuis acinzentados concediam a ela uma beleza exótica, o corpo magro lhe dava um aspecto de mulher frágil, e para finalizar seus cabelos negros e levemente cacheados emoldurava seu rosto fazendo dela uma das mulheres mais lindas que eu já havia conhecido.

— Obrigado, as roupas vão servir com certeza...  À senhora foi muito generosa em me oferecê-las, eu estava realmente precisando de rou... – fui interrompido no meio da frase por sua voz já  embargada.

— Essa foto foi tirada na praia, minha 'peixinha amava o mar, dizia que quando crescesse queria ser uma sereia como a Ariel só para viver no mar para sempre... Neste dia ela insistiu demais, queria porque queria que a levássemos a praia, mesmo sabendo que depois do réveillon iríamos para o distrito 4 passar nossas férias na nossa casa de veraneio, eu não tinha a menor condição de ir naquele dia... Mas sempre atendia seus pedidos... Minha irmã mais velha dizia que eu era uma péssima mãe justamente por esse motivo. – seu falar era baixo e cansado, a mulher resignada que estava frente a mim em nada lembrava a advogada durona de voz firme e elevada com quem passei boa parte da madrugada na delegacia.   

— Posso te mostrar uma coisa? – encontrava-me tão envolvido com tudo que ela estava dizendo, que tive que me recompor ao perceber que ela estava me fazendo uma pergunta.

— A-ah, é s-sim, claro pode. – respondi meio sem jeito, vendo-a se virar na minha direção, com uma fisionomia um pouco melhor.

— Vem comigo então. – deixei as roupas que ela havia me dado sobre o sofá e a segui por um extenso corredor, sua casa era enorme e muito bonita, a decoração era de estilo rústico, tudo muito sofisticado; No corredor que entramos diversas fotografias enfeitavam as paredes, sempre fui apaixonado por fotos e imagens, até pintava quadros quando era adolescente, ai vieram a Delly, as meninas, as responsabilidades da vida adulta, deixei de lado esta minha paixão. Gostaria de parar, ver as fotos com um pouco mais de atenção, perguntar quem eram aquelas pessoas retratadas e quem as fotografou, mas não ousei perguntar, a curiosidade de saber onde ela me levaria era maior. 

  Subimos dois lances de escada chegando assim ao sótão, paramos de frente para uma porta onde uma placa com a frase Área de “desestresse” chamou a minha atenção, achei engraçado mas não ousei quebrar o silencio que imperava entre nós desde que deixamos a sala, foi quando ela abriu a porta e puxou uma cordinha para acender a luz do cômodo.

— MINHA NOSSA!  Foi à única coisa que eu consegui dizer – ela sorriu e começou a falar.

—Este lugar era um santuário para o meu marido, quando chegava agitado ou nervoso depois de um dia estressante de trabalho se refugiava aqui até se acalmar , ele nunca gostou de descontar em mim ou em nossa filha suas frustrações ou aborrecimentos, então se recolhia aqui para “desestressar” – novamente sorriu para mim.

— Da para entender porque  esse lugar era um santuário para ele – exclamei com admiração, tínhamos acabado de entrar num pequeno estúdio fotográfico, as paredes, o teto, tudo estava repleto de fotos. Paisagens, pessoas, animais, objetos, e as imagens eram simplesmente fascinantes.

— Essas fotos foram todas tiradas por seu marido, ele era fotografo?

— Ah não, não! Ele era advogado assim como eu, fotografia para ele era só um hobby que adquiriu ainda criança quando sua mãe lhe deu uma câmera de presente no seu aniversário de dez anos; Hazelle achava que o objeto ia ajuda-lo a superar a morte do pai, acho que ela tinha razão, desconfio até que esse seria seu plano B caso a advocacia não desse certo.  Meu marido era criminalista ficou conhecido no meio jurídico como furacão Hawthorne, ele só perdeu um por cento das causas que defendeu desde o inicio de sua carreira, por isso recebeu este apelido, porém dentro de casa com a família a coisa mudava de figura era sempre doce e gentil. – depois de alguns minutos analisando cada foto e ouvindo explicações detalhadas sobre algumas delas, notei que ela se encaminhou para uma porta bem pequenininha no fundo do estúdio, a advogada fez um sinal com a mão para que eu entrasse no lugar antes dela, abaixei a cabeça para não bater no batente da porta devido minha altura, vendo-a entrar logo em seguida sem precisar fazer o mesmo esforço por ser bem baixinha.

 Deparei-me com mais fotografias, só que desta vez apenas fotos de Katniss e da filha estavam nas paredes, às imagens eram de tirar o fôlego, a filha dela era linda e parecia muito com a mãe.  A mulher parou na porta do cômodo cruzou os braços e ficou me encarando enquanto eu continuava adentrando o espaço totalmente encantado com a beleza daquelas duas modelos.

  Todas as fotos haviam sido tiradas em momentos de distração das duas, em algumas estavam dormindo, outras conversando, ou simplesmente brincando uma com a outra, tinha imagens dos olhos, da boca, do cabelo, retratos de diversos tamanhos, era como se os olhos por detrás da lente estivessem às admirando constantemente, com certeza  o homem que tirou as fotos era completamente apaixonado pelas duas, isso ficou bem claro pelas imagens.   Fiquei completamente embasbacado com tudo, parecia um menino fazendo um tour por uma fabrica de chocolate.

— Essas fotos foram tiradas em varias fases da nossa vida! – exclamou depois começou a andar pelo cômodo e tomou para si uma foto que se achava sobre um balcão.

— Essa aqui foi tirada quando eu estava na recepção da B&Gs me candidatando a uma vaga de estagio, ele só me mostrou esta foto quando já estávamos namorando, disse que se eu a visse antes pensaria que o dono da empresa era um maníaco e nunca aceitaria trabalhar com ele...  – Katniss pegou a foto em suas mãos e alargou mais o sorriso.  Ela também devia ser completamente apaixonada pelo marido, foi o que eu deduzi.

— Eu o amei desde o dia que ele me entrevistou para a vaga de estagio, seis meses depois desse dia estávamos casando para total desespero das nossas famílias que acharam que estávamos nos precipitando.

—São fotografias lindas – Foi à única coisa que eu consegui falar. –  caminhou até uma parede e vi que estava começando a chorar, foi quando eu olhei na mesma direção que ela olhava, procurando ali o motivo de suas lágrimas.  A imagem era perfeita me fazia recordar às diversas obras de artes que Cinna Thompson, meu falecido patrão tinha em casa.

— Eu devo ter mais de dez mil fotos dentro desta casa, porém nenhuma se compara a esta... É a minha preferida. – a morena  disse e parou diante da foto repetindo o gesto que tinha feito mais cedo com a foto dos três na praia.

 A foto deveria ter aproximadamente uns sessenta centímetros e estava em um singelo porta retrato de vidro, Katniss deveria estar nos últimos meses de gestação, estava nua e seus  cabelos negros  cobriam-lhe os seios, suas mãos pequenas  acariciavam a protuberante e linda barriga;  Seguramente seu marido a retratou  logo que saiu do banho, os cabelos estavam molhados e ela estava sentada na cama com uma toalha cobrindo suas partes intimas, fiquei hipnotizado ao ver tamanha beleza,   o olhar que Katniss dirigia para a sua barriga era amoroso, pensei novamente em Minhas princesinhas no quanto a saudade que eu sentia delas estava corroendo meu ser,  eu jamais conseguiria viver longe delas, e outra vez me perguntei como ela estava conseguindo tamanha proeza.

— As pessoas disseram que essa dor ia passar que esse vazio impertinente deixaria meu peito em breve, mas já se passaram oito meses...  Não tem um dia desde o acidente que eu não vá dormir chorando, tem dias que eu acordo durante a noite e ouço o chorinho dela, então eu corro para o quarto ao lado só para constatar que ela não esta mais lá, que foi mais um pesadelo... Em outros eu sinto o calor do corpo de Gale na cama como se ele estivesse do meu lado... Como eu me arrependo de não ter feito amor com ele uma ultima vez, como eu me arrependo de não ter abraçado minha peixinha e a beijado antes dela sair... Se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais pediria para ele comprar aquele maldito vinagre de maça que eu nunca usei...  Sabe por que Eu nunca usei o vinagre Senhor Mellark? Porque um motorista irresponsável resolveu encher a cara naquela manhã e avançar o sinal vermelho, tirando de mim meus bens mais preciosos...  – quando ela terminou de falar chorava copiosamente, eu já estava tão emocionado quanto ela.  Não aguentando mais vê-la naquele estado,  tomei seu delicado rosto entre minhas mãos,  depois deixei que as pontas de meus polegares passeassem por suas grossas lágrimas como se de alguma forma eu pudesse lhe dizer.  “eu as entendo”. Senti-me conectado de um jeito estranho a ela, seus olhos cinza que eu vi retratado de diversas formas, agora estavam sombrios como céu em dia tempestuoso, eu queria poder afastar do peito daquela mulher toda dor que a consumia, porém o que Katniss fez a seguir me pegou totalmente desprevenido, ela quebrou a distância que existia entre nós colocando os braços em volta de minha cintura me abraçando como se abraçasse um velho amigo, de inicio não sabia o que fazer, não esperava aquela atitude dela, mais ao ouvir seus soluços se intensificando coloquei meus braços em torno de seus ombros pouco me importando com as roupas sujas que eu vestia, eu só queria trazê-la para junto do meu peito e foi o que eu fiz. Fechei meus olhos e pude sentir o cheiro 'almiscarado que vinha dos seus cabelos e o bater acelerado de seu coração.

— Eu não aguento mais Senhor Mellark, eu quero, eu preciso deixá-los ir, mais eu não sei como, eu simplesmente não consigo...

— Shiiii, Shiii. Calma, calma, vai passar, eu prometo. – acalentei-a, afagando seus cabelos como se ela fosse uma criancinha, continuamos assim envolvidos numa bolha de cumplicidade por um bom tempo, eu não queria soltá-la queria ser capaz de tirar do peito dela a dor que a estava consumindo, foi quando comecei a ouvir vozes alteradas vindo em nossa direção.

— Vocês não deveriam dar atenção a tudo que aquela desmiolada diz ultimamente, dar uma de monja no 4 faça-me o favor, Annie.

— Johanna ela pode voltar atrás na decisão que tomou. Calma isso não tem que ser uma regra.

—Cala boca Finnick, e você Haymitch é o maior responsável, por ficar colocando essas ideias estapafúrdias na cabeça da minha irmã, vou te deixar dormir no sofá durante um mês.

— Eu não Tenho nada a ver com isso Rainha Elsa. – a porta abriu bruscamente, e uma mulher gritou em nossa direção.

— Katniss Mason Everdeen Hawthorne o que esta acontecendo aqui?  Quem é esse homem? – Katniss se afastou rapidamente de mim, passou a mão no rosto e no cabelo tentando sem sucesso se recompor, olhei para a porta e visualizei quatro pares de olhos me olhando de forma inquisidora.

— E-Espera, Petta? Peeta Mellark é você mesmo? 

— Senhorita Mason?

— Agora é Senhora Abernathy garoto dos pães.  – todos olharam  Johanna Mason e eu de forma ainda mais inquisidora. 

— Johanna agora eu é que te pergunto o que está acontecendo aqui, de onde se conhecem. –  Katniss quis saber, olhei para minha velha amiga e respondemos juntos.  

— Essa é uma velha história.      


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Notas finais do capítulo

E ai meus amores gostaram, amaram, odiaram, mereço comentários, ou meus fantasminhas preferidos vão continuar escondidos sem dar a essa humilde escritora a oportunidade de saber o que estão achando da fic, podem dar suas opiniões, eu não mordo, e já disse o quando elas são importantes para mim.
Ps: eu amo a Ariel a pequena sereia e A rainha de Frozen Elsa adorei inclui-las aqui, rsrs. Bjs e mais uma vez boa semana.



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