Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 5
Meu presente de Deus


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez quero me desculpar pela demora, o capitulo foi muito difícil de escrever, recomecei varias vezes, mas acho que ficou legal rsrs. Quero agradecer de coração as meninas lindas que estão acompanhado e comentando, vocês são maravilhosas, principalmente minha querida DM que presenteou a fic com uma linda recomendação, me emocionei com suas palavras muito obrigada mesmo pelo incentivo. Espero que gostem do capitulo, foi preparado com muito carinho para vocês, bora ler.



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 — Katniss Acho que o papai e a mamãe vão brigar com a gente por ficar ouvindo a conversa deles daqui da escada.

 – Rue se você não ficar quieta vão saber que estamos aqui ai sim vão brigar, agora vê se fecha logo essa boca sua medrosa. – eu estava cansada de sempre ser excluída das conversas dos adultos, com meus pais era assim, com Johanna era assim, e até mesmo com meus padrinhos Boggs e Paylor era assim, talvez tivessem razão em algumas vezes, mas por outro lado às coisas dos adultos também me afligiam como era o caso da conversa que estava acontecendo no andar debaixo, então estava decidida e nem Rue iria me impedir de ouvir aquela conversa.

— Tá eu desisto vou para o seu quarto, que é onde Johanna mandou que nós ficássemos e você deveria fazer o mesmo.  – apenas fiz sinal com as mãos para que ela fosse embora, em seguida aproximei-me mais do corrimão de onde era possível ver e ouvir tudo que estava acontecendo na sala, e o melhor sem que me notassem.

 –Boggs você veio até a minha casa só para dizer que aquele filho da puta desgraçado não pode ser preso mesmo que vocês o encontrem, simplesmente porque neste caso não ficou caracterizado um crime, ele nos roubou, vendeu esta casa, limpou a conta onde meus pais depositaram dinheiro suficiente para garantir não apenas meu futuro acadêmico mais também o de Katniss, e não satisfeito em ter ferrado totalmente com a minha vida, o miserável resgatou o dinheiro do seguro de vida dos meus pais, DOS MEUS PAIS, sabe o que é isso?  Como,  para a lei não ficou caracterizado um crime?

Nunca ouvi minha irmã falando daquela maneira, nem sabia que ela conhecia tantos palavrões e podia ser tão rude com alguém. Johanna sempre foi uma garota gentil, mas naquele momento estava completamente transtornada, falando alto e andando de um lado para o outro. O motivo de ela estar assim?  Há quinze dias recebemos uma notificação judicial, nossa casa tinha sido vendida e teria que ser desocupada no prazo máximo de um mês, quem a vendeu? O namorado de minha irmã, que por coincidência ou não desapareceu dois dias antes do comunicado chegar.  Após descobrirmos sobre a venda da casa às próximas descobertas vieram como uma enxurrada e a pior delas, Woody era um falsário conhecido e procurado em pelo menos cinco distritos.

— Você precisa se acalmar Joh, deixe Boggs explicar – a voz de minha madrinha ecoou escada acima.

— Johanna, eu a Paylor estamos na policia há mais de vinte anos, Já registramos diversos casos como este, o que mais nos intriga no seu caso é que seu perfil não condiz com o perfil das vítimas que os falsários escolhem, acreditamos que Woody não tenha tido intenção de aplicar um golpe em você, Talvez ele estivesse se escondendo ou até tentando recomeçar a vida aqui no 12.

— E por que vocês acham isso? – Johanna pergunta e eu percebo pela sua voz que ela esta prestes a chorar.

— Ele permaneceu aqui tempo demais, criou laços, profissionais e afetivos, não apenas com você, mais com outros moradores, esse tipo de gente não fica muito tempo num lugar, nem se envolvem num relacionamento publico como foi o namoro de vocês, se fizer isso se torna um alvo fácil, entende?  Caras como o Woody, se este for de fato o seu nome agem diferente eles escolhem mulheres de meia idade, independente financeiramente, sem filhos ou parentes próximos que possam alerta-las sobre suas reais intenções, e por ultimo que sofram de algum tipo de carência afetiva o que nunca foi o seu caso, nestes casos a policia tem dificuldades em condená-los, principalmente porque é a vítima que por livre e espontânea vontade lhe confere o acesso a seus bens, quando a vítima procura a policia ou a justiça eles usam isso a seu favor, e alegam estarem sendo vítima de vingança por parte da então amante, fica uma versão de que ele teve dinheiro, carro, ou seja, bens, porque a vítima quis lhe dar e consentiu. Há três meses quando você assinou aquela procuração permitindo que seu namorado cuidasse de seus interesses não ouve coação da parte dele, e como seu namorado não falsificou nenhum documento tão pouco usou identidade falsa para administrar seus bens não podemos acusá-lo formalmente de estelionato ou até mesmo falsidade ideológica.

— Por favor, Boggs me fala, por que eu? O que fez com que ele me escolhesse? – minha irmã começou a chorar e eu não podia fazer nada, já que era criança demais para participar da conversa. 

— Conhece o ditado, a ocasião faz o ladrão? Eu realmente não duvido que ele tenha se envolvido afetivamente com você, mas a morte de meus compadres criou uma oportunidade perfeita para que ele pudesse agir... Se tivesse me esperado, ou pelo menos lido a procuração antes de assiná-la, você não teria perdido tudo – a fala de meu padrinho é dura e desconcertante.

— Amor não fala assim, Johanna já esta sofrendo demais com tudo que esta acontecendo.

— Mas esta é a mais pura verdade Paylor.

  – Então você concorda com todas as pessoas que vivem nesta droga de distrito, que eu sou uma vadia burra?  Surpresos!  A idiota que vos fala já sabe que tem sido o assunto principal em todas as rodinhas de fofoca no 12 , como é mesmo que diziam quando eu fui busca Katniss no colégio hoje pela manhã? “Esta vadia burra é uma péssima influência para esta pobre menina, não conseguiu manter as pernas fechadas, olha no que deu condenou a irmãzinha a uma vida de privações e sofrimentos”.

— Johanna, nós a conhecemos desde que usava fraudas, nunca pensaríamos algo assim em relação a você, aquele homem é um bandido experiente, procurado em vários distritos, um oportunista, manipulador. –Diferente da voz de Boggs a voz de Paylor soa num tom compassivo.

— Não foi isso que seu marido acabou de falar Paylor, eu estava sozinha naquele hospital, minha irmã tinha sofrido duas paradas cardíacas e estava em coma há três dias, meus pais estavam num necrotério gelado e não tinha ninguém para reconhecer os corpos deles, ONDE VOCÊ ESTAVA BOGGS PARA ME JULGAR DA MANEIRA QUE ESTA FAZENDO AGORA? ELE ERA O ÚNICO QUE ESTAVA LÁ, O ÚNICO MERDA. Eu p- preciso... E-eu tenho que sair daqui... Eu preciso respirar, ou eu vou enlouquecer.

 Assim que proferiu as palavras  Johanna saiu pela porta com uma rapidez absurda, desci as escadas em total desespero  gritando seu nome pela rua, mas ela nem se deu o trabalho de olhar para trás, apenas gritou para que eu a deixasse em paz, foi à primeira vez que minha gigante me ignorou, sentei na calçada, coloquei a cabeça entre os joelhos e comecei a chorar.

— Ela só precisa de um tempo sozinha. – a voz acima de mim tentava me consolar, levantei meus olhos e Paylor estava de pé estendendo as mãos para mim.

— Vem vamos para casa. – pensei Casa? – eu não tinha mais casa, eu não tinha mais pais, e minha irmã tinha ido embora, eu só queria que  tudo voltasse ao normal, mas soube naquele momento que nada mais seria como antes.                                                

                                          [...]

— Pirralha? Acorda.

— Johanna você voltou? – pulei nos braços de minha irmã, e notei seus olhos inchados e sua fisionomia abatida. – onde você estava, porque não passou a noite aqui comigo?  Eu pensei que tivesse ido embora, que tivesse me abandonado também, –falei já não conseguindo controlar as lágrimas. 

— Meu amor nossos pais não nos abandonaram, e eu jamais vou te abandonar, você é meu presente de Deus, lembra?

— Sim, lembro! Como eu poderia esquecer? – quando joh tinha cinco anos ela pediu a meus pais uma irmãzinha, porém mamãe não podia mais engravidar por causa de complicações após o parto dela, minha irmã, me contou que todas as noites pedia em suas orações que Deus desse uma irmãzinha de presente para ela. –ao me lembrar da história que me era contada desde que eu me entendi por gente, meu coração  aquietou-se e eu senti uma paz que há semanas eu não sentia.

— Essa madrugada quando eu estava andando sem rumo pelo distrito eu me dei conta de que Boggs esta errado, que todos neste distrito estão, Woody não me tirou tudo que eu tenho, ele não seria tão competente e sabe por quê?    Porque o meu presente de Deus, meu bem mais precioso, esta diante de mim agora.

                           [...]

— Johanna você tem certeza mesmo que quer fazer isso? Ir embora levando a Katniss,  Boggs tem aquele jeito durão, mas ele esta realmente preocupado com vocês, a proposta que ele fez não foi para te ofender.

— Paylor eu sei que ele quer só o nosso bem, mas a Niss é minha responsabilidade, vocês não precisam se preocupar eu vou cuidar bem dela, Mags a dona da pensão onde eu ficaria enquanto eu estivesse na UTG deixou que ela ficasse lá comigo, o dinheiro que vocês me deram dará para arcar com as despesas do aluguel e da alimentação pelo menos até eu arrumar um emprego, nós vamos ficar bem. – eu e minha irmã estávamos decididas a começar uma vida nova em no distrito 1, meu padrinho foi contra, queria que Johanna me deixasse com ele no 12, pelo menos até ela arrumar um emprego e uma casa para morarmos,  desde o dia em que discutiram  o relacionamento dos dois estava meio estranho.

— Trem com destino a Capital plataforma 3 linha A, saída em cinco minutos. – a voz que saia do alto falante, ecoava pelo ambiente e me dava um frio na boca do estômago.

— Essa é a nossa deixa né pirralha? Se despesa de sua madrinha e de sua prima, que já esta na hora de partirmos. – dei um forte abraço em minha madrinha e outro em Rue.

— Tome é para você – Rue me estendeu uma caixinha que eu ainda não havia notado em suas mãos.

— O que é?

— Abra! – minha prima falou me incentivando, dentro da caixinha tinha uma gargantilha e um pequeno pingente de prata circular com a figura de uma pequena ave, uma pequena fênix.

   Entramos no trem que rapidamente saiu da estação deixando para trás o 12, o luto, as tristezas e tudo mais que nos impedisse de recomeçar.


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Notas finais do capítulo

Gente e ai gostaram? E meninas acho que o próximo capitulo, já temos gente loira na história, só acho rsrs. Bjs e tenham uma ótima semana